As denúncias de fraude na eleição boliviana “capengam” num ponto essencial: a direita e a OEA, que lhe está servindo de madrinha, têm “convicção”, mas não têm provas de que ocorreu qualquer desvio de votos.
O governo boliviano já disse que aceita qualquer auditoria séria que se queira fazer na contagem e, aliás, o único protesto entre os integrantes do Tribunal Supremo Eleitoral (o TSE deles) foi a renúncia do seu vice-presidente, Antonio Costas, que deixou seu cargo em discordando da suspensão da divulgação dos boletins da contagem expressa das urnas que, segundo ele, iria provocar intranquilidade e problemas desnecessários.
Mas não porque houvesse fraude: os subtotais da apuração que, disse ele, estavam absolutamente certos ao apontar a provável vitória de Evo Morales com base nos resultados transmitidos pelas mesas apuradoras locais. E os resultados da contagem urna a urna provaram que Costas estava correto.
O fato, primeiro e evidente: Evo Morales venceu a eleição, com pelo menos 47% dos votos válidos. Para você comparar: em outubro passado, no primeiro turno, Jair Bolsonaro teve 46% dos votos válidos e acho que não houve um que não dissesse que sua vitória foi acachapante.
A regra do jogo, lá, tem uma alternativa aos “50% + 1 voto” da nossa, em relação à desnecessidade de 2° turno. É, como na Argentina, que o vencedor tenha mais de 40% do eleitorado e abra uma vantagem de 10% sobre o segundo colocado.
Não 11, não 12, não 15: 10 pontos.
Existe alguma razão lógica para uma eleição que vinha, até a metade da apuração, virtualmente empatada, ter tomado outro rumo e ver abrir-se uma significativa vantagem para Morales?
Quem é do Rio e tem mais de 50 anos lembra como se montou o esquema para tentar fraudar a vitória de Leonel Brizola nas eleições para governador. Como a diferença era pequena (ao final, 3,57 % sobre Moreira Franco), criou-se um clima de dúvida, fazendo computar mais depressa os bairros de classe média e mais lentamente os da periferia e da Zona Oeste da capital, dando cobertura à tentativa de fraude na apuração eletrônica.
A geografia do voto na Bolívia, hoje, se presta a isso: Evo Morales perde nos maiores centros urbanos, mas continua inabalável nas comunidades periféricas e nas vilas indígenas no interior.
Quer um exemplo?
Na capital, La Paz, considerado apenas o município, ele perde (39% a 49% para Mesa). Mas veja o que acontece com a votação de Morales nos municípios que envolvem La Paz, que somam uma população muito maior que o centro: ele ganha com 50, 60, 80% e até 90% em quase todos os outros municípios (85 de 86), que representam mais de 75% do Departamento, que é o equivalente ao nosso Estado.
Estes urnas, claro, demoram mais a chegar e a serem computadas e o resultado expresso, com os resultados sendo transmitidos dos locais de apuração acabu por dar uma noção mais precisa do eleitorado que a apuração mais segura, feita por meio físico, que demorou – e está demorando, pois ainda faltam 541 urnas (1,4% do total) a serem contadas fisicamente.
E o que falta é absolutamente pró-Morales, em geral com grande diferença, que vai superar os 10,13% apontados agora e que já representam 613.536 votos, num total de 6, 606 milhão de válidos.
Não é pouca coisa e estes são os números. Falar de fraude sem dizer onde e como se fez é aquela do “padrão Aécio” que se tentou em 2014.
A fraude por “convicção”.
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