Em um discurso emocionante para uma multidão em Porto Alegre, na noite desta terça-feira 23, véspera de seu julgamento, o ex-presidente Lula disse carregar “a tranquilidade dos inocentes, daqueles que não cometeram nenhum crime”.
“As pessoas têm que entender que não estou preocupado comigo. Estou preocupado com o povo brasileiro. Eles estão desmontando o Prouni, com o Fies, com as escolas técnicas”, criticou Lula. “Eles inventaram uma doença chamada PT que provocava a ascensão dos mais pobres. As pessoas não queriam mais andar de ônibus, queriam andar de avião”, acrescentou.
Lula comentou também o artigo publicado no New York Times que denuncia a parcialidade do juiz Sergio Moro e o risco à democracia brasileira caso Lula seja condenado.
“Se tem uma coisa que não me conformo é o complexo de vira-lata, inclusive da imprensa brasileira. Uma imprensa que não tem compromisso com a verdade, que não tem respeito, que se protege escondendo as coisas”, criticou. “Leiam o New York Times de hoje que vocês vão ver coisas que a imprensa brasileira não tem coragem de publicar”, disse.
“Eu duvido que os jornalistas que escrevem mentira a meu respeito e que o William Bonner durmam todo dia com a consciência tranquila. Eles sabem que eles estão mentindo”, prosseguiu.
“Só uma coisa vai me tirar das ruas desse país e será o dia que eu morrer. Até lá estarei lutando por uma sociedade mais justa”, ressaltou. “Qualquer que seja o resultado do julgamento, eu seguirei na luta pela dignidade do povo nesse país”, completou.
Lula disse “precisar que o povo participe para que a gente possa recuperar esse país”. E acreditar que “a esquerda vai se reunir não em torno de um candidato, mas em torno de um projeto”.
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