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A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou durante pronunciamento na Câmara nesta terça-feira (23) que o presidente Jair Bolsonaro mente ao querer induzir o povo a acreditar que com a mudança do presidente da Petrobras o preço dos combustíveis pode baixar. Segundo Gleisi, apesar de ser um direito do presidente da República mudar a direção de uma estatal – mesmo sob protesto do mercado – Bolsonaro não pode tentar iludir o povo de que é possível reduzir o preço da gasolina e do diesel sem mudar a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras, atrelada ao preço internacional do barril de petróleo.

A política de preços da estatal passou a vigorar desde o governo golpista de Michel Temer, em 2016, e tem sido mantido até agora pelo governo Bolsonaro. “Bolsonaro está mentindo ao fazer crer que, mudando a presidência da Petrobras, vai conseguir a redução do custo dos combustíveis. Para isso, ele precisa mudar a política da Petrobras, o que ele disse hoje que não vai fazer. Para baixar o preço da gasolina e do diesel, ele precisa mudar a política de preços”, afirmou a parlamentar.

Gleisi explicou durante seu pronunciamento que o custo do combustível, fruto do petróleo extraído no Brasil, é barato graças ao pré-sal. Porém, ela detalhou que nesse custo da produção do combustível a Petrobras incorpora também o preço do barril de petróleo cotado internacionalmente, adicionando ainda o custo de importação, mesmo que não importe o produto.

“Assim, o nosso diesel e a nossa gasolina produzidos aqui ficam mais caros do que os produzidos lá fora. Isso não tem a ver com ICMS. Isso aumenta o lucro, a margem de lucro da empresa. O nosso diesel já chegou a ter margem de lucro de 150%, o que beneficia os acionistas privados. Aliás, essa política foi implementada em 2016 exatamente para isso”, observou.

A presidenta nacional do PT disse ainda que o governo Bolsonaro também precisa mudar a sua política em relação ao refino do petróleo, parando de vender refinarias e de importar combustíveis. Gleisi Hoffmann lembrou que, em 2016, o Brasil importava 31% da gasolina que consumia, e que em 2019 já importávamos 65%.

“Essa política fez com que, só neste ano, a gasolina subisse 34% e o diesel 27%. Algum salário foi reajustado assim? Não. Aliás, o povo está sem salário, porque está desempregado. Nem a renda emergencial Bolsonaro providenciou para os que precisam”, criticou a deputada.

Reajustes nos governos do PT

A parlamentar ressaltou ainda que o lucro da Petrobras também precisa ser dividido com o povo, por meio de sua política de preços que mantenha o valor dos combustíveis acessíveis. Ela relembrou que durante os 13 anos de governo de Lula e Dilma isso foi feito, e que durante esse período houve apenas 28 reajustes.

“Depois de 2016, nós já tivemos bem mais de 500 reajustes. Com Lula, o preço do litro da gasolina era em média R$ 2,08 e do diesel R$ 1,57. Com Dilma, o preço da gasolina era R$ 2,49 e do diesel R$ 1,99”, disse Gleisi comparando com o valor médio de R$ 5,20 da gasolina e de R$ 4,02 do diesel agora no governo Bolsonaro.

Héber Carvalho

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