Houve consenso sobre a necessidade de criação do Estado palestino – ainda que não se saiba como concretizá-lo – e de reformas nas estruturas das organizações internacionais
Após dois dias de intensas deliberações entre as 45 delegações participantes da reunião de chanceleres do G20, o Brasil destaca avanços, embora retóricos, no debate sobre reformas globais, relata o jornal O Globo. O encontro concentrou-se em questões cruciais para a geopolítica internacional, com destaque para o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou um “virtual consenso” em torno da criação de dois Estados como solução para o conflito. Contudo, tanto os negociadores brasileiros quanto europeus reconheceram a falta de um plano concreto para essa realização, indicando um avanço apenas no âmbito político.
O Brasil, que gostaria de discutir questões geopolíticas de grande relevância, como a reforma do sistema global de governança, conseguiu inserir suas propostas na agenda, recebendo boa aceitação entre os participantes. Uma das prioridades da presidência brasileira no G20 é justamente essa reforma, com destaque para a modernização das estruturas das principais organizações internacionais.
As discussões envolveram críticas às defasagens em décadas, como na Carta das Nações Unidas, que não contempla temas contemporâneos como o meio ambiente, e questionamentos sobre a legitimidade do Conselho de Segurança da ONU. Os participantes concordaram unanimemente sobre a necessidade de reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC), visando aumentar a representatividade dos países em desenvolvimento e garantir a eficácia dos mecanismos de solução de controvérsias.
Um ponto de destaque foi a confirmação da realização de uma reunião em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro. Esta será a primeira reunião do G20 nesse formato e visa integrar a agenda do grupo com a ONU. A reunião em Nova York, com o tema central da governança, será aberta a todos os 193 países-membros da ONU, refletindo o compromisso do G20 em evitar a exclusão de outras nações em debates globais, em contraposição ao que foi criticado no G7.
Com informações do Brasil 247
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