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A extinta força-tarefa Operação Lava Jato, comandada pelo procurador federal no Paraná Deltan Dallagnol, tripudiou com o fato de que a empresa brasileira Odebrecht seria “quebrada pelos americanos” com as multas que sofreria naquele país graças à ajuda dos procuradores da extinta Operação Lava Jato.

É o que mostram os diálogos protocolados nesta segunda-feira (22) pela Defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF. Todas as conversas a que os advogados do petista tiveram acesso advêm da Polícia Federal, trata-se de material periciado pela Operação Spoofing, ao qual o MPF-PR teve acesso antes do que a Defesa do ex-presidente.

De acordo com este material, a relação entre a Lava Jato e as autoridades norte-americanas seguiu a  informalidade que os procuradores adotam com todas as autoridades estrangeiras com quem travaram contato sem a anuência das autoridades devidas no Brasil.

Informações, segundo se depreende das mensagens analisadas, foram repassadas “para os americanos para fins de inteligência”, mesmo com a ciência exposta por Deltan Dallagnol de que as autoridades daquele país poderiam
“quebrar” empresas brasileiras.

No treco transcrito abaixo, de diálogo do dia 16 de abril de 2016, em que Dallagnol e seus colegas de MPF (Ministério Público Federal) discutem como podem compartilhas dados da Odebrecht com suíços e norte-americanos, para que todos tenham sucesso em processar e condenar a companhia brasileira.

• 20:47:57 Deltan Talvez possamos ter a lista e passar a eles só o número de contas em cada país para que eles verifiquem se a Ode está cooperando de modo integral
• 21:20:39 Orlando SP Acho q tem de ter autorização dos suíços. Outra coisa, acho q os americanos quebram a empresa
• 21:39:04 Deltan Kkkk
• 21:39:53 Vou perguntar então
• 21:40:31 Mas Vc tem esses 2 materiais? O que veio do Marco e o pedido de cooperação para compilarmos as contas? De qq modo é bom termos essa relação
• 22:13:36 Orlando SP Não. Stefan (procurador suíco) me avisou q mandaria via março, mas ainda não contei dele. Vou cobrar.

O mesmo material periciado revela ainda que a extinta força-tarefa mantinha um banco de dados clandestino com informações de, pelo menos, 52 escritórios de advocacia que prestaram serviços ao Grupo Odebrecht entre 2007 e 2016.

O dossiê de Dallagnol era a respeito de escritórios e advogados sem qualquer relação com ilícitos da empreiteira praticados na Petrobras, que era o objeto de investigação da Lava Jato. Assim, trata-se de um desvio de finalidade da força-tarefa, além de uma investigação clandestina recaindo sobre operadores da Justiça.

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