“Cumpriu seu dever, convocando o Brasil, os brasileiros e as brasileiras para a luta”, indica
Um ano e três meses depois de tomar posse no terceiro mandato presidencial, Lula aproveitou a entrevista coletiva de 23 de abril, no Planalto, para cumprir uma tarefa inadiável — traçar o perfil político de uma gestão que, já se pode perceber, será a mais desafiadora desde que o país livrou-se da ditadura militar de 31 de março de 64.
O ponto essencial do depoimento de Lula ocorreu na segunda parte. Depois de abrir espaço às perguntas de profissionais que representam os mais influentes de veículos de imprensa do país, inclusive portais ativos nas redes sociais, reconhecidos como vozes ativas na conjuntura do país, o presidente aproveitou a oportunidade para fazer um pronunciamento sob medida para a ocasião.Falou para a Nação, para o planeta e também para a História, ainda que não tenha assumido — felizmente — o formalismo empertigado e engadonho que costuma trair os homens publicos nessas ocasiões.
Em janeiro de 2023, um ano e três meses depois do retorno ao Planalto para cumprir um inédito terceiro mandato na história republicana, numoa posse ilustrada por inaceitáveis cenas de baderna e violencia golpista que serviram como sinal de tempos anti-democráticos, Lula lembrou a necessidade de “enfrentar o crescimento da extrema direita”, em escala mundial.Na entrevista, localizou o Brasil como “polo de resistência a isso tudo” e era fácil saber o que queria dizer com “isso” e com “tudo”. Ao denunciar forças golpistas que há anos trabalham 24 horas por dia para sabotar o regime democrático em nosso país, deixou claro que nem por um minuto irá renunciar a seus deveres como líder de uma Nação que tem na soberania popular sua origem e destino.
Corajoso sem ser temerário, coerente sem ser retórico, generoso sem ser demagógico, Lula mostrou o equilíbrio engajado e militante de quem não pretende acomodar-se ao silencio obsequioso de boa parte das lideranças de nossa época, que simulam não enxergar uma tragédia em construção no planeta, inclusive na América do Sul, que volta a exibir fantasmas de ditaduras pareciam lembranças do passado.
Exibindo, como sempre faz, um permanente sorriso nos lábios, benvinda prova de auto-confiança para uma travessia que não pode ser encarada como inofensivo piquenique de veteranos de glórias passadas, Lula reuniu observações e ideias típicas de quem não tem receio de encarar os fatos como eles são nem teme assumir as próprias responsabilidades.
Cumpriu seu dever, convocando o Brasil, os brasileiros e as brasileiras para a luta.
Com informações do Brasil 247
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