Eduardo Bolsonaro durante evento que reúne conservadores nos EUA, o CPAC. Foto: Erik S. Lesse/EPA/EFE

Enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) insiste em dizer que vive sob “perseguição” no Brasil, lideranças de extrema direita ao redor do mundo têm se articulado para usar sua narrativa como forma de minar a legitimidade da eleição de 2026. Segundo apuração de Jamil Chade, do UOL, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria explorando essa alegada “ditadura” no país para angariar apoio de aliados ultraconservadores no exterior.

A estratégia, conforme apontam articuladores ouvidos pelo UOL, concentra-se na disseminação de desinformação a respeito do processo eleitoral brasileiro. “As ameaças de prisão — incluindo a apreensão de passaportes — contra o deputado Eduardo Bolsonaro são um sinal claro da perseguição e do assédio que os brasileiros continuam a sofrer nas mãos de Lula da Silva”, alega o Foro de Madri, coalizão de grupos ultraconservadores na Espanha.

De acordo com Chade, um dos objetivos é obter respaldo de capitais lideradas por populistas, como a gestão de Donald Trump nos Estados Unidos. A ideia seria construir a imagem de que o Brasil vive sob um regime que não tolera oposição, de modo a pôr em dúvida qualquer resultado eleitoral futuro. “Ele decidiu permanecer nos Estados Unidos para continuar seu intenso trabalho de denunciar (…) as violações dos direitos humanos”, sustenta o grupo de extrema direita, sem provas.

Dos EUA, Eduardo Bolsonaro anunciou que não voltará ao Brasil na última terça (18). Foto: Reprodução

Essa retórica segue o script adotado por nomes como Steve Bannon, aliado próximo dos Bolsonaro, que se define como “prisioneiro político” nos EUA. Ele liderou, sem comprovação, acusações de suposta fraude eleitoral após a derrota de Trump em 2020, e foi preso em 2024 por desacato ao Congresso americano durante as investigações do ataque ao Capitólio. A mesma narrativa também foi usada para descrever invasores do Capitólio, que acabaram condenados por atos de violência em janeiro de 2021.

A investida global bolsonarista também se relaciona com o cenário latino-americano, onde governantes ultraconservadores avaliam a possibilidade de unificar forças para barrar o crescimento da China na região. “O Foro de Madri considera fundamental ter o apoio do Brasil para criar uma nova ordem internacional”, relata Jamil Chade. Em paralelo, aliados de Eduardo Bolsonaro buscam estabelecer laços com grupos europeus herdeiros de regimes autoritários e que compartilham o mesmo discurso de “perseguição”.

Enquanto isso, o filho do ex-presidente reforça suas críticas ao governo Lula e ao ministro Alexandre de Moraes, procurando vincular a atuação do STF a um suposto “cerceamento de liberdades”. Para Eduardo, sua situação seria equivalente à de “dissidentes” em países autoritários, embora não apresente provas para sustentar a tese. Nos bastidores, o plano do bolsonarismo internacional permanece o mesmo: enfraquecer as instituições democráticas brasileiras e pôr em dúvida a legitimidade do pleito em 2026.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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