Cúpula do PMDB liderou a negociata, recebeu a grana, mas não aguentou o “pedra sobre pedra” da presidenta Dilma.
O apoio do PMDB ao PT, na eleição presidencial de 2014, custou R$ 40 milhões. Essa montanha de dinheiro era arrecadada por Eduardo Cunha, tesoureiro informal do PMDB, e distribuída por Michel Temer aos candidatos do partido. De onde vinham os recursos? De grandes fornecedores da Petrobras, como as empreiteiras Odebrecht e OAS.
Esse é o resumo da reportagem de capa da revista Época deste fim de semana, que, se vier a ser comprovada, terá como desfecho inevitável a queda de Michel Temer da presidência da República, na ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral e vem sendo conduzida a toque de caixa pelo ministro Herman Benjamin.
Temer já tentou, sem êxito, separar as contas da sua campanha das contas de Dilma. Como é improvável que isso ocorra, Época já aborda, em sua capa deste fim de semana, a possibilidade de eleições indiretas para a presidência da República, em 2017, com um novo governo escolhido pelos deputados.
No entanto, essa situação criaria um novo problema: como permitir que deputados corruptos, dos quais cerca de 200 foram financiados por Cunha, escolham um novo presidente?
De qualquer modo, a permanência de Temer no poder é cada vez mais incerta.
Rodolfo Vasconcelos
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