Tenente-coronel age deliberadamente para melar as investigações, aponta o empresário, que conhece os meandros do sistema de justiça
MauroCid detonou a ‘bomba da desconfiança’ dentro das instituições do Estado que o acolheram como delator. Os tiros tinham alvos pré-definidos e foram certeiros, atingiu em cheio a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes.
Ao contrário do que pensam nossos incautos jornalistas e “especialistas” de plantão da GloboNews e outros tantos que acreditam ter sido tiro no pé.
Cid recebeu a “missão” (característico de militares) em se infiltrar e implodir de dentro o inquérito no momento propício. O start para a fase final da “missão” iniciou-se em duas frentes. O ato na paulista com Jair Bolsonaro pedindo anistia e os depoimentos confusos e propositalmente contraditórios dos dois ex-comandantes à PF.
A partir daí a coisa escalou e incitou a revolta dentro da caserna. O ministro da defesa José Múcio foi instado a comunicar o governo da insatisfação generalizada do alto coturno. O “recado” foi curto e grosso. Se viesse ordem de prisão para qualquer um dos envolvidos de alta patente o caldo entornaria de vez.
A meu ver, não foi recado, foi ameaça e surtiu efeito imediato.
O presidente Lula capitulou sobre eventos de 64 e determinou a Múcio a fala que soou como pedido explícito de ANISTIA aos militares.
Cid sabia que o vazamento o levaria a prisão, foi movimento orquestrado e calculado, missão dada, “MISSÃO CUMPRIDA!” Cid também sabia que não iria para a Papuda se juntar aos baderneiros, iria, como foi, para um quartel-general junto de seus “familiares” em uma espécie de prisão domiciliar com todas as regalias e livre de fiscalização externa. Praticamente um spa.
A ‘PROVA INEQUÍVOCA’ de que Cid e a defesa não estavam “BEM INTENCIONADOS” qto a manter a HIGIDEZ DA DELAÇÃO, foi a nota do advogado ‘CONVALIDANDO’ de imediato os áudios vazados. Só não enxerga a VERDADEIRA INTENÇÃO quem sofre de miopia intelectual e neófitos do direito. Se realmente tivessem sido pegos de surpresa e não fossem partícipes do vazamento, teriam agido como os procuradores da Lava Jato Deltan e o ex-juiz Sérgio Moro que, ao CAÍREM na Vaza Jato, foram veementes em negarem a veracidade das mensagens vazadas jogando a desconfiança para a opinião pública. Todos eles “mantêm isso aí” até hoje.
O que o advogado de Cid fez foi minimamente calculado, sabia que o efeito das falas “vazadas” seria devastador para as investigações e abriria brechas enormes para a defesa de todos os envolvidos. Atende principalmente os militares, além, claro, de incendiar o discurso político plantando a semente da desconfiança nos poderes da república.
O depoimento de ontem no STF é outra prova INEQUÍVOCA da FARSA e que não havia pretensão alguma em se defender nem evitar a prisão visto que, perguntado quem seria o interlocutor ou interlocutores dos áudios negou-se a responder. Ato contínuo, recebeu ordem de prisão e FINGIU PASSAR MAL em evidente intenção dissimilatória. A expressão corporal e facial de Cid encaminhando-se para o “camburão” desnuda a farsa. Qualquer especialista de linguagem corporal atesta isso. Ou seja, cada passo foi minuciosamente pensado e posto em prática.
Mais claro que isso somente a luz do sol.
Resumo do estrago jurídico e político do ato até esse momento:
- A delação de Cid perdeu credibilidade e deverá fatalmente ser rescindida.
- Proporcionou aos bolsonaristas equipararem os vícios da Lava Jato ao inquérito.
- Todos os envolvidos entrarão com recursos pedindo anulação dos depoimentos do Cid.
- Já há movimentação na Câmara e Senado para abertura de CPI.
- Ganha força a tramitação de vários projetos de anistia gestado na paulista por Bolsonaro.
- Incendeia a revolta na caserna e dá discurso para os militares reagirem com força.
- Convocarão vários atos para denegrir as investigações.
Finalizando, deixo em aberto a resposta de uma pergunta para reflexão de todos.
Se Cid gravou tal coação, o quanto abala?
Com informações do Brasil 247
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