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Em entrevista à rádio francesa France Info, Monica Benicio diz que luta para que os assassinos da vereadora do PSOL no Rio, Marielle Franco, morta em 14 de março de 2018, sejam detidos. E a Justiça seja feita.

“Passei do luto para o combate”, diz Monica Benicio, que diz ainda se lembrar do último dia ao lado de Marielle, “uma figura carismática, que era parada nas ruas para tirar fotos e receber abraços”, descreve. Antes de falar sobre a morte da companheira, no vídeo ela dá detalhes de como a amizade das duas se transformou em um relacionamento estável.

No dia do assassinato, Monica comentou que, ao meio-dia, se encontrou com Marielle em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio. “Almoçamos juntas e depois trocamos mensagens, até saber da notícia no fim do dia”, diz. Aos 38 anos, a vereadora levou quatro tiros na cabeça quando deixava a Casa das Pretas, no centro do Rio, onde mediou um debate. Desde então, Monica investiu na luta contra o racismo, a homofobia e a violência policial.

“No dia 14 de março, ficou provado que a guerra hoje no Brasil é entre a barbárie e a democracia”, diz Monica, que também critica o andamento da investigação, apesar da prisão de diversos suspeitos. “Já faz dez meses que o inquérito foi aberto e não sabemos até hoje o que aconteceu”, declarou. As autoridades brasileiras suspeitam da existência de uma organização de funcionários e policiais que tentam bloquear a investigação sobre a morte – o que levou à abertura de outra investigação.

Luta contra o novo governo

A morte de Marielle Franco aconteceu durante a campanha presidencial no Brasil. “Um presidente, um homem que está no principal cargo de poder, não se manifestar a respeito de um dos assassinatos políticos mais violentos da história do país, é no mínimo conivente”, ressalta Monica. Segundo ela, esse silêncio o torna “cúmplice” do assassinato da vereadora carioca. Durante a campanha eleitoral, Monica militou contra o candidato de extrema direita.

“É perigoso ter um governo que legitima a violência”, diz. Segundo ela, a população com quem ele não se importa é a que mais vai sofrer, citando negros, pobres, mulheres, moradores da favela e integrantes da comunidade LGBT. “A esperança somos nós, que fazemos a resistência”, observa. “É importante preservar a imagem dessa mulher para que não caia no esquecimento, não só porque ela era uma pessoa extraordinária, mas pela luta que ela representava, e para que não tenhamos mais nenhuma barbárie como a que aconteceu com ela”, declara.

Ela insistiu no vídeo sobre a importância de “resistir”, e passou a integrar recentemente o partido PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), legenda de Marielle Franco. “Tomei essa decisão para que as pessoas entendessem que sua luta ainda não chegou ao fim.”

“Eu passei do luto para luta”, diz Mônica Benício, viúva de Marielle Franco.Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

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