Família do procurador da Lava Jato teve mais terras em Nova Bandeirantes do que “o maior grileiro do mundo” e clã dos “maiores pecuaristas e destruidores de florestas” do país
Jornal GGN – A família do procurador e coordenador da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol chegou a ser proprietária, nos anos 1970, de 400 mil hectares de terras em Nova Bandeirantes, município da região noroeste do estado do Mato Grosso, na região da Amazônia Legal.
O perímetro é equivalente a cerca de dois terços do Distrito Federal ou do tamanho de Cabo Verde, além de ser praticamente metade de Nova Bandeirantes, com área total de 953 mil hectares. Estes dados estão na segunda matéria da série de reportagens“Os Latifúndios dos Dallagnol na Amazônia“, produzida pelo site De olho nos ruralistas.
As informações foram possíveis graças a um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre a situação fundiária no Mato Grosso. O trabalho, coordenado pelo professor Bastiaan Philip Reydon, descobriu também que a família Dallagnol chegou à região de Nova Bandeirantes antes mesmo do processo oficial de colonização do município, iniciado na década de 1980 pela Colonizadora Bandeirantes (Coban).
A Coban foi criada por Daniel Meneghel, diretor da Usina Bandeirantes, na cidade de Bandeirantes, norte do Paraná. A reportagem do site De olho nos ruralistas conta que chegou até os Dallagnol graças ao sobrenome do empresário. Em novembro do ano passado, o portal publicou a matéria “Usineiro que bancou voo de Mourão tem histórico ligado à ditadura; vice foi apoiar o genro dele, ruralista”, falando de Serafim Meneghel, também conhecido como Tigrão, dono de time de futebol e amigo do vice-presidente.
Durante 30 anos, Tigrão foi presidente da Usina Açúcar e Álcool Bandeirantes S.A, no Paraná. A empresa, agora em nome do irmão Daniel Meneghel, foi aberta em 1966.
“É no nome de Daniel Meneghel que estão a Usina Bandeirante e a Coban, uma das empresas que, durante a ditadura, prestou-se a ‘colonizar’ o norte do Mato Grosso. Desse processo se formaram municípios como Colniza, Confresa, Colíder e – em homenagem ao município do empresário – Nova Bandeirantes, no noroeste do estado, a segunda terra dos Dallagnol”, destaca o portal de notícias.
A Coban chegou ao Mato Grosso em 1982, durante o governo João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar. Nesse período, Daniel Meneghel se tornou proprietário de uma fazenda de 328 mil hectares, em Nova Mutum (MT), que foi confiscada pela Justiça e chegou a ir a leilão, em 2017, avaliada em R$ 12,3 milhões, mas os lances foram suspensos.
Outro estudo do Instituto Centro de Vida (ICV) expõe ainda que as propriedades privadas demarcadas no município de Nova Bandeirantes totalizavam mais do que a área do próprio municípios: 113%, mostrando a existência de sobreposição nas declarações de terras feitas pelos fazendeiros.
Uma tabela que mostra a concentração de terras no município aponta que apenas 72 proprietários detém bem mais do que a metade de Nova Bandeirantes. Nesse grupo está a família Dallagnol. Em contraposição, 900 proprietários respondem por 2% da área do município.
“Somando-se os 72 proprietários que tinham entre 1 mil e 2,5 mil hectares – a maioria do restante da família Dallagnol -, o levantamento mostra que 144 latifundiários detinham, em 2015, 76% da área do município”, escreve a reportagem do De olho nos ruralistas.
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