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O presidente da República, Jair Bolsonaro, dobrou sua aposta contra o Supremo Tribunal Federal às vésperas de manifestações antagônicas previstas para o 7 de setembro.

Num calhamaço de mais de 100 páginas (ler abaixo), o ocupante do Planalto pediu ao Senado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito das fake news.

Horas antes, Moraes havia determinado busca e apreensão em endereços de dez apoiadores do presidente, inclusive do cantor Sérgio Reis e do deputado federal Otoni de Paula.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já sugeriu que o pedido não terá futuro na Casa.

O STF emitiu nota repudiando a decisão de Bolsonaro (ver abaixo), dizendo que Moraes conta com o apoio do plenário da Corte.

Analistas políticos, inclusive este site, acreditam que Bolsonaro, enfrentando altas taxas de desemprego, inflação e impopularidade, pretende antecipar sua tentativa de golpe — alguma manobra que coloque as Forças Armadas frontalmente contra o Congresso e o STF, resultando no adiamento das eleições de 2022.

Publicamente, tanto o ministro da Defesa quanto comandantes militares da ativa e da reserva tem dito que o STF tem invadido atribuições de outros poderes.

Embora Bolsonaro se comporte com ambiguidade em relação ao tema, apoiadores dele falam abertamente em intervenção militar.

Ações do Congresso, como a CPI da Pandemia, podem incriminar aliados próximos do presidente, inclusive o ex-ministro Eduardo Pazuello, que é general da ativa. Depois que deixou o Ministério da Saúde, ele foi transferido para um alto cargo no governo.

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, insinuou em entrevista que os militares teriam traçado em torno de Pazuello o limite da CPI.