Segundo a ministra, a COP30 será “o momento da vida para restaurar tudo aquilo que parece que estamos perdendo a cada situação extrema que enfrentamos”
247 – O Brasil está oficialmente no centro das atenções globais na luta contra a crise climática. Durante a Plenária de Encerramento da COP29, realizada neste sábado, 23 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, assumiu a presidência designada da COP30. Em um discurso marcado por responsabilidade e esperança, ela destacou a importância histórica da realização do evento em Belém, no Pará, em 2025, no coração da Amazônia.
“É com grande senso de responsabilidade e cientes do enorme desafio coletivo que nos está sendo entregue, que o Brasil recebe do Azerbaijão a presidência designada da Conferência das Partes”, afirmou Marina Silva, evidenciando que o evento será construído sobre décadas de negociações climáticas, como o Acordo de Paris e os resultados alcançados nas COPs de Dubai e Baku.
A realização da COP30 em Belém foi descrita pela ministra como um momento crucial para impulsionar a cooperação global frente à crise climática. O evento, que contará com investimentos de quase R$ 5 bilhões para infraestrutura, também é visto como uma oportunidade de desenvolvimento local, com geração de empregos, incentivo ao turismo e melhorias na qualidade de vida dos moradores da região.
Marina enfatizou que a COP30 será “o momento da vida para restaurar tudo aquilo que parece que estamos perdendo a cada situação extrema que enfrentamos”. Ela pediu união entre os países para alcançar resultados concretos, reforçando a necessidade de alinhamento interno e global antes do encontro no Brasil.
Entre os pilares apresentados, a ministra destacou a Missão 1,5, lançada pelo Brasil na COP28, que tem como meta limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC. Para isso, Marina defendeu que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países sejam mais ambiciosas e que recursos financeiros suficientes sejam mobilizados para sua implementação.
“Aqui no Azerbaijão, nossa principal tarefa é garantir recursos e meios de implementação para cumprirmos com a Missão 1,5. Até a COP30, nosso objetivo central será ajustar nossas NDCs para alcançar essa meta”, afirmou.
A ministra descreveu a próxima edição da Conferência como a “COP das COPs”, reforçando que três pilares essenciais — confiança, cooperação e solidariedade — precisam ser resgatados no cenário global. Segundo Marina, esses valores estão se tornando escassos em um mundo polarizado, mas são indispensáveis para o sucesso da luta climática.
Ela ainda fez um apelo à ação imediata: “Não há mais tempo a perder. Precisamos fiar e confiar, como nos ensinam as fiandeiras da Amazônia e os povos tradicionais, para garantir um futuro melhor para todas as formas de vida, inclusive a nossa.”
Marina Silva também alertou para os desafios que o Brasil enfrentará na realização do evento. A COP30 não será apenas um encontro global, mas uma oportunidade simbólica para conectar o mundo ao território amazônico e reforçar a urgência de ações contra a crise ambiental.
“A COP30 será o reflexo do que fomos capazes de construir ao longo de mais de três décadas de esforços climáticos. Agora, no coração da Amazônia, temos a chance de transformar expectativas em ações concretas para restaurar o equilíbrio do planeta”, destacou.
Com o Brasil já oficialmente sediando a COP30, os preparativos estão em andamento. O evento reunirá líderes mundiais, cientistas e organizações da sociedade civil, promovendo debates cruciais para enfrentar os desafios climáticos. Além disso, o legado da conferência promete ir além das negociações, transformando Belém em um polo de referência para soluções climáticas e desenvolvimento sustentável.
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