O relançamento da integração latino-americana
“Nada deve nos separar” Presidente Lula na 7ª Cúpula da Celac
“A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações” Constituição brasileira, artigo 4º
O retorno do Brasil à CELAC marca o relançamento da integração latino-americana e a retomada de uma perspectiva decolonial e soberana de desenvolvimento no hemisfério.
A CELAC, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, foi criada em fevereiro de 2010 como reflexo, sobretudo, da convergência geopolítica dos principais governos progressistas e antineoliberais da América do Sul.
Ao lado de Lula, outros governantes sul-americanos como Néstor e Cristina Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa e Tabaré Vázquez tiveram papel relevante na concretização desta iniciativa de dimensão hemisférica.
Integrada por 33 Estados-membros, a CELAC é uma espécie de OEA [Organização dos Estados Americanos], porém sem o Canadá e os EUA.
Ou seja, um mecanismo genuinamente latino-americano de coordenação, articulação política e resolução de conflitos interpaíses.
O Brasil, com a proeminência geopolítica, econômica e estratégica conquistada durante o período de governo do presidente Lula, foi uma peça essencial para a formação da diversificada institucionalidade integracionista independente nesta região do mundo.
A destruição e o debilitamento dos organismos regionais de integração como o MERCOSUL, a UNASUL e a CELAC foi o objetivo central da derrubada da presidente Dilma Rousseff com o golpe de 2016.
A convergência ultraliberal e pró-EUA de governos como o do usurpador de Michel Temer no Brasil, de Maurício Macri na Argentina, Sebastián Piñera no Chile e Horácio Cartes no Paraguai, propiciou uma guinada significativa do processo de integração.
Sob influência estadunidense, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru se desligaram da UNASUL em 2018, com o objetivo de isolar a Venezuela e os países considerados “bolivarianos”.
Jeferson Miola
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