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Sem discordar da posição de Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas, as Forças Armadas negaram atacar o sistema eleitoral brasileiro

Jair Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas em 2021 – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sem discordar da posição de Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas, afirmando ter apresentado propostas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as Forças Armadas negaram atacar o sistema eleitoral brasileiro.

Na noite deste domingo (24), o Ministério da Defesa considerou uma “ofensa grave” as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, de que as Forças Armadas foram orientadas pelo governo Bolsonaro a atuar contra a democracia.

Em seminário no qual palestrou em uma universidade alemã, neste final de semana, o ministro disse que os militares estavam sendo “orientados a atacar e desacreditar” as eleições 2022.

Em nota, a Defesa contra-atacou e disse que “afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro.”

No seminário, Barroso criticou o governo de Jair Bolsonaro como “populismo autoritário”, lembrando de episódios como o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios e as frequentes declarações do próprio mandatário contra a veracidade das urnas eletrônicas.

Em todos os cenários de diversas pesquisas eleitorais para este ano, Bolsonaro perde a Presidência para Lula.

“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, havia dito Barroso.

Ignorando os fatos, a Defesa, contudo, negou que os episódios tanto dos militares, quanto do próprio presidente, são de ataques ao sistema eleitoral.
A nota assinada pelo novo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, contudo, não contraria as manifestações de Jair Bolsonaro e relata que as Forças Armadas participaram, no ano passado, de uma fiscalização das urnas, a convite do próprio ministro Barroso, à época então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Sem contrariar as declarações de Bolsonaro contra a segurança das urnas eletrônicas, a nota afirma que os militares “apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão”.

“As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos”, continuou, novamente sem garantir a credibilidade do processo eleitoral brasileiro.

Ao final da manifestação, as Forças Armadas disseram deter “ampla confiança da sociedade”, com “prestígio” que “não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do Brasil”.

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