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Moro sai por cima, acusando Bolsonaro de crimes e com palanque político num provável impeachment baseado em sua delação, cujo prêmio seria uma candidatura à Presidência

Do blog do autor

A queda do “superministro” Sérgio Moro, num governo normal, seria mais que previsível, afinal de contas, como ministro, ele foi ausente e omisso, uma nulidade completa, incapaz até mesmo de articular algum programa nacional de segurança pública, quanto mais de executá-lo

Mas a queda é tratada pelos jornais como o começo do fim do governo Bolsonaro, principalmente porque boa parte dos bolsonaristas se tornam moristas e a parte que ainda está com o presidente fica desbaratinada e desmotivada.

Moro tem apoio não por suas qualidades políticas, jurídicas ou administrativas, mas por ser “fiador moral” dos bolsonaristas e não bolsonaristas antipetistas. Sua qualidade, para essa gente, é quase que da ordem do sagrado, por ele ter finalmente encarcerado os diabólicos esquerdistas corruptos e, principalmente, o demônio dos demônios vermelhos, Lula, que ele chama carinhosamente de Nine – uma piada digna de Weintraub.

E o pior é que os jornalistas estão certos, Moro sai por cima, acusando Bolsonaro de crimes e tendo, essa é sua aposta, um palanque político num provável processo de impeachment baseado em sua delação premiada, cujo prêmio seria uma candidatura à presidência reunindo a direita e a extrema-direita em torno das bandeiras da anticorrupção e do anti-sistema, que até agora eram de Bolsonaro.

Tudo isso mostra como não estamos em tempos normais. Um sujeito pequeno, provinciano, que foi um juiz sádico e ardiloso e se mostrou uma nulidade política e administrativa no Ministério da Justiça é o campeão nacional da direita política para disputar a presidência em 2020 – e com grandes chances de vencer.Leia também:  Bolsonaro publica exoneração de Valeixo sem assinatura de Moro

O problema não é Moro nem Bolsonaro, mas a maior parte do povo. Não é que as massas estão mal informadas, têm pouca educação formal ou é manipulada: todos sabiam muito bem quem era Bolsonaro quando ele foi eleito.

E todos os que admiram Moro sabem muito bem a nulidade que ele é. Mas sabem também que ele faz de tudo para punir seus inimigos, encarcerá-los e fazê-los sofrer. E o inimigo é o criminoso comum, a esquerda corrupta, os políticos todos-ladrões, os ativistas dos direitos “dos manos”, os demônios, os demônios que nos cercam.

Demônios por todo lado! Quem apoiou Bolsonaro e a agora é Moro são os novos fascistas que veem demônios em todo lugar. São os evangélicos e carismáticos fanáticos, os pequenos empreendedores que se veem como capital humano, a classe média que quer ser rica e odeia pobre, os conservadores mais reacionários, os saudosos do paraíso da ditaduta etc.

Moro é o herói caça-demônio que vai prender os demônios em forma de gente, torturá-los e matá-los enquanto gozamos com o seu sofrimento. Moro vai nos proteger deles, vai purificar o mundo do mal e da corrupção. A prova? Ele prendeu o Nine, o diabo dos diabos. Então ele pode tudo.

E daí se Moro não sabe nada, nem falar, nem administrar, nem pensar, nem ouvir, nem se preocupa em saber os problemas do povo? E daí? Ele é o nosso Super-Moro caça-demônio infalível!

Foto: Agência Senado

Por Wilton Moreira

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