O advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento do ex-juiz federal e atual ministro Sergio Moro e ex-sócio de sua esposa, Rosângela Moro, com quem tinha uma empresa de palestras, tem uma nova atividade: tornou-se membro da Associação Brasileira de Relações Governamentais, ou seja, virou oficialmente lobista.
A notícia foi publicada pela coluna Radar, da revista Veja, que publica uma foto de Moro com a mãe do amigo e do procurador Deltan Dallagnol com João, irmão do advogado. A revista informa também que a entrada de Zucolotto na Associação aconteceu no mesmo dia que o convite para a festa de aniversário da Lava Jato para o procurador Deltan Dallagnol. A mesma entidade (Abrig) vai organizar a festa de cinco anos.
Segundo o advogado Rodrigo Tacla Duran, que colaborava para a Odebrecht, Zucolotto lhe pediu propina para mediar acordo de delação premiada na Lava Jato, oferecendo em troca uma multa menor no processo.
“Em 2016, Zucolotto me pediu US$ 5 milhões em troca de sua intermediação durante negociação de um acordo com a força-tarefa de Curitiba, cujo teor equivalia uma sentença por crimes que não cometi. Estranhamente, esta incômoda verdade nunca foi investigada”, descreveu Tacla Duran, em um artigo publicado no site jurídico Conjur em junho de 2018.
Pelo Twitter, a equipe do ex-presidente Lula ironizou a notícia, questionando se no lugar de Moro estivesse o petista. “Ia ter gente jejuando”, publicou, lembrando de uma ameaça de jejum feita por Dallagnol durante o julgamento do habeas corpus de Lula.