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Presidente da França ficará no Brasil entre terça-feira (26/3) e quinta-feira (28/3) e debaterá diversos temas com Lula

Durante a passagem de três dias no Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversarão sobre assuntos a nível global, incluindo a possibilidade de um assento permanente para os brasileiros no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a calamidade humanitária na Faixa de Gaza.

Lula tem feito diversas críticas ao Conselho de Segurança por o mecanismo estar falhando em aprovar resoluções para as guerras de Israel contra Hamas e Rússia com Ucrânia. O Brasil participa em um esquema rotativo no grupo, sem cadeira permanente.

O presidente brasileiro pede por mais países do Sul Global, antes chamados de subdesenvolvidos, e uma mudança na governança mundial.

Em dezembro, enquanto visitava a Alemanha, Lula cobrou as reformas: “É preciso mais gente. […] Ser do Conselho de Segurança não é um privilégio de apenas cinco países. A geopolítica de 1945 não é a geopolítica de 2023. Muita coisa mudou no mundo, só não mudou a irracionalidade dos irracionais”.

O pleito do Brasil em ser incluído fixamente no grupo passa pelas queixas do direito ao veto, atualmente um privilégio para as nações membros permanentes do conselho, e como isso impede a resolução de conflitos.

Exemplo disso, citado com frequência pelo chefe do Executivo, é a proposta brasileira de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas, colocada em pauta na ONU ainda em outubro, mês de início do conflito. O texto ainda pedia por corredores humanitários na Faixa de Gaza, em calamidade pelo pouco acesso à água, alimentos e itens de saúde.

Apesar de a resolução ter sido aprovada por demais nações, os Estados Unidos vetaram a solução brasileira e ela foi descartada. Até agora, o conselho não obteve unanimidade para emplacar uma ação pelo fim do conflito.

Mercosul

A vinda de Macron pode ainda ser mais uma oportunidade para uma conversa sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). As negociações duram mais de duas décadas, com a França como principal força de oposição para não celebrar o tratado.

O documento chegou a ser assinado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mas como não houve ratificação dos dois blocos, o texto não entrou em vigor.

Macron, no fim de 2023, disse publicamente ser contra o acordo que “foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar, mas está mal remendado”.

“Adicionamos cláusulas no início para agradar a França, mas não é bom para ninguém, porque não posso pedir aos nossos agricultores, às nossas indústrias, na França e em toda a Europa, que façam esforços, que apliquem novas medidas para descarbonizar, para deixar certos produtos, para depois dizer: 1Estou removendo todas as tarifas para trazer produtos que não aplicam essas regras’”, justificou o líder francês.

Este mês, Lula recebeu Pedro Sánchez, o presidente de governo da Espanha, e garantiu estar “otimista” para selar o contrato do Mercosul com a UE: “Minha tranquilidade é que a União Europeia não depende do voto da França”.

Oficialmente, o governo da França protela uma decisão, já que o foco para o país são as eleições no Parlamento Europeu este ano.

Cooperações

Em Brasília, na quinta-feira (28/3), Lula e Macron deverão celebrar alguns acordos de cooperação entre as nações. Alguns previstos incluem a modernização da gestão pública; troca e proteção mútua de informação classificada; e protocolo sobre cinema e audiovisual.

Com informações do Metrópoles

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