Nova estratégia publicitária busca reconquistar confiança após crise envolvendo o Pix e desinformação sobre impostos
247 – Em uma tentativa de melhorar sua comunicação com empreendedores e trabalhadores autônomos, o governo do presidente Lula (PT) intensificou sua presença nas redes sociais nas últimas semanas. De acordo com levantamento divulgado pelo O Globo, o Executivo destinou R$ 278 mil em sete dias para impulsionar 23 anúncios nas plataformas Instagram e Facebook, da Meta. A campanha foca em ações como o Programa Acredita, que renegocia dívidas e disponibiliza créditos para pequenos negócios, e busca reparar os danos da recente crise envolvendo desinformação sobre impostos no Pix.
A iniciativa é parte de uma estratégia liderada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, que assumiu a Secretaria de Comunicação Social (Secom). Com anúncios direcionados a públicos específicos, como “trabalhadores autônomos”, “freelancers” e “microempreendedores”, o governo tem utilizado ferramentas de segmentação da Meta para atingir esses grupos. Nos últimos 30 dias, foram investidos R$ 1,5 milhão em 63 peças publicitárias, marcando um esforço concentrado para dialogar com o segmento.Play Video
Reação após a crise do Pix – A crise de imagem do governo foi amplificada pela reação negativa a uma norma da Receita Federal, que previa o monitoramento de transações financeiras. Apesar de a medida ter sido revogada, notícias falsas sobre a cobrança de impostos em transferências via Pix geraram desconfiança entre autônomos e pequenos empresários.
Os anúncios oficiais destacam mensagens como “o sonho de empreender se tornou realidade” e “acreditar é o primeiro passo para realizar o sonho de empreender”, buscando aproximar o governo desses trabalhadores e divulgar políticas públicas de incentivo. Além disso, conteúdos relacionados ao ProUni, geração de empregos e obras também foram impulsionados, reforçando a agenda positiva do Executivo.
Reconhecimento do desafio – Lula reconheceu as dificuldades de comunicação com trabalhadores informais e autônomos durante a primeira reunião ministerial do ano. O presidente afirmou que é essencial compreender a transformação do mercado de trabalho e adaptar as políticas públicas às novas características da sociedade. “O povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980 […] é um povo que está virando empreendedor e gosta de ser empreendedor. E nós precisamos aprender a trabalhar com essa nova característica e formação do povo brasileiro”, disse.
Uma pesquisa do Ipec divulgada em dezembro revelou que a reprovação ao governo é maior entre quem ganha entre dois e cinco salários mínimos (40%) e acima de cinco salários mínimos (44%), categorias que incluem boa parte dos autônomos e pequenos empresários. Entre os que recebem até um salário mínimo, a avaliação negativa é de 25%.
Caminho pela frente – Apesar dos esforços, o governo ainda enfrenta resistências no diálogo com categorias como motoristas de aplicativos e entregadores. Um projeto de lei enviado ao Congresso em 2024 para regulamentar os serviços gerou insatisfação entre os trabalhadores e estagnou no Legislativo. A ausência de consenso com empresas do setor também dificultou avanços significativos.
Com uma comunicação mais direcionada e o reforço de Sidônio Palmeira na Secom, o Planalto tenta mudar a narrativa e conquistar a confiança de um público que tem mostrado desconfiança em relação às políticas do governo.
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