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Somente em 2019 já ocorreram 21 casos de feminicídio no DF e mais de 10 mil registros de violência contra às mulheres

O aumento em relação ao número de casos de feminicídio tem preocupado as autoridades do Distrito Federal. Uma dessas autoridades é a deputado distrital Arlete Sampaio (PT). Recentemente a parlamentar realizou uma audiência pública para discutir o assunto. Na ocasião, foi constatado que as mulheres vivem no DF em constante “insegurança” e “iminente” risco de morte, em suas casas e nas ruas. Observou-se também que o Estado tem sido negligente com tal demanda.

“Às mulheres são negados os direitos mais básicos como o direito à vida plena, digna. Mas também é negado às mulheres o direito de ir e vir, o direito à cidade. Não há lugar seguro para as mulheres”, diz Arlete em entrevista exclusiva ao Jornal TaguaCei.

De acordo com o Relatório de Monitoramento dos Feminicidios no Distrito Federal, elaborado pela Secretaria de Segurança Pública, as regiões administrativas de Ceilândia, Plano Piloto, Samambaia, Santa Maria, Recanto das Emas, São Sebastião, Itapuã e Sobradinho II concentram um grande número de ocorrências.

Somente em 2019 já ocorreram 21 casos de feminicídio no DF e mais de 10 mil registros de violência contra às mulheres. Desde a promulgação da Lei do feminicídio (Lei 11.340 de 2015), em abril de 2015, até maio de 2019, o DF registrou 75 casos de feminicídio.

“O aumento no número de registros de casos de violência contra as mulheres deve considerar a implementação das Leis Lei Maria da Penha e do Feminicídio que tornaram públicos um fenômeno histórico que até este século, era considerado de foro íntimo ou privado”, enfatiza Arlete.

Outro fator destacado pela distrital é a onde de visão machista que tem ganhado terreno nos últimos anos, principalmente em cenário político. Exemplo, seria o atual presidente Jair Bolsonaro, que para muitos seria um machista declarado.

“As manifestações do atual presidente da República são misóginas, além da constante apologia à todas as formas de violência que tem como maior expressão a defesa do armamento da população. A partir dessas manifestações misóginas, machistas e violentas do presidente, os homens se sentem autorizados a agredir e matar as mulheres. A ideologia política ultraconservadora do governo federal segue uma lógica que não encontra respaldo na realidade.”

CPI

Após o término da audiência foi possível ter assinaturas suficientes para abertura de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para investigar os casos de feminicídio.

De acordo com a deputada, a abertura do processo se encontra em fase de A CPI encontra-se em fase de preparação, aguardando a indicação de membros pelos blocos parlamentares.

“Somente após as indicações a CPI será devidamente instalada com a primeira reunião. A CPI terá duração de até 180 dias prorrogáveis pela metade”, explica.

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