*Rollemberg: o pífio*
O Distrito Federal não merece um governador tão intelectualmente desonesto como Rodrigo Rollemberg.
Impressiona que todas as boas iniciativas realizadas pelo governo federal e por gestões anteriores ele se aproprie delas como se fossem suas.
Por outro lado, todas as demonstrações de incompetência e incapacidade de seu governo ele atribui aos outros. É incrível a sua falta de seriedade.
Aliás, o governo Rollemberg tem, sim, várias iniciativas inéditas e aqui podemos listar o caos na saúde, o racionamento de água, a ameaça de atrasar salários dos servidores, o viaduto que caiu no eixão à luz do dia.
Típico de governos autoritários, Rollemberg busca desqualificar as pessoas que têm críticas e opiniões divergentes ao seu pífio governo.
Uma demonstração inequívoca dessa prática é exatamente a forma como rebateu o pronunciamento do vice-governador, Renato Santana, que ocupou a tribuna da Câmara Federal nesta segunda-feira (23/4), durante sessão solene em homenagem aos 58 anos de Brasília, para denunciar a prática de racismo e de perseguição política por parte do governador.
A reação de Rollemberg, a partir da Casa Civil, é simbólica do caráter despótico de seu governo. Em nota, diz que as declarações são mentirosas e levianas e que não passam de vitimização.
Ora, governador, quem sente a discriminação e o peso do racismo é exatamente quem está sendo discriminado. Um branco não sabe a discriminação que um negro sofre, assim como um homem não pode mensurar a discriminação que sofre uma mulher.
Não é o senhor governador quem vai determinar ou decidir se alguém está ou não se sentindo vítima de preconceito. A discriminação que o vice-governador disse que sente não é passível de seu julgamento.
Ao invés de adotar postura tão arrogante e prepotente, de quem se acha o dono da verdade absoluta, vossa excelência deveria se colocar no lugar de escuta, de respeito às ideias diferentes.
Não se sinta no direito de se colocar como porta-voz de trabalhadores e trabalhadoras em relação às entidades sindicais, bem como, não se sinta dono de Brasília, pois ela não lhe pertence. O que lhe pertence, neste momento, é exatamente a condição de ser o pior governador que o Distrito Federal já teve.
Brasília, 23 de abril de 2018
*Erika Kokay – deputada federal e presidenta do PT-DF*