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Ao menos um bebê de zero a 1 ano morreu por dia nos dois primeiros meses de 2024 na rede pública. Os números constam no InfoSaúde, da SES

Nos primeiros 60 dias do ano, o Distrito Federal registrou 65 mortes de bebês com até 1 ano. Os óbitos ocorrem em unidades médicas da capital federal, nos meses de janeiro e fevereiro de 2024. Todas as crianças estavam internadas. Os números constam no InfoSaúde, painel alimentado pela própria Secretaria de Saúde, com dados da pasta. De acordo com a plataforma, 2024 tem o maior número de perdas de bebês da série histórica dos dados abastecidos no painel – desde 2016.

Do total, 36 mortes ocorreram por afecções originadas no período perinatal, que tem início a partir das 22 semanas completas de gestação até os primeiros sete dias após o nascimento. Em outros 10 casos, os óbitos foram em decorrência de malformações congênitas.

Apesar de os dados precisarem ser atualizados mensalmente, segundo a própria plataforma, fevereiro foi o último mês com informações a respeito dos óbitos. Não constam na tabela os números de março e abril, para comparação com os outros períodos. Há, atualmente, nove mortes a mais do que nos dois primeiros meses de 2023, quando foram 56 casos.

Com exceção de 2024, as maiores taxas de mortalidades nos dois primeiros meses do ano ocorreram apenas nos períodos que ficaram marcados pela pandemia de Covid-19, com 63 casos em 2022, 60 em 2021 e novamente 63, em 2020.

O número atual é quase o dobro do que foi registrado em 2019, com 38 mortes em internação de bebês de até 1 ano. Os anos de 2018, 2017 e 2016 registraram 53, 50 e 44 óbitos dessa faixa etária, respectivamente.

Por ser o hospital com o maior número de atendimentos desse público, o Hospital Materno-Infantil foi o local onde mais óbitos foram registrados: 15, em 2024. O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges), é o segundo, com 12 mortes.

O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) registrou oito mortes, seguido pelos hospitais de Sobradinho, de Ceilândia e o da Criança, todos com sete mortes em dois meses. O Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF teve cinco óbitos e o Hospital Regional de Planaltina, dois.

Mortes de adolescentes

O ano 2024 também é o maior da série histórica em mortes de zero até os 14 anos. Em janeiro e fevereiro deste ano, 80 mortes foram computadas – sendo sete de 1 a 4 anos, cinco de 5 a 9 anos e três de 10 a 14 anos.

Apesar de não estarem contabilizados no sistema, três mortes de crianças vieram à tona após denúncias de pais das crianças. O primeiro, ocorrido em 14 de abril, é o da bebê Jasminy Cristina de Paula Santos, de 1 mês. Ela recebeu diagnóstico preliminar de bronquiolite, mas não houve solicitação de exames.

O segundo foi de Anna Júlia Galvão, que teve o diagnóstico inicial errado e depois passou cerca de sete horas aguardando por uma ambulância para levá-la de uma unidade de pronto-atendimento (UPA) para o Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), onde foi intubada e faleceu em 17 de abril.

O caso mais recente é o de Enzo Gabriel , que morreu em 15 de maio na mesma UPA que Jasminy. Ele tinha apenas 1 ano e morreu à espera de leito de unidade de terapia intensiva (UTI). Os familiares também alegam negligência. Esses dois casos são investigados pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).

O que diz a Secretaria de Saúde

Questionada pela primeira vez sobre os números de bebês de zero até 1 ano e o que é feito para diminuir as mortes, a Secretaria de Saúde respondeu apenas as causas das mortes.

“A Secretaria de Saúde esclarece que o registro de óbitos de crianças de zero a um ano inclui afecções originadas no período perinatal e malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas que ocorrem na fase neonatal precoce, sendo estas as principais causas dos óbitos nesta faixa etária”, informou em nota.

No entanto, os números não justificam o aumento que o DF apresentou neste ano em relação aos demais períodos, já que também essas são as principais causas configuradas. Questionada mais vez sobre o aumento da série histórica apresentada pelo InfoSaúde, a pasta alegou decréscimo no coeficiente de mortalidade infantil de 2000 a 2019.

“Informamos que , entre os anos de 2000 a 2019 houve um decréscimo importante no coeficiente de mortalidade infantil. Durante a pandemia, período compreendido entre 2020 e 2021, houve aumento, com tendência de queda a partir de 2022.”

A secretaria ainda apresentou números do Ministério da Saúde que mostram o DF como a menor taxa de mortalidade infantil.

O painel do Ministério da Saúde revela números da mortalidade infantil em geral, o que difere do recorte e da base de dados do InfoSaúde, que se refere apenas a pacientes internados. Contudo, o número do MS, em painel apresentado pela própria assessoria do DF, aponta que 42 mortes de crianças estão classificadas em causas evitáveis.

Questionada novamente sobre o número específico da série histórica de mortes, o porquê do aumento em 2024 e nos últimos, a Secretaria de Saúde não respondeu. A pasta também não informou o que tem feito ou fará para diminuir os números de mortes. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

Com informações do Metrópoles

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