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A menos de três meses para as eleições, Lula, o grande protagonista do pleito, segue na condição de preso político, em Curitiba. A incerteza da situação – de Lula e, consequentemente, do país – orienta a movimentação de partidos políticos, que começam a formar alianças e formular estratégias para outubro. Enquanto atores importantes do golpe de 2016 colocam suas cartas na mesa, como a espúria aliança do centrão com o PSDB e a possível chapa de Jair Bolsonaro e Janaína Pascoal, a esquerda parece não ter enxergado o óbvio. A união de que tanto se fala, deve ocorrer, com urgência, e deve ser em torno do franco-favorito a vencer as eleições. A esquerda deve entender que o país não aguentaria mais quatro anos da direita no poder, e vencer as eleições é, mais que um ato político, um dever cívico, para com cada um dos cidadãos brasileiros.

Para que se chegue à vitória, em tempos de golpes, no plural, é necessário se despir de vaidades e traçar estratégias inteligentes e eficazes. Primeiramente, é importante saber que não faz sentido, a uma altura dessas do campeonato, abandonar o líder nas pesquisas, candidato preferido dos brasileiros, e virtual futuro presidente, para, em nome do golpe, desistir precocemente para apoiar outro candidato. Caso Ciro Gomes, e o PDT, parem de agir como adversários e proponham compor chapa com o PT, é importante vislumbrar que o rabo não pode balançar o cachorro: Lula deve encabeçar a aliança. Sobre os candidatos de outros partidos, como Manuela D’Ávila, do PC do B, e Guilherme Boulos, do PSOL, que não atingiram um percentual mínimo para sequer sonhar com segundo turno, deveriam, imediatamente, em nome do dever cívico supracitado, abandonar suas candidaturas em favor da de Lula.

No entanto, se é para traçar estratégia, e não ficar apenas no campo dos sonhos, há que se considerar a possibilidade de Lula ser considerado, injustamente, friso, inelegível pelo TSE, em razão da Lei da ficha Limpa. De acordo com o Diploma, condenados em segunda instância, não podem ter seus registros aprovados. Se o Poder Judiciário, que não chamarei aqui de Justiça, impedir Lula de ser candidato, temos que apostar nele como cabo eleitoral. Existe uma corrente, que perigosamente vem sendo difundida, que se Lula não for candidato, seus eleitores não devem ir às urnas. Não existe pensamento mais interessante do que esse: para o Bolsonaro e para o PSDB. Se o próprio Lula já falou que se não for candidato vai atuar como cabo eleitoral, não dá para entender essa corrente que difunde a ideia de que a esquerda deve perder as eleições de proposito, sendo favorita para vencer, para ficar mais quatro anos gritando que é golpe. Não tem dúvidas, amigos: é golpe sim. Cabe a nós sair dele, com urgência.

O dever cívico de vencer as eleições não compete apenas aos partidos, mas também, aos eleitores de esquerda, que são a maioria no país. O Brasil não suporta mais um mandato sequer de cassação de direitos dos trabalhadores, corte de políticas públicas e entrega de nossas riquezas. Temos que encarar as eleições como uma guerra que precisamos vencer, em nome de cada um dos brasileiros, e que Lula é o general que nos conduzirá ao triunfo. Não existe mais tempo para vaidades, candidaturas para marcar posição ou estratégias derrotistas. Em outubro temos um encontro marcado com a vitória.

GUILHERME COUTINHO

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política