youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais

Roberto Marinho morreu há 19 anos, mas seus filhos continuam seguindo à risca suas prescrições.

Uma delas é a de que cabe ao O Globo dar as diretrizes a serem adotadas pelos demais veículos do grupo.

A edição de O Globo de hoje (24/04) ilustra bem isso com o editorial “Brasil perde com maioria contra Moro no Supremo” e com o artigo do ventrílogo dos herdeiros de Roberto Marinho, Ascânio Seleme, intitulado “Lula parte para o Terceiro mandato”.

É mais do que natural que os Marinho chorem pelo fim da Operação Lava Jato. Parceiros de primeira hora que foram de Moro e de sua turma, eles têm direito ao pranto, mas não a mentir e a continuar desinformando.

Esse editorial faz exatamente isso, seja em relação ao ministro Edson Fachin, seja em relação às consequências que a decisão do STF possa vir a ter.

A grave acusação que o editorial faz a Fachin, a de agir estrategicamente para obter determinado resultado, aponta para a decepção dos herdeiros de Marinho, que julgavam ter nesse ministro um aliado na entrega do Brasil aos interesses internacionais.

Mas como ensina o Grupo Prerrogativas, composto por juristas, professores e professoras do direito, advogadas e advogados, “o direito pode até ser um instrumento de poder, mas é também um poderoso instrumento de justiça”.

Fachin e a maioria dos integrantes do STF fizeram justiça a Lula e uma nova etapa de lutas certamente se abre na defesa dos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Se a Justiça começa a acertar contas com os desmandos que foram cometidos pelos fora da lei tendo à frente os integrantes da Lava Jato em Curitiba, as mentiras, manipulações e crimes cometidos pela mídia corporativa brasileira, TV Globo à frente, seguem impunes.

FILAS PARA OUVIR LULA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado, conde
nado e preso sem provas. Passou 580 dias na cadeia, uma parte deles proibido até de dar entrevistas.

Assim que as entrevistas foram liberadas, veículos de comunicação de todo o mundo fizeram fila para ouvi-lo, menos os do Grupo Globo.

Posto em liberdade há mais de um ano, Lula deu entrevista para veículos de norte a sul do Brasil, além de jornais, rádios, TVs e portais de notícias da Europa, Estados Unidos, África e Ásia, menos para os do Grupo Globo.

Sabe por quê? A única condição que Lula impôs foi que uma conversa com William Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional, fosse ao vivo, não foi aceita.

O fato de continuar sonegando ao seu público uma entrevista com Lula e também informações corretas sobre o que está acontecendo no país e os seus possíveis desdobramentos não significa que os Marinho deixem de emitir sinais para Lula e sua equipe.

É dentro desse contexto que deve ser entendido esse artigo de Ascânio Seleme, o terceiro de uma série que começou em agosto de 2020.

Um leitor apressado pode até acreditar que o artigo sinaliza de forma favorável à candidatura de Lula ou que o Grupo Globo finalmente se rendeu aos fatos.

Até porque todas as pesquisas de opinião apontam o ex-presidente Lula vencendo, com folga, Jair Bolsonaro num eventual segundo turno das eleições de 2022.

O artigo jogou aos leões, por exemplo, candidaturas fakes que a direita brasileira (que se diz centro) tentou emplacar, com a inestimável ajuda do grupo Globo, como foram as do ex-ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e do empregado da Casa, Luciano Huck.

Detalhe: os Marinho não tiveram nem o cuidado de avisar ao ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso que a candidatura de Huck era de mentirinha, para evitar-lhe uma vergonha desnecessária.

Chama atenção nas elucubrações feitas por Seleme o tom respeitoso com que se refere a Bolsonaro (“candidato que muito prometeu e pouco entregou”), quando se sabe Bolsonaro não prometeu nada e não entregou nada além de miséria, mortes e destruição.

Desde o golpe, travestido de impeachment, em 2016, o Brasil caiu de sexta potência para décima segunda no ranking mundial.

Quase metade da população está desempregada ou na informalidade e uma parte passa fome, mais de 800 mil empresas fecharam e o país já supera as 380 mil mortes por covid-19. Não há qualquer sinal de recuperação na economia e a inflação dispara.

A previsão de entidades internacionais da área médica é de que o país atingirá, em poucas semanas, a terrível cifra de 500 mil vidas perdidas.

Tudo isso se deve a Bolsonaro, ao seu negacionismo e ao ultraliberalismo do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, cujo programa os Marinho aplaudem e defendem que deva ser mais acelerado ainda. Faltam, segundo eles, as privatizações dos Correios, da Eletrobras, do que resta da Petrobras.

Por falar em apoio a Bolsonaro, alguém tem visto o grupo Globo abordar os mais de 100 pedidos de impeachment dele parados na Câmara dos Deputados?

É importante sempre lembrar que Bolsonaro só se elegeu com o apoio da mídia, Globo à frente, porque Lula foi impedido de participar das eleições de 2018.

Foi a TV Globo também a principal responsável por omitir da população quem era Bolsonaro, o seu passado de apoio à ditadura e à tortura, suas falas racistas, machistas e homofóbicas, além de comprar o episódio da facada da forma que o ex-capitão vendeu.

Até hoje cabe a pergunta: porque algum dos veículos do Grupo Globo, a revista Época, por exemplo, não fez uma investigação a fundo sobre a tal facada e a relação com a briga entre policiais no estacionamento do hospital em que Bolsonaro foi atendido em Juiz de Fora, antes de ser transferido para São Paulo?

RECADO SUTIL

Voltando ao artigo de Seleme, é interessante observar que ele estimula um embate entre Lula e Bolsonaro, não sem observar que Lula vence Bolsonaro, mas pode ser derrotado por um candidato de centro.

Parece que o recado dos Marinho para Lula e equipe está exatamente nesse ponto.

O recado é sutil.

O Grupo Globo foi fundamental para a vitória de Fernando Collor nas eleições de 1991, derrotando nomes de peso como Ulysses Guimarães, Leonel Brizola e Mário Covas, no primeiro turno, e o próprio Lula, no segundo turno.

Esse grupo foi o mesmo que possibilitou a vitória de Bolsonaro sobre Fernando Haddad (PT), no segundo turno em 2018. Vale dizer: se consideram essenciais para uma vitória ou derrota de Lula em 2022.

Em 2018, os Marinho acreditavam que poderiam controlar Bolsonaro, como sempre fizeram com a maioria dos ocupantes do Palácio do Planalto. Deu no que deu.

Agora os Marinho tentam se insinuar para Lula, mostrando que possuem força e que também podem atuar como aliados na dura batalha que se avizinha com o ex-presidente se preparando para disputar um terceiro mandato.

Fica evidente que uma leitura oposta também é possível. Algo como: não nos queira como adversários.

Se os Marinho tivessem algum compromisso com o Brasil e com os brasileiro, era hora de aproveitar a decisão do STF e pedir desculpas públicas a Lula, ao PT e a população pelo mal que causaram e continuam causando ao país.

A eleição de Bolsonaro é consequência e não a causa disso. Bolsonaro é filho da Lava Jato e da criminalização da política, bandeira empunhada pela TV Globo no afã de destruir o PT e as suas lideranças.

Mas se os Marinho temem o aprofundamento dos prejuízos que Bolsonaro possa lhes causar, a ficha deles não dá mostras de ter caído e, menos ainda, de terem qualquer arrependimento.

Como não se arrependeram de ter levado Getúlio Vargas ao suicídio, de terem sido atores decisivos na derrubada de João Goulart em 1964 e de servirem à ditadura e aos militares nos 21 anos em que estiveram no poder.

SEM RANCORES

Lula não é um político de guardar rancor, mas ele sabe que não haverá futuro para a democracia no Brasil com uma mídia atuando da forma prepotente, canalha e vil como tem feito os veículos do Grupo Globo.

O Brasil precisa de uma legislação para a mídia, a exemplo da que existe nos países europeus, nos Estados Unidos, no Japão, no Canadá, na Austrália e na Argentina. Uma legislação que possibilite a pluralidade e a diversidade, que impeça a propriedade cruzada e o monopólio.

Nesses países, além da mídia comercial, existe a mídia pública e a estatal. Nenhuma delas está acima da lei e existe lei específica para a mídia, ao contrário do Brasil.

Mas isso Ascânio Seleme não conta para você. Nem ele nem qualquer outro dos funcionários da família Marinho.

Esse não será o último artigo a enviar recados dos Marinho para Lula. Mas até no formato escolhido, os herdeiros do “doutor” Roberto (que nunca foi doutor) estão enganados.

O tempo dos conchavos chegou ao fim e cada dia mais brasileiros e brasileiras sabem o que vocês fizeram nos verões passados.

*Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG.

Por favor inscreva-se em meu canal youtube e compartilhe o vídeo, o Twitter e o blog e, deixe um comentário.    

Site: https://www.ceilandiaemalerta.com.br/

Site: https://jornaltaguacei.com.br/

Facebook: https://https://www.ceilandiaemalerta.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/jtaguacei/

Facebook: www.facebook.com/jeova.rodriguesneves

Twiter: https://twitter.com/JTaguacei

Instagram: www.instagram.com/ceilandiaemalerta  @ceilandiaemalerta

vídeos.https://www.youtube.com/channel/UCPu41zNOD5kPcExtbY8nIgg?view_as=subscriber