GABINETE
RELATÓRIO FINAL
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
RELATÓRIO FINAL
GABINETE
RELATÓRIO FINAL
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
GABINETE
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
RELATÓRIO FINAL
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL 2022
BRASÍLIA, DEZEMBRO DE 2022
COMISSÃO DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL
Coordenador-Geral do Gabinete de Transição Governamental
Geraldo Alckmin
Coordenação Executiva
Floriano Pesaro
Coordenação de Articulação Política
Gleisi Hoffmann
Coordenação de Organização da Posse
Rosângela Lula da Silva
Coordenação de Grupos Técnicos
Aloizio Mercadante
Assessoria Jurídica
Jorge Rodrigo Araújo Messias
Márcio Elias Rosa
Equipe de organização e redação do Relatório Final
Bruno Moretti
Clarice Costa Calixto
Cristian Jesus da Silva
Fernanda Machiaveli
Janira Trípodi Borja
José Celso Pereira Cardoso Jr.
Marco Antonio de Oliveira
Marcos Rogerio de Souza
Pedro Mäder G. Coutinho
Rubens Diniz
Tania Maria de Oliveira
William Nozaki (org.)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
RADIOGRAFIA DO DESMONTE DO ESTADO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 11
Desenvolvimento social e garantia de direitos 13
Desenvolvimento social 13
Educação 15
Saúde 16
Trabalho 18
Previdência Social 19
Cidades 21
Cultura 22
Esporte 24
Direitos Humanos 24
Mulheres 25
Igualdade Racial 27
Juventude 28
Povos Indígenas 29
Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade
Socioambiental e Climática 31
Economia 31
Indústria, Comércio Exterior e Serviços 32
Infraestrutura 33
Comunicações 34
Ciência, Tecnologia e Inovação 35
Minas e Energia 36
Agricultura, Pecuária e Abastecimento 37
Desenvolvimento Agrário 38
Desenvolvimento Regional 39
Meio Ambiente 40
Pesca 41
Turismo 42
Defesa da Democracia, Reconstrução do Estado e da Soberania 43
` Centro de Governo 43
Planejamento, Orçamento e Gestão 45
Justiça 46
Transparência, Integridade e Controle 47
Participação Social 49
Comunicação Social 49
Relações Exteriores 50
MAPEAMENTO DAS EMERGÊNCIAS FISCAIS E ORÇAMENTO PÚBLICO 52
Mapeamento das Principais Emergências Orçamentárias 53
Ações para Reconstrução do Orçamento Público: PEC do
Bolsa Família e Ajustes para PLOA 2023 54
SUGESTÕES DE MEDIDAS PARA REVOGAÇÃO E REVISÃO 57
Revogações e Revisões na Área da Política Pública de Armas 57
Revogações e Revisões na Área da Política Pública do Meio Ambiente 58
Revisão de Atos que Impuseram Sigilo Indevido de 100 Anos
em Documentos de Acesso Público 59
Revogações de atos que avançam em processos de desestatização 60
Revogações e Revisões de Atos que Prejudicam Direitos
Sociais e Econômicos 60
Revogações e Revisões de Atos Contrários aos Direitos de Crianças,
Adolescentes e da Juventude 61
Revogações e Revisões na Área das Políticas Públicas de Cultura 62
Revogações e Revisões de Atos Contrários à Igualdade Racial 62
Revogações e Revisões de Atos que Limitam o Direito de
Participação Social 63
PROPOSTA DE NOVA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS MINISTÉRIOS 65
Nova Dinâmica de Centro de Governo 66
Nova Estrutura de Ministérios 67
CONCLUSÃO 71
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL 73
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
6
INTRODUÇÃO
É
hora de resgatar a esperança. O desejo popular expresso pelo resultado das urnas
elegeu um projeto de reconstrução e transformação nacional. Nosso horizonte é a
criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano para
todos os brasileiros e brasileiras. Trata-se de um grande desafio e uma obra de muitos, a esperança da nossa gente será o motor das mudanças que iremos realizar nos
próximos anos.
O relatório final do Gabinete de Transição da Presidência da República é o ponto de
partida para este novo ciclo. Trata-se do registro histórico de um amplo processo de
consulta e construção coletiva dos princípios orientadores da agenda do novo governo
eleito. O presente texto sintetiza a real situação em que o País se encontra. A ampla radiografia aqui realizada lança luz sobre o desmonte do Estado brasileiro e das políticas
públicas durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
A produção deste relatório foi orientada pelo compromisso fundamental com a transparência, a participação e o diálogo social, presente desde a campanha eleitoral. O
trabalho do Gabinete de Transição deu continuidade à mobilização realizada pela
Coligação Brasil da Esperança ao longo de 2022. A construção programática para as
saídas da grave crise que o Brasil atravessa foi realizada a partir de um amplo e participativo processo público, no qual foram recebidas mais de 13 mil contribuições,
durante a campanha presidencial, por meio de uma plataforma digital especialmente criada para essa finalidade. Outra iniciativa de grande relevância foi a participação
de representantes de cerca de 500 organizações em mais de 50 Mesas de Diálogo
realizadas no âmbito da construção do programa de governo.
Em consonância com esse compromisso, o Gabinete de Transição inovou ao incorporar
a participação social ao processo de transição governamental, com a criação de Grupos
Técnicos (setoriais e transversais) para a elaboração deste documento. Ao longo de 34
dias de intenso trabalho, entre 08/11/2022 e 12/12/2022 cerca de mil pessoas estiveram envolvidas nas atividades de 32 Grupos Temáticos, cujo esforço se somou ao do
Conselho Político e ao do Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição.
Essa intensa mobilização foi marcada pela pluralidade de visões de mundo e pela diversidade regional, de gênero e raça, além de um forte viés técnico. A riqueza de olhares
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
7
e percepções contribuiu para a construção de um abrangente mapa situacional do
Estado brasileiro e de suas políticas públicas.
O resultado é uma fotografia contundente da situação dos órgãos e entidades que
compõem a Administração Pública Federal. Ela mostra a herança socialmente perversa
e politicamente antidemocrática deixada pelo governo Bolsonaro, principalmente para
os mais pobres. A desconstrução institucional, o desmonte do Estado e a desorganização das políticas públicas são fenômenos profundos e generalizados, com impactos
em áreas essenciais para a vida das pessoas e os rumos do País. Isso tem tido consequências graves para a saúde, a educação, a preservação ambiental, a geração de emprego e renda, e o combate à pobreza e à fome, entre outras.
O governo Bolsonaro chega ao fim do mandato em meio a uma ameaça real de colapso dos serviços públicos. Os livros didáticos que deverão serão usados no ano letivo de
2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não
há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da COVID-19; faltam
recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não
concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro.
Este relatório, portanto, delineia o caminho para as primeiras medidas que o novo
governo deverá adotar, com sugestões de atos normativos a serem revogados ou
reformulados, a partir de janeiro de 2023, a exemplo das legislações que flexibilizam
o controle e compra de armas, o garimpo em terras indígenas e a lei de acesso à informação, entre outras.
O Conselho Político do Gabinete de Transição contribuiu de modo efetivo na construção da proposta de Emenda Constitucional do Bolsa Família, além de debater e pavimentar o caminho para o início do novo governo eleito.
O presente relatório também apresenta uma nova estrutura ministerial, mais adequada
à agenda do novo governo eleito e ao seu compromisso com a reconstrução e transformação do País. Essa nova estrutura contempla, ainda, a necessidade de recuperação
e otimização de órgãos da administração pública direta e indireta, de maneira a criar
condições mais apropriadas à implementação de políticas públicas e à melhoria dos
serviços prestados à população.
Por fim, este relatório oferece à Presidência da República, aos novos Ministros e Ministras e ao governo em geral um ponto de partida para a reconstrução e a transformação do país. O projeto para o qual foram reunidas tantas contribuições é o do respeito
à vida, à democracia, à justiça, à inclusão social. É o projeto do emprego digno, do
salário decente, da comida no prato de todos os brasileiros e brasileiras, da proteção
previdenciária, dos direitos e oportunidades para todas e todos. É o projeto da valorização da saúde, da educação, da preservação ambiental, do respeito às mulheres,
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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à população negra e à diversidade brasileira. É o projeto da ciência e tecnologia, da
inovação, da reindustrialização, do desenvolvimento sustentável e da reintegração
soberana do Brasil no mundo.
Ao final do ano em que o País celebra o Bicentenário da Independência, vemos devolvida ao povo brasileiro a oportunidade de voltar a sonhar e de construir uma vida melhor
para nossa gente. É a oportunidade de um reencontro histórico com um projeto de
Nação alicerçado no compromisso com a paz, o diálogo, a democracia, a inclusão e a
justiça social.
INOVAÇÃO NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO:
A EXPERIÊNCIA DOS GRUPOS TÉCNICOS
E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO MÉTODO
A alternância de poder é elemento central da democracia. Um processo de transição
institucionalizado e orientado por normas e procedimentos claros cria as condições
necessárias para que o governo eleito possa ter conhecimento da situação dos serviços públicos e da máquina pública e implementar mais rapidamente as diretrizes e
propostas que foram referendadas nas urnas pelo voto popular.
A institucionalização do processo de transição de governo foi inaugurado na passagem de poder de Fernando Henrique Cardoso para Lula, em 2002, com a criação de
um arcabouço legal e de um conjunto de regras que permitiram uma passagem de
poder ordenada e republicana. Na ocasião, foram estabelecidas regras, prazos e procedimentos para disciplinar o processo democrático de transição governamental. Além
de pôr à disposição da equipe de transição do governo eleito recursos, infraestrutura e
cargos da Administração Federal, custeados pelo Tesouro Nacional, o governo de FHC
viabilizou o acesso a informações indispensáveis para o início da atuação do novo governo. Havia um claro intuito de não apenas disciplinar aquela passagem de poder, mas
também de conferir caráter institucional ao processo, de maneira a assegurar futuras
transições governamentais.
Agora, o Gabinete de Transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-
-presidente Geraldo Alckmin inova ao incorporar e trazer a participação social para o
centro do processo de transição de 2022. Foram criados 32 Grupos Técnicos (GTs), de
maneira a contemplar a participação de diversos setores sociais e grupos de interesse
nas suas respectivas áreas de atuação. Também participaram da Transição profissionais
com reconhecida trajetória e conhecimento técnico, além de parlamentares com atuação nas diversas temáticas sob análise. A composição dos GTs teve como diretriz a valorização da diversidade regional, de gênero e de raça, de maneira a estimular olhares
diversos e plurais para um diagnóstico mais abrangente possível.
Os Grupos Técnicos foram organizados por temas: 1) Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 2) Centro de Governo; 3) Cidades; 4) Ciência, Tecnologia e Inovação; 5)
Comunicações; 6) Comunicação Social; 7) Cultura; 8) Desenvolvimento Agrário; 9)
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Desenvolvimento Regional; 10) Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 11) Direitos Humanos; 12) Economia; 13) Educação; 14) Esportes; 15) Igualdade Racial; 16)
Indústria, Comércio e Serviços; 17) Infraestrutura; 18) Inteligência Estratégica; 19) Justiça e Segurança Pública; 20) Juventude; 21) Meio Ambiente; 22) Minas e Energia; 23)
Mulheres; 24) Pesca; 25) Planejamento, Orçamento e Gestão; 26) Povos Originários;
27) Previdência Social; 28) Relações Exteriores; 29) Saúde; 30) Trabalho; 31) Transparência, Integridade e Controle; e, 32) Turismo.
Os GTs tiveram a missão de produzir relatórios com informações acerca do funcionamento e da atuação de praticamente todos os órgãos da administração pública federal. Os 32 relatórios setoriais produzidos pelos GTs serão entregues aos respectivos
ministros tão logo sejam indicados e empossados, alguns destes documentos contêm informações reservadas pela LAI e LGPD, como no caso de Defesa e Inteligência.
Os documentos produzidos, elaborados com base nesse princípio orientador, cumpriram dois objetivos básicos. Em primeiro lugar, formular diagnósticos setoriais em
suas respectivas áreas de abrangência, cujos principais resultados estão sintetizados
neste Relatório Final da Transição. Em segundo lugar, reunir e sistematizar informações essenciais para o início do trabalho dos próximos Ministros e de suas equipes,
incluindo principais emergências orçamentárias, alertas acerca de programas e políticas que demandam ação imediata, atos normativos que devem ser revogados ou
reformulados, avaliação de programas e políticas de cada área de atuação governamental, e sugestões de estruturas organizacionais mais adequadas para os desafios
do novo governo.
Historicamente, esses diagnósticos eram elaborados por equipes de transição compostas basicamente por servidores públicos requisitados e por profissionais indicados pelo
novo governo. O Gabinete de Transição não apenas inovou ao incorporar a participação social nas discussões promovidas pelos GTs, como também estimulou o envolvimento desses atores políticos no processo de construção das análises acerca do Estado
brasileiro e de suas políticas públicas. A pluralidade de demandas e de perspectivas
que emergiram nas reuniões dos Grupos Técnicos permitiu a produção de diagnósticos
mais representativos e socialmente orientados.
Além dos membros designados formalmente para composição dos GTs, cada Grupo
contou com participação de servidores e colaboradores voluntários, que contribuíram
com seus olhares, experiências e conhecimentos específicos. Adicionalmente, muitos GTs promoveram escutas e rodadas de reuniões com organizações da sociedade
civil, representantes de entidades, movimentos sociais, sindicatos e associações de
trabalhadores, povos indígenas, comunidades tradicionais, organizações internacionais, entre outros.
Foi o caso, por exemplo, do GT de Igualdade Racial, que realizou webinário nacional
para colher sugestões e contribuições para o trabalho do grupo, com participação de
1200 pessoas. O GT de Meio Ambiente também realizou plenária com a sociedade civil,
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
10
que contou com a participação de mil pessoas. Além dessas reuniões e escutas, foram
recebidos diversos insumos para as discussões dos GTs, em forma de cartas abertas,
ofícios, relatórios e listas de alertas que compõem um repositório de diretrizes, orientações e sugestões de ações emanadas da sociedade para o novo governo eleito.
Todo esse trabalho realizado com comprometimento político e competência técnica
foi empreendido sem que houvesse reajuste no orçamento disponível para a transição governamental, apesar dos valores defasados os recursos não foram integralmente
executados e o custo desta transição será exponencialmente menor do que a anterior.
Dos 50 cargos disponíveis foram utilizados apenas 22, a ampla maioria do trabalho foi
voluntário, o que evidencia a disposição republicana de centenas de brasileiros e brasileiras para a reconstrução do país.
Além dos Grupos Técnicos, o Gabinete de Transição criou outras duas instâncias de
participação, que também contribuíram para a pluralidade do processo: o Conselho
Político e o Conselho de Participação Social. O Conselho Político auxiliou na coordenação
dos trabalhos do Gabinete, analisando o cenário geral e dando contribuições acerca
dos desafios políticos, como no caso da elaboração e tramitação da PEC do Bolsa Família. O Conselho de Participação Social, por sua vez, reuniu mais de 50 entidades e
contribuiu com a formulação da futura política nacional de participação social e sua
relação com a sociedade civil.
A despeito de toda a mobilização realizada em torno dos Grupos Técnicos, o Gabinete
de Transição não utilizou integralmente os recursos públicos à sua disposição. Houve
economia de recursos. A maior parte dos servidores, profissionais, representantes da
sociedade civil e outros envolvidos nos GTs colaboraram de maneira não-remunerada,
sob a forma de prestação de serviço público relevante.
Nesse momento, em que a democracia e a participação estiveram ameaçadas e desafiadas, o fortalecimento institucional do processo de transição de governo, com a participação efetiva de diversos setores sociais, é instrumento indispensável à promoção do
diálogo social e à valorização das práticas democráticas, tão essenciais para o desenho
e implementação das políticas públicas para a construção de um Brasil mais plural, democrático, justo, inclusivo e solidário.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
11
RADIOGRAFIA
DO DESMONTE DO ESTADO
E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Apresenta-se aqui uma caracterização geral do processo de desmonte do Estado
brasileiro e das políticas públicas em âmbito federal, considerando as contribuições reunidas nos relatórios setoriais elaborados pelo GTs da Transição de Governo.
A herança do governo Bolsonaro é a desorganização do Estado e o desmonte dos serviços públicos essenciais. Esses processos foram contínuos, abrangentes e sistemáticos,
sendo parte do seu projeto político-ideológico de redução e enfraquecimento institucional do Estado. O desmonte respondeu a uma lógica de menos direitos para a maioria, e mais privilégios para uma minoria.
Durante o governo Bolsonaro, sob a égide da EC 95/2016, exacerbou-se um processo
de enrijecimento dos gastos reais primários, no que diz respeito ao desfinanciamento
das políticas públicas de saúde, previdência e assistência social, dentre outras. No entanto, para atender suas necessidades de sustentação política, em quatro anos o atual
governo furou o teto de gastos por cinco vezes, gerando gastos no valor de cerca de
R$ 800 bilhões.
As consequências são bastante perniciosas, não apenas no que diz respeito às estruturas do Estado, mas também no que toca ao comprometimento de direitos e políticas públicas de modo geral. Ao final, é a própria população brasileira, em especial
a parcela mais vulnerável, a que mais vem sofrendo com a ausência ou precarização
dos serviços públicos.
O legado dos quatro anos do governo Bolsonaro é perverso. Ele deixa para a população
o reingresso do Brasil no mapa da fome: hoje são 33,1 milhões de brasileiros que passam fome e 125,2 milhões de pessoas, mais da metade da população do país, vive com
algum grau de insegurança alimentar.
Os cortes no orçamento da saúde para 2023 são da casa de R$ 10,47 bilhões, o que
inviabiliza programas e ações estratégicas do SUS, tais como: farmácia popular, saúde
indígena, e o programa HIV/AIDS. Isto sem contar a fila dos atendimentos especializados que cresceram de forma vertiginosa após a pandemia.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Na educação, o governo Bolsonaro mostrou seu descompromisso com o futuro.
Cortou deliberadamente recursos, não contratou a impressão de livros didáticos,
colocando em risco a qualidade do ano letivo em 2023. E contribuindo para ampliar a evasão escolar que cresceu com a pandemia, o governo Bolsonaro congelou
durante quatro anos em R$ 0,36 centavos por aluno a parte da União para a merenda escolar.
Sob o governo Bolsonaro, o Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.
Na estrutura ocupacional no setor público federal, o assédio institucionalizado, a precarização laboral, a redução de pessoal, os sete anos sem reajuste para o funcionalismo
tornaram mais precário o serviço prestado à população.
A falta de planejamento impediu a modernização da gestão pública, com o esvaziamento completo do PPA e suas estruturas e funções de gestão e burocracias correlatas.
A dimensão da participação social em âmbito governamental sofreu paralisações e retrocessos institucionais. Em praticamente todas as três grandes áreas de políticas públicas para o desenvolvimento nacional – Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos,
Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Socioambiental e Climática, e Defesa
da Democracia e Reconstrução do Estado e da Soberania –, houve claro retrocesso participativo e o desmonte dos principais instrumentos e mecanismos de relacionamento
Estado/Sociedade.
Quanto ao legado do governo Bolsonaro no âmbito das políticas ambientais e climáticas, é notório o rebaixamento organizacional e a falta de compromissos com os acordos internacionais. A destruição ambiental nos dois últimos anos foi a maior em 15
anos. Em quatro anos, o governo Bolsonaro destruiu 45 mil km² com desmatamento
só na Amazônia.
O programa de desestatização caracterizou-se por decisões erráticas que implicaram
em: desnacionalização patrimonial e perda de soberania nacional; desarticulação dos
investimentos públicos indutores e multiplicadores dos investimentos privados e do
próprio crescimento econômico. Os consumidores de energia elétrica poderão pagar
uma conta que pode chegar a R$ 500 bilhões nos próximos anos, em razão de uma
série de ações tomadas pelo governo Bolsonaro no setor elétrico.
No tocante às relações federativas, o governo Bolsonaro foi responsável pela maior
crise do sistema federativo desde a redemocratização. A União provocou desunião.
Observou-se o enfraquecimento dos elos federativos em torno das principais políticas setoriais da área de Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos. O exemplo
maior foi o papel desarticulador do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da COVID-19.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
13
No que diz respeito à relação entre os três poderes e o respeito aos preceitos constitucionais, a Presidência da República adotou atitude de enfrentamento aos demais Poderes, bem como ação contínua de afronta aos marcos legais do regime democrático.
No tocante à Política Externa Brasileira, o governo isolou o país de seus vizinhos e dos
âmbitos multilaterais, e não pagou cotas a organismos internacionais, deixando o país
sem voto nestes fóruns. Sob a égide de Bolsonaro, constata-se um profundo rebaixamento e desprestígio internacional do Brasil no concerto das nações.
Na sequência, com base nas contribuições provenientes dos GTs setoriais, será possível
compreender a extensão e a complexidade desse processo de desmonte do Estado
brasileiro e o quanto ele é nefasto para a população, em particular a mais necessitada.
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
E GARANTIA DE DIREITOS
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
A volta do flagelo da fome ao País é o indicador mais relevante do desmonte das políticas de desenvolvimento social ocorrido nos últimos quatro anos. Um futuro com
comida na mesa e mais dignidade para as 33 milhões de pessoas em situação de grave
insegurança alimentar demandam a imediata retomada do conjunto de políticas públicas que o Brasil implementou com sucesso nos governos do PT.
Para isso, o novo governo eleito terá que reverter o quadro atual, no qual as políticas de
transferência de renda, os programas de segurança alimentar e nutricional, e a oferta
de serviços sociais estão completamente desorganizadas e contam com previsão orçamentária reduzida ou, por vezes, quase inexistentes.
A implementação improvisada do Auxílio Brasil desarranjou todo o sistema de
transferência de renda em funcionamento há quase vinte anos e trouxe caos para
o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Em razão de sucessivas mudanças, o
programa perdeu o foco, tratou de maneira igual os desiguais e levou milhões de
pessoas para filas nas portas dos serviços socioassistenciais. As condicionalidades
em saúde e educação foram alteradas e estão fragilizadas. Por exemplo, o total de
crianças menores de sete anos com acompanhamento vacinal passou de 68% em
2019 para 45% em 2022.
Apenas 60% dos dados do Cadastro Único para Programas Sociais estão atualizados. O
Cadastro também está desfigurado: das cerca de 40 milhões de famílias inscritas, 13,9
milhões compõem arranjos unipessoais. Isso tem impacto não apenas na concessão
do Auxílio Brasil, mas também em outros 30 programas que utilizam o Cadastro, inclusive os programas de transferência de renda de Estados e Municípios. O governo
Bolsonaro incluiu milhares de pessoas do CadUnico e ameaçou retirar em função da
má gestão e da falta de recursos.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Dados do Ministério da Cidadania informam que R$ 9,5 bilhões de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
foram concedidos nas vésperas da eleição. A Caixa o fez sem respeitar a lei das estatais,
com taxas de juros exorbitantes, nenhum dos grandes bancos do país aderiram ao
programa dado seu risco, o que foi viabilizado por medida provisória, convertida na Lei
14.431/2022. Assim, um a cada seis beneficiários do Auxílio Brasil contraiu o empréstimo consignado. Essas pessoas terão até 40% do valor de seu benefício comprometido,
mesmo que não permaneçam no programa. A medida, claramente eleitoreira, vai na
contramão das políticas de proteção social, colocando em risco benefícios futuros.
O SUAS viu o seu financiamento minguar, com uma redução de 96% em seu orçamento para 2023, comparado ao de 2022, que já era bem menor do que o de 2018. O
orçamento previsto para o financiamento do SUAS é de apenas R$ 50 milhões no PLOA.
Este valor não é suficiente sequer para um mês de funcionamento dos equipamentos
de proteção básica e especial e das unidades de acolhimento. Há risco real de paralisação do SUAS.
A rede física de equipamentos é praticamente a mesma de 2016 e a oferta de serviços
socioassistenciais encolheu justamente no momento em que se observou o empobrecimento do País. O número de pessoas em situação de rua aumentou nas grandes
e pequenas cidades, mas os Centros Pop estão concentrados apenas nas cidades de
grande porte e tem sido insuficiente a quantidade de equipes do Serviço Especializado
em Abordagem Social.
A maior parte das alterações dos programas de transferência de renda e dos serviços
socioassistenciais foi feita sem qualquer tipo de pactuação com órgãos colegiados,
como o Conselho Nacional de Assistência Social e a Comissão Tripartite, e houve grande fragilização da relação com Estados e Municípios. A rede SUAS está sobrecarregada, com sistemas administrativos defasados, alta rotatividade de profissionais e baixos
salários, ao mesmo tempo em que ocorre um aumento da demanda pelos serviços
socioassistenciais.
A fila de espera para o BPC conta hoje com mais de 580 mil pessoas e o tempo médio
para a concessão do benefício passou de 78 para 311 dias, segundo levantamento do
Tribunal de Contas da União (TCU).
Em relação à política de segurança alimentar e nutricional, houve um completo desmantelamento. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)
foi desativado e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan)
não teve nenhum papel relevante durante todo esse período. Quase todos os programas tiveram orçamento reduzido, dependentes cada vez mais de emendas parlamentares para garantir alguma execução.
O Programa Cisternas, que já atendeu mais de 1 milhão de famílias com tecnologias sociais de acesso à água, não chegará em 2022 nem próximo a 1 mil cisternas entregues.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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O Programa Fomento Rural teve orçamento reduzido e desvios de função. Foram adotados mecanismos de compra ineficientes para a aquisição de cestas básicas e existe
um passivo enorme de prestação de contas, a partir de 2023. Por outro lado, os equipamentos públicos de segurança alimentar, como restaurantes populares, cozinhas
comunitárias, bancos de alimentos, centrais de distribuição de alimentos da agricultura
familiar, vêm sendo desmontados e os recursos são irrisórios para 2023.
Diante do desmonte verificado, a tarefa de reconstruir toda a rede de proteção social
representa um enorme desafio. Será necessário retomar a atuação coordenada entre
os ministérios para promover o desenvolvimento social com redução da pobreza e das
desigualdades e a erradicação da fome no País.
EDUCAÇÃO
Desde o início do governo Bolsonaro a política de educação foi negligenciada, tratada
como instrumento para a guerra cultural e com aparelhamento ideológico. Trocas de
ministros, denúncias de corrupção, crises na oferta dos serviços públicos foram a tônica.
Nos governos Lula I e II, houve um forte investimento em educação, com iniciativas de
creche a pós-graduação. Antigos programas foram ampliados e aperfeiçoados, e novos
foram criados. As conquistas observadas neste período foram comprometidas a partir
de 2016, intensificando-se durante o governo Bolsonaro o processo de desmonte das
políticas educacionais, bem como os ataques às universidades, institutos federais, professores e estudantes.
De 2019 a 2022, o Ministério da Educação (MEC) e suas autarquias sofreram retrocessos institucionais, orçamentários e normativos, observando-se falta de planejamento;
descontinuidade de políticas relevantes; desarticulação com os sistemas de ensino estaduais e municipais e da rede federal de ensino; incapacidade de execução orçamentária; e omissões perante os desafios educacionais. Além disso, houve indícios graves de
corrupção que precisam ser investigados.
O descaso com a educação atingiu diversos programas, como os de alimentação escolar, construção de creches e escolas, organização curricular, ampliação do tempo integral, iniciação à docência, entre outros. As poucas iniciativas adotadas foram tardias,
beneficiaram um limitado número de estudantes e estiveram desconectadas das necessidades reais, como no caso da estratégia de formação de professores por meio de
plataformas de educação a distância, sem coordenação nacional, incentivo e valorização dos educadores.
Em consonância com a forte tradição de participação social na área de educação, destaca-se a importância da recriação de uma série de comitês e comissões que foram
extintos desde 2019, como o Comitê Permanente de Planejamento e Gestão da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Também constituem desafios a retomada de comissões paralisadas, a exemplo do CGProuni; o aperfeiçoamento
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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de conselhos em funcionamento, como o Conselho de Acompanhamento e de Controle Social do Fundeb; e a criação de novos conselhos, como o Conselho Consultivo
de Regulação, Avaliação e Supervisão da Educação Superior, com ampla participação
de organizações que militam na área educacional.
Outras questões preocupantes dizem respeito ao não cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) e a não instituição do Sistema Nacional de Educação
(SNE), cuja implementação é urgente. Também merecem atenção a implementação da
Base Nacional Comum Curricular; a reforma do ensino médio; a concessão de bolsas de
pós-graduação, iniciação à docência, iniciação científica e ensino médio e técnico; as
políticas de cotas para estudantes do ensino superior; a educação profissional e tecnológica; a estrutura das autarquias vinculadas ao MEC; e as ações do INEP, como o Censo
Escolar e o SAEB.
É importante lembrar que, nos últimos anos, as políticas e os programas educacionais
foram afetados por sucessivos e sistemáticos cortes de recursos. O valor previsto no orçamento de 2023, descontadas as transferências obrigatórias aos entes subnacionais
para a educação básica, é inferior em R$ 18,5 bilhões à média do valor comprometido
no período 2015-2021, e inferior em R$ 9,2 bilhões ao de 2021, que já havia sido o pior
ano de toda a série. É urgente, portanto, recompor o orçamento do MEC, considerando
as prioridades do novo governo e as principais emergências orçamentárias identificadas.
Um ponto que merece destaque é que, nos últimos anos, o MEC implementou diversas ações educacionais alinhadas a uma pauta atrasada e com uma visão divergente
das políticas que, comprovadamente, asseguram uma educação pública de qualidade
a todas e todos. As normas educacionais mais recentes refletem esse movimento de
ideologização, precarização e constrangimento da educação pública.
Além da necessidade de revogação de normas em desconformidade com um projeto
de educação pública, gratuita, laica e democrática – sem gerar insegurança jurídica e
desorganização das redes de ensino –, é indispensável recuperar a capacidade operacional em áreas críticas para a execução das políticas, seja no FNDE, no MEC ou em
outras autarquias, a exemplo das áreas de licitação, empenho, contratos, pagamento
e tecnologia da informação, sob risco de comprometer ações de grande relevância,
como o ENEM e o SISU, alem da dificuldade de recursos para o pagamento de bolsas
como evidencia o caso da CAPES.
SAÚDE
A primeira constatação na área de saúde é que o País ainda convive com uma grave
crise sanitária. Além das quase 700 mil mortes pela COVID-19, a pandemia exacerbou
o quadro de deterioração da saúde, na contramão de melhorias substantivas que estavam em curso no país, com base na Constituição de 1998, a qual definiu a saúde como
direito universal e possibilitou a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) para
a sua efetivação.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
17
Desde 2016, observa-se a piora generalizada em indicadores de saúde, tais como: 1) redução da taxa de coberturas vacinais, com alto risco de reintrodução de doenças como
a poliomielite; 2) queda acentuada de consultas, cirurgias, procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados pelo SUS, na atenção básica, especializada e hospitalar,
atrasando o início do tratamento de doenças crônicas, tais como cânceres e doenças
cardiovasculares, entre outras; 3) retorno de internações por desnutrição infantil provocadas pela fome; 4) estagnação na trajetória de queda da mortalidade infantil; e 5)
aumento de mortes maternas.
O grave quadro sanitário brasileiro decorre de um conjunto de retrocessos institucionais, orçamentários e normativos que levaram ao desmonte das políticas de
saúde e que afetaram o funcionamento de diversas áreas do SUS. A degradação da
autoridade sanitária nacional e do papel de coordenação e articulação do Ministério
da Saúde (MS) foram fatores chave na desestruturação de políticas e programas até
então bem-sucedidos, como o Programa Nacional de Imunizações (PNI), Mais Médicos, Farmácia Popular, IST-Aids e Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra. Também foram seriamente afetados os serviços que compõem as redes assistenciais do SUS: Atenção Básica, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Urgência, Pessoa
com deficiência, entre outros.
De 2018 a 2022, estima-se que as perdas do SUS, em decorrência da EC 95/2016, chegaram a quase R$ 60 bilhões, descontando-se os gastos autorizados por Medida Provisória relacionados à COVID-19. Além disso, para 2023, a saúde sofreu o impacto da desorganização provocada pela proposta de orçamento do governo, com consequências
deletérias para programas como o Farmácia Popular, o Mais Médicos/ Médicos pelo
Brasil, o Saúde Indígena, entre outros. Também é altíssimo o risco de colapso de serviços essenciais por falta de financiamento federal e por comprometimento da compra
de insumos essenciais, incluindo vacinas e medicamentos em geral.
Diante desse quadro crítico, é urgente recuperar o orçamento da área de saúde, bem
como estabelecer medidas de resgate da autoridade sanitária e da capacidade técnica
do MS para a coordenação nacional, tripartite e participativa da gestão do SUS. Isso é
essencial para que as demais prioridades da área possam ser efetivadas, como o resgate
das altas coberturas vacinais por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI); o
fortalecimento da capacidade de resposta à COVID-19 e outras Emergências de Saúde
Pública; e o enfrentamento das filas na atenção especializada.
Nesse sentido, é premente um esforço concentrado nacional para reduzir as filas de
espera para diagnósticos e tratamentos de doenças cardiovasculares, cânceres, cirurgias de baixa e média complexidade, todas muito afetadas pela pandemia. Esse esforço deve estar articulado a ações estruturantes para a reorganização da Atenção Básica
resolutiva e integrada nas diferentes regiões do País. Também é importante conferir
prioridade à recuperação das áreas de Saúde Mental, da Mulher, da Criança e do Adolescente, da população indígena, bem como a adoção de uma diretriz antirracista na
política nacional de saúde no Brasil.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
18
O mesmo olhar deve recair sobre alguns programas bem-sucedidos, que foram desmantelados nos últimos anos. É o caso da recuperação do Farmácia Popular, como parte da Assistência Farmacêutica do SUS; da retomada do estímulo ao desenvolvimento
do Complexo Econômico e Industrial da Saúde; e da transformação digital do SUS. Da
mesma maneira, é urgente a verificação das condições de suporte, insumos e contratos em geral, seriamente comprometidas sob o governo Bolsonaro. Estas medidas são
fundamentais para a retomada do desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro –
público, universal, integral e gratuito.
Com relação aos colegiados de participação social, que foram desarticulados e desacreditados, impõe-se o resgate do compromisso com o fortalecimento do Conselho Nacional de Saúde (CNS), indispensável ao controle social e à gestão participativa no SUS;
a retomada das conferências nacionais de saúde; e a recriação de diversas instâncias de
participação social, como o Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS)
e a Comissão Nacional dos Determinantes Sociais da Saúde.
TRABALHO
A situação atual da área de trabalho e emprego reflete o descaso e a ação deliberada do
governo Bolsonaro em subordinar a sua atuação à agenda ultraliberal da área econômica,
aprofundar o processo de flexibilização da proteção ao trabalho, desmontar e combater a
organização sindical, e coibir as práticas de negociação tripartite e diálogo social.
Mesmo com a recriação, em 2021, do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), não
se alterou o caráter secundário e subordinado conferido às questões trabalhistas. Além
da estrutura precária do MTP, alguns instrumentos de gestão continuam nas mãos do
Ministério da Economia, do qual o MTP depende para contratos administrativos e até
mesmo para a gestão de pessoas.
Alterar esse quadro de degradação institucional é indispensável para que as políticas de
trabalho voltem a ter centralidade no processo de desenvolvimento do País. Isso passa
pela reestruturação da área como unidade institucional autônoma, bem como pelo
restabelecimento da parceria com Estados e Municípios e a reorganização de estruturas descentralizadas que compõem o sistema público de trabalho, emprego e renda,
sucateadas nos últimos anos.
Da mesma forma, o orçamento destinado às políticas na área do trabalho foi continuamente reduzido na gestão Bolsonaro, chegando a irrisórios R$ 397 milhões, em 2022.
Ao mesmo tempo, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que tem registrado seguidos superávits, deixou de cumprir a sua finalidade constitucional no financiamento
das políticas de trabalho. Outra importante fonte de recursos, o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviços (FGTS), foi também enfraquecida e descapitalizada.
Todas as políticas ativas de emprego estão fragilizadas em decorrência do contínuo
subfinanciamento a que foram submetidas, nos últimos quatro anos. O sistema público
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
19
de intermediação de mão de obra está sucateado, com limitada capacidade de apoiar a
recolocação de trabalhadores, e a mudança no sistema de repasse de recursos para os
estados, por meio do modelo fundo a fundo, ainda não se completou.
Na área de qualificação social e profissional, o quadro é de ausência completa de política. O Pronatec foi abandonado e o Programa Novos Caminhos não saiu do papel, ou
se limitou a ações pontuais e discutíveis, como o Caminho Digital. Registrou-se ainda
a paralisia da política de aprendizagem profissional, fundamental para a prevenção e
erradicação do trabalho infantil e para a inserção profissional de jovens, praticamente
zerando as oportunidades nesse âmbito.
O governo Bolsonaro também não poupou a inspeção do trabalho. Houve perda de
autonomia normativa, técnica, financeira e de gestão nos últimos quatro anos. Quase
metade do quadro de auditores fiscais do trabalho autorizados em lei estão vagos. E o
orçamento destinado às funções de fiscalização é insuficiente para a manutenção das
unidades regionais, responsáveis pelas ações de fiscalização.
A reversão deste quadro é necessária para assegurar o enfrentamento aos descumprimentos da legislação trabalhista, a garantia de direitos de saúde e segurança no trabalho, o cumprimento das cotas de aprendizes e de pessoas com deficiência, o combate
às fraudes e a todas as formas de discriminação no emprego e na ocupação, bem como
o fortalecimento das políticas de prevenção e erradicação do trabalho infantil e do trabalho escravo que eram, até recentemente, referência mundial.
Entusiasta da reforma trabalhista de 2017, o governo Bolsonaro avançou ainda mais
na desmonte da legislação do trabalho, utilizando todos os instrumentos normativos à
sua disposição para flexibilizar a regulação laboral e enfraquecer as entidades sindicais.
Frente ao aumento do trabalho por meio de plataformas digitais, não houve qualquer
iniciativa para proporcionar um mínimo de proteção trabalhista e previdenciária. Também foi abandonada a política de valorização do salário mínimo, instrumento fundamental para a elevação da renda do trabalho, a redução das desigualdades e a dinamização da economia.
Outros problemas recorrentes foram a perseguição a lideranças sindicais e a asfixia financeira de suas entidades, prevalecendo uma política antissindical, o esvaziamento
de fóruns tripartites e a recusa ao diálogo social. Além disso, o Brasil assumiu posições
regressivas em matéria trabalhista na área internacional, abandonou o diálogo sobre
trabalho no âmbito da cooperação Sul-Sul e se juntou a países que buscam enfraquecer a OIT e seus mecanismos de regulação.
PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social e a Seguridade Social são um dos mais importantes mecanismos
de proteção e desenvolvimento social do País. Os benefícios monetários do Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) sustentam, direta ou indiretamente, mais de 90 mi-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
20
lhões de brasileiros e a Seguridade é fonte de renda para cerca de 140 milhões de cidadãos. Atualmente, 78% dos idosos têm nos benefícios previdenciários e no Benefício
de Prestação Continuada (BPC) uma de suas principais fontes de rendimento familiar.
Os avanços sociais expressos na Constituição de 1988 proporcionaram a inclusão dos
idosos rurais e urbanos, o combate ao êxodo rural, o apoio à agricultura familiar, a promoção da economia regional, especialmente por seu papel redistributivo nos municípios mais pobres. Reduziram também a desigualdade de renda e a situação de pobreza
dos mais velhos. As medidas adotadas pelo Governo Federal, a partir de 2016, ameaçam essas conquistas e colocam o novo governo diante do desafio de reconstruir a
Seguridade Social e a Previdência Social.
Um dos principais desafios neste âmbito consiste no enfrentamento da dramática
exclusão do RGPS, que se ampliou nos últimos anos. Isso requer crescimento econômico e geração de emprego com carteira assinada. Também é necessária a revisão
dos marcos regressivos das reformas trabalhista e previdenciária, que criaram regras
de acesso ao Regime Geral equivalentes ou mesmo superiores às praticadas por
países desenvolvidos e que desconsideram a dramática realidade do mercado de
trabalho brasileiro.
Nesse sentido, merecem especial atenção as questões relativas à inclusão previdenciária dos cerca de 50% dos trabalhadores que não participaram do mercado formal
de trabalho durante a maior parte ou de toda a sua vida laboral; que não conseguem
integralizar as carências contributivas mínimas para a aposentadoria; e que não se enquadram nas exigências para o acesso ao BPC. Outro ponto importante diz respeito
à atenção às vítimas da COVID-19 e suas famílias, que sofreram perda de renda em
decorrência da pandemia.
O enfrentamento adequado destes desafios remete a outro problema: a desestruturação institucional do setor, iniciada em 2016, que sob o governo Bolsonaro culminou na
extinção do Ministério da Previdência e a transferência de suas atribuições para a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia. O Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) foi transferido para o extinto Ministério do Desenvolvimento Social, e, depois,
para o Ministério da Economia e o Ministério do Trabalho e Previdência. A Dataprev e a
perícia médica continuaram vinculadas ao Ministério da Economia.
Assistiu-se também a uma política que se traduziu no represamento de direitos
para a redução forçada de gastos, com graves consequências administrativas e
sociais. Os casos mais paradigmáticos foram: a redução do quadro de servidores
do INSS; o fechamento de agências físicas; a desatualização cadastral que limita a
concessão automática de direitos; a precariedade do serviço de teleatendimento;
a migração do atendimento presencial para canais remotos; as dificuldades com o
uso dos canais online; as limitações técnicas do canal digital; e o uso de automatização na concessão de benefícios com base em protocolos imprecisos, levando a
indeferimentos desnecessários.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) também sofreram mudanças em decorrência da última reforma previdenciária, a qual trouxe o risco de financeirização dos
planos de benefícios e menor proteção previdenciária, com prejuízos aos servidores
públicos. O novo governo terá que reorganizar as regras de funcionamento desse segmento, em sintonia com as melhorias introduzidas nos regimes próprios no período de
2003 a 2015. Também é necessária a melhoria na gestão do RPPS, com a implantação
de um Sistema Integrado de Dados e do eSocial, o tratamento mais adequado da Compensação Previdenciária (COMPREV), além de outras medidas de natureza tributária,
sobre normas gerais aplicáveis a todos os entes federados e acerca do Regime de Previdência Complementar do setor público – Funpresp.
Nos últimos anos, houve ainda a tentativa de sucateamento das Entidades Fechadas
de Previdência Complementar, com ataques sistemáticos à imagem e à credibilidade
do sistema e de seus dirigentes, e o favorecimento dos bancos e seguradoras. Tiveram
lugar diversas resoluções do Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC),
para flexibilizar os direitos dos participantes, facilitar a retirada de patrocínio, alterar benefícios e critérios de reajuste de assistidos por esses planos, instituir planos com baixo
nível de contribuição e benefícios reduzidos, dentre outras medidas que punem os
participantes e assistidos em vez de proteger seus direitos, como é dever do Estado.
Em suma, é extensa a lista de questões e demandas que deverão exigir máxima atenção
do ponto de vista legislativo, orçamentário e de garantia de direitos aos cidadãos, tanto
no âmbito do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), como também dos Regimes
Próprios de Previdência Social (RPPS) e do Regime de Previdência Complementar (RPC).
CIDADES
O Ministério das Cidades foi essencial para a formulação da nova Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano e a implementação do Estatuto das Cidades. De 2003 a 2016,
o governo investiu R$ 715 bilhões nas políticas urbanas (média de R$ 50 bilhões por
ano), com destaque para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que contratou
4,2 milhões de moradias até 2016, sendo 1,6 milhão para famílias de baixíssima renda.
A partir de 2016, o investimento na área foi drasticamente reduzido, tendência que se
aprofundou sob o governo Bolsonaro, quando foram extintos o Ministério das Cidades
e o Conselho das Cidades. No PLOA de 2023, registra-se uma redução de recursos para
o setor urbano da ordem de 90% em relação a 2022, o que deverá provocar a paralisação de obras em andamento com recursos do Orçamento Geral da União.
O MCMV foi transformado no programa Casa Verde Amarela, que zerou as contratações para a baixa renda, afetando sobretudo a população mais carente e vulnerável
em termos habitacionais. O corte de recursos destinados à produção habitacional e às
obras de infraestrutura urbana, além dos prejuízos às famílias e às cidades, representa
uma perda de oportunidade para a promoção do crescimento econômico. O recurso
público aplicado no setor contribui para um ciclo virtuoso, que aumenta a arrecadação
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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tributária, gera emprego e renda e movimenta a cadeia da construção civil e outros
setores da economia. Os programas de habitação têm potencial de gerar 1,5 milhão de
empregos anuais, considerando a média do MCMV, observada no período 2009-2022,
além de responder às necessidades habitacionais da população de baixa renda.
Na habitação, os reflexos do desmonte são percebidos no aumento em mais de 32 mil
pessoas em situação de rua, somente nos últimos dois anos, totalizando mais de 178
mil pessoas; nas mais de 1 milhão de pessoas despejadas ou ameaçadas de despejo,
durante a pandemia; no déficit habitacional de 5,9 milhões de domicílios; e nos mais de
5,1 milhões de domicílios em aglomerados subnormais (IBGE 2019).
Na área de mobilidade urbana, foi interrompida a expansão dos sistemas de média
e alta capacidades de transporte público. Há uma crise de demanda e esgotamento
do atual modelo de remuneração dos serviços pela tarifa, com sucessivos aumentos
das tarifas e perda da capacidade de pagamento dos usuários. Esse cenário foi agravado pela pandemia: o déficit estimado entre a receita e os custos operacionais dos
prestadores, no período de março/20 a junho/21, correspondeu a R$ 16,7 bilhões, nos
sistemas ônibus, e R$ 12,5 bilhões, nos sistemas sobre trilhos (ANTP). Assim, houve a
deterioração das condições de mobilidade urbana nas cidades, com o sucateamento
das infraestruturas de transporte urbano.
A gestão de riscos e prevenção a desastres climáticos também foi desarticulada, mesmo diante de um cenário de aumento de eventos climáticos extremos. Houve ainda
uma redução de 99,5% na previsão orçamentária para saneamento, em 2023, o que
deve afetar obras em andamento, o início de obras aprovadas e/ou licitadas pela CAIXA,
e a retomada de obras paralisadas nos últimos anos.
Diante do claro desmonte das políticas públicas até então conduzidas pelo Ministério
das Cidades, o novo governo se vê diante da necessidade de redesenhar e retomar os
programas considerados necessários à reconstrução da política habitacional do País,
tendo como diretriz a redução das desigualdades urbanas e a promoção da transição
ecológica nas cidades.
CULTURA
A área da cultura foi um dos principais alvos do desmonte promovido pelo governo
Bolsonaro, com impactos negativos sobre o orçamento destinado à pasta, as estruturas públicas de gestão da cultura, o acesso e o exercício dos direitos culturais, e as
atividades artísticas e dos trabalhadores da cultura. O governo Bolsonaro amplificou o
discurso de criminalização das artes e da cultura, com impactos agudos sobre artistas,
trabalhadoras e trabalhadores do setor cultural.
O governo Bolsonaro promoveu o maior retrocesso dos últimos 20 anos na execução
do orçamento destinado à cultura. A partir da extinção do Ministério da Cultura (MinC),
em 2019, o governo federal reduziu em quase metade a execução orçamentária da
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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área cultural, que já era declinante. Desde 2016, houve uma perda de 85% no orçamento da administração direta e de 38% no da administração indireta. O Fundo Nacional
de Cultura (FNC), principal mecanismo de financiamento governamental do setor, teve
seu orçamento reduzido em 91%. O corte foi tão acentuado que a maior parte do que
restou foi canalizada para manutenção, tornando inviável qualquer atividade finalística.
As estruturas públicas de gestão da cultura também foram destruídas ou desmontadas.
O MinC deixou de existir em 2019, passando a ser uma Secretaria Especial vinculada,
primeiro, ao Ministério da Cidadania e, depois, ao Ministério do Turismo. Ao mesmo
tempo, a estrutura de cargos exclusiva da cultura foi absorvida por outras áreas governamentais e se reduziu para pouco mais de um terço da que existia em 2016.
Além da drástica redução de tamanho, a Secretaria virou as costas para a área cultural,
cancelando editais, extinguindo políticas, descontinuando projetos, reduzindo sistematicamente o seu orçamento, perseguindo servidoras/es, sucateando instituições e
publicando atos normativos autoritários que violam direitos e a diversidade cultural. O
Sistema Nacional de Cultura foi negligenciado, tendo sido parcialmente desmantelado.
Como consequência do desmonte das políticas culturais, quadro agravado pela pandemia de COVID-19, a economia criativa e da cultura foi duramente impactada, provocando desemprego, fechamento de empreendimentos, precarização e vulnerabilização de trabalhadores e trabalhadoras do setor. A perda do setor cultural estimada para
o biênio 2020-2021 foi de R$ 69 bilhões.
As estimativas de participação do setor cultural na economia brasileira, em 2019, variavam de 1,2% a 2,7% do PIB, sendo que o conjunto de ocupados no setor cultural
representava 5,8% do total (5,5 milhões de pessoas), atuando em mais de 300 mil empresas. Com a pandemia, o faturamento do setor se aproximou de zero, já que as únicas
atividades que continuaram faturando foram as relacionadas a serviços digitais, como
streaming de vídeo e música.
Enquanto outros governos lançavam pacotes de auxílio aos seus setores culturais,
quem assumiu essa tarefa no Brasil foi a oposição, com a Lei Aldir Blanc. Somente
ao final de 2022, o setor deverá retomar o patamar de geração de riqueza de 2019.
Mesmo assim, o cenário ainda é incerto, dada a omissão e inoperância do governo
Bolsonaro na área.
Com relação à participação social, o diagnóstico da área cultural reforça a tendência
geral de restrição e redução da participação de setores da sociedade nas políticas públicas. Dos 25 colegiados associados às políticas culturais, 10 foram extintos; 3 estão paralisados ou aguardando composição; 1 está ativo, mas com problemas na formalização
e na composição; e apenas 11 (41%) estão em funcionamento.
Enfim, é inegável o papel que a Cultura deverá ter durante o novo governo, seja como
área fundamental de apoio e estímulo à diversidade de manifestações culturais do
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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povo brasileiro; seja como meio para propiciar o mais amplo acesso aos bens e serviços
culturais; seja, enfim, como instrumento indispensável ao fomento da produção cultural e à promoção de uma economia da cultura, como parte da estratégia de retomada
de desenvolvimento sustentável do País.
ESPORTE
O governo Bolsonaro interrompeu uma longa trajetória de valorização das políticas públicas para o esporte no País. Desde 2003, o setor vinha experimentando a ampliação
de recursos e da capacidade de organização e execução de políticas públicas, além de
ter ganhado maior relevância no debate público, principalmente com a realização dos
dois maiores eventos esportivos do mundo no País, a Copa do Mundo, em 2014, e as
Olimpíadas, em 2016.
A extinção do Ministério do Esporte, que se tornou uma Secretaria Especial e foi absorvida pelo Ministério da Cidadania, levou ao rebaixamento da pauta do esporte, à
redução de seu orçamento e à perda de relevância no âmbito do governo federal. O
orçamento do esporte caiu de R$ 3,4 bilhões em 2016 para R$ 890 milhões em 2022. A
PLOA 2023 prevê apenas R$ 193 milhões para o esporte.
Políticas e programas voltados para a prática desportiva foram descontinuados ou perderam importância. É o caso do Programa Segundo Tempo e do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT). A
carência de infraestrutura esportiva nos municípios é um diagnóstico conhecido, que
motivou a inclusão do esporte nos programas de investimento dos governos Lula e
Dilma. Essa política de investimento em infraestrutura esportiva também foi paralisada.
Da mesma forma, a Secretaria passou ao largo do crescente debate acerca dos atos
discriminatórios ocorridos em atividades desportivas.
Sem uma visão estratégica clara para o setor, a Secretaria do Esporte realizou ações fragmentadas e isoladas, sem capacidade de incluir a agenda do esporte nas prioridades do
País, em que pese o potencial econômico do setor e o papel que o esporte pode desempenhar na educação, saúde, inclusão social e bem-estar físico e mental das pessoas.
O diagnóstico da área sinaliza para a necessidade de reinserir o fomento ao esporte
na agenda nacional, com a recuperação ou redesenho de programas que já demonstraram a sua relevância para o esporte brasileiro, e, especialmente, com a ampliação
e democratização da prática esportiva, sobretudo no ambiente escolar, promovendo
assim uma cultura de paz.
DIREITOS HUMANOS
No período de 2019 a 2022, o revisionismo do significado histórico e civilizatório dos direitos humanos, a restrição à participação social e a baixa execução orçamentária foram
a tônica da gestão da política de direitos humanos. O Ministério da Mulher, da Família e
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dos Direitos Humanos (MMFDH) pautou a sua atuação na negligência de populações
vulnerabilizadas, na negação da existência de graves violações a direitos, e no desmonte de políticas públicas arduamente conquistadas, até 2015.
O MMFDH foi instrumentalizado para o cumprimento da tarefa de subverter o significado histórico dos direitos humanos, por meio do uso deturpado de estruturas e recursos
públicos; da celebração de parcerias com entidades estranhas a agenda do Ministério;
e do comprometimento de áreas já consolidadas de enfrentamento a violações de direitos humanos.
A condução do Disque 100 é exemplo desse desmonte. Além de ter sido fragilizado
pela péssima gestão contratual, o Disque 100 foi aparelhado para assediar a educadores e a estabelecimentos comerciais que exigiam certificado vacinal contra COVID-19,
atendendo denúncias de sujeitos identificados com a chamada “escola sem partido” e
com o negacionismo da crise sanitária recente. Toda a rede de proteção, antes acionada
para dar resposta a denúncias de violações, foi desarticulada. Os dados do Disque 100,
que são fonte de informações para o desenvolvimento de políticas públicas, deixaram
de ser divulgados.
As estruturas de participação social foram o alvo preferencial do desmonte ou desconfiguração de políticas públicas no governo Bolsonaro. Na pasta dos direitos humanos,
foram desarticulados ao menos 14 colegiados com participação social efetiva, sendo
12 alterados, com o objetivo de precarizar ou desconfigurar a participação da sociedade, e dois simplesmente extintos por revogação normativa sumária.
O orçamento dedicado às políticas de direitos humanos reforçam o cenário de desprezo pelo setor. A despesa discricionária em 2022 chegou ao valor de R$ 238 milhões,
aproximadamente um terço da LOA 2015. A PLOA 2023 replica o estado de penúria do
orçamento, elevando o desmonte das políticas da área a um patamar crítico.
Além dos cortes, houve baixa execução orçamentária. Até o início de dezembro de 2022,
apenas 40% do orçamento da área havia sido empenhado e cerca de 21% haviam sido
executados. O cenário orçamentário-financeiro da pasta indica a inviabilidade da política
de direitos humanos, caso não haja recomposição orçamentária a partir de 2023.
Essas três principais dimensões do desmonte – o revisionismo do significado histórico
dos direitos humanos, as restrições à participação social e a precarização orçamentária
-, culminaram na descontinuidade de políticas públicas importantes para a promoção
e defesa de direitos humanos, como foi o caso do “Plano Viver Sem Limite” e das políticas para a população LGBTQIA+ e para a população em situação de rua.
MULHERES
A dimensão do desmonte provocado pelo governo Bolsonaro nas políticas para as mulheres é a expressão de um projeto político de invisibilização e sujeição da mulher. Tal
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projeto começa na esfera simbólica, mas tem consequências concretas na desorganização e no esvaziamento das políticas públicas, na desidratação do orçamento, na desestruturação institucional e, consequentemente, na perda de direitos e até da própria
vida das brasileiras.
No primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando
cerca de 700 casos no período. Em 2021, mais de 66 mil mulheres foram vítimas de
estupro; mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência doméstica. Os dados são do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Embora
todas as mulheres estejam expostas a essas violências, fica evidente o racismo: as
mulheres negras são 67% das vítimas de feminicídios e 89% das vítimas de violência sexual.
Essas tragédias ocorrem no mesmo compasso do desmonte das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. No caso do programa “Mulher Viver Sem Violência”,
os principais eixos que garantiam a capacidade de execução foram retirados da legislação, desobrigando o Estado de cumpri-los. O orçamento do programa foi desidratado
em 90% e a construção de Casas da Mulher Brasileira foi paralisada.
O Disque 180 foi desmantelado. Esse serviço foi transferido para a Ouvidoria de Direitos
Humanos e, com isso, seu papel de orientação, informação, denúncia e gestão de informação da rede de atendimento no País ficou restrito apenas a denúncias. O orçamento
para esse serviço, em 2023, é de apenas R$ 6 milhões, o que implica a paralisação do
Disque-180 já nos primeiros meses do novo governo.
No governo Bolsonaro, o feminicídio foi gravemente intensificado pela flexibilização
da posse e do porte do uso de armas. De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no País, segundo dados da Polícia Federal. Deste
total, mais de 96% estão em nome de homens e 4% em nome de mulheres. Segundo
o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando consideramos que mais da metade
dos casos de violência contra as mulheres são cometidos por companheiros, ex-companheiros, pais ou padrastos e dentro de casa, podemos dizer que isso eleva tanto o
grau de escala de opressão, silenciamento e repressão sobre as mulheres, como o grau
de letalidade dos homens sobre elas.
Os recursos direcionados para financiar as políticas públicas da Secretaria de Políticas
para as Mulheres, de 2015 a 2022, demonstram a dinâmica orçamentária perversa iniciada em 2016, com fortes cortes no orçamento da pasta. O PLOA 2023 traz uma redução de 90% no orçamento da área quando comparado ao orçamento de 2015.
O cenário trágico de desmantelamento das políticas para as mulheres também foi intensificado pela gestão irresponsável da pandemia de COVID-19. Para as trabalhadoras
domésticas, a pandemia representou o aumento do risco à própria saúde, a queda na
renda e a perda de direitos. Elas foram as primeiras a serem infectadas e as mais impactadas pela COVID-19.
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A formalização dos vínculos laborais dessa categoria começou a declinar após 2016, tendência agravada na pandemia. Mesmo diante do aumento da fome, da perda de renda e
direitos, o MMFDH não viabilizou ação alguma para incentivar e implementar a PEC das
trabalhadoras domésticas, deixando-as ainda mais desprotegidas e vulneráveis.
A fome e a insegurança alimentar também afetam desproporcionalmente mulheres,
negras e negros: um em cada cinco lares chefiados por mulheres não tem o que comer
no dia a dia. Nos domicílios em que a responsável é negra ou negro, a fome aumentou
de 10,4% para 18%. A fome em famílias com crianças quase dobrou.
Para além do aumento do desemprego generalizado, a taxa de desalento entre as mulheres é mais que o dobro do que entre os homens. A sobrecarga doméstica, as tarefas
de cuidado e a falta de oferta de serviços públicos como creche prejudicam o retorno
da mulher ao mercado de trabalho.
Ou seja, mesmo diante de um contexto de retomada econômica, se não houver
políticas efetivas com recortes de gênero e raça, elas são as últimas a serem incorporadas – principalmente em postos mais precários, desvalorizados e informais.
IGUALDADE RACIAL
As políticas de promoção da igualdade racial sofreram severos retrocessos durante o
governo Bolsonaro: estrangulamento orçamentário; desmonte de estruturas executivas e colegiadas relativas à temática; descumprimento de dispositivos legais; descontinuidade de programas; ausência de monitoramento das ações; e desarticulação de
agendas intersetoriais.
Com relação ao orçamento, houve uma drástica redução de 93% desde 2015, o que reflete um processo mais amplo de esvaziamento orçamentário das políticas de promoção da igualdade racial no conjunto das ações relacionadas à temática, em diferentes
órgãos e entes da Administração Pública Federal. Entre os principais cortes, destacam-
-se a redução no programa de regularização fundiária de territórios quilombolas pelo
INCRA, o estrangulamento das ações finalísticas da Fundação Cultural Palmares e as
previsões irrisórias para a implantação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial – SINAPIR.
O desmonte orçamentário é também político. A antiga Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) foi rebaixada para a condição de secretaria nacional
dentro do MMFDH, com o consequente enfraquecimento das estruturas institucionais
dedicadas à gestão do setor.
Em um balanço geral acerca do percurso dos programas e ações em curso nos últimos
anos, avalia-se que dos 18 programas/ações que compunham o repertório prioritário
da SEPPIR, em 2015, seis foram descontinuados, cinco desmantelados, seis enfraquecidos e um deles não passou por qualquer aprimoramento.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
28
Entre os principais desmontes constatados, destacam-se:
| ausência de monitoramento da Lei de Cotas do Ensino Superior (12.711/2012)
e da Lei de Cotas de Ingresso para o Serviço Público (12.990/2014);
| ausência de acompanhamento, monitoramento e avaliação da Lei sobre o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena (10.639/03 –
11.645/08);
| desarticulação do esforço intersetorial da Agenda Social Quilombola e enfraquecimento das ações componentes da Agenda, resumindo-se o Programa
Brasil Quilombola a ações pontuais e assistencialistas, em descumprimento
inclusive das determinações judiciais da ADPF 742 (Quilombolas e
pandemia);
| paralisação dos esforços de regularização fundiária de territórios quilombolas, com falta de recursos, falta de pessoal e paralisia decisória no INCRA;
| descontinuidade de ações fundamentais para enfrentamento à violência
letal contra a juventude negra;
| enfraquecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra;
| desmantelamento dos esforços de articulação intersetorial das agendas
para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Terreiros e dos
Povos Ciganos;
| tentativa de destruição da Fundação Cultural Palmares por meio de medidas administrativas e manobras discursivas que visavam a ruptura do órgão
com sua própria missão institucional.
JUVENTUDE
Com relação à política nacional para a juventude, o governo Bolsonaro representou o
desmonte e o enfraquecimento de sua capacidade de articulação com as demais políticas públicas e de diálogo com a sociedade civil.
O setor perdeu orçamento de maneira crítica e sistemática desde 2016, o que se agravou durante o governo Bolsonaro. O pico de investimentos na área aconteceu no período de 2005 a 2014. Desde então, a área sofreu sucessivos cortes orçamentários. Isso
acarretou a desarticulação, a descontinuidade e o desmonte de políticas, programas e
iniciativas importantes destinadas à população jovem.
Chama atenção o fato de que o Plano Plurianual (PPA) atual não contém um Programa e Ação Orçamentária específicos para a juventude. A questão fica ainda mais
evidente ao se analisar a execução orçamentária, em que se observa um padrão
decrescente, tendo havido queda de quase 95% na execução orçamentária ao final
dos últimos quatro anos.
A Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), atualmente incorporada pelo Ministério da
Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), conta com uma estrutura organizacional
precária, com baixa capacidade de articulação política, de diálogo com setores organi-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
29
zados e de execução de políticas públicas. Ela tem exercido um papel lateral e desvinculado de quaisquer objetivos estratégicos. Comparado ao papel político desempenhado pela SNJ em períodos anteriores, percebe-se uma diminuição drástica em sua
relevância na estrutura da Administração Federal.
Muitos programas voltados para a juventude foram esvaziados e desarticulados, a partir
de 2016, com especial ênfase no governo Bolsonaro. É o caso do Estação da Juventude, que foi sendo paulatinamente diminuído e desfigurado. Também é o caso do
Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural,
descontinuado em 2017, apesar de seus resultados positivos. Programas de outros setores, voltados para a juventude, também sofreram revezes, como é o caso do Projovem Urbano, atrelado ao Ministério da Educação, que perdeu estrutura e orçamento
nos últimos quatro anos.
POVOS INDÍGENAS
Os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados e ignorados na história recente do
Brasil como no governo Bolsonaro. Os cortes orçamentários; o desmonte das estruturas administrativas; a completa paralisação dos processos demarcatórios, somados ao
aumento das invasões de terras e territórios indígenas; além da ausência de ações de
prevenção e enfrentamento durante a crise sanitária da COVID-19, representam um
desmonte sem precedentes na política indigenista brasileira.
A invasão das terras e territórios indígenas se acentuou exponencialmente nesse
período, em razão de políticas de incentivo à grilagem e à exploração ilícita e indevida de recursos naturais por garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, pescadores, caçadores ilegais e narcotraficantes. Isso produziu um aumento expressivo de conflitos e
violências contra os povos indígenas. Ameaças e mortes de lideranças e defensores
indígenas (e não indígenas) têm sido crescentes em razão da impunidade, como
mostrou o caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom
Phillips, na região do Vale do Javari, que chocou o país e provocou grande e compreensível comoção internacional.
Outra consequência dessa política devastadora é a grave situação de calamidade que
vem se perpetuando na Terra Indígena Yanomami, onde vivem, em 371 comunidades,
mais de 28,1 mil indígenas, incluindo povos indígenas isolados. Configura-se, ali, uma
situação de emergência humanitária, com violências sistemáticas, mortes de crianças e
mulheres, destruição ambiental e adoecimento. O garimpo ilegal avançou 46% nessa
região, em 2021.
A criminosa omissão do Estado na fiscalização das terras indígenas afetou os povos originários em todas as regiões. Ao paralisar completamente as demarcações, o
governo Bolsonaro agravou o contexto de insegurança e as violações de cerca de
40% da população indígena, que vive em pouco mais de 1% do total da superfície
demarcada atualmente no Brasil. Além de expor povos indígenas a situações de vio-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
30
lência e racismo, esse cenário contribui para a aceleração da destruição ambiental e
a degradação dos biomas.
Durante o governo de Bolsonaro, o Brasil registrou as maiores taxas de desmatamento
na Amazônia, desde 2006. Em contrapartida, as terras indígenas continuam apresentando os menores índices de desmatamento na Amazônia Legal, com taxas que representam apenas 1% do total desmatado na região.
Soma-se a isso o fato de que as terras indígenas são áreas protegidas que abrigam
a maior parte da biodiversidade do planeta, e que as populações que nelas habitam
detêm o conhecimento milenar e ancestral sobre formas de manejo e relacionamento
com o universo não-humano. Por isso, a paralisação das demarcações e demais ações
de proteção das terras indígenas não só compromete seriamente a vida dos povos
indígenas, em especial a dos isolados, mas também coloca em risco a sua própria subsistência na Terra.
Esse cenário devastador foi acompanhado e intensificado pela desorganização e desmonte das estruturas administrativas relacionadas às políticas públicas indigenistas.
Nos últimos cinco anos, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) foi desmantelada e sofreu drástica redução orçamentária. Nota-se que apenas 30% do orçamento do órgão
financiou atividades finalísticas. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023,
apresentado ao Congresso Nacional, o orçamento da Funai sofreu corte de R$ 34 milhões. Para 2023, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) conta com a previsão
do menor orçamento do órgão desde sua criação, tendo sofrido redução de 59% em
relação ao orçamento de 2022.
A nomeação de profissionais sem experiência nos assuntos indígenas para ocupar cargos na FUNAI, bem como o aparelhamento do órgão por representantes de setores
contrários aos direitos indígenas, contribuíram para a desestruturação total da política
indigenista pública.
Políticas conquistadas ao longo de décadas nas áreas de gestão territorial e ambiental,
saúde, educação, agricultura familiar e cultura foram sucateadas. Povos indígenas que
vivem fora de seus territórios ou em terras não-regularizadas, retomadas ou mesmo em
contexto urbano, foram relegados à invisibilidade e total desassistência.
As instâncias representativas dos povos indígenas foram excluídas dos espaços de participação e controle social de políticas públicas, em razão da extinção ou paralisação
do funcionamento de diversos Conselhos Participativos criados e implementados até
2016, incluindo o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).
A gestão irresponsável da pandemia de COVID-19 levou à morte de mais de mil indígenas, pertencentes a 165 povos, pelo coronavírus. Dentre essas, destaca-se a morte de
anciães e anciões, detentoras/es do conhecimento tradicional de seus povos, impactando na transmissão e continuidade desses saberes e tradições ancestrais.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
E CLIMÁTICA
ECONOMIA
No campo econômico, o legado dos últimos anos foi marcado por baixo crescimento, inflação alta, perda de poder de compra do salário e perda de credibilidade
do arcabouço fiscal, que culminou em uma proposta irrealista de lei orçamentária
para 2023.
O crescimento médio do PIB, no período 2019-2021, foi próximo de 1% ao ano até
- Na média, a expectativa é que o governo Bolsonaro termine o seu mandato com
um crescimento médio próximo a 1,5%, inferior inclusive à média verificada no governo Temer. Para o próximo ano, a expectativa de crescimento do Brasil é de 0,6%,
enquanto no resto do mundo é de 2,7%.
A inflação acumulada no Brasil durante o governo Bolsonaro supera 26%, uma das
maiores do mundo, atrás apenas da inflação da Argentina, Rússia e Turquia. Em dois
dos quatro anos de governo, o Brasil terá estourado o limite superior da meta de inflação. Mesmo com as custosas desonerações para reduzir o preço dos combustíveis, a
inflação acumulada em 12 meses é de 5,9%.
Em parte, o repique inflacionário pode ser explicado pela desvalorização cambial
verificada no período. No governo Bolsonaro, a taxa de câmbio do real com o dólar
saiu de R$ 4/ 1 US$ em 2019 para R$ 5,6/ 1 US$ em 2021. Atualmente está próxima
de R$ 5,3/ 1 US$.
Na esteira do baixo crescimento e da elevada inflação, o salário mínimo praticamente
não teve ganho real. O rendimento médio real caiu nos três primeiros anos do governo
Bolsonaro, saindo de R$ 2.471,00 para R$ 2.265,00, em 2021. O rendimento real per capita de todas as fontes, em 2021, foi de R$ 1.353,00, também o menor da série histórica.
Em 2019, o salário mínimo comprava 2 cestas básicas, agora compra 1,6.
Por fim, o atual governo deixa um legado de perda de credibilidade na política fiscal
e orçamentária. Após alterar por cinco vezes o arcabouço fiscal vigente para permitir
gastos que totalizam R$ 800 bilhões acima do originalmente previsto pelo teto de
gastos, o governo Bolsonaro apresentou uma proposta de lei orçamentária irrealista
para 2023, incapaz de garantir a continuidade das políticas públicas necessárias à
garantia da cidadania da população. Ao final de 2022, os sinais de escassez de recursos para a manutencao dos servicos públicos essenciais e para o funcionamento
da máquina pública se fazem visíveis, como nos casos do atraso no pagamento de
bolsas de estudo, corte de verbas para educação e falta de recursos para emissão de
novos passaportes.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS
Ao longo dos últimos anos o País atravessou severo período de desindustrialização e
ausência de políticas de desenvolvimento de um modo geral, o que implicou um decréscimo persistente da participação da indústria de transformação no PIB nacional.
Além disso, o desmonte da política nacional de exportações no governo atual também
impactou fortemente na redução da participação da indústria de transformação no
total das exportações brasileiras, caindo de 66% em 2016 para cerca de 50% em 2022.
Esse cenário se agravou com os efeitos da pandemia e da nova geopolítica mundial
sobre a desindustrialização e foi amplificado pela ausência de políticas industriais e de
comércio exterior para virar o jogo e transformar uma ameaça em oportunidades para
o setor produtivo do país.
A falsa premissa de que os mercados são autorreguláveis, sem a necessidade de ações
coordenadas dos agentes públicos e privados, levou a equívocos de orientação e condução de políticas que foram danosas ao setor produtivo, deixando-o mais frágil e
vulnerável à competição. A fragilidade se deu em termos financeiros e tecnológicos,
resultando em uma grande estagnação da produtividade, especialmente no amplo
universo de empresas da indústria de transformação.
Como o sistema industrial moderno é altamente complexo, envolvendo cadeias de
valor de centenas de atividades de comércio e serviços integrados às atividades industriais propriamente ditas, o efeito contágio de fragilidades financeiras e tecnológicas
no núcleo da indústria afeta todo sistema produtivo e de inovação. As repercussões
foram especialmente graves nos segmentos de bens de capital e serviços altamente
especializados de exportação e geração de conhecimento. Foram afetadas as áreas de
comércio exterior, de funding e financiamento para investimento – especialmente pela
descapitalização intencional do BNDES -, de apoio à produção e serviços e de proteção
sistemática à população mais vulnerável.
Essas ações (ou falta de outras) dificultaram uma retomada econômica pós-pandemia
ambientalmente responsável, que propiciasse empregos formais e mais bem remunerados. Dado o tamanho econômico do Brasil, a criação de oportunidades poderia
ser facilitada pela exploração do potencial de investimentos em infraestrutura e inovação tecnológica por meio de uma ação coordenada entre os setores público-privado,
principalmente em um cenário internacional que abre novas janelas de oportunidades
com a propagada Indústria 4.0 e a sustentabilidade.
Portanto, a recriação do MDIC deve ser a primeira ação concreta do novo governo para
reverter o quadro no setor produtivo e na inserção externa brasileira, de maneira a impulsionar a inovação tecnológica, o aumento de produtividade e competitividade, e a
promoção de uma economia verde e limpa, não apenas na indústria, mas também no
comércio e serviços. A missão precípua de novo MDIC é reindustrializar Brasil e promover uma inserção internacional mais competitiva.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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INFRAESTRUTURA
Na Infraestrutura Logística, os principais retrocessos a serem revertidos pelo novo governo são a brutal queda do investimento público e a falta de mecanismos de governança dos programas de investimentos estratégicos para o País, nos mesmos moldes
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa de Investimentos em
Logísticas (PIL).
A queda brutal do investimento e o desmantelamento dos mecanismos de planejamento – somados à implementação de modelos de concessão voltados apenas para
criar oportunidades de negócios privados, sem dar sustentabilidade aos projetos e reais
benefícios aos usuários -, fizeram com que a infraestrutura logística perdesse capacidade e se degradasse ao longo dos últimos anos.
Todos os modais tiveram redução de gastos e precisam de um esforço de recomposição de suas médias históricas de investimentos. Sem isso, é impossível implementar
um programa de investimento que entregue ao País uma infraestrutura condizente
com os desafios do desenvolvimento econômico e com geração de milhões de empregos de qualidade.
O investimento público em transportes atingiu seu pico em 2011, com a autorização
de R$ 35,8 bilhões do orçamento federal. Em 2023, o montante previsto no orçamento
é de apenas R$ 6,8 bilhões, míseros 19% do valor autorizado dez anos antes.
A gestão das rodovias encontra-se em patamar de manutenção, que não repõe o
desgaste observado, resultando em péssimas condições de tráfego nas vias públicas.
Também têm sido frequentes as notícias de desabamentos de pontes e deslizamentos, revelando a baixa resiliência climática e estrutural das rodovias. Da mesma forma,
recursos ínfimos foram aplicados na ampliação da malha rodoviária, com resultados
medíocres, como a entrega de pontes de madeira e pequenos trechos de duplicação
ou construção de rodovias.
Na área de ferrovias, os retrocessos são ainda mais contundentes. As obras públicas no
setor restringem-se a duas pequenas obras de segurança ferroviária em áreas urbanas
e apenas alguns segmentos do trecho II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL,
mesmo assim em ritmo muito lento.
Na área de portos, os recursos destinados às intervenções necessárias se restringem às
receitas das próprias empresas, por determinação imposta na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Com isso, apenas as companhias que dispõem de receitas estão autorizadas
a realizar investimentos, deixando os portos de menor competitividade sem capacidade de realizar intervenções.
No setor aeroportuário, a maior parte dos aeroportos de médio e grande porte
estão concedidos ao setor privado, processo iniciado em 2011. Nos últimos anos,
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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porém, o governo perdeu a capacidade de fazer obras de melhoria e ampliação
dos aeroportos remanescentes.
O setor aquaviário, por sua vez, não conta com um programa de gestão das hidrovias
e de instalações portuárias que seja consistente com a necessidade do País, principalmente quando se considera como objetivo estratégico o estabelecimento de uma matriz de transporte ambientalmente sustentável.
É preciso considerar a possibilidade de reavaliação de modelos de concessão, como o
critério de julgamento nas licitações de rodovias, o modelo de privatização das autoridades portuárias com exploração dos portos organizados, e a regulamentação das
autorizações ferroviárias.
É necessária, ainda, a adoção de medidas para a retomada de obras paralisadas, bem
como a implementação de novos projetos. De igual maneira, se faz necessário adequar
as previsões orçamentárias e capacidade de investimento no setor, fator indispensável
para a recuperação e melhoria da infraestrutura logística do País, o crescimento econômico sustentável e a geração de emprego e renda..
COMUNICAÇÕES
A situação atual do Ministério das Comunicações denota a ausência de centralidade
conferida ao setor, nos últimos anos, apesar de seu papel estruturante das relações políticas, econômicas e sociais contemporâneas.
No âmbito da radiodifusão, o governo Bolsonaro atuou para reduzir a pluralidade e a
diversidade nos meios de comunicação. Como exemplo, houve diminuição considerável de editais para radiodifusão educativa e comunitária, além da não conclusão dos
processos de outorga do Canal da Cidadania.
Nos últimos quatro anos, assistiu-se ao desmonte do sistema de comunicação pública,
previsto na Constituição Federal. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi reduzida ao papel de mera produtora de conteúdos governamentais, com a mobilização de
suas rádios, agência e emissora de TV para essa finalidade. Casos de censura também
foram denunciados por trabalhadores, evidenciando a instrumentalização política que
privou a população brasileira do direito de acesso à informação pelos canais públicos
de comunicação.
No campo das telecomunicações, as políticas continuaram focadas na expansão da
infraestrutura, sem a existência de iniciativas que busquem reduzir as desigualdades
no acesso aos serviços de telecomunicações e garantam o pleno acesso da população
de menor renda à Internet, com dispositivos adequados e pacotes de serviços menos
limitados em termos de volume de dados e utilização.
Além disso, nos últimos quatro anos, não houve qualquer formulação de ações estratégicas sobre as comunicações, apesar da crescente centralidade dos meios e
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
35
ambientes digitais na sociedade e na atual fase de desenvolvimento econômico,
ignorando a percepção internacional sobre o tema, cada vez mais associado à geopolítica, à democracia, à redução das desigualdades e à necessidade de medidas
para enfrentar a crise climática.
Como resultado dessa visão restrita das telecomunicações, o governo Bolsonaro também incluiu a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) no Programa Nacional de
Desestatização.
A atuação governamental na área de comunicações foi, assim, presidida por uma lógica
privatista, de instrumentalização dos meios públicos de comunicação, e de ausência
completa de políticas públicas de inclusão digital e de promoção do acesso à informação, especialmente para a população de baixa renda.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
O governo Bolsonaro também desmantelou o sistema científico e tecnológico nacional. Em meio a um discurso oficial de negação da Ciência, o sistema federal de fomento
da área de CT&I entrou em virtual colapso. As instâncias de diálogo entre o governo
federal e seus parceiros nas áreas de ciência, tecnologia e inovação foram desvirtuados
ou esvaziados, substituídos pela imposição unilateral de prioridades e programas por
meio decretos ou portarias, em geral para tentar legitimar um quadro de retração de
investimentos ou para atender interesses isolados de ocupantes de cargos na cadeia
de comando do Ministério da área. Como resultado, houve grande pulverização de
iniciativas e sobreposição de ações, com relevância e impacto limitados.
Dado o grau de desmonte nessa área, impõe-se a necessidade de reorganização do
Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI). É necessário, em primeiro
lugar, recompor e ampliar o financiamento de CT&I, garantindo a liberação integral dos
recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT),
cuja Secretaria Executiva é exercida pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
A destinação desses recursos deve se voltar para projetos nacionais estruturantes e
mobilizadores, em complemento (e não substituição) à recuperação e ampliação do
orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de suas unidades
e agências, especialmente os recursos próprios do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
É necessário combinar e integrar variados atores e instrumentos na estruturação de
uma Estratégia Nacional de CT&I, concebida como política de Estado de longo prazo,
apoiada em incentivos à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), crédito e investimento
para tecnologias críticas, formação de recursos humanos, subvenções e uso do poder
de compra governamental. Para isso, é fundamental remontar a estrutura organizativa
do MCTI, tendo por objetivo a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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nacional, além da redução das desigualdades sociais brasileiras. É necessário, igualmente, recompor e revitalizar as instâncias de diálogo e participação da sociedade civil na
construção das políticas públicas para a área, como o Conselho de Ciência e Tecnologia
(CCT) e o Conselho Diretor do FNDCT, além de realizar nova Conferência Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação cuja última edição ocorreu em 2010.
No contexto de expansão acelerada da sociedade do conhecimento, a área de Ciência,
Tecnologia e Inovação torna-se um pilar central para a reconstrução, a reindustrialização e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do País.
MINAS E ENERGIA
De forma geral, nos últimos quatro anos, a política de minas e energia sofreu um forte
desmonte regulatório, combinado com uma abertura de mercado, que, em última instância, reduziu o espaço de atuação estatal. Essa redução ocorreu de várias formas, seja
pela menor regulação dos setor, como caso da mineração e do setor de combustíveis,
seja pela transferência patrimonial de ativos públicos para o setor privado, a exemplo
da privatização da Eletrobrás e da venda de refinarias da Petrobras.
No setor de minas, foram promulgadas medidas, por meio de portarias e decretos,
para desregulamentar o setor e fomentar atividades predatórias, como o Código de
Mineração e a Política Pró-Minerais Estratégicos. A reversão desse quadro demanda
uma nova organização institucional, concentrada na resolução de questões graves
no setor. É necessário incentivar o desenvolvimento do conhecimento geológico e
da mineração, tendo claro, porém, o potencial para geração de conflitos na área de
mineração, pelos seus impactos ambientais e sobre os valores culturais e modos de
vida próprios das populações de regiões onde estão ou devem se instalar grandes
empreendimentos.
Na energia elétrica, a principal preocupação diz respeito à mitigação das consequências negativas da privatização da Eletrobrás sobre as tarifas do setor elétrico, em função
do processo de “descotização” e da concentração de poder de mercado em uma empresa privada. Causam, igualmente, preocupação e impacto negativo sobre as tarifas
as emendas inseridas na lei de privatização da Eletrobrás. Tornou-se obrigatória a contratação de termelétricas caras e desnecessárias, o que criou uma reserva de mercado
para as pequenas centrais hidroelétricas e levou à renovação de contratos de usinas
antigas, por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(PROINFA). Também inquieta e deve ser foco de atenção a perda por parte da União
da capacidade de influenciar os rumos da Eletrobrás, apesar de continuar a ser o maior
acionista da empresa.
Na indústria de petróleo, gás e biocombustíveis, as medidas de abertura e as constantes
mudanças de políticas do setor geraram uma série de distorções. De modo geral, tais
medidas caminharam no sentido de reduzir a participação da Petrobras no abastecimento e no mercado de gás natural, bem como de reduzir a previsibilidade em relação
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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às ações de descarbonização. É o caso dos programas Renovabio e do percentual
de mistura dos biocombustíveis, que tiveram suas metas e objetivos alterados de
maneira frequente.
Para os próximos anos, o cenário tende a se agravar, uma vez que ainda está em
curso um conjunto amplo de desinvestimentos da Petrobras, bem como iniciativas de desregulamentação e descoordenação, como o Abastece Brasil. Além disso,
o Renovabio continua a reduzir suas metas de descarbonização e há previsão de
maior abertura do setor de biocombustíveis, o que pode fragilizar ainda mais a
indústria brasileira.
Diante desse cenário, as atenções do novo governo devem se voltar para as leis, decretos e outros atos normativos que representam um risco de perpetuação do desmonte
da área de minas e energia, bem como para a necessidade de medidas de reconstrução
das políticas públicas do setor, especialmente nas áreas de mineração, energia elétrica,
petróleo, gás e biocombustíveis – todas elas de grande importância para a retomada do
desenvolvimento sustentável do País.
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Nos últimos quatro anos, houve uma redução de 31% no orçamento discricionário do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O descaso ambiental do
governo Bolsonaro prejudicou a imagem da agropecuária brasileira e seus investimentos em sustentabilidade. Os estoques públicos de alimentos foram reduzidos, no caso
do arroz em 95%, havendo um déficit de capacidade de armazenamento de 89 milhões de toneladas no Brasil.
A pesquisa agropecuária foi fragilizada: a Embrapa perdeu 27% de seus recursos. Houve
postergação na adoção de maiores percentuais de biocombustíveis. O seguro rural tornou-se insuficiente para as necessidades dos agricultores e a área de plantio de arroz,
feijão e mandioca são hoje as menores da série histórica. O desmonte também foi sentido nas ações de defesa agropecuária, com redução real de 31% no orçamento para
sanidade e qualidade de insumos. A política agrícola, por sua vez, sofreu as consequências do aumento nas taxas de juros, sendo que o financiamento de tratores que pagava
7,5%, em 2018, hoje está pagando 12%. Na área de comércio internacional, o número
de adidos agrícolas é inferior às necessidades de abertura de mercado.
No rol de questões na área de agricultura, pecuária e abastecimento que devem merecer atenção especial, destacam-se: o enfrentamento de emergências em de defesa
agropecuária (peste suína clássica, influenza, aftosa, monilíase, mosca da carambola,
fusário 4 da banana, médicos veterinários temporários); a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes; o financiamento para armazenamento e compra de máquinas; o
fortalecimento da área de sustentabilidade da produção, do INCRA e da plataforma de
gestão territorial; a continuidade da digitalização dos serviços da área; e o fortalecimento da atuação dos adidos agrícolas.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Além disso, é importante considerar a necessidade de fortalecimento da participação
social nos conselhos e estruturas do MAPA, especialmente no que diz respeito às chamadas políticas transversais, como o combate ao desmatamento ilegal, a segurança
hídrica e a governança fundiária.
Para enfrentar as emergências postas, impõe-se o enfrentamento das atuais restrições
orçamentárias, de maneira a assegurar recursos para: o Plano Safra, nas linhas de custeio e investimento; o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO); a
assistência técnica e extensão rural; as aquisições do governo federal; a transferência de
tecnologia agropecuária; o cadastro ambiental rural; a manutenção e modernização da
Embrapa; o cooperativismo; a agricultura orgânica; e a Conab.
DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
A irresponsabilidade do governo federal no âmbito das políticas públicas voltadas à
agricultura familiar afetou, de forma desigual, os diferentes sujeitos que produzem alimentos, relegando ao esquecimento mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades tradicionais envolvidas com a atividade agrícola.
O desmonte das políticas públicas nessa área passou, também, pela reformulação de
seus marcos legais, visando à privatização dos territórios de povos indígenas e de comunidades tradicionais, aliada à eliminação da participação e controle social e ao ataque aos direitos socioambientais. Sob esse aspecto, Executivo e Legislativo se uniram
no Congresso Nacional em defesa de projetos de lei que visam flexibilizar o registro de
agrotóxicos (PL 6.299/2002) e a regularização fundiária por meio de autodeclaração (PL
2633/2020 e PL 510/2021).
A desestruturação teve impacto negativo na produção agrícola, principalmente na produção local e nos circuitos curtos. Isso prejudicou o acesso a alimentos e elevou o seu
preço, culminando em alterações de hábitos alimentares, diante do menor poder de
compra dos consumidores e da queda na oferta de alimentos saudáveis. Mesmo no
caso do crédito e do seguro, que tiveram seus valores aumentados, a concentração e
a desigualdade de acesso permitiram que esses benefícios fossem aproveitados pela
maior parte das agricultoras e agricultores com menores condições.
À exceção dos recursos orçamentários e não orçamentários relacionados ao crédito
e ao seguro produtivo – cada vez mais concentrados em menos agricultores, menos
produtos e um número menor de estados –, os demais recursos foram reduzidos em
geral a menos de 10% dos valores históricos deflacionados do fim do segundo governo
Lula e do primeiro governo Dilma, algumas vezes chegando a menos de 1%. A situação
é ainda pior na PLOA 2023.
A Constituição de 1988 define a diretriz acerca do cumprimento da função social da
propriedade rural, bem como o regime de destinação de terras públicas compatível
com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. Apesar disso, o go-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
39
verno Bolsonaro não mediu esforços para esvaziar, descaracterizar e subverter tanto a
aplicação do texto constitucional quanto o funcionamento do INCRA no cumprimento
de sua missão institucional.
De forma perversa, não houve destinação de novas áreas públicas para a reforma agrária
e caminhou-se a passos lentos até mesmo no assentamento de famílias em áreas já obtidas. Além disso, o governo Bolsonaro propagou a ideia de que entregou títulos de domínio de terra, quando na verdade trata-se apenas de documentos provisórios e precários.
Esse ciclo contribuiu para levar o Brasil de volta ao Mapa da Fome da ONU. A pobreza
aumentou em 22,7%, de 2020 a 2021 (ou em mais 11,6 milhões de pessoas), e a extrema pobreza em 48,2% (ou em mais 5,8 milhões de pessoas), pelos critérios do Banco
Mundial. Ao fim, são 62,5 milhões de pessoas (29,4% da população do Brasil) na pobreza, das quais 17,9 milhões (8,4% da população) vivem em extrema pobreza. Também
se observou um aumento estimado de 38% da população de rua, de 2019 para 2022.
Diante desse quadro, é central implementar programas e ações que tanto reconheçam
o trabalho do produtor agrícola quanto fortaleçam a autonomia econômica, social, cultural e ambiental destes, além de preservar seus modos de vida nos campos, florestas e
águas. É preciso também garantir estrutura, equipe e orçamento para assistência técnica específica, acesso à terra, território e água, fortalecimento da organização produtiva
e dos quintais agroecológicos com crédito e fomento produtivo, acesso à cidadania,
à cultura, à educação e a seus documentos básicos, bem como o enfrentamento de
diferentes formas de violência e discriminação, como a vivida pelas mulheres, pelas
juventudes e pelas diversidades sexuais e de gênero.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) é produto de uma fusão mal planejada das antigas estruturas do Ministério da Integração e do Ministério das Cidades,
ocorrida em 2019.
Principal macropolítica formulada no extinto Ministério da Integração, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional encontra-se hoje desprestigiada e, por isso, incapaz
de cumprir um papel orientador. Os Fundos de Desenvolvimento Regionais tiveram
suas estruturas de governança desmontadas e seus conselhos deliberativos esvaziados.
A desarticulação entre as fontes de financiamento (fundos e orçamento fiscal da União)
e as políticas e planos nacionais de desenvolvimento regional afetam a capacidade de
enfrentamento das desigualdades regionais, o que fica evidenciado pelo fato de 80%
do montante destinado a Estados e Municípios ter sido direcionado a municípios com
alto nível de desenvolvimento econômico.
O MDR é um dos órgãos mais dependentes de emendas parlamentares para manter-se em funcionamento e realizar investimentos, o que agrava a fragmentação de
suas intervenções, já historicamente marcadas pelas dificuldades de coordenação
horizontal e vertical.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Desde 2020, quando as emendas de relator se somaram às de bancada, individuais e de
comissões, um volume relevante do orçamento passou a ser aplicado em ações locais
sem relação com os objetivos das políticas públicas. O MDR tem sido um dos principais
destinatários e executores dessas emendas, o que, em contrapartida, tem subtraído
recursos das obras e projetos estruturantes para o desenvolvimento regional e comprometido o orçamento discricionário do Ministério.
O orçamento previsto para 2023 é de R$ 3,5 bilhões, cerca de 45% da dotação atualizada de 2022. Diante da significativa redução do valor do PLOA no próximo ano,
é evidente a necessidade de complementação orçamentária para a execução de
projetos estruturantes do Ministério, especialmente nas áreas de recursos hídricos,
defesa civil e irrigação, sob risco de paralisação de obras e ações prioritárias para o
desenvolvimento regional.
MEIO AMBIENTE
Nos últimos quatro anos, as instituições federais de conservação ambiental e uso sustentável de recursos ecológicos passaram por um processo inédito de intimidação. O
objetivo foi claro: geração de riqueza monetária para poucos em prejuízo do direito
constitucional de todos ao “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.
O governo Bolsonaro promoveu um desmantelamento deliberado e ilegal das políticas
públicas, marcos regulatórios, espaços de controle e participação social, e órgãos e instituições públicas ligadas à preservação das florestas, da biodiversidade, do patrimônio
genético e da agenda climática e ambiental.
Como consequência, as taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado atingiram
picos nunca vistos há 15 anos. Houve aumento de 60% do desmatamento na Amazônia durante o governo Bolsonaro, a maior alta percentual que já ocorreu em um mandato presidencial, desde o início das medições por satélite, em 1988.
Houve também graves danos à população e prejuízos de reputação do setor produtivo
nacional, ocasionando a imposição de barreiras aos produtos brasileiros no comércio
internacional, a restrição de acesso a crédito, a perda de credibilidade do Brasil perante
o resto do mundo, além do comprometimento da soberania nacional em relação à
Amazônia. As comunidades e povos tradicionais foram perseguidos ou esquecidos, em
total desconhecimento acerca de sua importância para a proteção da biodiversidade
brasileira e a atração de financiamentos e doações internacionais com foco em sustentabilidade ambiental e social.
O desmonte das políticas ambientais está expresso na escassez de recursos para o setor, na falta de pessoal e de gestão competente da área. Dos R$ 4,6 trilhões de despesas
previstas no orçamento de 2022, menos de R$ 3 bilhões foram utilizados para políticas
públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de instituições vinculadas à pasta.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
41
Não obstante, o Fundo Amazônia conta hoje com mais de R$ 3,3 bilhões paralisados,
conforme alerta do STF e de relatórios da sociedade civil.
O quadro de servidores do IBAMA, ICMBio, SFB e MMA encontra-se com 2.103 cargos
existentes vagos. Enquanto o IBAMA tinha 1.800 servidores atuando na fiscalização ambiental em 2008, agora são apenas cerca de 700, nem todos em campo. Houve efetivo
aparelhamento e ocupação de cargos gerenciais e de direção sem capacidade técnica
e política de atuação na área de proteção e gestão ambiental. São contundentes os
casos de perseguição e assédio aos servidores dos órgãos.
Apenas 0,4% do Cadastro Ambiental Rural foi validado, o que compromete a implementação do Código Florestal. Além disso, o CAR não registra informações essenciais sobre
a situação ambiental das propriedades, conforme alertado pelo TCU. Para completar, o
sistema de lavratura de autos eletrônicos foi desmontado e os processos tramitando
em papel. Vale destacar também as medidas deliberadas para aumentar a impunidade
para criminosos ambientais.
O desmonte das políticas ambientais foi reforçado com o esvaziamento da agenda ambiental por meio da transferência de estruturas e órgãos vinculados ao MMA a outros
ministérios e pela desestruturação da governança colegiada e aguda restrição à participação social.
A criação de Unidades de Conservação foi paralisada no nível federal. Como se não
bastasse, os anúncios do governo de retificação, cancelamento e mudança de categoria das UCs já existentes incentivaram a invasão e a destruição de muitas delas. O
desmatamento incentivado pelo Governo se traduz em redução significativa da rica
biodiversidade, bem como na queda dos níveis de captura de carbono nas contas do
inventário nacional de gases de efeito estufa.
O Brasil perdeu seu protagonismo na agenda internacional sobre clima, florestas, biodiversidade, povos indígenas e populações tradicionais, água, Amazônia, oceano, energia
limpa e descarbonização das cadeias produtivas. Precisamos voltar a ocupar assento
privilegiado e credibilidade na discussão global sobre as questões socioambientais.
Agora, o grande desafio é reverter o cenário deixado pelo governo Bolsonaro. A transição para a economia de baixo carbono é entendida como uma vantagem competitiva
para o País, que tem condições de gerar negócios, produtos e serviços com menores
emissões de carbono, além de oferecer soluções para as necessidades de mitigação e
adaptação às mudanças climáticas. Nosso desafio é o da reconstrução do desmonte
das instituições e o reencontro do País com seu futuro como potência ambiental.
PESCA
A Pesca e Aquicultura é uma atividade com grande relevância socioeconômica, responsável por alimentar mais de 2 milhões de pessoas na pesca artesanal, pelo trabalho
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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de mais de 300 mil famílias de aquicultores, 10 mil trabalhadores na indústria e uma
produção de 1,5 milhões de toneladas de pescado.
O desmonte provocado pelo atual governo atingiu fortemente a atividade, especialmente a pesca artesanal e a aquicultura familiar. O orçamento, que em 2015, último ano do
Ministério da Pesca, foi de R$ 655 milhões, não superou R$ 19 milhões em 2022. Todos
os programas tiveram uma redução acima de 70% em sua dotação, com impactos na
prestação de serviços básicos e ampliação das consequências nefastas com a falta de
investimentos para segmentos sensíveis como a pesca artesanal e a aquicultura familiar
Com isso, as políticas públicas e as ações de fomento à atividade foram aniquiladas deixando milhares de famílias de pescadores e aquicultores desassistidos, além de comprometer a prestação de serviços básicos ao setor.
Em relação aos programas e ações descontinuados, recomenda-se retomar programas
como o de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola, de infraestrutura, da compra de pescado através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e o Programa de
Subsídio ao Óleo Diesel, além de criar melhores condições de acesso às linhas de crédito
para pescadores e aquicultores. É preciso revisar e corrigir deficiências graves do Registro
Geral da Pesca, do Sistema de Recadastramento de Pescadores (SISRGP), do Programa de
Monitoramento de Embarcações por Satélite (PREPS) e de Mapas de Bordo. Além disso,
recomenda-se reestruturar o modelo de gestão da pesca, reformulando os Comitês de
Gestão – CPGs com objetivo de ampliar a participação dos pescadores artesanais.
É preciso recriar o Ministério da Pesca e Aquicultura, com estrutura enxuta, operacional
e permeável à participação, como medida de caráter estratégico para o desenvolvimento do setor. O Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca – CONAPE deve ser reativado e a Rede Nacional Colaborativa para a Gestão Sustentável dos Recursos Pesqueiros (Rede Pesca Brasil) reestruturada, visando ampliar a participação do setor.
Em relação aos pontos de alerta, faz-se necessária atenção especial para o Sistema de
Recadastramento de Pescadores (SIS-RGP 4.0), para problemas relacionados ao Seguro
Defeso, para a urgência de realização da Estatística Pesqueira e para a Reestruturação
do Modelo de Gestão da Pesca, consubstanciada no Programa Rede Pesca Brasil.
TURISMO
A brutal descontinuidade de políticas públicas pelo governo Bolsonaro no Ministério
do Turismo e na Embratur, nos últimos anos, impactou negativamente o turismo brasileiro. O legado que se recebe é de um turismo que perdeu quase todas as conquistas
obtidas nas últimas duas décadas, desde a criação do Ministério do Turismo e a transformação da Embratur na instituição responsável pelo marketing, promoção e apoio à
comercialização do Brasil no mercado internacional, em 2003.
O Ministério do Turismo dispõe de previsão orçamentária total de R$ 691,9 milhões
para 2023, incluindo Turismo e Cultura. Desses, R$ 372,9 milhões são recursos destina-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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dos às emendas de relator geral. Dos R$ 319 milhões restantes, estão incluídos gestão,
pessoal e os programas de Turismo e de Cultura. Com a possível separação das pastas, há que se fazer uma reestruturação orçamentária e de governança para o bom
funcionamento do Ministério do Turismo. O potencial de impacto econômico e social
(geração de negócios, empregos, renda e divisas) do Turismo pode ser um diferencial
do novo governo.
A Embratur passa a ter um papel fundamental a cumprir na recomposição da imagem
e no reposicionamento do Brasil como destino turístico internacional. Alinhada com a
política externa brasileira, será estratégica na nova gestão. Entende-se que a mudança
no modelo jurídico-institucional da Embratur, ocorrida entre 2019 e 2020, passando
de um órgão da administração pública indireta para um serviço social autônomo (MP
907), pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e de interesse coletivo, deveria ter oferecido maior agilidade e eficiência para sua atuação, mas resultou em uma
instituição disfuncional e sem fonte financiadora. Recomenda-se a revisão do modelo
jurídico e a revisão do contrato com o SEBRAE, hoje a principal fonte de financiamento
das ações da instituição.
É fundamental a reconstrução da governança, com a retomada das ações do Conselho
Nacional de Turismo (CNT), elaboração de um novo Plano Nacional de Turismo (PNT)
e da Política Nacional de Turismo. Igualmente, é necessário reaproximar-se do Fórum
Nacional dos Secretários Estaduais de Turismo (Fornatur) e dos dirigentes municipais
do setor (ANSEDITUR).
Estabelecer diálogo propositivo com o trade turístico, revendo ações relacionadas ao
CADASTUR, isenções concedidas ao setor, fomento às atividades econômicas e de qualificação de mão de obra.
DEFESA DA DEMOCRACIA,
RECONSTRUÇÃO DO ESTADO
E DA SOBERANIA
CENTRO DE GOVERNO
O Centro de Governo (CdG) reúne o conjunto das unidades da Presidência que
atuam na coordenação dos órgãos e entidades do Poder Executivo, direcionando as
áreas setoriais para o alcance dos objetivos definidos pelo Presidente. Embora haja
muita variação na organização do Centro de Governo entre os países e também ao
longo da própria história da Nova República, em geral, algumas funções estão presentes nos diferentes arranjos institucionais e são fundamentais para a coerência da
ação governamental.
Por um lado, o Centro de Governo busca garantir a sustentação política e social para
a consecução do programa governamental, realizando a coordenação política, a arti-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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culação social e a comunicação com a sociedade, além de oferecer mecanismos de
transparência e responsividade. Por outro lado, o Centro de Governo precisa garantir os
resultados e as entregas de bens e serviços públicos. Nesse sentido, o CdG deve ser capaz de definir prioridades, coordenar o processo de produção de políticas públicas (especialmente as prioritárias e as transversais), mediar e equacionar eventuais conflitos,
acompanhar e monitorar as ações e programas de governo e oferecer suporte jurídico
e político para as decisões do Presidente.
Durante o governo Bolsonaro, foi comprometido o esforço coletivo e cumulativo de
construção de um Centro de Governo capaz de promover uma coordenação em rede,
de responder às demandas da sociedade e de prover políticas e serviços públicos de
qualidade à população do País. Em primeiro lugar, a exoneração e devolução em massa
de servidores anteriormente cedidos para a Presidência resultou na redução de capacidades e na perda de conhecimento acumulado ao longo de anos. Em segundo lugar, a
extinção das instâncias colegiadas de participação e de coordenação das ações governamentais dificultou a cooperação intersetorial em torno de políticas e programas de
governo. Além disso, inviabilizou-se o processo de escuta e diálogo com a sociedade
civil na construção de consensos e soluções para problemas públicos.
O Centro de Governo foi, portanto, seriamente desorganizado, rebaixando a capacidade de comando geral da Presidência sobre as suas próprias prioridades programáticas, bem como a capacidade de coordenação e articulação das diversas áreas
de governo. Isso reduziu o grau de coerência – em termos de eficiência, eficácia e
efetividade – intergovernamental e afetou negativamente o desempenho institucional agregado do setor público federal, notadamente as entregas efetivas de bens e
serviços públicos à população.
A Casa Civil foi enfraquecida e esvaziada como órgão de coordenação de políticas públicas. A Subchefia de Assuntos Jurídicos, responsável pela análise da produção normativa do Poder Executivo, foi transferida da Casa Civil para a Secretaria Geral da Presidência, fragmentando a função de análise e elaboração de atos normativos. A Secretaria
de Assuntos Estratégicos se tornou uma unidade de assessoria direta ao Presidente,
atuando de forma descoordenada com as instâncias de planejamento preexistentes. A
capacidade de proposição de projetos de lei e de articulação no Congresso caiu a patamares nunca antes vistos. Uma das poucas unidades criadas, a Secretaria de Relações
Institucionais passou a se dedicar à liberação de emendas orçamentárias.
Ou seja, o modelo de coordenação governamental em rede foi substituído por um
modelo disfuncional, com ministérios enormes e com mais níveis hierárquicos, que
cooperam pouco e não dialogam com a sociedade civil. Como resultado, a capacidade
de resposta do Estado às crises e às demandas sociais foi severamente comprometida, produzindo impactos graves na vida das pessoas. A acefalia do governo federal
resultou no desmantelamento de diversas políticas públicas e no aprofundamento de
crises, como a pandemia de COVID-19.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Entre os principais retrocessos do período, destacamos: i) a ausência de um conjunto
claro de prioridades compartilhadas em todo o governo; ii) a fragmentação institucional de unidades dentro do CdG; iii) a fragilidade das funções de monitoramento e avaliação das prioridades do governo e de programas transversais; iv) o enfraquecimento
dos canais de diálogo e dos arranjos de governança do governo federal com estados,
distrito federal e municípios; v) o desmonte das instâncias de participação social e interlocução com a sociedade dentro e fora do CdG; vi) a alta rotatividade de dirigentes
e baixo grau de capacidades técnicas e políticas do alto escalão do quadro burocrático
nas unidades do CdG; vii) o desmonte da Política Nacional de Participação Social e das
suas instâncias e mecanismos institucionais.
PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
Um dos principais retrocessos institucionais do governo Bolsonaro foi a reunião de
grandes ministérios em uma única pasta: o Ministério da Economia. Diversas funções
essenciais ficaram enfraquecidas, entre elas as do Planejamento, Orçamento e Gestão,
fundamentais para estruturar de modo adequado as ações setoriais, transversais e territoriais do governo federal.
No que diz respeito ao Planejamento Governamental, os “sistemas” de planejamento federal e nacional foram completamente sucateados, tanto em termos de pessoal como
em termos organizacionais (posição rebaixada e hiper subordinada na estrutura de governo) e institucionais (fragmentação e burocratização dos processos e precariedade
das legislações pertinentes).
O esvaziamento do sistema de planejamento levou ao enfraquecimento de instrumentos como o PPA, a estratégia nacional de desenvolvimento, o compromisso
com os ODS, os planos de desenvolvimento regional, planos setoriais e demais programas de promoção do desenvolvimento nacional. As empresas estatais passaram
a ser vistas apenas como ativos a serem vendidos para gerar receitas, com perda
de importância estratégica para o desenvolvimento do País. Na área internacional,
prevaleceu a agenda de representação nos fóruns financeiros internacionais em detrimento dos demais fóruns.
No que à governança orçamentária, observou-se as seguintes ocorrências: i) aumento
da rigidez e insuficiência orçamentária causada sobretudo pela EC 95/2016 do teto de
gastos e demais restrições fiscais autoimpostas; ii) diminuição ou empobrecimento da
participação, da transparência e da representatividade social e territorial do gasto; iii)
maior empoderamento do poder legislativo a partir da implementação de emendas
individuais impositivas e das emendas secretas do relator; iv) piora na relação do orçamento federal com a dimensão macroeconômica, e sobrevalorização das formas financeiras (diga-se, estéreis) de captura dos fluxos orçamentários correntes.
Além disso, foram desarticulados os mecanismos de participação e controle social na
formulação e acompanhamento de políticas públicas, bem como na elaboração e exe-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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cução do orçamento. Os investimentos públicos caíram brutalmente, seja pela desarticulação do planejamento, pela orientação fiscalista do governo ou pela escassez de
recursos orçamentários, visto que desde a instituição do teto de gastos os investimentos discricionários se tornaram a sua principal variável de ajuste.
Por fim, a gestão pública permaneceu à deriva, distante de uma concepção de Estado republicano, democrático e desenvolvimentista. Ao contrário, essa agenda foi fortemente dominada pelas más intenções da PEC 32/2020, que mais atrapalharam que
ajudaram a identificar os verdadeiros problemas estruturais do setor público brasileiro,
a saber: o autoritarismo, o burocratismo, o privatismo, o fiscalismo e o corporativismo.
Durante o governo Bolsonaro, a gestão pública sofreu com diversas ações de desconstrução e descontinuidade em quase todas as áreas governamentais. Isso se refletiu na
desvalorização e escassez generalizada de servidores; em riscos de segurança cibernética e de apagões na agenda de governo digital; na governança precária dos imóveis
da União; e no atraso na normatização e preparação dos órgãos públicos para a nova
lei de licitações, que entra em vigor em abril de 2023.
As entidades vinculadas – ENAP, IPEA e IBGE – sofreram com o fenômeno do assédio
institucional e com cortes orçamentários que chegaram a 50% nos últimos quatro anos,
prejudicando as políticas de desenvolvimento dos servidores, bem como a produção
de informações fundamentais para a formulação, acompanhamento e avaliação das
políticas públicas, com o risco de um apagão generalizado de dados e análises.
JUSTIÇA
As políticas de justiça e segurança pública sob o governo Bolsonaro foram marcadas
por inúmeros retrocessos. Durante esse período, diversas vezes, o Ministério da Justiça
e Segurança Pública deixou de lado seu papel institucional para se colocar a serviço
dos ataques à democracia e às instituições promovidos pelo Presidente da República.
O desmonte das políticas públicas construídas pelos governos anteriores, a ausência
de diálogo com a sociedade civil e de políticas nacionais integradas na área de justiça
e segurança pública marcaram o Ministério na atual gestão e levaram a retrocessos
como o desmonte da política de controle de armas, área na qual muitas das mudanças
promovidas pelo Poder Executivo invadiram a competência do Legislativo.
O atual governo foi marcado por uma baixa implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social apresentou várias fragilidades, que foram reforçadas com a falta de valorização do trabalho
dos policiais.
As organizações criminosas tiveram um grande crescimento, particularmente na região
Amazônica e nas áreas de fronteira, com a explosão de crimes como a extração ilegal
de madeira e o garimpo ilegal. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Tempo Real (Deter), do Inpe, indicaram mais de 10 mil km² de floresta derrubada somente em 2022. O mandato de Bolsonaro terminará com um inaceitável aumento de
59,5% da taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos 4 anos anteriores.
Já a política prisional foi marcada pelo reconhecimento pelo STF do ‘estado de coisas
inconstitucional’ do sistema penitenciário, caracterizado pela violação generalizada de
direitos fundamentais dos presos (ADPF 347). O Tribunal determinou a liberação pela
União do saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e recomendou a
não realização de novos contingenciamentos de seus recursos.
Em relação às políticas de defesa do consumidor, destaca-se o retrocesso com o estabelecimento do mínimo existencial em 25% do salário mínimo, dificultando a solução
do problema do superendividamento.
Para mudar este cenário, e cumprir as metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU de n° 16 – “Paz, Justiça e Instituições Eficazes” – é imprescindível
que o Ministério da Justiça e Segurança Pública volte a ocupar seu papel na defesa
da Constituição e do Estado Democrático de Direito, retomando sua responsabilidade pela promoção do diálogo e da participação, para implementar as políticas
de segurança pública e de acesso à justiça que a população espera do Governo
eleito em outubro.
TRANSPARÊNCIA, INTEGRIDADE E CONTROLE
No Brasil, as áreas de transparência, integridade e controle, embora não estejam a cargo
de um órgão único de Estado, compõem uma seara que abarca funções da Advocacia
Geral da União (AGU), da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), da Controladoria Geral da União (CGU), da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
(CEP/PR), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e perpassa todos
os demais órgãos da administração pública federal no Brasil.
A partir desse entendimento, o eixo principal de atuação consiste em estabilizar e rearticular as instituições do poder executivo federal situadas no âmbito da governança
jurídica e da promoção da integridade, buscando o resgate dos esforços em prol da
transparência como ferramenta indispensável para uma administração eficiente e
aberta às contribuições da sociedade civil e da cidadania.
Neste sentido, pode-se afirmar que o governo Bolsonaro, reticente com relação aos
preceitos e boas práticas internacionais no campo da transparência, integridade e controle, agiu para fragmentar e constranger a ação de órgãos cruciais ao bom desempenho desse campo. Até mesmo o relacionamento interinstitucional desses órgãos com
o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o Ministério Público Federal (MPU) padeceram dos mesmos problemas.
No caso da AGU, em que pese a instituição de um Sistema de Governança Corporativa,
verifica-se que diversos temas de alta relevância institucional ainda são decididos sem
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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debate pelas estruturas de governança da instituição. É importante destacar que o Sistema ainda não prevê a participação da PGFN, órgão administrativamente subordinado ao Ministério da Fazenda, mas tecnicamente atrelado ao Advogado Geral da União.
Ademais, as atividades administrativas da AGU têm sido desenvolvidas por servidores
cedidos e requisitados de outros órgãos e empresas públicas, portanto, sem vínculo
efetivo com a instituição e sem as habilidades e competências necessárias ao apoio
dos membros da instituição, situação de risco reconhecida, inclusive, pelo Tribunal de
Contas da União.
Em relação à CGU, merece destaque a implantação de mecanismos efetivos de transparência e acesso à informação durante os governos Lula e Dilma, os quais enfrentaram
a opacidade e a cultura do sigilo que historicamente predominaram na administração
pública. Emanam da CGU iniciativas que encontraram grandes resistências políticas e
obstáculos institucionais no governo Bolsonaro, tais como: i) o Portal da Transparência;
ii) a Lei de Acesso à Informação; iii) o plano de Dados Abertos do governo federal; iv)
a Lei de Conflito de Interesses; v) a Lei Anticorrupção etc., que juntos aprimoraram a
execução e o controle dos recursos públicos no país.
A lista de retrocessos nessas áreas inclui interferência e desmantelamento dos órgãos
de controle e defesa do Estado; extinção dos conselhos e outros mecanismos de participação social; recorrentes e conhecidos ataques à LAI; o “Decreto do Sigilo” (Decreto 9.690/2019), inclusive com a volta do sigilo inibidor da transparência e com o uso
indiscriminado e indevido da proteção de dados pessoais. O recurso à imposição de
sigilos foi usado como forma de manter ocultas circunstâncias vinculadas à conduta de
autoridades e integrantes próximos ao círculo do poder, sob falso pretexto de proteção
da segurança nacional e segurança do Presidente da República, seus familiares, apoiadores e auxiliares diretos.
Já no que tange à CEP/PR e ao COAF, instâncias compostas por membros que necessitam de independência político-partidária e autonomia operacional para o bom desempenho de suas funções, sabe-se que durante o governo Bolsonaro houve diversos
atritos entre as comissões de éticas localizadas nos diversos órgãos e entidades e os
novos dirigentes dessas instituições. Com a passar do tempo e com o consequente
fim dos mandatos dos conselheiros, as substituições foram realizadas de modo a tornar os seus membros mais alinhados com o governo. No que se refere ao COAF, a Lei
nº 13.974/2020, que vinculou o COAF administrativamente ao Banco Central do Brasil
(BC), alterou o escopo de suas atribuições e de sua estrutura de governança, após integrantes do governo Bolsonaro não terem tido êxito na tentativa de transferência do
órgão do antigo Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Tais alterações parecem inadequadas e resultam em impactos negativos no funcionamento do COAF.
Por fim, cabe ressaltar que seguiu sem avanços significativos, durante o governo Bolsonaro, as relações institucionais dos órgãos do sistema nacional de transparência, integri-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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dade e controle com o terceiro setor, a participação social e o controle público dos atos
e processos de governo em âmbito federal.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
O governo Bolsonaro destruiu o que pôde e neutralizou o alcance de todo o sistema
nacional de participação social, legado da Constituição de 1988 levado a sério de forma
diligente pelos governos Lula e Dilma. O Decreto 9.759/ 2019, pior expressão dessa política, extinguiu ou mutilou colegiados em todos os órgãos do serviço público.
Nos últimos quatro anos não houve participação social alguma na Presidência da República. Conferências e fóruns interconselhos foram desmobilizados, plataformas digitais foram extintas, consultas e audiências públicas deixaram de ser realizadas, com
consequências danosas para as políticas públicas. Casos emblemáticos foram a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), criado em 1993, ou o
esvaziamento do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), criado em 1981.
A volta do Brasil ao Mapa da Fome e a uma situação de pária internacional em matéria
ambiental são consequências diretas deste desmonte, com graves repercussões para a
vida do nosso povo.
O contraponto pode ser verificado, por exemplo, no papel relevante exercido pelo
Conselho Nacional de Saúde, ao defender a vida contra o negacionismo que levou
a centenas de milhares de mortes por COVID-19, ou pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos, ao resistir a um governo autoritário e violento. Participação social é
essencial para o Estado Democrático de Direito, a qualidade do serviço público e o
exercício da cidadania.
Para reverter esse cenário, é preciso resgatar a Secretaria Geral da Presidência da República como órgão central da política nacional de participação social, espraiada pelos
Ministérios, impulsionando processos de caráter federativo e territorial, com inovações
no legado virtuoso do ciclo de governos democráticos pós-Constituição de 1988.
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Um dos maiores retrocessos na área foi o esvaziamento administrativo, funcional e de
gestão da SECOM. A secretaria perdeu status de ministério, depois foi transferida pelo
governo Bolsonaro para o Ministério das Comunicações. Esse sistema reunia as áreas de
comunicação dos órgãos da administração direta e indireta, fixando diretrizes e articulando ações integradas do Poder Executivo.
A desarticulação atingiu também a área de publicidade, de modo que as campanhas
institucionais e de utilidade pública dos ministérios passaram a ser feitas sem a supervisão da SECOM. A babel instalada no setor gerou denúncias e interpelações do Tribunal de Contas da União – que determinou recentemente à SECOM que não aplicasse
mais recursos publicitários em canais e sites que veiculam fake news. Foram grandes
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
50
os prejuízos à sociedade, causados pela desinformação e pela falta de campanhas de
utilidade pública, como vacinação infantil e combate ao HIV.
Do ponto de vista orçamentário, a secom fez baixos investimentos publicitários nos
dois primeiros anos do governo Bolsonaro, verificando-se crescimento significativo nos
últimos dois anos. Ainda assim, o PLOA-2023 reduz em 48% o orçamento da SECOM
em relação à LOA 2022.
A EBC foi uma das instituições mais impactadas pelo ciclo de retrocessos do atual governo. Bolsonaro, já na campanha eleitoral de 2018, ameaçava extinguir a EBC. Empossado, militarizou a empresa e incluiu-a no Programa de Parceria de Investimentos (PPI)
e depois no Plano Nacional de Desestatização (PND). Diante da inviabilidade da privatização, e percebendo a utilidade dos canais para sua guerra cultural e projeto de
reeleição, passou à fase do aparelhamento. Nomeou gestores de perfil inadequado ou
claramente hostis à democracia para a emissora.
A TV Brasil teve sua programação desfigurada, com a descontinuação de muitos
programas. A TV governamental NBR, por sua vez, perdeu a identidade própria,
tornando-se um subcanal da TV Pública, com a programação interrompida para as
transmissões oficiais, que incluíam atos militares e até religiosos. Casos de censura,
assédio e perseguição foram registrados nas TVs e nas Rádios, na Radioagência Nacional e na Agência Brasil. A EBC adotou uma série de práticas antissindicais e chegou a ser condenada judicialmente por assédio moral coletivo. A Ouvidoria Cidadã
e a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública elaboraram dossiês que
apontam, entre os temas mais censurados: direitos da população negra e indígena, demandas das mulheres negras, investigações sobre o assassinato da vereadora
Marielle Franco, e matérias sobre reforma agrária, desmatamento, meio ambiente,
mudanças climáticas e referências à ditadura militar. A cobertura da pandemia de
COVID-19 sofreu interferência e a EBC foi citada no relatório final da CPI da Pandemia
por difusão de conteúdo negacionista.
O canal internacional da TV Brasil foi extinto e a produção própria de conteúdos, bem
como as coproduções com produtores independentes, foram drasticamente reduzidos.
RELAÇÕES EXTERIORES
A combinação entre o desmonte de políticas públicas, em nível interno, e o predomínio de visão isolacionista do mundo, no nível externo, afetou a imagem do país e
prejudicou a capacidade brasileira de influir sobre temas da agenda global.
Ao assumir posturas negacionistas, o Brasil perdeu protagonismo em temas ambientais, desafiou esforços de combate à pandemia e promoveu visão dos direitos humanos inconsistente com sua ordem jurídica. Na América Latina, tornou-se fator de instabilidade. A política africana foi abandonada e pouca atenção foi dada às comunidades
brasileiras no exterior.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
51
O estímulo a processos de integração política, comercial e de infraestrutura com os
países vizinhos sempre foi uma marca da diplomacia brasileira, além de um preceito
constitucional. No governo Bolsonaro, predominou postura diametralmente oposta,
que redundou no desmonte da UNASUL, na saída da CELAC e no crescimento de forças
favoráveis ao desmantelamento do MERCOSUL enquanto união aduaneira. Ao apostar
no isolamento da Venezuela, o Brasil cometeu erro estratégico de transformar a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China. De catalisador de
processos de integração, o país passou a ser fator de instabilidade regional.
O governo Bolsonaro abandonou o protagonismo em agendas internacionais caras
aos interesses de desenvolvimento nacional, como direito à saúde, direito à alimentação adequada, igualdade de gênero e racial, e enfrentamento a todas as formas de
violência e de discriminação. A mudança no discurso diplomático e a participação desastrada em alianças ultraconservadoras caminharam de mãos dadas com o desmonte
de políticas públicas domésticas, em especial no que se refere a igualdade de gênero,
direitos sexuais e reprodutivos e direito de minorias.
A dívida com organizações internacionais representa grave prejuízo à imagem do país
e à sua capacidade de atuação e compromete severamente sua política externa. O Brasil deve atualmente cerca de R$ 5,5 bilhões de reais. Se um valor mínimo dessa dívida
não for pago ainda no atual exercício, haverá perda de voto em organizações como a
ONU, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
52
MAPEAMENTO DAS
EMERGÊNCIAS FISCAIS E
ORÇAMENTO PÚBLICO
Operíodo 2016-2022 foi marcado por uma forte deterioração nas finanças públicas e no orçamento, a irresponsabilidade do atual governo culminou em um
apagão fiscal no final de 2022 e em uma proposta orçamentária para 2023 incapaz de garantir a manutenção dos serviços públicos essenciais e o funcionamento
da máquina pública. Enfrentar esse cenário adverso foi parte do processo de transição
governamental.
Com a instituição do Novo Regime Fiscal – EC 95, o crescimento da despesa primária foi
limitado, até 2036, à inflação do período anterior. Na prática, mesmo diante de qualquer
nível de crescimento real do PIB, a regra implica numa redução da despesa primária em
relação ao tamanho da economia, e também independente do comportamento da
arrecadação.
Ademais, o teto de gasto se somou a outras regras existentes, criando uma sobreposição que engessou ainda mais o uso da política fiscal para suavizar os ciclos econômicos
e viabilizar despesas essenciais do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Como se pôde constatar, o teto de gasto determinou forte redução de investimentos
públicos, gastos sociais e em ciência e tecnologia. Desde então, observou-se o esvaziamento do orçamento público como instrumento do planejamento e financiamento de
políticas públicas, bem como da capacidade estatal de processar demandas da sociedade por serviços essenciais e induzir o crescimento sustentável da economia.
Além disso, o governo Bolsonaro promoveu um desmonte deliberado de políticas públicas, inclusive por meio de expressivos cortes orçamentários. No contexto do acirramento do conflito distributivo, a base de apoio do governo no Congresso Nacional
aprovou frequentes flexibilizações ao regime fiscal, particularmente no período eleitoral, de modo que a austeridade passou a ser administrada seletivamente. Inclusive, por
meio da edição de atos para desobrigar o governo a aplicar recursos em áreas estratégicas como C&T, esvaziando decisões anteriores do Congresso Nacional.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
53
A combinação entre rigidez orçamentária em geral e flexibilização seletiva de regras
agregou incertezas ao cenário econômico, ao mesmo tempo em que implicou redução de recursos públicos para áreas essenciais, conforme expresso no projeto de orçamento para 2023.
O desafio, portanto, consiste em reconstruir e redemocratizar as instituições e normas
fiscais e orçamentárias, de modo que elas sejam um instrumento efetivo para o atendimento pleno das demandas da sociedade dirigidas ao Estado.
É neste contexto que se coloca a PEC do Bolsa Família, que servirá, no curto prazo,
como um instrumento para garantir investimentos e gastos essenciais à população,
especialmente a mais vulnerável. Além disso, a medida aponta para a necessidade de
revisão e reconstrução das instituições e normas fiscais e orçamentárias do país, combinando estabilização econômica, sustentabilidade fiscal e redução das desigualdades.
MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS
EMERGÊNCIAS ORÇAMENTÁRIAS
Um dos eixos centrais da transição de governo foi o orçamento público, com a identificação dos principais gargalos e emergências orçamentárias para 2023. De modo geral, constatou-se volume considerável de dotações insuficientes para manutenção de
diversos programas, especialmente políticas sociais e investimentos públicos. Sem os
R$ 145 bilhões viabilizados pela PEC do Bolsa Família, a população sofreria uma precarização adicional dos serviços públicos. O diagnóstico também aponta que vários desses
serviços sofreram queda acentuada de recursos desde 2015.
Entre os exemplos mais ilustrativos, convém citar os seguintes, cotejando-se, em termos nominais, a lei orçamentária de 2022 com o projeto de lei orçamentária para 2023:
1 – Queda do benefício às famílias em situação de pobreza, de R$ 600,00
para R$ 405,00.
2 – Os investimentos foram reduzidos de R$ 44,7 bilhões para R$ 22,4 bilhões
(sem considerar emendas parlamentares em 2023), de modo que o investimento previsto está no patamar mais baixo da série histórica, em torno de
0,2% do PIB.
3 – O Fundo de Arrendamento Residencial caiu de R$ 665 milhões para R$
34 milhões.
4 – A construção de escolas de educação infantil despencou de R$ 111 milhões para R$ 2,5 milhões.
5 – O Caminho da Escola (aquisição de transporte escolar para educação
básica – reduziu de R$ 15,2 milhões para R$ 425 mil.
6 – O Programa Nacional de Alimentação Escolar está com o per capita congelado há cinco anos, mesmo diante da elevada inflação de alimentos.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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7 – O Farmácia Popular (gratuidade e copagamento – caiu de R$ 2,5 bilhões
para R$ 1,02 bilhão, prejudicando o acesso de mais de 21 milhões de pessoas a medicamentos para hipertensão, diabetes, asma e a insumos como
fraldas geriátricas.
8 – A provisão de médicos na atenção primária reduziu-se de R$ 2,69 bilhões
para R$ 1,46 bilhão.
9 – A saúde indígena passou de R$ 1,49 bilhão para R$ 610 milhões.
10 – A educação e formação em saúde caiu de R$ 1,66 bilhão para R$ 725
milhões.
11 – O Apoio a Obras Emergenciais de Mitigação para Redução de Desastres
foi reduzido de R$ 2,57 milhões para R$ 25 mil.
12 – As ações de proteção social básica e especial do SUAS caíram de R$
908,6 milhões para R$ 48,2 milhões.
13 – A implantação de equipamentos e de tecnologia social de acesso à
água para consumo humano e produção de alimentos reduziu-se de R$
61,2 milhões para R$ 2,3 milhões.
14 – A aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar despencou de R$ 679,5 milhões para R$ 2,67 milhões.
Em síntese, a proposta orçamentária original para 2023 inviabiliza a manutenção de
programas essenciais ao atendimento das demandas da população por serviços públicos. Em particular, mantida a previsão orçamentária inicial, a principal consequência
seria a redução da transferência de renda às famílias em situação de pobreza.
AÇÕES PARA RECONSTRUÇÃO
DO ORÇAMENTO PÚBLICO:
PEC DO BOLSA FAMÍLIA
E AJUSTES PARA PLOA 2023
Neste contexto, foi elaborada a PEC 32/2022 – PEC do Bolsa Família, já aprovada no
Senado Federal, com o intuito de adequar o orçamento público ao programa aprovado
pela população nas urnas, evitando redução de gastos em áreas essenciais e viabilizando a inclusão dos mais pobres no orçamento. Para tanto, a reconstrução do país deve
ser iniciada pela garantia de renda aos mais vulneráveis.
A proposta foi debatida pela Coordenação da Transição e membros do Congresso Nacional. Abaixo uma compilação dos principais pontos aprovados no Senado Federal:
1 – Amplia o teto em R$ 145 bilhões.
2 – Retira do teto de gasto, no máximo, o equivalente a 6,5% do excesso de
arrecadação de receitas correntes de 2021 para a realização de investimentos (até R$ 23 bilhões).
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
55
3 – A PEC induz a captação de recursos por meio de parcerias em áreas estratégicas, com efeito fiscal neutro, viabilizando, por exemplo, projetos federais
relacionados à área ambiental e às mudanças climáticas.
4 – Prevê que, até 31 de agosto de 2023, o Poder Executivo encaminhará
projeto de lei complementar com novo regime fiscal. A medida é essencial
e está em linha com o programa de governo e as sugestões dos Grupos
Técnicos, que apontaram a necessidade de modernizar o atual regime fiscal,
substituindo-o por regras que equilibrem a estabilidade macroeconômica,
a sustentabilidade fiscal, a inclusão social e o financiamento de gastos com
efeitos estruturantes.
Com a perspectiva de aprovação da PEC, a Coordenação da Transição enviou para o relator do orçamento as sugestões de ampliação das programações, buscando concentrar
as demandas em despesas capazes de induzir a retomada do crescimento econômico
com inclusão social, sendo dotadas de elevados efeitos redistributivos e multiplicadores
sobre a renda. Como se pode depreender da Tabela 1, as despesas adicionais são fortemente inclinadas a gastos sociais, investimentos e C&T. Ademais, consideram a recomposição de orçamento para permitir o funcionamento do Estado em áreas cruciais.
Tabela 1 – Demandas da Transição para a LOA
Órgão Valor adicional
PLOA 2023 (R$)
Ministério da Cidadania 75.000.000.000
Ministério da Saúde 22.700.000.000
Ministério da Educação 10.865.811.998
Ministério do Desenvolvimento Regional 9.500.000.000
Salário Mínimo 6.800.000.000
Encargos Financeiros da União 5.600.000.000
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações 4.982.427.220
Ministério do Turismo 3.703.000.000
Ministério da Economia 1.756.756.602
Ministério da Defesa 1.000.000.000
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 933.999.997
Ministério da Justiça e Segurança Pública 799.999.992
Ministério do Meio Ambiente 536.000.000
Ministério do Trabalho e Previdência 400.600.000
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 250.000.000
continua
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Órgão Valor adicional
PLOA 2023 (R$)
Ministério das Comunicações 126.400.000
Presidência da República 35.000.000
Banco Central do Brasil 10.000.000
Total Geral 145.000.000.000
Nos termos da PEC, também é importante considerar o valor adicional de até R$ 23
bilhões para investimentos, que se somaria aos investimentos previstos dentro do teto
de gastos. Neste sentido, estima-se que seria possível alcançar cerca de 0,7% do PIB em
investimentos em 2023, apoiando a recuperação da economia e suavizando as flutuações econômicas.
Do ponto de vista macroeconômico, a despesa prevista está concentrada em gastos
que podem reverter a expectativa de desaceleração da economia. Ademais, a PEC evita
uma queda abrupta do gasto como proporção do PIB, apontando para a manutenção
dos patamares de despesa para 2022 e impedindo uma contração fiscal significativa,
que reforçaria o cenário indesejável de desaceleração da economia.
Em suma, a PEC 32/2022 e os valores adicionais alocados na lei orçamentária anual, nos
termos demandados pela Transição, permitem a recomposição de orçamentos para
programas essenciais e a previsão de gastos sociais e investimentos estratégicos que
induzirão a retomada do crescimento econômico sustentável com redução em simultâneo das desigualdades mais gritantes no momento.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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SUGESTÕES DE MEDIDAS
PARA REVOGAÇÃO E REVISÃO
Os Grupos da Transição fizeram um trabalho técnico profundo de estudo das centenas de normas produzidas no período de 2019 a 2022, durante o governo Bolsonaro. Nas diversas áreas de atuação da administração pública federal, foram
identificados casos em que a elaboração normativa foi utilizada, por meio da criação ou
da revogação de atos, para desmontar políticas públicas, restringir a participação social,
enfraquecer os mecanismos de controle social ou obstruir o acesso a direitos individuais, sociais e econômicos. O resultado do estudo dos Grupos Técnicos é extenso e foi
detalhado em minutas que subsidiaram a elaboração deste Relatório Final.
Dado o escopo do trabalho da Equipe de Transição, cujo objetivo legal, previsto no art.
2º da Lei nº 10.609, de 2002, trata de diagnosticar as ações de órgãos e entidades que
compõem a administração pública federal e oferecer subsídios para os primeiros atos
de iniciativa do novo Presidente da República, esta Seção do Relatório Final de Transição apresenta um desafiador esforço de síntese e indicação de destaques.
O rol de revogações e alterações normativas apresentado abaixo reúne situações de
especial urgência, com sugestão de providências imediatas de edição de atos pelo
Presidente da República, seja já de caráter normativo – promovendo revogações e alterações, ou de caráter orientador – indicando a necessidade de que alguns órgãos e
entidades da administração pública federal elaborem estudos e providenciem nova
regulamentação para algumas temáticas de grande relevância.
Essas sugestões serão avaliadas com todo o rigor jurídico e técnico pelos novos ministros e ministras e suas equipes e passarão pela avaliação do novo presidente eleito.
REVOGAÇÕES E REVISÕES NA ÁREA
DA POLÍTICA PÚBLICA DE ARMAS
A proposta é de revogação de oito Decretos e uma Portaria Interministerial que incentivam a multiplicação descontrolada das armas no Brasil, sem fiscalização rigorosa e adequada. O descontrole coloca em risco a segurança das famílias brasileiras e, portanto,
deve ser revertido pelo Ministério da Justiça, em diálogo com o Ministério da Defesa.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Sugere-se uma revisão rigorosa do conjunto de atos normativos que desmontou a política pública de controle das armas no país, e a substituição por uma nova regulamentação para a Lei 10826/2003 – Estatuto do Desarmamento, como uma das primeiras medidas do novo governo. Dessa forma, propõe-se a revogação do Decreto nº 9845/2019,
do Decreto nº 9846/2019, do Decreto nº 9847/2019, do Decreto nº 10030/2019, do
Decreto nº 10627/2021, do Decreto nº 10628/2021, do Decreto nº 10629/2021, do Decreto nº 10630/2021. Além disso, sugere-se que o Presidente determine a revisão, pelos
Ministérios responsáveis, do teor da Portaria Interministerial MJ/MD 1634/2020.
REVOGAÇÕES E REVISÕES
NA ÁREA DA POLÍTICA PÚBLICA
DE MEIO AMBIENTE
A proposta é de revogação de atos normativos de extrema gravidade, que geraram
uma situação descrita como “estado de coisas inconstitucional” em julgamento do Supremo Tribunal Federal, conforme o voto da Relatora Ministra Cármen Lúcia na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 760 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 54.
O Pacote Verde, analisado pelo STF, é formado por sete processos judiciais em que são
analisados atos do governo Bolsonaro que levaram à atuação estatal deficiente, à desestruturação da legislação ambiental brasileira, ao enfraquecimento da fiscalização e
do combate a crimes ambientais e crimes relacionados aos povos indígenas, à desproteção do meio ambiente como um todo e, em especial, do bioma da Amazônia. Nas
manifestações dos Ministros constantes das decisões já proferidas, a constatação é de
que há um quadro estrutural de ofensa massiva, sistemática e generalizada dos direitos
fundamentais ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à saúde e à vida digna.
Nesse contexto, sugere-se uma série de revogações de atos normativos relacionados ao
desmonte das políticas públicas ambientais, conforme objetivos destacados a seguir:
A) Controlar o desmatamento
| Proposta de revogação dos Decretos que abriram espaço para um processo acelerado de desmatamento ilegal nos diversos biomas brasileiros,
inclusive desmanchando o Plano de Ação para Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). O PPCDAM foi historicamente um dos principais instrumentos capazes de controlar desmatamento, contribuindo para redução de emissão de gás. (Decreto nº 10.142/2019,
Decreto nº 10.239/2019 e Decreto nº 10.845/2021).
B) Acabar com a impunidade quanto às multas ambientais
| Proposta de revogação de Decretos que anularam multas ambientais, paralisaram o sistema de fiscalização ambiental e criaram um ambiente de
perseguição aos fiscais. A perda é de mais de R$ 18 bilhões para os cofres
públicos, conforme questionamento feito pelo STF na ADPF 775. A proposta
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
59
é de revogação integral do Decreto nº 9.760/2019 e de parte do Decreto nº
10.086/2022.
C) Reverter a autorização para o garimpo ilegal na Amazônia
| Proposta de revogação total do Decreto nº 10.966/2022, que liberou o garimpo ilegal na Amazônia a partir de uma regulamentação indevida do que
foi chamado de “garimpo artesanal”.
D) Retomar o Fundo Amazônia
| Proposta de revogação parcial dos Decretos nº 10.223/2020 e nº
10.144/2019, nos pontos em que inviabilizaram a governança do Fundo
Amazônia, instrumento de extrema relevância para o controle do desmatamento e o fomento a atividades produtivas sustentáveis no bioma. Com
isso, há mais de R$ 3 bilhões parados no Fundo, que agora poderão ser utilizados. A urgência disso decorre inclusive de decisão recente do STF na Ação
Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 59.
Por fim, quanto à estruturação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), sugere-se que o Presidente da República edite um despacho em que orienta o Ministério do
Meio Ambiente a proceder imediatamente à revisão do teor do Decreto nº 11.018/2022,
para eliminar os retrocessos realizados na estrutura e no funcionamento do Conselho. A
medida é essencial para o cumprimento de decisão do STF na ADPF 623, devendo ser
elaborada uma nova regulamentação, a partir de amplo diálogo com a sociedade.
REVISÃO DE ATOS QUE IMPUSERAM
SIGILO INDEVIDO DE 100 ANOS
EM DOCUMENTOS DE ACESSO PÚBLICO
A proposta é de revisão de casos em que houve imposição de sigilo de 100 anos pelo
governo Bolsonaro para impedir o conhecimento público de documentos. Os casos
revisados serão aqueles contidos em lista apresentada à Equipe de Transição por especialistas e entidades da sociedade civil com expertise na área de transparência.
Sugere-se, a partir do trabalho técnico realizado pelo Grupo da Transição de Transparência, Integridade e Controle, que sejam adotadas as seguintes medidas:
Medida A – Despacho do Presidente da República que determina, pelo princípio da
autotutela da administração pública, que a Controladoria-Geral da União reavalie as
decisões tomadas na lista de casos denunciados como de imposição indevida de sigilo
de 100 anos; e
Medida B – Despacho do Presidente da República que determina que a Advocacia-Geral da União elabore proposta de Parecer Vinculante que indique o escopo
de aplicação possível da atual redação da Lei de Acesso à Informação relativa à
proteção de dados pessoais.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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REVOGAÇÕES DE ATOS QUE AVANÇAM
EM PROCESSOS DE DESESTATIZAÇÃO
A proposta é de revisão da lista de empresas que se encontram em etapas preparatórias e ainda não concluídas de processos de desestatização.
Sugere-se que o Presidente da República edite despacho orientando os Ministérios responsáveis a revisar os seguintes atos relativos a empresas de grande relevância nacional:
| Petrobras: Resolução CPPI 240/2022 (recomenda inserção no PPI);
| Correios: Decreto nº 10674/2021 (PND), Decreto n. 10.066/2019 (PPI),
Resolução CPPI 168/2021, Resolução CPPI 98/2019;
| EBC: Empresa Brasil de Comunicação: Decreto n. 10669/2021 (PND),
Decreto n. 10.354/2020 (PPI), Resolução CPPI 169/2021, Resolução CPPI
98/2019;
| Nuclep: Nuclebrás Equipamentos Pesados: Decreto n. 10.322/2020 (PPI) e
Resolução CPPI 92/2019;
| PPSA: Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural:
Decreto n. 11.085/2022 (PPI) e Resolução CPPI 224/2022;
| Conab: Decreto n. 10767/2021 (PPI); eI).
REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
QUE PREJUDICAM DIREITOS
SOCIAIS E ECONÔMICOS
A proposta é de revisão de atos normativos relacionados aos direitos sociais e econômicos dos brasileiros, sendo alguns casos com impactos significativos para a população
mais pobre, conforme objetivos elencados a seguir:
Acabar com a obrigação de que agricultores rurais de famílias de baixa renda entreguem parte de sua produção para o Governo
| Proposta de revogação parcial do Decreto nº 10.852/2021 (art. 76, § 4 e
art.77), que regulamentou a contraprestação do “auxílio inclusão produtiva rural”, ou seja, trouxe a previsão de que o governo “tome pra si” 10% da
produção de agricultores de baixa renda, em situação de vulnerabilidade,
que receberam o auxílio, ignorando a situação de insegurança alimentar
em que vivem tantas dessas famílias no campo. Como essa retirada de
alimentos das famílias vulneráveis já está planejada para janeiro de 2023,
a revogação é urgente.
Recriar o Programa dos Catadores
| Proposta de revogação da parte do Decreto nº 10.473/2020 (art. 1º, CCXXXV)
que acabou com o Programa Pró-Catador (antigo Decreto nº 7.405/2010).
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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O Programa reunia ações de apoio a trabalhadores de baixa renda que se
dedicam a coletar materiais reutilizáveis e recicláveis, promovendo inclusão
social e econômica dessas pessoas e contribuindo para a sustentabilidade.
A ação imediata seria de retomada da redação anterior da norma que tratava dessa política pública.
Proteger as famílias brasileiras contra superendividamento
| Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
Ministério da Justiça a revisar o teor do Decreto nº 11.150/2022 (Decreto do
Superendividamento), para apontar caminhos de reversão do processo de
superendividamento vivido pelas famílias brasileiras de baixa renda. A medida aumentará a segurança jurídica no tema, pois a constitucionalidade do
ato está questionada no STF na ADPF 1.005 e na ADPF 1.006.
REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
CONTRÁRIOS AOS DIREITOS DE CRIANÇAS,
ADOLESCENTES E DA JUVENTUDE
Derrubar regras ilegais que retiram proteção do adolescente aprendiz
| Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
Ministério do Trabalho a revisar o teor do Decreto nº 11.061/2022, que, ao
tratar de aprendizagem profissional, derrubou várias regras de proteção do
adolescente. A partir dos debates necessários, deve ser proposta nova regulamentação para o tema.
Acabar com a política pública de educação especial que promove o
isolamento social das crianças com deficiência
| Proposta de revogação do Decreto nº 10.502/2020 – “Decreto da Exclusão”,
uma política preconceituosa que exclui as crianças com deficiência do convívio com as demais crianças nos ambientes escolares, promovendo isolamento social inaceitável. O ato normativo é inclusive questionado no STF na
ADPF 751 e na ADI 6590.
Recriar o Plano Nacional voltado à Juventude do Campo
| Proposta de revogação da parte do Decreto nº 10.473/2020 (art. 1º, CCLXXII)
que acabou com o Plano Nacional voltado à Juventude do Campo (antigo
Decreto nº 8.736/2016). O Programa reunia ações de efetivação de direitos e
inclusão produtiva para jovens nos territórios rurais. A ação imediata seria de
retomada da redação anterior.
Avaliar o custo-benefício do Programa Nacional das Escolas Cívico-
-Militares
| Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
Ministro da Educação a avaliar os resultados da política pública prevista no
Decreto 10004/2019 sob critérios técnicos relativos ao custo-benefício, para
definição sobre a dotação orçamentária respectiva e sobre sua continuidade.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
62
REVOGAÇÕES E REVISÕES
NA ÁREA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
DE CULTURA
Adequar as normas de fomento indireto à realidade da economia da
cultura
| Proposta de revogação do Decreto n. 10.755/2021, que regula o fomento
a ações culturais via mecanismo de incentivo fiscal em âmbito federal. Pretende-se criar com agilidade uma nova regulamentação para o mecanismo,
como uma das primeiras medidas do novo governo na área da cultura. Além
disso, sugere-se que o Presidente da República edite Despacho orientando
o Ministro da Cultura a revisar o teor dos seguintes atos: Instrução Normativa
SECULT/MTUR 01/2022, Instrução Normativa SECULT/MTUR 03/2022, Portaria SEFIC/SECULT/MTUR 210/2021, Portaria SEFIC/SECULT/MTUR 604/2021,
Portaria SECULT/MTUR 44/2021.
REVOGAÇÕES E REVISÕES
DE ATOS CONTRÁRIOS
À IGUALDADE RACIAL
O diagnóstico quanto às questões relativas à igualdade racial indica a gravidade
dos efeitos do governo Bolsonaro no sentido de desmobilizar a afirmação de direitos e impedir processos de reparação histórica. Nesse sentido, sugere-se a revisão
de atos normativos de cunho especialmente grave, com os objetivos listados a
seguir:
Retomar a defesa dos direitos e dos territórios das comunidades quilombolas
Sugere-se a edição de despacho do Presidente da República que oriente o
INCRA e a Fundação Palmares a revisar os seguintes atos normativos:
| Resolução INCRA nº 29/2020, que paralisou a política pública de demarcação de territórios quilombolas e criou um ambiente de perseguição de
servidores públicos que atuam nessa área; e
| Portaria FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES n. 57/2022, que burocratizou
o procedimento de reconhecimento de comunidades quilombolas, sem
qualquer escuta dos impactados.
Valorizar lideranças cujo legado foi negado
| Sugere-se a edição de despacho do Presidente da República que oriente a
Fundação Cultural Palmares a revisar a Portaria FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES n. 189/2020, que excluiu 27 personalidades negras do rol de homenageados, tais como: Gilberto Gil, Benedita da Silva, Marina Silva, Elza Soares,
Conceição Evaristo, dentre outras figuras de especial relevo.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
63
REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
QUE LIMITAM O DIREITO
DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Retomar participação social para democratizar os espaços de poder e
aumentar o controle social da gestão de recursos públicos
| Proposta de revogação do Decreto n. 9759/2019, cujo teor visava a
redução da participação social em todo o governo. Além disso, tendo
em vista tal revogação, sugere-se que seja editado pelo Presidente da
República um despacho de orientação dos Ministérios para que seja revisto o teor dos seguintes atos, com elaboração de nova proposta de
normatização:
Decreto n. 9883/2019 – colegiado sobre discriminação
Decreto n. 9887/2019 – colegiado sobre trabalho escravo
Decreto n. 9894/2019 – colegiado sobre população em situação de rua
Decreto n. 10.003/2019 – colegiado sobre crianças e adolescentes
Decreto n. 10.144/2020 e Decreto n. 10.224/2020 – colegiados de meio ambiente
Decreto n. 10.177/2019 – colegiado sobre pessoas com deficiência
Decreto n. 10.226/2020 – colegiado sobre juventude
Decreto n. 10.905/2021 – colegiados sobre direitos dos trabalhadores
Portaria n. Min. Saúde 3021/2020 – povos indígenas nas instâncias da gestão da saúde
Portaria n. MEC 577/2017 – reduziu a participação de trabalhadores no Fórum Nacional da Educação
Derrubar os entraves para que movimentos populares tenham acesso
ao INCRA
| Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando
o INCRA a revisar o teor da Portaria nº INCRA 460/2019. Ao prever regras
deliberadamente burocratizadas para o acesso ao prédio do INCRA, os
efeitos produzidos pela Portaria são de impedimento de acesso por uma
parte significativa dos movimentos populares que não cumprem as exigências indevidas estabelecidas, criando uma barreira para o seu direito
constitucional de participação social.
A lista de sugestões de revogações e revisões de atos normativos, elencada nesta seção
do Relatório Final da Transição, demonstra o tamanho dos desafios do novo Governo
eleito quanto à reconstrução do Estado brasileiro em áreas bastantes sensíveis, cujas
políticas públicas são essenciais para a efetivação de direitos da população.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
64
As propostas de providências imediatas contidas na listagem acima podem ser efetivadas por meio de um conjunto de atos do Presidente da República nos primeiros dias
após sua posse, em formato de Decretos e Despachos formulados por integrantes da
Advocacia-Geral da União, em diálogo com as equipes técnicas dedicadas a cada temática da administração pública federal.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
65
PROPOSTA DE NOVA
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DOS MINISTÉRIOS
OPresidente Lula foi eleito com uma ampla plataforma política, que envolve, entre tantos compromissos, a superação da pobreza e da fome no Brasil, a melhoria da qualidade da educação básica, a redução drástica do desmatamento da
Amazônia, o fomento à produção de alimentos, a retomada dos investimentos públicos
em infraestrutura e a promoção dos direitos da cidadania. Para alcançar esses grandes
objetivos, o primeiro desafio do governo eleito é reorganizar a estrutura administrativa
do Poder Executivo Federal, de forma a reverter o processo de desmonte do Estado e
criar as bases para a reconstrução das políticas públicas. Esta seção apresenta a proposta de estrutura ministerial para o governo federal, a partir de 1º de janeiro de 2023.
Nos últimos anos, assistimos a uma ação deliberada de desmonte do Estado Brasileiro,
que se traduziu na completa desorganização da máquina pública com riscos para a
manutenção dos serviços públicos essenciais. Esse processo foi orientado pela ideia de
redução do papel do Estado no desenvolvimento econômico, ambiental e social do
País. Os efeitos dessa visão foram agravados pela incompetência do governo Bolsonaro
no desenho, coordenação e implementação de suas políticas e pela condução desastrosa da gestão pública em praticamente todas as áreas de atuação governamental. A
consequência foi o comprometimento de políticas de Estado essenciais para o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental, a promoção e garantia de direitos,
a inclusão e justiça social, o exercício da democracia, e o diálogo e participação social.
Diante da extensão e gravidade dos problemas identificados pelos grupos técnicos
que contribuíram na elaboração deste relatório de transição, o novo governo eleito terá
pela frente o desafio de retomar e consolidar o processo de construção democrática do
Estado Brasileiro, inaugurado com a Constituição de 1988.
Para assegurar o êxito da plataforma eleitoral consagrada pelo voto popular nas eleições de 2022, é fundamental reconstruir o Estado Brasileiro. Nem grande nem pequeno, ele deve ter a dimensão e a complexidade necessárias ao enfrentamento dos inúmeros desafios que terão lugar nos próximos quatro anos. Longe do debate “Estado
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
66
Mínimo x Estado Máximo”, a questão chave é dotar o Estado de recursos, instrumentos,
estruturas e arcabouço institucional condizentes com o seu papel estratégico no desenvolvimento do País.
O Estado moderno deve incorporar arranjos institucionais de governança e de implementação de políticas que envolvam tanto o setor público quanto o setor privado, a
academia e as organizações da sociedade civil, gerando inovação, ganhos de eficiência
e qualidade nas entregas à população. Deve também ser transparente e aberto à participação e ao controle social. Ao mesmo tempo, precisa preservar as funções estatais,
inovar na gestão, ganhar agilidade e manter um corpo qualificado de servidores públicos capazes de dar continuidade à ação estatal e de resistir às investidas autoritárias de
governos anti-democráticos.
Com base nessa visão, as prioridades estratégicas do novo governo devem demandar
um extenso rol de iniciativas, tais como: a) reorganização e fortalecimento dos órgãos
centrais de coordenação e acompanhamento das ações de governo; b) reestruturação
da Administração Federal, especialmente de seus Ministérios com vistas a aumentar a
capacidade de implementação de políticas públicas; c) aperfeiçoamento dos meios
e instrumentos de gestão pública; d) inovação e melhoria na qualidade dos serviços
públicos; e) retomada e ampliação do diálogo e da participação social.
NOVA DINÂMICA DE CENTRO DE GOVERNO
É por isso que a nova estrutura do Governo Federal recupera o desenho do Centro
de Governo (CdG), estabelecido durante os primeiros mandatos do Presidente Lula. O
Centro de Governo precisa ser capaz de coordenar o conjunto das ações governamentais, com clara definição de prioridades, e envolver a sociedade, o Poder Legislativo,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no processo de formulação da agenda
nacional e de construção das políticas públicas.
Ao longo dos últimos anos, o Centro de Governo foi desorganizado, havendo um rebaixamento da capacidade de coordenação da Presidência com relação às suas prioridades programáticas. Isso afetou negativamente a atuação institucional do setor público
federal, especialmente as entregas de bens e serviços à população.
O modelo de coordenação governamental em rede foi substituído por um modelo
disfuncional, com ministérios enormes e com mais níveis hierárquicos, que cooperam pouco e não dialogam com a sociedade civil. Com isso, a capacidade de resposta do Estado às crises e às demandas sociais foi severamente comprometida, gerando impactos graves na vida das pessoas, a exemplo do que se observou durante a
Pandemia de COVID-19.
A extinção das instâncias colegiadas de participação e de coordenação de programas
governamentais dificultou ainda mais a cooperação intersetorial em torno de ações de
governo e bloqueou qualquer possibilidade de escuta e diálogo social. Um dos prin-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
67
cipais retrocessos nesse âmbito foi o desmonte da Política Nacional de Participação
Social (PNPS) e de suas instâncias e mecanismos institucionais.
Para reverter esse quadro, o novo Centro de Governo prevê uma Presidência forte, capaz de recuperar e ampliar a capacidade de coordenação das políticas setoriais e transversais. A Casa Civil vai recuperar suas funções originais, incluindo a análise jurídica das
proposições, e sua capacidade de coordenação de governo. A Secretaria-Geral volta
a ser o órgão de diálogo com a sociedade civil, restabelecendo a participação social
como método de governar. A Secretaria de Relações Institucionais assume a coordenação política e a articulação com os entes federados e a representação parlamentar
no Congresso Nacional. A Secretaria de Comunicação Social retorna à Presidência da
República, fortalecendo a comunicação do Presidente com o conjunto da sociedade.
Além disso, a Presidência voltará a contar com os seus órgãos de assessoramento participativos, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar – Consea e o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Econômico Social – CDES, conhecido como Conselhão.
Da mesma maneira, na Esplanada como um todo, serão reativados os conselhos de
participação social e demais mecanismos de interação com organizações, lideranças e
movimentos sociais.
NOVA ESTRUTURA DE MINISTÉRIOS
Para reforçar o compromisso com a diversidade, as antigas Secretarias Especiais dos Governos Lula I e II serão transformadas em ministérios, com estrutura adequada e maior
relevância político-institucional. Serão criados os Ministérios das Mulheres, o Ministério
dos Direitos Humanos, o Ministério da Igualdade Racial e, pela primeira vez, o Ministério
dos Povos Indígenas. Com isso, busca-se dotar as pautas da diversidade de meios que
favoreçam a promoção dos direitos e das políticas voltadas a essas populações. Caberão a esses ministérios a coordenação da agenda e das ações transversais e setoriais
relativas às suas áreas de atuação, de forma a reverter processos de exclusão muitas
vezes reforçados nas próprias políticas públicas.
O Ministério da Economia, hoje com uma estrutura inchada e disfuncional, será decomposto em quatro unidades ministeriais com finalidades específicas. O Ministério
do Planejamento e Orçamento recupera a sua função essencial de planejar as ações
do Estado, além de apoiar a execução das políticas públicas por meio da destinação
de recursos para sua execução e do monitoramento e avaliação contínua das ações
de governo. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação é recriado para promover o processo de reindustrialização do País e a dinamização econômica, ao mesmo tempo que promove a transição para uma economia
verde e descarbonizada, baseada em inovação e novas tecnologias, com impacto
socioambiental positivo.
Para melhorar a qualidade dos serviços públicos e racionalizar o uso de recursos pela
máquina pública, será criado o Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
68
Um dos focos do Ministério será a busca por novos meios para inovar na gestão, melhorar o atendimento público e prover bens e serviços de qualidade para a população. Para
isso, ele atuará no aumento dos serviços digitais de forma a ampliar o acesso e melhorar
a experiência dos usuários desses serviços, com agilidade, simplicidade e maior alcance das políticas públicas. Em outra frente, o Ministério cuidará da gestão e do desenvolvimento de pessoas, promovendo a melhoria de produtividade e o bem-estar dos
servidores, com benefícios para toda sociedade. Por fim, a pasta irá atuar na prestação
de serviços compartilhados para os demais ministérios, eliminando estruturas redundantes e garantindo maior economia nas contratações de bens e serviços pelo novo
governo.
Assim, o Ministério da Economia poderá se concentrar na condução da política econômica, priorizando as agendas macro e microeconômica, tendo como prioridade
o controle da inflação, a melhoria do ambiente de negócios, a promoção do investimento, a geração de emprego, o controle da execução financeira e a racionalização
tributária. Entre os desafios da pasta, estão o desenho de uma proposta de Reforma Tributária e uma nova regra fiscal que garanta estabilidade e previsibilidade aos
agentes econômicos e ao mesmo tempo permita impulsionar o desenvolvimento
sustentável do País.
No novo arranjo, o Ministério do Meio Ambiente recupera a sua capacidade de não
apenas proteger nossos biomas, biodiversidade e recursos renováveis, mas também de
promover o desenvolvimento socioambiental do País, com base na utilização racional
desse imenso potencial para uma economia verde e limpa. Entre os avanços nessa área,
está a reafirmação do compromisso do novo governo com a redução do desmatamento e com a preservação dos recursos naturais da Amazônia e de outros biomas, bem
como com o desenvolvimento de uma matriz energética limpa e com o combate ao
aquecimento global.
Além disso, a Cultura, o Desenvolvimento Agrário, o Esporte, a Previdência, o Trabalho,
as Cidades e a Pesca voltarão ter suas pastas próprias, refletindo a prioridade conferida
a essas áreas pelo novo governo. A Cultura voltará a ser valorizada e promovida com
a devida centralidade que deve ter na construção da identidade nacional. Da mesma
forma, a produção de alimentos pela agricultura familiar voltará a ser apoiada pelo governo por meio de crédito, fomento e assistência técnica. O Esporte passará a contar
com uma estrutura que permita o apoio a atletas profissionais e amadores e ao esporte de base. A Previdência e o Trabalho também voltarão a ter estrutura e meios para
a promoção de garantia de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, aposentados,
pensionistas e beneficiários dos sistemas previdenciários. O Ministério das Cidades, por
sua vez, irá promover políticas para tornar as cidades mais inclusivas, sustentáveis e dinâmicas, por meio de políticas de mobilidade, saneamento e habitação.
Já a área social será reforçada para que os compromissos assumidos pelo Presidente sejam cumpridos: superar a fome, melhorar a qualidade da educação básica e fortalecer o
Sistema Único de Saúde. Para isso, serão reforçadas as áreas de assistência e desenvolvi-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
69
mento social e os sistemas de saúde e educação. A pandemia evidenciou ainda mais a
importância de um Estado capaz de coordenar a resposta para grandes crises. Quando
isso falta, a população sofre. Ficou clara a importância do SUS, da Fiocruz, do Instituto
Butantã, dos institutos de pesquisa brasileiros, do Sistema Único da Assistência Social,
do INSS, das instituições de ensino e pesquisa, e de tantas outras organizações públicas
que se envolveram na resposta à crise decorrente da COVID-19.
No caso da governança pública, será conferida a ela a dimensão estratégica necessária
para garantir as condições indispensáveis à atuação governamental em todas as áreas.
Além das instâncias ministeriais e de coordenação de governo indispensáveis à implementação de ações transversais, o novo governo contará com ministérios setoriais
cujo papel é liderar e viabilizar, em suas respectivas de atuação, as políticas públicas
emanadas da Constituição de 1988 e aquelas que fazem parte dos compromissos programáticos do novo governo eleito.
Mesmo no caso dos ministérios que já existiam e que foram mantidos pelo novo governo
eleito, houve uma clara orientação no sentido de dotá-los de estruturas adequadas aos
desafios programáticos e institucionais concernentes às suas respectivas áreas de atuação, dentro do esforço de reorganização da Administração Pública Federal e de reversão
do desmonte do Estado Brasileiro. Alguns desses ministérios tiveram as suas denominações alteradas, de maneira a refletir as diretrizes e prioridades do novo governo eleito.
Enfim, a nova estrutura ministerial ou organizacional do Poder Executivo Federal guarda relação estreita com uma visão do País e com um projeto de desenvolvimento nacional liderado pela coalizão política que, em contexto eleitoral democrático, assume a
condução do governo brasileiro. Para concretizar os compromissos chancelados pelo
voto popular e para as funções necessárias a um Estado Nacional contemporâneo, chegou-se à seguinte configuração ministerial:
Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos
| Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania
| Ministério da Igualdade Racial
| Ministério das Mulheres
| Ministério dos Povos Indígenas
| Ministério do Trabalho e Emprego
| Ministério da Previdência Social
| Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome
| Ministério da Saúde
| Ministério da Educação
| Ministério da Cultura
| Ministério do Esporte
| Ministério das Cidades
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
70
Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Socioambiental e
Climática
| Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional
| Ministério do Meio ambiente
| Ministério da Economia
| Ministério dos Transportes
| Ministério de Portos e Aeroportos
| Ministério de Minas e Energia
| Ministério das Comunicações
| Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
| Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação
| Ministério do Turismo
| Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
| Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
| Ministério da Pesca e Aquicultura
Defesa da Democracia e Reconstrução do Estado e da Soberania
| Casa Civil da Presidência da República
| Secretaria-Geral da Presidência da República
| Secretaria de Relações Institucionais
| Secretaria de Comunicação Social
| Gabinete de Segurança Institucional
| Advocacia-Geral da União
| Ministério do Planejamento e Orçamento
| Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos
| Controladoria-Geral da União
| Ministério da Justiça e Segurança Pública
| Ministério das Relações Exteriores
| Ministério da Defesa
É importante ressaltar que o esforço para a criação dos ministérios indicados acima foi realizado com base na racionalização de estruturas preexistentes, sem criar
cargos ou gerar novos gastos ao erário. Buscou-se também contemplar, na medida
do possível, as demandas apresentadas pela sociedade civil durante o processo de
transição de governo. E apesar das fortes restrições, essa nova estrutura governamental reflete o trabalho colaborativo realizado pelos diversos grupos técnicos, com
os ajustes necessários para que o número total de cargos não fosse alterado e para
que, ao mesmo, fossem asseguradas as condições indispensáveis à boa atuação de
todas as áreas governamentais.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
71
CONCLUSÃO
Aentrega deste relatório ao Presidente eleito marca uma virada de página de nossa história recente, que não deve ser jamais esquecida. O extremismo e sua violência são incompatíveis com a democracia. Com a abertura de um novo ciclo
político, o Brasil do Amanhã começa a ser construído. A bússola que nos orienta são as
Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil e a Carta para o
Brasil do Amanhã, apresentadas durante as eleições.
Concluímos assim o maior e mais complexo processo de transição já realizado no País,
em todos os tempos, de forma democrática, plural, participativa, com rigor técnico e
parcimônia no uso dos recursos públicos. No momento histórico em que a democracia
foi posta à prova e os mecanismos de participação social desarticulados e desacreditados, inovamos no processo de transição governamental com a abertura para o amplo
diálogo com a sociedade.
A reconstrução e a transformação do País é um grande desafio e uma obra de muitos.
Teremos quatro anos de intenso trabalho e dedicação total para recompor o Estado e
as políticas públicas, para mudar para melhor a vida da população e para voltar a cultivar a esperança e a alegria de nossa gente.
Realizaremos em 1º de janeiro de 2023, em Brasília, a maior cerimônia de posse presidencial de todos os tempos. E sua excelência, o Povo, irá festejar no Festival do Futuro a
vitória mais importante da democracia nos últimos tempos.
Ao longo dos últimos meses, vimos a esperança voltar a brilhar nos olhos do nosso
povo. A esperança de uma vida melhor em um País mais justo, inclusivo e solidário.
Um País que necessita de um governo que volte a olhar com carinho e cuidado para a
nossa gente, especialmente para quem mais necessita. Um País que também precisa
de paz, democracia e diálogo. É com a força do nosso legado e os olhos voltados para
o futuro que estamos preparados para iniciar um verdadeiro governo de reconstrução
e transformação do Brasil.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
72
Coordenador-Geral do Gabinete de Transição Governamental
Geraldo Alckmin
Coordenação Executiva
Floriano Pesaro
Coordenação de Articulação Política
Gleisi Hoffmann
Coordenação de Organização da Posse
Rosângela Lula da Silva
Coordenação de Grupos Técnicos
Aloizio Mercadante
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
73
GABINETE DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
Otrabalho do Gabinete de Transição Governamental representa o esforço de milhares de pessoas, que contribuíram com sua inteligência, experiência, vivência
e dedicação para que este trabalho fosse desenvolvido.
A seguir, listamos os nomes das pessoas que trabalharam nos Grupos Técnicos, nas
Coordenações do Gabinete e na estrutura do Centro Cultural do Banco do Brasil – representantes da sociedade civil, servidores e empregados públicos, parlamentares, policiais federais, seguranças, garçons, copeiras, auxiliares de serviços gerais – aos quais,
em meu nome e em nome do Presidente Eleito Luiz Inácio Lula da Silva, agradeço, de
coração, pelo enorme esforço de construir, em tão pouco tempo, um relatório tão profundo e extenso do desafio que teremos pela frente nos próximos anos.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
74
GABINETE DO
COORDENADOR-GERAL DO
GABINETE DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
Coordenador de Transição Governamental
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
Assessoria Especial
Assessor Especial
Pedro Henrique Giocondo Guerra
Adalnio Senna Ganem
Assessoria de Assuntos Jurídicos
Assessor de Assuntos Jurídicos
Márcio Elias Rosa
Assessoria de Apoio
Assessor
Alessandro Chagas Rosa
Pedro Lamoso
Ana Regina Costa de Araújo
CTEG – V
Miriam Aparecida Belchior
Paulo Bernardo Silva
João Luiz Silva Ferreira
CTEG – IV
Fábio Rafael Valente Cabral
Vinicius Carnier Colombini
Daniella Fernandes Cambauva
Cassius Antônio Da Rosa
Maria Helena Guarezi
Wagner Caetano Alves De Oliveira
José Barroso Pimentel
Inês da Silva Magalhães
Luis Carlos Guedes Pinto
Márcia Helena Carvalho Lopes
Margarida Cristina de Quadros
Valéria de Oliveira
José Geraldo Torres da Silva
CTEG – I
Gilson Alves Duarte
Luiz Roberto Martins de Barros
EQUIPE DE PRESIDENTE
ELEITO
Assessoria do Presidente Eleito
Cláudia Troiano
Jose Chrispiniano
Marco Aurelio – Marcola
José Rezende Júnior
Cezar Alvarez
Cilene Antoniolli
Betiza Coelho de Souza
Mires Costa
Ana Regina C. de Araújo
Assessoria de Comunicação
Coordenação
Ricardo Stuckert
Claudio Kabene
Daniella Fernandes Cambaúva
Mariana Zoccoli
Magno Romero
Ruy Coelho
Thiago Silva
George Gregory
Thiago Ming
Mariana Gurgel
Segurança Institucional
General Gonçalves Dias
Capitão Valmir Moraes
Marco Aurélio De Andrade Lima
Azevedo
Wagner Caetano
Elias Reis
Misael da Silva
Moura
Equipe de Apoio
Evanyr Bezerra
Joana D´arc
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
Coordenador Executivo
Floriano Pesaro
Assessor Especial
Fabio Rafael Valente Cabral
Assessoria de Administração
Chefe de Assessoria de Administração
Reinaldo Chaves Gomes
Wilmar Lacerda
Chica Carvalho
Equipe do Administrativo
Davino Márcio Souto
Flávia Martins Marques
Gabriel Lopes Gonçalves Dias
Mari Lucas
Maria do Carmo Pereira da Silva
Maria José Brasil
Monica Sacramento Costa
Valda Hilda da Rocha Do Carmo
Maria da Conceição Nogueira de Azevedo
Martins
Adriane Cleide de Souza Gomes
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
75
Chefe do Apoio Administrativo
aos Grupos de Trabalho
Marcelo Pontes
Maria da Solidade de Oliveira Costa
Equipe do Apoio Administrativo
aos Grupos de Trabalho
Daniella de Souza Vasconcelos
Gabriela Olímpia de Assis
Jéssica Italoema da Silva Moura
Lucas de Lima Guimarães
Lucas Leonam de Lima
Salles Junio Lima Nascimento
Sara Daniela Barbosa de Souza
Chefe de Atos Normativos
Juliana Muniz Fernandes de Queiroz
Equipe de Atos Normativos
Ana Cristina de Figueiredo Barros
Maria Isabel da Silva Sales
Natália Viana Reis
Nicole Gondim Porcaro
Chefe da Gestão da Informação
Valmir Dantas
Gestão da Informação
Alex de Sousa Araújo
Chefe do Credenciamento
Leandro de Borja Reis Cerqueira
Equipe de Credenciamento
Elisangela Maria Pontes de Souza.
Nilton Santana Oliveira.
Tarcizo Ramos da Silva.
Chefe de Logística
Benoni Dias Covatti
Equipe de Logística
Jose Wilson
Alcivan A. de Araujo
Gilson Alves Duarte
Frank Varela de Moura
Arilson Cavalcante Pereira
Carlos Alberto de souza
Gilberto Tristâo Ferreira
Luis Roberto Martins de Barros
Assessoria de Orçamento
Chefe da Assessoria de Orçamento
Norberto Temoteo de Queiroz – Coordenador
Equipe de Orçamento
Antonio Fucio
Rossi da Silva Araujo
Fernando José Carvalho de Oliveira
Caio Leal de Araújo
Assessoria de Comunicação Social
Chefe da Assessoria de Comunicação
Social
Ricardo Amaral
Equipe da Assessoria de Comunicação
Social
Ana Luísa Noblat
Andreia Cordeiro de Souza
Cristina Charão Marques
Flávia Filipini
Raquel Sepúlveda
Assessoria de Cerimonial
Chefe do Cerimonial
Max Antonio Passos D’ Oliveira
Equipe do Cerimonial
Gláucia da Silva Limeira
Maria Eugênia Ribeiro
Miraci Lopes
Thaís Veríssimo Pinheiro
Simone Zerbinato
Assessoria de Segurança Institucional
Chefe da Segurança Institucional
Andrei Augusto Passos Rodrigues
Chefe da Segurança de Área
Pedro Magalhães Roncisvalle
Equipe de Segurança Institucional
Alexandre Guimarães Malheiro de Oliveira
Bernardo Varney Alexe Costa Azeredo Lopes
Correa
Camilla Caputo Tejo Borges
Daniel Esteves Kim
Elias Pereira Moura
Renata Scheiner Moares de Lucena
Sandro Azevedo de Souza
COORDENAÇÃO DE
ARTICULAÇÃO POLÍTICA
Coordenadora
Gleisi Helena Hoffmann
Assessores
Amanda Vitoria Lopes Moreira da Silva
Cristian Jesus da Silva
Tania Maria de Oliveira
Apoio
Aveline Gomes
Dayane Hirt
Eduardo de Oliveira Bastos
Gabriel Santos
Jean Keiji Uema
João Paulo
Luiz Roberto Martins de Barros
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
76
COORDENAÇÃO
DE ORGANIZAÇÃO
DA POSSE
Coordenadora
Rosângela Lula da Silva – Janja
Assessores
André Cortez
Caio Flávio de Noronha
Cassius Antonio Rosa
Célia Maria Alves
Claudinei Pimentel Mota (Pirelli)
Claudio Rocha
Fabrício Araújo Prado
Fernando Luis Lemos Igreja
Flávio Abraão Paes Leme
Gabriela Mendes
Gabriella Gualberto Faria
Gilberto Carvalho
Gustavo de Biase
José Laelson de Oliveira
Márcio Tavares dos Santos
Mário Edson Gonçalves Dias
Mauro Furlan
Neudicleia Neres De Oliveira
Rogério Carvalho
Warley Barbosa
Yuri Soares
COORDENAÇÃO
DE GRUPOS TÉCNICOS
Coordenador
Aloizio Mercadante Oliva
Assessoria especial
Marcos Rogério de Souza
William Vella Nozaki
Assessores
Aline Damasceno Ferreira Schleicher
Amanda Vitoria Lopes Moreira da Silva
Danilo da Silva Molina
Danilo Marasca Bertazzi
Elton Bernardo Bandeira de Melo
Fernanda Machiaveli Morão de Oliveira
Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
Janira Trípodi Borja
Lucas Ramalho Maciel
Marcilandia de Fátima Araújo
Maria Paula Amorim de Barros Lima
Pedro Mäder Gonçalves Coutinho
Roberto Seara Machado Pojo Rego
Rubens Diniz Tavares
Valmir Dantas
Bruno Moretti
Carlos Alberto de Souza
Eugênio Vilela
Fernando Jose Carvalho
Henrique Chaves Faria Carvalho
Ioná Malerba Gabrielli
José Celso Pereira Cardoso Jr.
Marco Antonio de Oliveira
COORDENAÇÃO
JURÍDICA
Coordenação Geral
Jorge Messias
Assessoria Jurídica
Adriana Maia Venturini
Cesár Dutra Carrijo
Clarice Costa Calixto
Aline Veloso dos Passos
André Augusto Dantas Motta Amaral
André Luiz Macagnan Freire
Carolina Yumi de Souza
Carlos Henrique Naegeli Gondim
Fernanda Coimbra Santiago
Francisco Alexandre Colares Melo Carlos
Guilherme Benages Alcantara
Gustavo Caldas Guimarães de Campos
Isabela Marques Seixas
João Paulo de Faria Santos
Júnior Divino Fideles
Luciana Hoff
Marcilândia de Fátima Araújo
Maria Paula Amorim de Barros Lima
Mariana Barbosa Cirne
Mônica de Oliveira Carsartelli
Roberta Lima Barreto Monteiro
Rodolfo de Carvalho Cabral
Victor Epitácio Cravo Teixeira
Apoio
Natalia Reis
Nicole Goldim Porcaro
Maria Isabel da Silva Sales
ASSESSORIA DE
COMUNICAÇÃO
Coordenador
Ricardo Batista Amaral
Assessoria
Ana Luisa Noblat De Aguiar
Andreia Cordeiro De Souza
Flavia Filipini
Raquel Sepúlveda
Cristina Charão Marques
Kerison Arnóbio Lopes Santos
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
77
CONSELHO POLÍTICO
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
Antonio Luíz Paranhos Ribeiro Leite de Brito
Carlos Siqueira
Daniel Sampaio Tourinho
Eliziane Pereira Gama Melo
Felipe Antonio do Espirito Santo
Guilherme Ítalo Costa Queiroz
Jader Fontenelle Barbalho
Jefferson Coriteac
José Luíz de França Penna
José Renan Vasconcelos Calheiros
Juliano Medeiros
Luciana Barbosa de Oliveira Santos
Wesley Ederson Diógenes Nogueira
Wolney Queiroz Maciel
CONSELHO DE
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Coordenação Executiva
Edson Carneiro da Silva
Josué Augusto do Amaral Rocha
Julia Barbosa de Aguiar Garcia
Kelli Cristine de Oliveira Mafort
Raimundo Vieira Bonfim
Ronald Ferreira dos Santos
Simone Ferreira Nascimento
Ticiana Studart Albuquerque
Assessoria Técnica
Tânia Oliveira
Assessoria Jurídica e Administrativa
Ana Melo Moraes
Carla de Paiva Bezerra
Diego Carmona Scardone
Marcelo Fragozo dos Santos
Nara Magalhães Maubrigades
Renato Simões
Assessoria Jurídica
João Paulo de Faria Santos
Equipe de monitoramento
Fernanda Machiaveli
Integrantes da Plenária
Aldenora Gomes González – Frente Nacional
em Defesa do SUAS – Segmento Usuários
Aristides Santos – Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura – CONTAG
Beatriz Costa Barbosa – Coalizão Direitos na
Rede
Carlos Alencastro Cavalcanti – Movimento
Nacional dos Catadores de Materiais
Recicláveis – MNCMR
Carmen Silvia Maria da Silva – Plataforma pela
Reforma do Sistema Político
Cicero Felix dos Santos – Articulação do
Semiárido (ASA)
Cristiano Schumacher – Movimento Nacional
de Luta por Moradia – MNLM
Daniel Seidel – Rede Brasileira de Justiça e Paz
Darci Frigo – Conselho Nacional de Direitos
Humanos
Débora Rodrigues – Fórum Brasileiro de
Economia Solidária
Denildo Rodrigues de Moraes – Coordenação
Nacional de Articulação de Quilombos –
CONAQ
Eliane de Moura Martins – Movimento de
Trabalhadores por Direitos – MTD
Francisco Auri Alves Júnior – Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Familiar – CONTRAF
Franklin Felix de Lima – Associação Brasileira de
Organizações não governamentais – ABONG
Geovana Mendonça Lunardi Mendes – Fórum
Nacional Popular de Educação
Getúlio Vargas Junior – Confederação Nacional
das Associações de Moradores – CONAM
Gilberto Batista Campos – Convergência Negra
Ivanei Farina Dalla Costa – Movimento dos
Atingidos por Barragens – MAB
Jade Beatriz – União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas – UBES
Jarbas Vieira da Silva Movimento pela Soberania
Popular na Mineração – MAM
José Antonio Moroni – Plataforma pela Reforma
do Sistema Político
Josineide Costa – Movimento de Pequenos
Agricultores – MPA
Julio Barbosa de Aquino – Conselho Nacional
das Populações Extrativistas – CNS
Junia Rocha Bessa – Comitê Nacional da Lei
Paulo Gustavo
Karina Aparecida Figueiredo – Comitê Nacional
de Enfrentamento à Violência Sexual contra
Crianças e Adolescentes
Kátia Cacilda Pereira Lima – Rede Brasileira de
Orçamento Participativo
Kleber Luiz dos Santos – Movimento de Luta
das vilas, bairros e favelas – MLB
Kleber Luiz Santos dos Santos – Articulação dos
Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Leandro Artur Anton – Comitê Nacional dos
Pontos de Cultura
Leonardo Avritzer – Instituto da Democracia e
da Democratização da Comunicação
Leonardo Koury Martins – Frente Nacional em
Defesa do SUAS – Segmento Trabalhadores
Luciana Cristina Furquim Pivato – Comitê
Brasileiro de Defensores e Defensoras de
Direitos Humanos
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
78
Marcela Peixoto – Movimento Camponês
Popular – MCP
Márcio Astrini – Observatório do Clima
Maria Emília Pacheco – Fórum Brasileiro de
Soberania e Segurança Alimentar – FBSSAN
Maria Martilene – Movimentos de Pescadoras e
Pescadores – MPP
Maureen Cristina Martins dos Santos – Carta de
Belém
Milton dos Santos Rezende – Central Única dos
Trabalhadores – CUT Brasil
Mônica de Alkmim Moreira Nunes –
Movimento Nacional de Direitos Humanos
- MNDH
Nilza Valeria Zacarias do Nascimento Oliveira –
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
Noeli Taborda – Movimentos de Mulheres
Camponesas – MMC
Ormezita Barbosa de Paulo – Conselho Pastoral
de Pescadores – CPP
Pedro Pontual – CEAAL Brasil – Conselho de
Educação Popular da América Latina e Caribe
Raimundo Nonato Pereira da Silva – Rede de
Comunidades de Povos Tradicionais do Brasil
Renato Sérgio de Lima – Fórum Brasileiro de
Segurança Pública
Ricardo de Moura – Centro Nacional de
Africanidade e Resistência Afro-Brasileiro –
CENARAB
Rosana Teresa Onocko Campos – Associação
Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO
Sidnei Antonio Euzebio Pita – União Nacional
por Moradia Popular – UNMP
Simmy Larrat – Associação Brasileira de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Intersexos – ABGLT
Ubiratan de Souza – GT Democracia e
Participação – FPA (NAPP Estado, Democracia
e Instituições)
Vanja Andréa Santos – União Brasileira de
Mulheres – UBM
Veronica Chaves Salustiano – Associação
Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD
Wagner de Melo Romão – Rede Democracia e
Participação
Zélia Amador – Coalizão Negra por Direitos
GRUPO TÉCNICO DE
AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO
Coordenação
Carlos Fávaro
Evandro Gussi
Irajá Abreu
Joe Valle
Kátia Abreu
Luis Carlos Guedes Pinto
Neri Geller
Silvio Crestana
Tatiana Deane de Abreu Sá
Carlos Tito Marques Cordeiro
Integrantes
Antônio Jorge Camardelli
Arno Jerke Júnior
Carlos Ernesto Augustin
Clara Pedroso Maffia
Cósam de Carvalho Coutinho
Dalton Gomes Martins
Eduardo de Souza Martins
Fernando Olinto Meireles
Gereissat Rodrigues Almeida
Gerson Luiz Mendes Teixeira
José Carlos Vaz
Manoel Moacir Costa Macêdo
Marcelo Medina Osório
Marcio Portocarrero
Miguel Ivan Lacerda de Oliveira
Renato Cunha
Voluntários
Carolina Pereira
Jailson Nascimento
Rodrigo Zani
Wanderley Paulo da Silva
Relator
Luiz Antonio Gonçalves Rodrigues de Souza
Assessor Administrativo
Marina Godoi de Lima
Equipe de monitoramento
Lucas Maciel Ramalho
Assessor Jurídico
André Dantas
GRUPO TÉCNICO
DE CENTRO DE GOVERNO
Coordenação
Cristian Jesus da Silva
Fernanda Machiaveli M. de Oliveira
Jaques Wagner
José Guimarães
Lindbergh Farias
Márcio Macêdo
Pedro Helena Pontual Machado
Reginaldo Lázaro de Oliveira Lopes
Swedenberger do Nascimento Barbosa
Integrantes
Alexandre de Ávila Gomide
Aline Damasceno Ferreira Schleicher
Elton Bernardo Bandeira de Melo
José Celso Cardoso Junior
Marco Antonio de Oliveira
Pedro Luiz Costa Cavalcante
Vicente Trevas
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
79
Relatora
Fernanda Machiaveli M. de Oliveira
Assessora Administrativa
Aline Damasceno Ferreira Schleicher
Equipe de monitoramento
Janira Borja
GRUPO TÉCNICO
DE CIDADES
Coordenação
Afonso Bandeira Florence
Carmem Silva Ferreira
Ermínia Terezinha Menon Maricato
Evaniza Lopes Rodrigues
Geraldo Magela Pereira
Guilherme Castro Boulos
Hildo Augusto da Rocha Neto
Inês da Silva Magalhães
Jilmar Augustinho Tatto
João Henrique Campos
José Di Filippi Júnior
José Leônidas de Menezes Cristino
Joseildo Ribeiro Ramos
Luizianne de Oliveira Lins
Márcio Jerry Saraiva Barroso
Márcio Luiz França Gomes
Maria Fernanda Ramos Coelho
Moema Isabel Passos Gramacho
Nabil Georges Bonduki
Natália Bastos Bonavides
Rodrigo Neves Barreto
Waldenor Alves Pereira Filho
Relator
Rafael Carlos de Oliveira
Integrantes
Adriano Constantino
Aercio Barbosa de Oliveira
Bruno de Freitas Siqueira
Caio César Loureiro Moura
Carina Serra Amancio
Carlos Alberto Valente Viana
Carolina Baima Cavalcanti
Clarice Coppetti
Edmilson Brito Rodrigues
Eleonora Lisboa Mascia
Elton da Silva Gontijo
Ermes Ferreira Costa Neto
Ernani Ciríaco de Miranda
Gilmar Avila
Glêdson da Silva Brito
Jailton Zanon da Silveira
Jane Teresinha da Costa Diehl
João Gabriel Cabral Meira e Silva
João Vicente Augusto Neves
José Queiroz de Lima
José Roberto de Oliveira Martins
Julia Lins Bittencourt
Lúcia Maria Mendonça Santos
Luís Gustavo Vieira Martins
Márcia Kumer
Marcos Toscano Siebra Brito
Maria Aparecida Lobato Monteiro
Mário Wilson Pedreira Reali
Paolo Colosso
Paulo Valério Silva Lima
Pedro Freire de Oliveira Rossi
Raphael Sebba Daher Fleury Curado
Renato Nunes Balbim
Renato Barandier Júnior
Renato Boareto
Reynaldo Nunes de Morais
Ricardo de Gouvêa Corrêa
Roberto Ricomini Piccelli
Ronaldo José Lacerda
Sérgio Antônio Gonçalves
Silmara Vieira da Silva
Silvano Silvério da Costa
Sinoel Batista
Tales Fontana Siqueira Cunha
Wagner dos Santos Carneiro
Wladimir Antonio Ribeiro
Assessora Administrativa
Júlia Pera de Almeida
Assessor Jurídico
João Paulo de Faria Santos
Equipe de monitoramento
Janira Trípodi Borja
Roberto Pojo
GRUPO TÉCNICO
DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO
Coordenação
Alexandre Navarro Garcia
André Leandro Magalhães
Carlos Renato Lisboa Francês
Celso Pansera
Expedito Neto
Glaucius Oliva
Henrique Donin de Freitas Santos
Ildeu de Castro Moreira
Ima Célia Guimarães Vieira
Iraneide Soares da Silva
Leo de Britto
Leone Peter Correia da Silva Andrade
Luis Manuel Rebelo Fernandes
Luiz Antônio Rodrigues Elias
Ricardo Campos
Ricardo Magnus Osorio Galvão
Sergio Machado Rezende
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
80
Integrantes
Amanda Sobreira Lima de Souza
Anderson Gomes
Andreia Ingrid Michele do Nascimento
Gizele Santos Cruz Soares
Joelmo Jesus de Oliveira
Larissa Gabrielle Vieira de Souza
Larissa Beltramim
Lucia Carvalho Pinto de Melo
Marcelo Alexandre Andrade de Almeida
Márcio Portes de Albuquerque
Mariana Paulino Mazza
Osorio Coelho Guimarães Neto
Petrônio Noronha de Souza e
Samuel Fayad
Relatoras
Léa Contier de Freitas
Leila de Morais
Verena Hitner Barros
Assessora Administrativa
Elisa Volker
Assessor Jurídico
Victor Cravo
Equipe de monitoramento
Roberto Pojo
GRUPO TÉCNICO
DE COMUNICAÇÃO
Coordenação
Alessandra Orofino
Cézar Santos Alvarez
Jorge Bittar
Helena Martins
Paulo Bernardo Silva
Integrantes
Alan Gulart Camargo
André Figueiredo
Andréa Xavier da Silva
Ariene dos Santos Lima
Áureo Ribeiro
Beth Costa
Bia Barbosa
Fábio Lúcio Koleski
José de Sousa Paz Filho
Manoela Salem Miklos
Max Monjardim
Murilo César Oliveira Ramos
Nelson Akio Fujimoto
Nina da Hora
Octavio Penna Pieranti
Orlando Silva
Pedro Ribeiro Telles
Renata Vicentini Mielli
Rui Falcão
Relatora
Helena Martins
Assessora Administrativa
Wanessa Queiroz de Souza Oliveira
Assessor Jurídico
Victor Epitácio Cravo Teixeira
Equipe de monitoramento
Roberto Seara Machado Pojo Rego
GRUPO TÉCNICO DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Coordenação
André Luís Gaspar Janones
Antônia Soares Pellegrino
Flávio Silva Gonçalves
Florestan Fernandes Junior
Helena Maria de Freitas Chagas
Hélio Marcos Prates Doyle
João Caldeira Brant Monteiro de Castro
Laurindo Lalo Leal Filho
Manuela Pinto Vieira d’Ávila
Octávio Costa
Tereza Cruvinel
Viviane Ferreira da Cruz
Integrantes
Emir Simão Sader
Flávia Filipini Ferreira Borges
Flávio Luiz César
Juliana Cézar Nunes
Julimar Gonçalves
Luiza de Carvalho Sigmaringa Seixas
Osmar Bria
Rafael Angeli
Taís Ladeira de Medeiros
Coordenador Executivo
João Caldeira Brant Monteiro de Castro
Relatora
Maria Carolina Prado Lage
Assessora Administrativa
Thaísa Pires de Faria
Assessor Jurídico
Victor Epitácio Cravo Teixeira
Equipe de monitoramento
Janira Trípodi Borja
GRUPO TÉCNICO
DE CULTURA
Coordenação
Antônio Marinho
Áurea Carolina
Juca Ferreira
Kleber Lucas
Kleber Mendonça
Lucélia Santos
Márcio Tavares
Margareth Menezes
Manoel Rangel
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
81
Integrantes
Alexander Patez Galvão
Alexandre Santini
Carolina Abreu de Albuquerque
Carolina Guimarães Starling de Souza
Christiane Montes Ramírez
Débora Ivanov
Deryk Vieira Santana
Desirée Ramos Tozi
Eulícia Esteves da Silva Vieira
Evelaine Brennand
Fabiano Piúba
Glênio Cerqueira de França
Henilton Menezes
Jackson Raymundo
Jéferson Assumção
João Pontes
Joel Santana
Juana Nunes
Leandro de Abreu Souza Jaccoud
Lindivaldo Junior (Junior Afro)
Luciana Palmeira da Silva Cardoso
Marcela Chieregatti Machado
Maria Marighella
Oscar Manoel da Costa Gonçalves
Paulo Ricardo Zilio
Pedro Vasconcellos
Rafael Barros Gomes
Telma Saraiva dos Santos
Thiago Rocha Leandro
Tiago Cantalice
Tião Soares
Úrsula Vidal
Xauí Peixoto
Yuri Soares Franco
Relator
Marcos Alves de Souza
Co-Relator
Leonardo Lessa
Colaboradores
Adriana Schmidt Dias
Alagba Mariwo Balbino Daniel de Paula- Omo
Alessandra Ribeiro
Altaci Rubim
Américo Córdula
Ana Lúcia Pardo
Anari Braz
Andrey Schlee Rosenthal
Angela Gutierrez
Angelo Côrrea
Bernardo da Mata Machado
Carla Dozzi
Carlúcio Baima
CarolIna Ruas
Cecilia Londres
Célia Corsino
Claudia Baeta Leal
Cláudia Márcia Ferreira
Danilo Moura
Desirée Tozi
Deyvesson Gusmão
Eliana Bogéa
Fábio Henrique Lima De Almeida
Fernanda Guedes
Fernanda Ferreira Camargo
Gabriel Portela
Gislaine Valério Lima
Guilherme Varella
Ile Agboula
Inti Queiroz
Ivana Cavalcante
Iyá Egbe Vanda Machado
Joana Carmen do Nascimento Machado
Joana Corrêa
Joana Munduruku
João Roberto Peixe
Junia Bessa
Jurema Machado
Leandro Anton
Leonardo Germani
Lia Motta
Luis Vinicius
Luisa Cela
Luiz Freire
Maíra Ribeiro
Maíra Torres Corrêa
Manuela Carneiro
Marcelo Bones
Marcelo Ricardo Ferreira
Márcia Almeida
Márcia Arcuri
Márcia Sant’Anna
Melian Vigano Gaspar
Michelle Arroyo
Natascha Penna
Rejane Nóbrega
Roberta Martins
Rozane Dalsasso
Sandra Magalhães Correia
Tainah Jorge
Tony Bezerra
Vera Zaverucha
Viviane Martins
Assessor Administrativo
Edmilson Pereira
Assessoria Jurídica
Patrícia Souza
Clarice Calixto
Equipe de monitoramento
Gabriella Oliveira
Grupo de Acompanhamento Parlamentar
Deputada Benedita da Silva (PT)
Deputada Jandira Feghali (PCdoB)
Deputado Marcelo Calero (PSD)
Deputado Túlio Gadelha (Rede)
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
82
GRUPO TÉCNICO
DE DESENVOLVIMENTO
AGRÁRIO
Coordenação Executiva
Pedro Francisco Uczai
Relatora
Elisângela dos Santos Araújo
Coordenação
Célia Hissae Watanabe
Elisângela dos Santos Araújo
Givanilson Porfirio da Silva
João Batista dos Santos
José Josivaldo Oliveira
Luiz Henrique Gomes de Moura
Maria Josana de Lima Oliveira
Miguel Soldatelli Rossetto Gomm
Pedro Francisco Uczai
Robervone Severina de Melo Pereira do
Nascimento
Vanderley Ziger
Parlamentares
Célio Alves de Moura
Elvino José Bohn Gass
Ubirajara do Pindaré Almeida Souza (Bira do
Pindaré)
Integrantes
Alexandre Henrique Bezerra Pires
André Luiz Bomfim Ferreira
Araê Claudinei Lombardi
Carlos Mário Guedes de Guedes
Cássio Alves Pereira
Dione do Nascimento Torquato
Elisabeth Maria Cardoso
Ernesto Pereira Galindo
Fernando do Amaral Pereira
Franciléia Paula de Castro
Humberto Thome Pereira
Jéssica da Silva Brito
Leonardo Penafiel Pinho
Lidiane Taverny Sales
Luís Henrique Silva de Sousa
Michela Katiuscia Calaça Alves dos Santos
Saiane Moreira dos Santos
Samuel de Albuquerque Carvalho
Sarah Luiza de Souza Moreira
Sebastião Machado Oliveira
Silvio Isoppo Porto
Valdir Mendes Barranco
Colaboradores e colaboradoras
Acácio Zuniga Leite
Aline Oliveira da Silva
Allan Razera
Alonso Batista dos Santos
Ana Gabriela Moreira Pudenzi
Ana Maria dos Santos Guimarães
Analine Almeida Specht
Arthur Reis Rimoldi
Bárbara Loureiro Borges
Caio França
Camila Guimarães Guedes
Camila Batista Marins Carneiro
Cesar Fernando Schiavon Aldrighi
Cláudia de Souza
Clenio Nailto Pillon
Cristhiane Oliveira da Graça Amâncio
Daniel Turíbio Rech
Débora Nunes Lino da Silva
Élcio de Souza Magalhães
Ernesto Santana dos Reis
Geovanni Medeiros Costa
Gerson Teixeira
Gilson Alceu Bittencourt
Hur Ben Correa da Silva
Igor Teixeira
Isabelle Alline Lopes Picelli
Ivi Aliana Carlos Dantas
Ivo Lourenço da Silva Oliveira
Jeiéli Laís Borges dos Reis
João Daldegan Sobrinho
João Luiz Guadagnin
José Heder Benatti
Josilene Maria dos Santos Magalhães
Julia Dalla Costa
Kelvin Nicolas Soares Barbosa
Laura Lyrio Gonçalves
Leonardo Taveira Lemos de Oliveira
Letícia Rangel Tura
Lidiane Carvalho Amorim de Sousa Dourado
Loroana Coutinho de Santana
Ludmilla Luciano de Carvalho
Luis Roberto Carrazza
Luis Rodrigues
Luísa Martins Fernandes
Luiza Borges Dulci
Maíra Lima Figueira
Manoel Vital de Carvalho Filho
Marcus Vinicius Boente do Nascimento
Marenilson Batista da Silva
Milton Bernardes
Nilton Luís Godoy Tubino
Patricia Ravallet
Paula Tereza de Souza e Silva
Philipe Alves Rolemberg Caetano
Quener Chaves dos Santos
Rafael Dias
Raquel Gammardella Rizzi
Regilane Fernandes da Silva
Reginaldo Alves de Souza
Renata Leite
Ricardo Brambila Bressan
Rita Dicácia
Rogério Augusto Neuwald
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
83
Romário Farney Pinheiro de Oliveira
Ronaldo de Lima Ramos
Sandro Pereira Silva
Sany Mota Fontes
Sávio Silveira Feitosa
Selma Lúcia Lira Beltrão
Sérgio Antônio Görgen
Tarcila Martins Portugal
Valter Bianchini
Vilênia Venâncio Porto Aguiar
Waldyr Stumpf Junior
Zaré Augusto Brum Soares
Assessor Administrativo
Diego Donizetti Gonçalves Machado
Relatora
Iracema Ferreira de Moura
Assessor Jurídico
Junior Divino Fideles
Equipe de monitoramento
GRUPO TÉCNICO
DE DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
Coordenação
Senador Camilo Sobreira de Santana
Esther Bemerguy de Albuquerque
Governador Helder Zahluth Barbalho
Jonas Paulo de Oliveira Neres
Deputado Leandro Antônio Grass Peixoto
Senador Otto Roberto Mendonça de Alencar
Raimunda Nonata Monteiro
Senador Randolph Frederich Rodrigues Alves
Tânia Bacelar de Araújo
Integrantes
Parlamentares
Deputado Denis Bezerra
Deputado Dionilso Mateus Marcon
Deputado Gervásio Agripino Maia
Deputado José Ricardo Wendling
Deputado Júlio César de Carvalho Lima
Deputada Marília Valença Rocha Arraes de
Alencar
Deputado Milton Coelho da Silva Neto
Deputado Newton Cardoso Júnior
Deputado Paulo José Carlos Guedes
Deputado Rafael Huete da Motta
Senador Rogério Carvalho Santos
Colaboradores Permanentes
Adão Francisco de Oliveira
Adolfo da Costa Oliveira Neto
Adriana Melo Alves
Carlos Jeha Kayath
Fernando de Aquino Fonseca Neto
Inácio Cavalcante Melo Neto
Inaldo Seixas Cruz
Irani Braga Ramos
José Ilário Gonçalves Marques
Júlio Flávio Gameiro Miragaya
Kátia Paulino dos Santos
Leandro Freitas Couto
Leonardo Leite de Souza
Luiz Euclides Barros Feio
Maurílio de Abreu Monteiro
Paulo Roberto Lamac Junior
Raphael Sodré Cittadino
Sérgio Cadó Prado
Vanessa Graziotin
Viviane Moura Bezerra
Leonardo Leite de Souza
Colaboradores Eventuais
Adovaldo Dias de Medeiros Filho
Adroaldo Quintela Santos
Alexandre Resende Tofeti
Aline dos Santos Souza
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Ana Luiza Pereira da Silva
Ana Maria Navaes da Silva
Antônio Luitgards Moura
Antonio Wilson Lelis Costa
Aristides Monteiro
Athadeu Ferreira da Silva
Bruno Ferreira da Paixão
Carlos Renato de Carvalho
Cassi Ladi Reis Coutinho
Célio Fernando Bezerra Melo
Dalgoberto Coelho de Araújo
Eliane Libânio Brasil de Matos
Geraldo Majella Bezerra Lopes
Gisela Damm Forattini
Glauber Piva Gonçalves
Guilherme Venancio Santana
Hildeberto Rodrigues da Silva
Ilário Marques
Inocêncio Renato Gasparim
Ivanildo Luciano da Luz
Jéssica Italoema da Silva Moura
Joaquim Cartaxo Filho
Jorge Abrahão de Castro
José Aildo Sabino de Oliveira Junior
José Alberto de Almeida
Jose Farias Gomes Filho
José Leonardo Costa Monteiro
José Wilson Galdino
Juliana Veríssimo Pacheco
Larissa Oliveira Constant Barros
Lautemyr Xavier Cavalcanti Canel
Leonardo Chequer Leão de Mello
Lidiane César Oliveira
Luiz Geraldo Sciam Bastos
Marcos Garcia Pinto
Marcus Aurelius Aragão Veras
Maria da Gloria Batista de Araujo
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
84
Maria Sílvia Rossi
Moema Pereira Rocha de Sá
Paulo Fernando de Moura Bezerra Cavalcanti
Filho
Paulo Santos Pantoja Júnior
Pedro Paulo Zahluth Bastos
Plácido Cardoso de Melo Júnior
Raimundo Moreira de Almeida Neto
Raquel Cristina Batista Vieira Pontes
Rodolfo Araújo de Moraes Filho
Sergio Caetano Leite
Ubajara Berocan Leite
Tania Paula Santana
Teresa Maria Barbosa de Oliveira
Thiago Lima Oliveira
Relator
Ricardo Karam
Assessor Administrativo
Luciano Maduro Alves de Lima
Assessor Jurídico
João Paulo de Faria Santos
Equipe de monitoramento
Roberto Pojo
GRUPO TÉCNICO
DE DESENVOLVIMENTO
SOCIAL
Coordenação
André Quintão Silva
Isabela Giordano Gil Moreira
Márcia Helena Carvalho Lopes
Patrus Ananias
Simone Nassar Tebet
Reinaldo Takarabe
Renato Sérgio Jamil Maluf
Tereza Helena Gabrielli Barreto Campello
Integrantes
Adriana de Souza de Lima
Adriana Veiga Aranha
Ana Lígia Gomes
Anna Karla da Silva Pereira
Bruna Cristina Neves Carnelossi
Carolina Gabas Stuchi
Clara Carolina de Sá
Denise Rartmann Colin
Edgilson Tavares de Araújo
Edneusa Oliveira
Eliane Aquino Custódio
Erick Brigante Del Porto
Eutalia Barbosa Rodrigues
Iêda Maria Nobre de Castro
Janine Mello dos Santos
José Crus
Jucimeri Isolda Silveira
Kenia Figueiredo
Laura Muller Machado
Leandro Teodoro Ferreira
Letícia Bartholo de Oliveira e Silva
Lilian dos Santos Rahal
Lurian da Silva
Márcia Regina de Carvalho Souza Gonçalves
Muchagata
Marcílio Marquesini Ferrari
Marcos Aurélio Lopes Filho
Margarete Cutrim Vieira
Margareth Dalaruvera
Maria Aparecida Ramos de Meneses
Maria Luíza Amaral Rizzotti
Maria Valdênia Santos de Souza
Paulo Eduardo Nunes de Moura Rocha
Paulo Januzzi
Paulo Rocha
Raul Ristow Krauser
Renato Francisco dos Santos Paula
Rodrigo Morais Lima Delgado
Rômulo Paes
Rosilene Rocha
Simone Aparecida Albuquerque
Shirley Samico
Telma Maranhos Gomes
Vinícius de Oliveira Botelho
Grupo de Acompanhamento Parlamentar
Ana Carolina Moura Melo Dartora
Dulce Ferreira Pagani Miranda
Tereza Nelma da Silva Porto Viana Soares
Washington Luiz Cardoso Siqueira
Relatora
Camile Marques Sahb
Assessor Administrativo
Vitor Leal Santana
Assessor Jurídico
João Paulo de Faria Santos
Equipe de monitoramento
Janira Borja
GRUPO TÉCNICO
DE DIREITOS HUMANOS
Coordenação
Eliane Aquino Custódio
Emídio de Souza
Janaina Oliveira
Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva
Margarida Cristina de Quadros
Maria do Rosário Nunes
Maria Vitória Benevides
Rubens Linhares Mendonça Lopes
Sílvio Luiz de Almeida
Subgrupo técnico de criança e adolescente
Ariel de Castro Alves
Isabella Henriques
Maria Luiza Moura Oliveira
Wellington Pereira da Silva
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
85 Coordenação Executiva
Maria do Rosário Nunes
Relator
Emídio de Souza
Integrantes
Ana Cristhina de Oliveira Brasil
Azilton Ferreira Viana
Bruno Renato Nascimento Teixeira
Carlos David Carneiro Bichara
Caroline Dias dos Reis
Denis Soares dos Santos
Duda Salabert Rosa
Eric Sousa Moura
Érica Pimentel de Sant´Ana Dourado
Gabriel dos Santos Rocha
Gil Ferreira da Silva Neto
João Alves de Souza Júnior
Juliet Neves Matos
Laíssa da Costa Ferreira
Luis Alberto Silva dos Santos
Marcelo Uchoa
Mary Celia Vaz Cruz
Mauricio da Silva de Moraes Junior
Miriam Garcez Marroni
Neusa Pivatto
Nilmário de Miranda
Paulo Illes
Reimont Luiz Otoni Santa Barbara
Renato Simões
Rita Cristina de Oliveira
Taliria Petrone Soares
Tássia Rabelo de Pinho
Tathiane Aquino de Araújo
Vicente de Paula Faleiros
Vinicius de Lara Ribas
Rejane Ribeiro Dias
Colaboradores Voluntários
Alex Reinecke de Alvarenga
Andrey Roosevelt Chagas Lemos
Any Carmem de Ávila Moraes
Augusto Oliveira Pereira
Bruno da Rosa Lumertz
Bruno Monteiro
Carlos Cesar D´elia
Danilo Silva
Denis Rodrigues da Silva
Eduardo Martins Chíxaro
Eli Maria Marques de Lara
Flávio de Sousa Silva
Gabriel Silva Ribeiro
Hiago Olendes Guimaraes
Ivanilda Figueiredo
Jackson Douglas Alves Feitosa
Julia Marinho Rodrigues
Juliana Leme Faleiros
Julio Pinheiro Cardia
Laura Fernanda Zacher
Leopoldo Vieira Teixeira
Luciana Trindade de Macedo
Luiz Fernando Alves Botelho
Marcela Münch de Oliveira e Silva
Marina Basso Lacerda
Maristella Victor de Matos
Michelle Guimarães dos Santos
Nadine Monteiro Borges
Priscila Pamela Cesário dos Santos
Sandra Sato
Symmy Larrat Brilho de Carvalho
Telia Negrão Tonhozi
Assessor para Relatoria
Mauricio da Silva de Moraes Junior
Assessora para Coordenação
Tássia Rabelo de Pinho
Assessor Jurídico
Rodolfo
Assessora Administrativa
Teresa Labrunie Calmon Soares
Assessor Jurídico
Rodolfo de Carvalho Cabral
Equipe de monitoramento
Eugênio Andrade Vilela dos Santos
Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
GRUPO TÉCNICO
DE ECONOMIA
Coordenação
André Lara Resende
Guilherme Santos Mello
Nelson Henrique Barbosa Filho
Pérsio Arida
Relator
Fábio Franco Barbosa Fernandes
Assessora Administrativa
Kathyana Dantas Machado Buonafina
Assessores Jurídicos
Fernanda Santiago
Gustavo Caldas
Equipe de monitoramento
Lucas Ramalho
GRUPO TÉCNICO
DE EDUCAÇÃO
Coordenação Executiva
José Henrique Paim Fernandes
Luiz Cláudio Costa
Maria Teresa Leitão de Melo
Coordenação
Alexandre Alves Schneider
Alice Mazzuco Portugal
Ana Cristina de Lima Pimentel
Antonio Cesar Russi Callegari
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
86
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Claudia Maria Costin
Cláudio Alex Jorge da Rocha
Daniel Tojeira Cara
Danilo Jorge de Barros Cabral
Fátima Cleide Rodrigues da Silva
Getúlio Marques Ferreira
Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho
José Clodoveu de Arruda Coelho Neto
Karin Adriane Hugo Lucas
Macaé Maria Evaristo dos Santos
Maria Alice Setúbal
Maria Aparecida da Silva Bento
Mônica Sapucaia Machado
Paulo Gabriel Soledad Nacif
Priscila Cruz
Reginaldo Veras Coelho
Ricardo Marcelo Fonseca
Rosa Neide Sandes de Almeida
Tabata Amaral
Integrantes
Alexandre André dos Santos
Alexandre Martins Vidor
Ana Cristina Gonçalves de Abreu Souza
Anita Gea Martinez Stefani
Carina Vitral Costa
Carlos Augusto Abicalil
Claudia Pereira Dutra
Cleunice Matos Rehem
Danilo de Melo Souza
Diogo Jamra Tsukumo
Gastão Dias Vieira
Gregório Durlo Grisa
Irineu Mario Colombo
Jaana Flávia Fernandes Nogueira
João Bernardo Bringel
Jonas Dezidoro da Silva Filho
Juliana Daudt Brizola
Leonardo Osvaldo Barchini Rosa
Madalena Guasco Peixoto
Maria Amélia Gomes de Souza Reis
Maria Selma de Moraes Rocha
Marta Wendel Abramo
Rita de Cássia de Freitas Coelho
Rodrigo Connor Dindo
Walisson Maurício de Pinho Araújo
Yann Evanovick Leitão Furtado
Zara Figueiredo Tripodi
Demais colaboradores
Aléssio Trindade de Barros
Ana Estela Haddad
Ana Inoue
Ana Paula Pereira
Anna Helena Altenfelder
Caetano Siqueira
Cleber Pacheco
Cleuza Repulho
Daniel de Aquino Ximenes
Denis Mizne
Eliezer Pacheco
Gabriel Barreto Corrêa
Haroldo Corrêa Rocha
João Marcelo Borges
José Francisco Soares
Lara Simielli
Lucas Fernandes Hoogerbrugge
Luis Fernando Masonetto
Marcelo Bregagnoli
Mariza Abreu
Natacha Costa
Olavo Nogueira Filho
Paula Louzano
Ricardo Henriques
Rodrigo Luppi
Ronaldo Mota
Thiago Tobias
Vanderson Berbat
Vinicius Wu
Weber Sutti
Relator
Binho Marques
Equipe de relatoria
Anita Gea Martinez Stefani
Jaana Flávia Fernandes Nogueira
João Bernardo Bringel
Marta Wendel Abramo
Assessora Administrativa
Loyane de Sousa Tavares
Assessor Jurídico
Rodolfo de Carvalho Cabral
Equipe de monitoramento
Lucas Ramalho Maciel
GRUPO TÉCNICO
DE ESPORTE
Coordenação
Aliel Machado Bark
Ana Beatriz Moser
Edson Antônio da Silva (Edinho Silva) –
Coordenador Executivo
Gislene Alves do Amaral
José Luiz Ferrarezi
Leila Gomes de Barros Rego (Leila do Vôlei)
Marcelo Medeiros Carvalho
Maria Isabel Barroso Salgado Alencar (in
memoriam)
Marta de Souza Sobral
Mizael Conrado de Oliveira
Nádia Campeão
Raí Souza Vieira de Oliveira
Verônica Silva Hipólito
Integrantes
Emerson Márcio Vitalino
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
87
Fernando Marinho Mezzadri
Flávio de Campos
Isadora Louzada Hugueney Lacava Delmont
Shirley Torres de Araújo
Relator
Rogério da Veiga
Colaboradoras e colaboradores
voluntários
Adilson Monteiro Alves
Ailton Fernando Santana de Oliveira
Alícia Klein
ANATORG
Augusto César Leiro Rios
Cássia Damiani
César Carrijo
Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
FENAPAF
Fórum dos Secretários Estaduais de Esporte
Gabinete do Deputado Aliel Back
Gabinete da Senadora Leila Barros
Lino Castellani
Luiz Felipe Santoro
Marcos de Souza e Silva
Observatório da Discriminação Racial no
Futebol
Ricardo Leyser
Vicente Costa Pithon Barreto
Assessor Administrativo
José Armando Fraga Diniz Guerra
Assessor Jurídico
Guilherme Benages Alcantara
Equipe de monitoramento
Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
GRUPO TÉCNICO
DE IGUALDADE RACIAL
Coordenação colegiada
Douglas Belchior
Givânia Maria da Silva
Iêda Leal de Souza
Janice Ferreira da Silva (Preta Ferreira)
Martvs das Chagas
Nilma Lino Gomes
Thiago Tobias
Yuri Santos Jesus da Silva
Coordenadora executiva
Nilma Lino Gomes
Integrantes
Daiana Santos
Dandara Tonantzin Silva Castro
Eloi Ferreira de Araújo
Gabriela Cruz da Silva Lima
Henrique Cardoso Oliveira
Isabelle Aline Lopes Picelli
Lívia Duarte Puty
Luis Gustavo Magnata Silva
Maria Inês da Silva Barbosa
Matilde Ribeiro
Nestor José Maria Neto
Maria Olivia Santana
Roberto Carlos da Silva Borges
Tiago Cantalice da Silva Trindade
Valneide Nascimento dos Santos
Valéria de Oliveira
Relator
Artur Sinimbu Silva
Colaboradoras e colaboradores
voluntários
Altair Lira
Artur Antônio dos Santos Araujo
Bárbara Oliveira Souza
Carmen Cira Lustosa da Costa
Clara Marinho Pereira
Dalila Fernandes de Negreiros
Daniella de Souza Vasconcelos
Elton Bandeira
Eugênio Vilela
João Cláudio Pompeu
José Pedro da Silva Neto
Juliana Cézar Nunes
Laura Aparecida da Silva Santos
Luana Lazzeri Arantes
Lucas de Lima Guimarães
Magali Silva Santos Naves
Marcos Willian Bezerra de Freitas
Maria Isabel da Silva Sales
Mário Lisboa Theodoro
Rafael Rocha Viana
Renísia Cristina Garcia Filice
Ronaldo Crispim Sena Barros
Roseli Oliveira e Silva
Rui Leandro da Silva Santos
Sales Augusto dos Santos
Sheila Cristina Tolentino Barbosa
Silvany Euclênio Silva
Tarcízio Roberto da Silva
Tatiana Dias Silva
Assessor Administrativo
Maria Aparecida Chagas Ferreira
Assessor Jurídico
Fernanda Cimbra Santiago
Equipe de monitoramento
Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
GRUPO TÉCNICO
DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO
EXTERIOR E SERVIÇOS
Coordenador Executivo
Mauro Borges Lemos
Coordenação
André Ceciliano
André Passos Cordeiro
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
88
Domingos Leonelli
Eduardo Serrano
Fernando Pimentel
Germano Rigotto
Jackeline Rocha
Jackson Schneider
José Cerqueira de Santana Neto
José Henrique da Silva
Luciano Coutinho
Marcelo Ramos
Mariano Laplane
Paulo Feldmann
Paulo Okamoto
Rafael Lucchesi
Sidney Ricardo de Oliveira Leite
Tatiana Conceição Valente
Uallace Moreira Lima
Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Integrantes
Denis Scaramussa Pereira
Felipe Augusto Machado
Fernando Lourenço Nunes Neto
João Alberto de Negri
Margarete Maria Gandini
Rafael de Sá Marques
Samy Kopit Moscovitch
Voluntários
Gustavo Antônio Galvão dos Santos
Pedro Garrido da Costa Lima
Relatora
Carolina Martins de Aragão
Assessora Administrativa
Viviane Aparecida da Silva Varga
Assessor Jurídico
Gustavo Caldas
Equipe de monitoramento
Lucas Ramalho
GRUPO TÉCNICO DE
INFRAESTRUTURA
Coordenação Executiva
Miriam Belchior
Maurício Muniz Barreto de Carvalho
Coordenação
Alexandre Silveira de Oliveira
Fernandha Batista da Silva
Gabriel Muricca Galípolo
José Geraldo Torres da Silva
Marcus Benício Foltz Cavalcanti
Maria do Carmo Rebouças da Cruz
Maurício Muniz Barreto de Carvalho
Miriam Belchior
Paulo Roberto Severo Pimenta
Vinícius Marques de Carvalho
Integrantes
Acir Marcos Gugarcz
Alexandre Cesar Discioli
André Almeida Morais
Andréa Vieira Andreis
Arilson Maroldi Chiorato
Carlos Antônio Rocha de Barros
Edilázio Gomes da Silva Júnior
Eduardo Dutra Brandão Cavalcante
Fábio Vasconcellos
Francisco Martins
Henrique Fontana Júnior
Hermes Lomanto Vaz Sampaio
Hideraldo Luiz Caron
João Paulo Bittar Hamú Nogueira
José Augusto da Fonseca Valente
José Benito Priante Júnior
Mauro Santos Silva
Ogarito Borgias Linhares
Roberto Nami Garibe Filho
Sebastião Ignácio de Oliveira Júnior
Relatora
Miriam Belchior
Assessor Administrativo
André Luiz Lara Resende Saraiva
Assessor Jurídico
André Luís Macagnan Freire
Equipe de monitoramento
Roberto Seara Machado Pojo Rego
GRUPO TÉCNICO
DE INTELIGÊNCIA
ESTRATÉGICA
Coordenação
Andrei Augusto Passos Rodrigues
Integrantes
Andrei Augusto Passos Rodrigues
Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
Clesio Leão de Carvalho
Vladimir de Paula Brito
Oficial de Inteligência Matrícula 909092
Oficial de Inteligência Matrícula 909107
Oficial de Inteligência Matrícula 910152
Equipe de monitoramento
Janira Trípodi Borja
Grupo Técnico de Justiça e Segurança Pública
Coordenação-Executiva
Flávio Dino de Castro e Costa
Relator-Geral
Marivaldo de Castro Pereira
Relatorias
Andrei Augusto Passos Rodrigues
Camila Caldeira Nunes Dias
Caroline Proner
Cristiano Zanin Martins
Gabriel de Carvalho Sampaio
Jacqueline Sinhoretto
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
89
Márcio Fernando Elias Rosa
Marco Aurélio de Carvalho
Marivaldo de Castro Pereira
Marta Rodriguez de Assis Machado
Luiz Paulo Teixeira Ferreira
Pierpaolo Cruz Bottini
Sheila Santana de Carvalho
Tamires Gomes Sampaio
Wadih Nemer Damous Filho
Parlamentares
Senador Fabiano Contarato
Senador Omar Aziz
Deputada Adriana Accorsi
Deputado Fábio Trad
Deputado Jones Barbosa de Moura
Deputado Tadeu Alencar
Deputado Valtenir Pereira
Integrantes
Abdael Ambruster
Alberto Cantalice
Benedito Domingos Mariano
Bruna Roberta Wessner Longen
Daniel Henrique Costa de Barros
Elizeu Soares Lopes
Estela Aranha
Fabricio Silva Rosa
Flavio Emiliano Moreira Damião Soares
Isabel Seixas de Figueiredo
Jaqueline de Oliveira Muniz
João Octacilio Silva Neto
Lênio Luiz Streck
Luciano Antonio da Silva
Paris Borges Barbosa
Patricia Nunes
Pedro Paulo Chaves Mattos
Reinaldo Monteiro da Silva
Renato Oliveira Ramos
Roberto Uchôa de Oliveira Santos
Rodrigo Farias
Ronaldo Teixeira da Silva
Silvia Alyne Soares de Sousa
Silvio Serrano Nunes
Consultores, colaboradores voluntários
e autores de propostas
Ademir Dias Cardoso Junior
Adriana Cristina Duarte de Vasconcelos
Alberto Kopittke
Alberto Toron
Alessandra Teixeira
Amanda Pimentel
Ana Helena de Oliveira Pessoa
Ana Luiza Villela de Viana Bandeira
Ana Valeska Duarte
André Giamberardino
Antônio Carlos de A. Castro (Kakay)
Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
Antonio Henrique Campello
Arnobio Rocha
Arthur Prado
Bárbara Diniz Caldeira
Bárbara Suelen Coloniese
Bheron Rocha
Bruno Langeani
Bruno Rotta Almeida
Bruno Salles Pereira Ribeiro
Caio Henrique de Mendonça Incrocci
Carolina Ricardo
Cláudio Pereira de Souza Neto
Clesio Leão de Carvalho
Christiane Russomano Freire
Conrado Gontijo
Conselho Estadual de Defesa de Direitos
Humanos do Ceará (CEDDH)
Cristiano Maronna
Daniel Hirata
Daniel Josef Lerner
Daniela Teixeira
Danilo Santa Cruz Coelho
Dayo de Araújo Silva Côrbo
Diego Barbosa da Silva
Djeff Amadeus
Dora Cavalcanti
Dudu Ribeiro
Eliakin Tatsuo Yokosawa Santos
Eric Souza Moura
Érica Meireles
Fernando Hideo I. Lacerda
Fabrício Silva Brito
Filipe Lopes
Gabrielle Nascimento
Gilson Chagas
Giovanna Paliarin Castellucci
Gisela Simona Viana de Souza
Gleidy Braga Ribeiro
Graziela Rocha
Gregório Antonio F. de Andrade
Helder Ferreira
Helena de Rezende
Helena Rodrigues
Humberto Freire de Barros
Ingrid Farias
Izadora Gama Brito
Joana Monteiro
João Marcos Buch
João Vitor Rodrigues Loureiro
Joel Luiz Costa
José Maria Vieira Junior
José Vitor Pereira Neto
Julia Maia Goldani
Juliana Pereira
Karine Vargas
Laboratório de Gestão de Políticas Penais do
Depto de Gestão de Políticas Públicas da UnB
(LabGEPEN)
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
90
Laila Ferreira Hossain
Leo Pinho
Leon de Souza Lobo Garcia
Leonardo Augusto Silva Fontes
Leonardo Racy
Lorena Tamanini Rocha Tavares
Luciana do Amaral Alonso Martins
Luisa Ferreira
Luiz Augusto Pessoa Nogueira
Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira
Luiz Flávio Franco Silva
Luiz Roberto Ungaretti de Godoy
Luzia Paula Moraes Cantal
Manuela da Silva Amorim
Marcela Cardoso
Marcelo Feller
Marcelo Gomes Sodré
Marcelo Turbay
Márcio Moreno
Marcos Rolim
Marcus Edson de Lima
Margarete Pedroso
Maria Carolina Schlittler
Mariangela Sarrubbo Fragata
Marília Fernandes R. de Macedo
Marina Dias
Marina Lacerda e Silva
Marlene Inês da Rosa
Matheus de Barros
Mauricio Fiore
Mayara de Souza Gomes
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
à Tortura – MNPCT
Michele dos Ramos
Miriam Balestro
Núcleo de Apoio à Política Pública da Fundação
Perseu Abramo (NAPP)
Nara de Araújo
Nathália Oliveira
Nuredin Allan
Orlando Batista da Silva Neto
Pastoral Carcerária Nacional
Patrícia Gabia
Patrick Mariano
Pedro Martínez
Priscila Pamela C. dos Santos
Priscilla Rocha
Rafael Schincariol
Renata Deiró
Renato Afonso Gonçalves
Renato Campos de Vitto
Renato Sérgio de Lima
Ricardo Morishita
Rinaldo de Souza
Ritienne Karina Soglio
Rivana Ricarte
Roberta Fernandes
Roselle Adriane Soglio
Rubens Casara
Santiago Tobón
Sidnelly Aparecida de Almeida
Silvia Amélia Fonseca De Oliveira
Silvia Virginia Silva de Souza
Sofia Bordin Rolim
Spencer Chainey
Tiago de Lima Almeida
Valdecy Urquiza Júnior
Vanessa Menegueti
Vânia Lúcia Ribeiro Vieira
Vera Lucia Araújo
Victor Lugan Rizzon Chen
Walkiria Zambrzycki Dutra
Walter José Faiad de Moura
Assessores Administrativos
Fabiane Azevedo Guimarães
Ricardo Lins Horta
Assessora Jurídica
Carolina Yumi de Souza
Equipe de monitoramento
Janira Trípodi Borja
GRUPO TÉCNICO
DE JUVENTUDE
Coordenadora
Nádia Beatriz Martins Garcia
Relator
Jiberlandio Miranda Santana
Integrantes
Bruna Chaves Brelaz
Bruna Paola Castro Lima
Camila Bazachi Jara
Flávio Eduardo da Silva Assis
Gabriel Medeiros de Miranda
Gustavo Henrique Lobo da Gama
Helena Wendel Abramo
Jessy Dayane Silva Santos
Kelly dos Santos Araújo
Luiza Foltran Aquino
Marcus Vinícius Barão Rocha
Miguel Ângelo Monteiro Andrade
Neilson Amaral Marques
Nilson Florentino Júnior
Sabrina Oliveira Santos
Tiago Augusto Morbach
Colaboradores
Alberto Albino dos Santos
Aline Passos de Oliveira
Ana Jade Beatriz Martins
Ana Júlia Pires Ribeiro
André Luiz da Silva Sobrinho
Beatriz Calheiro
Daniel Augusto Araújo Gonçalves Holanda
Daniel Pontes
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
91
Daniella Monteiro da Silva
Diogo Magno Rocha Santana
Eliane Ribeiro Andrade
Fabrícia Goetsch Barbosa
Gabriel Medina
Giovana Mondardo
Giovani Culau
Guilherme Bianco
Henrique Sabino
Jailma Lopes Dutra Serafim
Jefferson Ferreira Lima
João Filipe Santos da Silva Xavier
Júlio Brizzi Neto
Laura Soares Sito Silveira
Lucas Ferreira do Nascimento
Lucas Pretti Cypreste
Lucileine da Silva Souza
Marcone Ribeiro do Nascimento Filho
Mayara Oliveira torres da Silva
Mayara Raquel Alves Fernandes
Mônica Bufon Augusto
Murilo Parrino Amatneeks
Murilo Pina Bluma
Nádia Beatriz Martins Garcia Pereira
Ninã Victor Ferreira Cardoso
Pablo Junio Alves Vitalino
Paulo Ovídio Andrade De Melo Júnior
Pedro Vellinho Corso Duval
Regina Célia Reyes Novaes
Renan Lira Matos Cadais
Rennan Leta da Silva Pereira
Robson Araújo Batista
Rodrigo Poletto
Rogean Vinicius Santos Soares
Ronald Luiz dos Santos
Samuel Staczewski
Severine Carmem Macedo
Tatiana de Jesus Pereira Ferreira
Verônica Michelle Gonçalves
Victor Ricciardi Rocha
Yann Evanovick
Assessor Administrativo
Fábio Kobol Fornazari
Assessor Jurídico
Rodolfo Cabral
Equipe de monitoramento
Gabriella Oliveira
GRUPO TÉCNICO
DE MEIO AMBIENTE
Coordenação
Jorge Ney Viana Macedo Neves
Integrantes
Alessandro Lucciola Molon
Alexandre Araújo Costa
Alexandre Silva Saraiva
Ana Paula Leite Prates
Arnaldo Jordy FIgueiredo
Bruno Pagnoccheschi
Carlos Alberto Araújo Netto
Carlos Minc Baumfeld
Célio Studart Barbosa
Clarissa Costalonga e Gandour
Cricielle Aguiar Muniz
Edel Nazaré Santiago de Moraes
Fernando Antônio Lyrio Silva
Francisco Gaetani
Gabriel Henrique Lui
Gilberto Câmara
Humberto Luciano Schloegl
Isabela Rahal Rodas Messias
Izabella Mônica Vieira Teixeira
Jair Schmitt
João Carlos Paolilo Bacelar Filho
João Paulo Capobianco
Jorge Gomes de Oliveira Brand
José Carlos Lima da Costa
Marcos Paulo Barbosa Tavares
Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
Marilene Corrêa da Silva Freitas
Marcus Vinicius da Silva Alves
Mauro Oliveira Pires
Naiara Raiol Torres
Nilto Ignácio Tatto
Paulo Emílio Dantas Nazaré
Raul Silva Telles do Valle
Renata Soares Piazzon
Roberto Cabral Borges
Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça
Silvana Vitorassi
Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo
Tânia Maria de Souza
Tasso Rezende de Azevedo
Vanessa Negrini
Wellington Lourenço de Almeida
Relator
Pedro Ivo de Souza Batista
Assessor Administrativo
Henrique de Vilhena Portella Dolabella
Assessora Jurídica
Mariana Barbosa Cirne
Equipe de monitoramento
Lucas Ramalho Maciel
GRUPO TÉCNICO
DE MINAS E ENERGIA
Coordenação Executiva
Maurício Tolmasquim
Relatores
Rodrigo Leão (Relator Geral)
Giles Azevedo (Relator de Minas)
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
92
Jean Paul Prates (Relator de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis)
Nelson Hubner (Relator de Energia Elétrica)
Integrantes
Anderson Adauto
Cristian Raul Juchum
Deyvid Bacelar
Delvechio de Sousa Pereira
Fernando Ferro
Guto Quintela
Ícaro Chaves
Isabela Martins
Luciano Boico
Magda Chambriard
Robson Sebastião Fórmica
Sinésio Campos
Telton Correia
William Nozaki
Colaboradores
Adhemar Palocci
Aurélio Pavão de Farias
Carlos Zarattini
Denilvo de Morais
João Ramis
José Sergio Gabrielli de Azevedo
José Maria Rangel
Luis Fernando Paroli Santos
Odair Cunha
Wagner Cabral
Danilo Ferreira da Silva
Edna Martins
Assessor Administrativo
Carlos Hoffman
Assessor Jurídico
André Luis Macagnan Freire
Equipe de monitoramento
Roberto Pojo
GRUPO TÉCNICO
DE MULHERES
Coordenação
Aava Santiago
Anielle Franco
Anne Moura
Aparecida Gonçalves
Daniela Mote de Souza Carneiro
Eleonora Menicucci de Oliveira
Erika Kokay
Lídice da Mata
Maria Helena Guarezi
Roberta Eugênio
Roseli Faria
Sandrali de Campos Bueno
Vilma Reis
Integrantes
Ana Paula Siqueira
Analine Almeida Specht
Auxiliadora Maria Pires Siqueira da Cunha
Camila Fidelis Maia
Camila Rocha Firmino
Cristiana Santos de Araújo Almeida
Déborah Amorim de Souza Carvalhido
Edneide Arruda Pereira
Elaine de Melo Xavier
Gabriela Oliveira de Andrade
Irina Abigail Teixeira Storni
Loreny Mayara Caetano Roberto
Marcelle Decothe da Silva
Maria José Morais Costa
Miguelina Vechio
Misiara Cristina Oliveira
Niege Pavani Rodrigues
Olgamir Amancia Ferreira
Renata Leite
Vera Lucia Lemos Soares
Vivian Oliveira Mendes
Relatora
Ana Clara Ferrari Nascimento
Voluntárias
Clara Carolina de Sá
Giovanna Pinto Lemos da Silva
Iriny Lopes
Janaína Oliveira
Luana Pinheiro
Ludmilla Lima Barreto
Maria do Carmo Godinho
Assessora Administrativa
Eliana Graça
Assessora Jurídica:
Fernanda Cimbra Santiago
Equipe de monitoramento
Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
GRUPO TÉCNICO
DA PESCA
Coordenação
Altemir Gregolin
Antônia do Socorro Pena da Gama
Carlos Alberto da Silva Leão
Carlos Alberto Pinto dos Santos
Cristiano Wellington Noberto Ramalho
Ederson Pinto da Silva
Flávia Lucena Frédou
João Felipe Nogueira Matias
Integrantes
Adayse Bossolani
Agnaldo Hilton dos Santos
Carlos Cesar de Mello Junior
Carolina Doria
Danielle de Bem Luiz
Dauro Leme do Prado
Edvando Soares de Araujo
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
93
Enox de Paiva Maia
Fábio Bernardino
Flávio Diniz Gaspar Lontro
Francisco Medeiros
Josana Pinto da Costa
José Airton Félix Cirilo
Luís Gustavo Cardoso
Maria José Pacheco
Mario Luis Gomes Soares
Marizélia Carlos Lopes
Marly Lucia da Silva Ferreira
Nilmar Silva da Conceição
Nilton Rodrigues
Regis Portari
Relator
João Felipe Nogueira Matias
Voluntárias
Antônio José Mota Bentes
Antonio Marco de Jesus dos Santos
Apoliano Oliveira do Nascimento
Beatrice Padovani
Catia Antonia da Silva
Clarindo Pereira dos Santos
Cleberson Carneiro Zavaski
Cleusa dos Remédios Rocha
Dioniso de Souza Sampaio
Felipe Weber
Gustavo Goulart Moreira Moura
Josafa Maciel
José Carlos Tavares Silva
José Edinaldo Rocha da Silva
Kena Azevedo Chaves
Lúcio Ângelo
Marcus Vinicius Boente do Nascimento
Natália Tavares de Azevedo
Paulo Travassos
Rafael Paiva de Oliveira Diaz
Sérgio Winckler da Costa
Samela Cristina da Silva Bonfim
Tatiana Walter
Assessor Administrativo
Rafael Martins Dias
Assessora Jurídica
Mariana Cirne
Equipe de monitoramento
Lucas Maciel
GRUPO TÉCNICO
DE PLANEJAMENTO,
ORÇAMENTO E GESTÃO
Coordenação
Antônio Correia de Lacerda
Élvio Lima Gaspar
Esther Dweck
Enio Verri
Márcio Gimene
Márcio Pochmann
Relator
Rodrigo Alves Teixeira
Parlamentares
Carlos Mauro Benevides Filho
Israel Matos Batista
Pedro Paulo Carvalho Teixeira
Renildo Vasconcelos Calheiros
Integrantes
Adauto Modesto Junior
Alexandre Ribeiro Motta
Barbara Marina de Oliveira
Camila Porto Fasolo
Carlos Kléber de Souza Chaves
Celina Pereira
Cilair Rodrigues de Abreu
Ciro Avelino
Clara Maria Guimarães Marinho Pereira
Cláudio Alberto Castelo Branco Puty
Cristina Kiomi Mori
Eduardo Rodrigues da Silva
Edy Cesar dos Passos Junior
Elvio Lima Gaspar
Emílio Chernavsky
Felipe Drumond
Francisco Gaetani
Helena Wajnman Lima
José Luiz Oreiro
Juliane Espírito Santo
Juliano Pimentel Duarte
Leandro Couto
Luanna Sant’Anna Roncaratti
Lúcio Fábio Araújo Guerra
Manuel Bonduki
Marcela Coelho Monteiro
Marilene Ferrari Lucas Alves Filha
Míriam Barbuda Fernandes Chaves
Paulo Marques
Pedro Helena Pontual Machado
Rodrigo Ortiz D’Avila Assumpção
Virgínia Bracarense
Assessora Administrativa
Núbia Nette Alves Oliveira de Castilhos
Assessora Jurídica
Patrícia Lima Sousa
Equipe de monitoramento
Roberto Seara Machado Pojo Rego
GRUPO TÉCNICO
DE POVOS INDÍGENAS
Coordenação
Ailson dos Santos
Antônio Fernandes de Jesus Vieira
Benki Piyãko
Célia Nunes Corrêa
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
94
Davi Kopenawa Yanomami
Eunice Antunes
João Pedro Gonçalves da Costa
Joenia Batista de Carvalho
Juliana Cardoso
Kleber Luiz Santos dos Santos – Coordenador
Executivo
Luiz Henrique Eloy Amado
Márcio Augusto Freitas de Meira
Marivelton Rodrigues Barroso
Ricardo Weibe Nascimento Costa
Sônia Bone de Souza Silva Santos
Tapi Yawalapiti
Integrantes
Adriana Soares Carvalho
Alvaro Luiz Travassos de Azevedo
Braulina Aurora
Clovis Moreira Saldanha
Cristiano Marioto
Dionedison Demecio Cândido
Elaine Jacome dos Santos Labes
Eliésio da Silva Vargas Marubo
Eriverto Vargas (Beto Marubo)
Hone Riquison Pereira Sobrinho
Jerry Adriane Santos de Jesus
Juliana Tupinambá
Leonardo Lenin Covezzi do Val dos Santos
Luzia Silva Matos
Marcos dos Santos
Marcos Vesolosquzki
Maria Augusta Assirati
Naldo Tembé
Paulino Montejo Silvestre
Quenes Silva Gonzaga
Raimundo Nonato Pereira Silva
Tani Rose Ribeiro
Tereza Arapium
Ubirajara Sompré
Relatora
Lucia Alberta Andrade de Oliveira
Colaboradores
Adriana Fernandes Carajás
Ana Paula Sabino
Andrea Bavaresco
Andrea Bitencourt Prado
Arthur Nobre Mendes
Felipe Labruna
Fernando Viana
Flávio Leão Bastos
Frederico Augusto Barbosa da Silva
Isabella Cristina Lunelli
Janete Carvalho
Leila Saraiva
Leonardo Otero
Lohana Chaves
Lucas Cravo
Luciene Gallo Guarani Kaiowá
Maira Smith
Marcela Menezes
Marta Azevedo
Maurício Serpa Terena
Miranda Zoppi
Mônica Machado Carneiro
Nathali Germano
Pedro Duarte
Ricardo Verdum
Roberta Amanajás
Sara Gaia
Vera Oliveira
Assessora Administrativa
Luana Machado de Almeida
Assessores Jurídicos
Carlos Gondim
Junior Fideles
Equipe de monitoramento
Gabriella Oliveira
GRUPO TÉCNICO
DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL
Coordenação
Eduardo Fagnani – coordenador
Alessandro Antônio Stefanutto
Fabiano Silva dos Santos
Jane Lucia Wilhelm Berwanger
José Barroso Pimentel
Luiz Antônio Adriano da Silva
Integrantes
Alberto Carlos Freitas Alegre
Deomar Adriano Gmach
Deputada Federal (eleita) Maria Arraes
Deputado Federal Ricardo Silva
Evandro José Morello
Filipe Nogueira da Gama
Francisco José Freire Ribeiro
Gustavo Beirão Araujo
José Ricardo Pontes Borges
Leandro Brito Lemos
Luiz Antônio Adriano da Silva
Paulo Vitor Nazario Sermann
Pedro Luis Totti
Renata Gomes Alcoforado
Ricardo Pena Pinheiro
Sérgio Augusto da Rosa Montardo
Sérgio Roberto Hall Brum de Barros
Tiago Adami Siqueira
Tonia Andrea Inocentini Galleti
Relatora
Jane Lucia Wilhelm Berwanger
Assessora Administrativa
Natália Ferreira Weber
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
95
Assessora Jurídica
Aline Veloso dos Passos
Equipe de monitoramento
Gabriella Oliveira
GRUPO TÉCNICO
DE RELAÇÕES
EXTERIORES
Coordenação
Aloysio Nunes Ferreira
Audo Faleiro
Celso Amorim
Cristovam Buarque
Mônica Valente
Pedro Abramovay
Romênio Pereira
Integrantes
Adriana Abdenur
Alessandra Nilo
Ana Lobato
Arlindo Chinaglia
Fátima Mello
Karine de Souza Silva
Maria Elisa Teófilo de Luna
Maria Regina Soares de Lima
Maria Silvia Portela de Castro
Michel Szurkalo
Pedro Silva Barros
Saulo Kalunga
Silvio Albuquerque
Apoio Técnico
Antonio Cottas de Jesus Freitas
Bruno Henrique Neves Silva
Bruno Santos de Oliveira
Ciro Eduardo Ferreira
Fabiana Radtke Schwarz
Frederico Assis
Juliana Cardoso Benedetti
Juliana de Moura Gomes
Livia Oliveira Sobota
Marcelo Almeida Cunha Costa
Marcelo Costa
Marcelo Zero
Pedro Marcos de Castro Saldanha
Rafaela Rodrigues
Roberta Maria Lima Ferreira
Victoria Balthar de Souza Santos
Relator
Audo Faleiro
Assessor Administrativo
Frederico de Morais Andrade Coutinho
Assessora Jurídica
Isabela Marques Seixas
Equipe de monitoramento
Janira Borja
GRUPO TÉCNICO
DE SAÚDE
Coordenação
Arthur Chioro
Integrantes
Alexandre Rocha Santos Padilha
Ana Paula de Souza Lima
Arthur Chioro
Bruno Souza Farias
Daniel Ricardo Soranz Pinto
Dimas de Paiva Gadelha Júnior
Fernando Zasso Pigatto
Francisco José D’Angelo Pinto
Humberto Sérgio Costa Lima
Ismael Alexandrino Junior
Jorge Jose Santos Pereira Solla
José Eduardo Pereira da Costa
José Gomes Temporão
Lúcia Regina Florentino Souto
Luciano Ducci
Ludhmila Abrahão Hajjar
Maria do Socorro de Souza
Miguel Srougi
Nísia Verônica Trindade Lima
Regina Fatima Feio Barroso
Roberto Kalil Filho
Weliton Fernandes Prado
Relator
José Gomes Temporão
Adriano Massuda (co-relator)
Equipe de apoio
Adriano Massuda
Alethele de Oliveira Santos
Allan Nuno Alves de Sousa
Alzira Jorge
Ana Estela Haddad
Ana Lucia Pontes
Ana Paula Menezes Soter
Andrea Ventura
Angelita da Rosa
Antonio Alves de Sousa
Carla Domingues
Eduardo Jorge
Elaine Giannotti
Eliane Aparecida da Cruz
Fausto Pereira dos Santos
Fabiana Damasip
Felipe Proenço
Florentino Junio Araujo Leonidas
Giliate Cardoso Coelho Neto
Hêider Aurélio Pinto
Helaine Carneiro Capucho
Heloísa Guzzi
Hermano Albuquerque de Castro
Ilano Barreto
Jean Uema
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
96
Janaina Pontes
Karen Costa
Ivo Bucareski
Lenildo Dias de Morais
Liliane Penello
Lumena Almeida Castro Furtado
Márcia Aparecida do Amaral
Marcia Castro
Maria Abritta
Mozart Salles
Nésio Fernandes de Medeiros Junior
Patrícia Jaime
Paulo Bonilha
Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira
Pedro Ivo Sebba Ramalho
Rafaela Pacheco
Roberta Barreto
Wanderson Kleber de Oliveira
Silvana Souza da Silva Pereira
Thiago Lopes Cardoso Campos
Vinícius Ximenes
Assessor Administrativo
Leandro Safatle
Assessora Jurídica
Aline Veloso
Equipe de monitoramento
Roberto Pojo
GRUPO TÉCNICO
DE TRABALHO
Coordenação
Adilson Araújo
André Bojikian Calixtre
Clemente Ganz Lúcio
Fausto Augusto Júnior
Laís Wendel Abramo
Miguel Eduardo Torres
Patrícia Vieira Trópia
Ricardo Patah
Sandra Márcia Chagas Brandão
Sérgio Aparecido Nobre
Integrantes
Afonso Antunes da Motta
Alessandra Silva Gadelha
Antonio Fernandes dos Santos Neto
Daniel da Silva Bento Teixeira
Daniel Gomes de Almeida
Davi Zaia
Davidson de Magalhães Santos
Edson Carneiro Da Silva
Eneida Vinhaes Bello Dultra
José Gozze
José Ribeiro
Marcelo de Oliveira Panella
Marilane Oliveira Teixeira
Manoel Messias Nascimento Melo
Moacyr Roberto Tesch Auersvald
Nilza Pereira De Almeida
Rogério Correia de Moura Baptista
Tatiana Dias Silva
Vicente Paulo da Silva
Relator
Sandra Márcia Chagas Brandão
Equipe Consultiva
Adriana Barbosa
Adriana Marcolino
Alessandro Rodrigues da Silva
Álvaro Egea
Ana Carolina Moura
Ana Flávia Marx
Ana Nice Martins
Antônio Almerico Biondi Lima
Antônio Lisboa
Antônio Megale
Artur Henrique da Silva Santos
Bia Gasud
Beatriz Pereira dos Santos
Bruna Matos de Carvalho
Caio Magri
Carlos Fábio
Carolina Tokarski
Cesar Mello
Claudia Patah
Clovis Scherer
Creuza Maria Oliveira
Darlene Testa
Denize Campello
Eduardo Maia
Eduardo Martinho Rodrigues
Elaine Neves
Fabio Tibiriçá Bom
Fernanda Giorgi
Fernando Augusto Moreira Lopes
Fernando Caldas Giorgi
Francisco Canindé Pegado
Gabriel Monteiro
Gilberto Alvarez Giusepone Júnior
Giselle dos Anjos
Helena Abramo
João Cayres
José Dari Krein
José Eymard Loguércio
Juliana Benedetti
Léa Marques
Leonardo Penafiel Pinho
Lidiane Araújo
Luana Pinheiro
Luciana Barretto
Luciano de Oliveira Toledo
Luiza Batista Pereira
Madalena Margarida da Silva
Magda Barros Biavaschi
Magnus Henrique de Medeiros Farkatt
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
97
Marcelo Prado Ferrari Manzano
Marcelo Weishaupt Proni
Marcos Perioto
Maria Maeno
Mario Rogério
Matilde Ribeiro
Mércia Consolação Silva
Nasser Ahmad Allan
Neide Aparecida
Neuriberg Dias
Nilton Vasconcelos
Patricia Toledo Pelatieri
Paula Montagner
Paulo Oliveira
Ramiro Castro
Rita Pinheiro
Rodolfo Vilela
Sandro Lunard
Sandro Pereira Silva
Silvana Abramo M. Ariano
Silvia Portela
Solange Sanches do Prado
Tasciano Solari
Vitor Araújo Filgueiras
Assessor Administrativo
Alessandro Ferreira dos Passos
Assessor Jurídico
Mônica de Oliveira Casartelli
Equipe de monitoramento
Lucas Ramalho Maciel
GRUPO TÉCNICO
DE TRANSPARÊNCIA,
INTEGRIDADE
E CONTROLE
Coordenação
Ailton Cardozo da Silva Júnior
Antônia Eliana Pinto
Claudia Aparecida de Souza Trindade
Cléucio Santos Nunes
Eugênio José Guilherme de Aragão
Jorge Rodrigo Messias (Coordenador Executivo)
Juliano José Breda
Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho
Luiz Carlos da Rocha
Manoel Caetano Ferreira Filho
Mauro de Azevedo Menezes (Relator)
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Vânia Lúcia Ribeiro Vieira.
Integrantes
Alencar Santana Braga
Bernardo Antonio Machado Mota
Bruno Espiñeira Lemos
Carlos Camilo Góes Capiberibe
Diogo Luiz da Silva
Elvira Mariane Schulz
Flávio Rezende Dematté
Henrique Balduíno Machado Moreira
Lais de Figueiredo Lopes
Luciana Hoff
Marcio Camargo Cunha Filho
Raphael Sodré Cittadino
Rui Magalhães Piscitelli
Sebastião Helvecio Ramos de Castro.
Colaboradores eventuais
Leopoldo Vieira Teixeira
Ivan Tuyosii Mori Kakimoto
Relator
Mauro de Azevedo Menezes
Assessor Administrativo
Diogo Luiz da Silva
Assessores Jurídicos
Francisco Alexandre Colares Melo Carlos
Mariana Barbosa Cirne
Equipe de monitoramento
Janira Trípodi Borja
GRUPO TÉCNICO
DE TURISMO
Coordenação
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Marcelo Ribeiro Freixo
Integrantes
Arialdo de Mello Pinho
Carina Thomaz Camara
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Marcelo Ribeiro Freixo
Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy
Orsine Oliveira Junior
Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto
Parlamentares
André Carlos Alves de Paula Filho
Felipe Augusto Lyra Carreras
Luis Henrique de Oliveira Resende
Wolney Queiroz Maciel
José Carlos Becker de Oliveira e Silva
Frente Ampla
Alexandre Pereira Silva
Paulo Roberto Lamac Junior
Toni Sando de Oliveira
Vicente José de Lima Neto
Relator
Jaqueline Gil
Assessor Administrativo
Eva Patrícia Alvares Lopes
Assessor Jurídico
André Dantas
Equipe de monitoramento
Roberto Pojo
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
98
SERVIDORES DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Alessandra Pinto de Andrade
Alexandre Silva Almeida
Aline Aparecida P. Silva
Andréia da Silva de Almeida
Antonio Jose de Sena Bomfim
Bruna Renata Cavalcante de Barros
Brunna Bonino Barbosa Nunes
Cleidson Antônio Pacheco Silva
Clovis Doberstein de Magalhães
Débora Ribeiro Mendes Teixeira
Denise Aparecida Xavier Dos Santos
Donato Pereira Das Virges
Edilene Gomes da Rocha
Elaine Monteiro Alvarez
Eliane de Fátima Lisboa Martins
Elmo Jose de Alburquerque
Fabiana Conceicao Bezerra Silva
Fernanda Gomes Carneiro
Fernando Pereira Faria
Gabriella Nascimento Santos
Georgia Evelin Sales
Gianne Amorim Pereira Portugal
Glayce Maria Fernandes Paiva
Guilherme de Souza Rocha
Hernando Soares Araujo
Laís Regina Ghelere Martins Fortes
Lilian Teles Ferreira
Lívia Maria Pontes Vieira Loli
Lizana Maria Strazer Lima
Lucimar Maria da Silva
Marcelina da Silva Rezende
Marcio Greick Borges da Silva
Marco Mendonça Becker
Maria Feitosa de Meneses
Mariana Prado Franceschi de Andrade
Marlene Antonelli
Rebeca Pires de Miranda Araujo
Rejane Bião Ramalho
Renata Souza Santos
Rosângela Patrício da Silva
Sebastião Carlos de Souza Lima
Sheila Maria Soares Fernandes
Simone Nascimento
Tarcísio Lucas Soares Paiva
Tatiana Torres Mello
Victor Wakim Baptista
Viviane Madureira Serra
Wellington Costa Teixeira
EQUIPE DE APOIO
Recepcionistas
Cladys Pereira Gomes
Esvanilda Martins Costa
Geralice Guedes de Souza
Guiomara dos Santos Vieira
Jonatha Nunes Laurindo
Marilene da Silva Sousa
Rejane Moreira da Silva Xavier Endrgio
Renata Lopes de Oliveira
Garçons
Ana Cassia Borges da Silva
Antonio José Santos Junior
Diego Rodrigues de Sousa
Douglas da Silva Machado
Edson Ramos dos Santos
Geovane Oliveira Brito
Lourivaldo de Medeiros Barros
Nicolas Ferreira da Silva
Pedro da Silva Almeida
Romulo José de Paula
Ronivaldo da Silva Costa
Valdir Martins da Mota
Copeiras
Franciney Maciel de Sousa
Ilcia Chagas dos Santos
Jesuina Teixeira da Silva
Maria do Livramento Macedo dos Santos
Rafael Nycolas de Lima Vasconcelos
Wesley Alexandre Gomes da Silva
POLÍCIA FEDERAL
Coordenação
Andrei Augusto Passos Rodrigues
Ademir Dias Cardoso Junior
Adriana Cristina Duarte de Almeida Vasconcelos
Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
Clesio Leao de Carvalho
Eduardo Navajas
Guilherme Monseff de Biagi
Gustavo Paulo Leite de Souza
Helena de Rezende
Humberto Freire de Barros
Laila Ferreira Hossain
Luciana do Amaral Alonso Martins
Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira
Orlando Batista da Silva Neto
Rinaldo de Souza
Roberto Reis Monteiro Neto
Rodrigo Morais Fernandes
William Marcel Murad
BANCO DO BRASIL
Vice-Presidente do BB
Enio Mathias Ferreira
Assessora de Vice-Presidente
Viviana Maciel Vieira Bastiani
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
99
Diretor de Infraestrutura
Gustavo Garcia Lelis
Coordenadora de Infraestrutura
Luciana Elias Rezende
Coordenador de Segurança
Marcos Alexandrino
Engenharia
Marcos Vinholi
Vladimir Gomes
Richard Anderson de Souza
Elias Nogueira
Fernanda Mendonça
Jonatas Gurgel
Aline Mendes
Erica Mendonça
Fabricia Santiago
Marcos Vianna
Samuel Jesus
Diego ROdrigues
Ary Lex
Frederico Zuppa
Hoguio Carvalho
Inárcio de Araujo
Richard Sousa
Tiago Henrique
Thales de Oliveira
Wendell Medeiros
Alessandra Freire
Djanara Silva
Robson Rocha
Diretor de TI
Rodrigo Mulinari
Coordenador de TI
Ubirajara de Alburqueque Melo e Leite
TI
Celso da Silva Franco
Celso da Silva Franco
Demetrius Nery Correa;
Antônio Mozela
Giovani Briani
Luciano Moreira Mattão
Renato Lago
Daniel Bento dos Santos
Leidson Gomes de Souza
Comunicação
Giovani Nobile Dias
Gerente Geral CCBB
Fernanda Gasque
Administração CCBB
Bárbara Costa
Bárbara Burnier
Joana Darc Beserra dos Santos
Matheus Gregorio Vinhal e Silva
Equipe de Segurança do CCBB
Adinelson Rodrigues Gomes
Ado da Silva Couto
Alexandre Luiz Ribeiro
Alexandro Mendes Brasileiro
Alvino de Paiva Machado
Ana Paula de Jesus
Anderson Madeira Schreiner
Antonio Soares Santos Neto
Carlos de Oliveira Lima
Carlos Eunizio Magalhaes Pereira
Carlos Pereira de Oliveira
Carlos Sérgio Silva Pinto
Claudia Mara Oliveira Santos
Cristiano Martins Vargas
Diana Cristina Dias dos Anjos
Diomar Pereira Guimaraes
Edmar Pereira Braga
Eduardo Pereira de Sousa
Erick Silva de Paiva
Flavia Rodrigues Coelho
Flávio Antônio da Silva
Geraldo Ferreira Silva
Gilberto de Jesus Dos Santos
Janilson Cirilo de Oliveira
João Joaquim Caires
Joleydes Sousa Nascimento
José de Sousa Nascimento
Jose Harinodo Alves Vieira
Josivaldo Jose dos Santos
Junior Ribeiro da Silva
Leandro Binacett
Marcelo dos Anjos Aguiar Maia
Marcos Aurélio Vieira de Carvalho
Mikaella Pereira da Silva
Raphael da Cunha Coelho
Renato Maurício Queiroz
Samuel Rodrigues
Tiago Danilo de Souza Pereira
Equipe de Manutenção
e Limpeza do CCBB
Alexandre Pereira da Silva
Adabio Oliveira da Silva
Adao de Moura Sobrinho
Ademar Souza da Rocha
Adriana Martins Fraga
Antonio Anderson Abreu de Carvalho
Ariane de Almeida Silva
Aucy de Jesus Macedo
Daniela Gonzaga da Silva
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
100
Eliene Pereira Reis
Elimar Oliveira Rosa
Elizabeth Felix da Silva
Eugenio Tavares da Corte Neto
Flavia Moura Bastos
Floraci dos Santos Alexandre
Francinete da Silva Alves
Francisca Das Chagas Pinto Vale
Gilvan Tavares da Corte
Igor Lima de Oliveira
Ivoneide Dias Ribeiro
Jailma Rodrigues de Oliveira
Jair Almeida da Silva
Jennifer da Gama Leite
Juliana de Jesus Lisboa
Kassya Gabriella Lima Soares
Leonila de Araujo Mendes
Lucilene Alves Pereira
Lucineide Rodrigues
Luiz Romario da Silva
Marcia Andreia de Melo Costa
Marcia Gregorio da Silva
Marcos Flavio de Aquino Lima
Maria dos Anjos de Nunes de Araujo
Maria Angelica Almeida da Cunha
Maria Betania Costa E Silva
Maria Das Dores Catarina da Silva
Maria de Lourdes Oliveira dos Santos
Maria de Lourdes Silva
Maria Luciene Ribeiro da Silva
Marta Aurelia Arruda Das Chagas
Milton Prospero de Sousa
Renata Pereira da Silva
Rodrigo Cavalcante de Loiola
Roseni Souza Pacheco
Sebastiana Pereira da Conceicao
Silvio Santos Nascimento
Solange Pereira dos Santos Lauro
Sonia Maria Albuquerque
Tatiane Marques de Araujo
Teresa Maria da Silva
Ulysses da Costa Cardoso
Welerson de Souza Sampaio Costa
William dos Santos Confessor
Willian Bezerra da Silva
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Caco Bisol
Revisão
Rogério Chaves
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