As voltas com um projeto que a população rejeita, o Planalto já colocou de pé o mais conhecido recurso de Brasília para tentar arrebanhar os votos necessários para enfiar a reforma da Previdência goela abaixo dos brasileiros e brasileiras — distribuição de emendas parlamentares.
Como noticia a Folha de hoje, com base em depoimentos de integrantes das principais bancadas do Congresso, cada voto a favor da reforma irá custar R$ 40 milhões em emendas para o cada deputado, cada senador, garantir a aprovação da reforma. Só na Câmara, onde as negociações estão avançadas em tratativas entre o ministro Onix Lorenzoni, o presidente Rodrigo Maia e outras lideranças, diz o jornal, a compra de votos de 308 deputados sairá por R$ 12, 3 bilhões. Se o mesmo esquema se repetir no senado, com os mesmos valores, a conta bate em R$ 1,9 bi. No total, estamos falando em R$ 14, 2 bilhões, numa estimativa modesta — a suposição é uma contabilidade controlada, na qual a compra de apoio atingirá exatamente o total de parlamentares necessários em cada casa.
Imaginando que nenhum centavo será desviado nem irá desaparecer em tratativas obscuras, pouco explicadas, que marcam a política brasileira desde o início dos tempos, podemos registrar uma barganha compensatória, típico daquilo que, na última campanha eleitoral, era costume de definir como “velha política”. Em vez de tentar ganhar apoio da sociedade num debate claro e transparente, em torno de ideias e visões de país, abre-se o cofre dos recursos públicos.
Imaginando que nenhum centavo será desviado nem irá desaparecer em tratativas obscuras, pouco explicadas, que marcam a política brasileira desde o início dos tempos, podemos registrar uma barganha compensatória, típico daquilo que, na última campanha eleitoral, era costume de definir como “velha política”. Em vez de tentar ganhar apoio da sociedade num debate claro e transparente, em torno de ideias e visões de país, abre-se o cofre dos recursos públicos.