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No Estadão

Rússia e China se posicionam a favor de Maduro e rejeitam eventual intervenção na Venezuela

Além de Moscou e Pequim, Irã e a Turquia também legitimam o sucessor de Hugo Chávez e se manifestaram contra o que chamam de ‘tentativa de golpe’

Redação, O Estado de S.Paulo

24 Janeiro 2019 | 09h55

CARACAS – A Rússia afirmou nesta quinta-feira, 24, que Nicolás Maduro é o presidente legítimo da Venezuela e que tentativas externas de usurpar o poder descumprem com a lei internacional. Outros países, como a China e a Turquia, também disseram ser contra uma eventual interferência dos Estados Unidos sobre as decisões internas em Caracas.

O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, afirmou que uma intervenção é “inaceitável” e que as declarações dos EUA sugerindo a possibilidade de entrar com forças militares no país são muito perigosas, o que poderia abrir espaço para o caos e “um banho de sangue”. Perguntado se a Rússia, antiga aliada da Venezuela, estaria disposta a dar asilo a Maduro, o porta-voz afirmou que ele é o líder legítimo do país.

Na quarta-feira 23, em meio a protestos contra o segundo mandato de Nicolás Maduro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, da oposição, se declarou presidente interino do país, gesto reconhecido pelos governos dos Estados Unidos, do Brasil e outros países da América Latina.

Pequim também declarou apoio a Nicolás Maduro e pediu que todos os lados permaneçam calmos para achar uma solução pacífica.

“A China apoia os esforços do governo venezuelano para proteger a soberania, independência e estabilidade do país”, afirmou nesta quinta a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying. “Eu quero enfatizar que as sanções ou interferência externas geralmente tornam a situação mais complicada e não ajudam a resolver os problemas atuais.”

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, outro aliado estratégico de Maduro, também se posicionou a favor do atual governo venezuelano. Segundo o porta-voz de Erdogan, o líder turco enviou uma mensagem de apoio ao chavista, reafirmando o compromisso de Ancara em se manter contra tentativas de golpe de Estado.

A Síria também condenou o que descreve como uma “flagrante intervenção” americana sobre os interesses venezuelanos. O ministério de Relações Exteriores de Damasco renovou sua “total solidariedade com a liderança e o povo da República da Venezuela ao preservar a soberania do país e frustrando os planos hostis do governo americano”, segundo declaração divulgada nesta quinta.

O Irã acompanhou os outros aliados de Caracas e denunciou o episódio, caracterizando como um golpe e uma tentativa ilegal de tomar o poder. Segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Teerã é “contra qualquer tentativa de intervenção estrangeira e ação ilegítima e ilegal que possa se transformar em um golpe de Estado.” / AP, AFP e REUTERS

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