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GABINETE
RELATÓRIO FINAL
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL

RELATÓRIO FINAL

GABINETE
RELATÓRIO FINAL
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
GABINETE
DE TRANSIÇÃO
GOVERNAMENTAL
RELATÓRIO FINAL
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL 2022
BRASÍLIA, DEZEMBRO DE 2022
COMISSÃO DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL
Coordenador-Geral do Gabinete de Transição Governamental
Geraldo Alckmin
Coordenação Executiva
Floriano Pesaro
Coordenação de Articulação Política
Gleisi Hoffmann
Coordenação de Organização da Posse
Rosângela Lula da Silva
Coordenação de Grupos Técnicos
Aloizio Mercadante
Assessoria Jurídica
Jorge Rodrigo Araújo Messias
Márcio Elias Rosa
Equipe de organização e redação do Relatório Final
Bruno Moretti
Clarice Costa Calixto
Cristian Jesus da Silva
Fernanda Machiaveli
Janira Trípodi Borja
José Celso Pereira Cardoso Jr.
Marco Antonio de Oliveira
Marcos Rogerio de Souza
Pedro Mäder G. Coutinho
Rubens Diniz
Tania Maria de Oliveira
William Nozaki (org.)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
RADIOGRAFIA DO DESMONTE DO ESTADO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 11
Desenvolvimento social e garantia de direitos 13
Desenvolvimento social 13
Educação 15
Saúde 16
Trabalho 18
Previdência Social 19
Cidades 21
Cultura 22
Esporte 24
Direitos Humanos 24
Mulheres 25
Igualdade Racial 27
Juventude 28
Povos Indígenas 29
Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade
Socioambiental e Climática 31
Economia 31
Indústria, Comércio Exterior e Serviços 32
Infraestrutura 33
Comunicações 34
Ciência, Tecnologia e Inovação 35
Minas e Energia 36
Agricultura, Pecuária e Abastecimento 37
Desenvolvimento Agrário 38
Desenvolvimento Regional 39
Meio Ambiente 40
Pesca 41
Turismo 42
Defesa da Democracia, Reconstrução do Estado e da Soberania 43
` Centro de Governo 43
Planejamento, Orçamento e Gestão 45
Justiça 46
Transparência, Integridade e Controle 47
Participação Social 49
Comunicação Social 49
Relações Exteriores 50
MAPEAMENTO DAS EMERGÊNCIAS FISCAIS E ORÇAMENTO PÚBLICO 52
Mapeamento das Principais Emergências Orçamentárias 53
Ações para Reconstrução do Orçamento Público: PEC do
Bolsa Família e Ajustes para PLOA 2023 54
SUGESTÕES DE MEDIDAS PARA REVOGAÇÃO E REVISÃO 57
Revogações e Revisões na Área da Política Pública de Armas 57
Revogações e Revisões na Área da Política Pública do Meio Ambiente 58
Revisão de Atos que Impuseram Sigilo Indevido de 100 Anos
em Documentos de Acesso Público 59
Revogações de atos que avançam em processos de desestatização 60
Revogações e Revisões de Atos que Prejudicam Direitos
Sociais e Econômicos 60
Revogações e Revisões de Atos Contrários aos Direitos de Crianças,
Adolescentes e da Juventude 61
Revogações e Revisões na Área das Políticas Públicas de Cultura 62
Revogações e Revisões de Atos Contrários à Igualdade Racial 62
Revogações e Revisões de Atos que Limitam o Direito de
Participação Social 63
PROPOSTA DE NOVA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS MINISTÉRIOS 65
Nova Dinâmica de Centro de Governo 66
Nova Estrutura de Ministérios 67
CONCLUSÃO 71
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL 73
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
6
INTRODUÇÃO
É
hora de resgatar a esperança. O desejo popular expresso pelo resultado das urnas
elegeu um projeto de reconstrução e transformação nacional. Nosso horizonte é a
criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano para
todos os brasileiros e brasileiras. Trata-se de um grande desafio e uma obra de muitos, a esperança da nossa gente será o motor das mudanças que iremos realizar nos
próximos anos.
O relatório final do Gabinete de Transição da Presidência da República é o ponto de
partida para este novo ciclo. Trata-se do registro histórico de um amplo processo de
consulta e construção coletiva dos princípios orientadores da agenda do novo governo
eleito. O presente texto sintetiza a real situação em que o País se encontra. A ampla radiografia aqui realizada lança luz sobre o desmonte do Estado brasileiro e das políticas
públicas durante os quatro anos do governo Bolsonaro.
A produção deste relatório foi orientada pelo compromisso fundamental com a transparência, a participação e o diálogo social, presente desde a campanha eleitoral. O
trabalho do Gabinete de Transição deu continuidade à mobilização realizada pela
Coligação Brasil da Esperança ao longo de 2022. A construção programática para as
saídas da grave crise que o Brasil atravessa foi realizada a partir de um amplo e participativo processo público, no qual foram recebidas mais de 13 mil contribuições,
durante a campanha presidencial, por meio de uma plataforma digital especialmente criada para essa finalidade. Outra iniciativa de grande relevância foi a participação
de representantes de cerca de 500 organizações em mais de 50 Mesas de Diálogo
realizadas no âmbito da construção do programa de governo.
Em consonância com esse compromisso, o Gabinete de Transição inovou ao incorporar
a participação social ao processo de transição governamental, com a criação de Grupos
Técnicos (setoriais e transversais) para a elaboração deste documento. Ao longo de 34
dias de intenso trabalho, entre 08/11/2022 e 12/12/2022 cerca de mil pessoas estiveram envolvidas nas atividades de 32 Grupos Temáticos, cujo esforço se somou ao do
Conselho Político e ao do Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição.
Essa intensa mobilização foi marcada pela pluralidade de visões de mundo e pela diversidade regional, de gênero e raça, além de um forte viés técnico. A riqueza de olhares
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
7
e percepções contribuiu para a construção de um abrangente mapa situacional do
Estado brasileiro e de suas políticas públicas.
O resultado é uma fotografia contundente da situação dos órgãos e entidades que
compõem a Administração Pública Federal. Ela mostra a herança socialmente perversa
e politicamente antidemocrática deixada pelo governo Bolsonaro, principalmente para
os mais pobres. A desconstrução institucional, o desmonte do Estado e a desorganização das políticas públicas são fenômenos profundos e generalizados, com impactos
em áreas essenciais para a vida das pessoas e os rumos do País. Isso tem tido consequências graves para a saúde, a educação, a preservação ambiental, a geração de emprego e renda, e o combate à pobreza e à fome, entre outras.
O governo Bolsonaro chega ao fim do mandato em meio a uma ameaça real de colapso dos serviços públicos. Os livros didáticos que deverão serão usados no ano letivo de
2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não
há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da COVID-19; faltam
recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não
concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro.
Este relatório, portanto, delineia o caminho para as primeiras medidas que o novo
governo deverá adotar, com sugestões de atos normativos a serem revogados ou
reformulados, a partir de janeiro de 2023, a exemplo das legislações que flexibilizam
o controle e compra de armas, o garimpo em terras indígenas e a lei de acesso à informação, entre outras.
O Conselho Político do Gabinete de Transição contribuiu de modo efetivo na construção da proposta de Emenda Constitucional do Bolsa Família, além de debater e pavimentar o caminho para o início do novo governo eleito.
O presente relatório também apresenta uma nova estrutura ministerial, mais adequada
à agenda do novo governo eleito e ao seu compromisso com a reconstrução e transformação do País. Essa nova estrutura contempla, ainda, a necessidade de recuperação
e otimização de órgãos da administração pública direta e indireta, de maneira a criar
condições mais apropriadas à implementação de políticas públicas e à melhoria dos
serviços prestados à população.
Por fim, este relatório oferece à Presidência da República, aos novos Ministros e Ministras e ao governo em geral um ponto de partida para a reconstrução e a transformação do país. O projeto para o qual foram reunidas tantas contribuições é o do respeito
à vida, à democracia, à justiça, à inclusão social. É o projeto do emprego digno, do
salário decente, da comida no prato de todos os brasileiros e brasileiras, da proteção
previdenciária, dos direitos e oportunidades para todas e todos. É o projeto da valorização da saúde, da educação, da preservação ambiental, do respeito às mulheres,
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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à população negra e à diversidade brasileira. É o projeto da ciência e tecnologia, da
inovação, da reindustrialização, do desenvolvimento sustentável e da reintegração
soberana do Brasil no mundo.
Ao final do ano em que o País celebra o Bicentenário da Independência, vemos devolvida ao povo brasileiro a oportunidade de voltar a sonhar e de construir uma vida melhor
para nossa gente. É a oportunidade de um reencontro histórico com um projeto de
Nação alicerçado no compromisso com a paz, o diálogo, a democracia, a inclusão e a
justiça social.
INOVAÇÃO NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO:
A EXPERIÊNCIA DOS GRUPOS TÉCNICOS
E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO MÉTODO
A alternância de poder é elemento central da democracia. Um processo de transição
institucionalizado e orientado por normas e procedimentos claros cria as condições
necessárias para que o governo eleito possa ter conhecimento da situação dos serviços públicos e da máquina pública e implementar mais rapidamente as diretrizes e
propostas que foram referendadas nas urnas pelo voto popular.
A institucionalização do processo de transição de governo foi inaugurado na passagem de poder de Fernando Henrique Cardoso para Lula, em 2002, com a criação de
um arcabouço legal e de um conjunto de regras que permitiram uma passagem de
poder ordenada e republicana. Na ocasião, foram estabelecidas regras, prazos e procedimentos para disciplinar o processo democrático de transição governamental. Além
de pôr à disposição da equipe de transição do governo eleito recursos, infraestrutura e
cargos da Administração Federal, custeados pelo Tesouro Nacional, o governo de FHC
viabilizou o acesso a informações indispensáveis para o início da atuação do novo governo. Havia um claro intuito de não apenas disciplinar aquela passagem de poder, mas
também de conferir caráter institucional ao processo, de maneira a assegurar futuras
transições governamentais.
Agora, o Gabinete de Transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-
-presidente Geraldo Alckmin inova ao incorporar e trazer a participação social para o
centro do processo de transição de 2022. Foram criados 32 Grupos Técnicos (GTs), de
maneira a contemplar a participação de diversos setores sociais e grupos de interesse
nas suas respectivas áreas de atuação. Também participaram da Transição profissionais
com reconhecida trajetória e conhecimento técnico, além de parlamentares com atuação nas diversas temáticas sob análise. A composição dos GTs teve como diretriz a valorização da diversidade regional, de gênero e de raça, de maneira a estimular olhares
diversos e plurais para um diagnóstico mais abrangente possível.
Os Grupos Técnicos foram organizados por temas: 1) Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 2) Centro de Governo; 3) Cidades; 4) Ciência, Tecnologia e Inovação; 5)
Comunicações; 6) Comunicação Social; 7) Cultura; 8) Desenvolvimento Agrário; 9)
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
9
Desenvolvimento Regional; 10) Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 11) Direitos Humanos; 12) Economia; 13) Educação; 14) Esportes; 15) Igualdade Racial; 16)
Indústria, Comércio e Serviços; 17) Infraestrutura; 18) Inteligência Estratégica; 19) Justiça e Segurança Pública; 20) Juventude; 21) Meio Ambiente; 22) Minas e Energia; 23)
Mulheres; 24) Pesca; 25) Planejamento, Orçamento e Gestão; 26) Povos Originários;
27) Previdência Social; 28) Relações Exteriores; 29) Saúde; 30) Trabalho; 31) Transparência, Integridade e Controle; e, 32) Turismo.
Os GTs tiveram a missão de produzir relatórios com informações acerca do funcionamento e da atuação de praticamente todos os órgãos da administração pública federal. Os 32 relatórios setoriais produzidos pelos GTs serão entregues aos respectivos
ministros tão logo sejam indicados e empossados, alguns destes documentos contêm informações reservadas pela LAI e LGPD, como no caso de Defesa e Inteligência.
Os documentos produzidos, elaborados com base nesse princípio orientador, cumpriram dois objetivos básicos. Em primeiro lugar, formular diagnósticos setoriais em
suas respectivas áreas de abrangência, cujos principais resultados estão sintetizados
neste Relatório Final da Transição. Em segundo lugar, reunir e sistematizar informações essenciais para o início do trabalho dos próximos Ministros e de suas equipes,
incluindo principais emergências orçamentárias, alertas acerca de programas e políticas que demandam ação imediata, atos normativos que devem ser revogados ou
reformulados, avaliação de programas e políticas de cada área de atuação governamental, e sugestões de estruturas organizacionais mais adequadas para os desafios
do novo governo.
Historicamente, esses diagnósticos eram elaborados por equipes de transição compostas basicamente por servidores públicos requisitados e por profissionais indicados pelo
novo governo. O Gabinete de Transição não apenas inovou ao incorporar a participação social nas discussões promovidas pelos GTs, como também estimulou o envolvimento desses atores políticos no processo de construção das análises acerca do Estado
brasileiro e de suas políticas públicas. A pluralidade de demandas e de perspectivas
que emergiram nas reuniões dos Grupos Técnicos permitiu a produção de diagnósticos
mais representativos e socialmente orientados.
Além dos membros designados formalmente para composição dos GTs, cada Grupo
contou com participação de servidores e colaboradores voluntários, que contribuíram
com seus olhares, experiências e conhecimentos específicos. Adicionalmente, muitos GTs promoveram escutas e rodadas de reuniões com organizações da sociedade
civil, representantes de entidades, movimentos sociais, sindicatos e associações de
trabalhadores, povos indígenas, comunidades tradicionais, organizações internacionais, entre outros.
Foi o caso, por exemplo, do GT de Igualdade Racial, que realizou webinário nacional
para colher sugestões e contribuições para o trabalho do grupo, com participação de
1200 pessoas. O GT de Meio Ambiente também realizou plenária com a sociedade civil,
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
10
que contou com a participação de mil pessoas. Além dessas reuniões e escutas, foram
recebidos diversos insumos para as discussões dos GTs, em forma de cartas abertas,
ofícios, relatórios e listas de alertas que compõem um repositório de diretrizes, orientações e sugestões de ações emanadas da sociedade para o novo governo eleito.
Todo esse trabalho realizado com comprometimento político e competência técnica
foi empreendido sem que houvesse reajuste no orçamento disponível para a transição governamental, apesar dos valores defasados os recursos não foram integralmente
executados e o custo desta transição será exponencialmente menor do que a anterior.
Dos 50 cargos disponíveis foram utilizados apenas 22, a ampla maioria do trabalho foi
voluntário, o que evidencia a disposição republicana de centenas de brasileiros e brasileiras para a reconstrução do país.
Além dos Grupos Técnicos, o Gabinete de Transição criou outras duas instâncias de
participação, que também contribuíram para a pluralidade do processo: o Conselho
Político e o Conselho de Participação Social. O Conselho Político auxiliou na coordenação
dos trabalhos do Gabinete, analisando o cenário geral e dando contribuições acerca
dos desafios políticos, como no caso da elaboração e tramitação da PEC do Bolsa Família. O Conselho de Participação Social, por sua vez, reuniu mais de 50 entidades e
contribuiu com a formulação da futura política nacional de participação social e sua
relação com a sociedade civil.
A despeito de toda a mobilização realizada em torno dos Grupos Técnicos, o Gabinete
de Transição não utilizou integralmente os recursos públicos à sua disposição. Houve
economia de recursos. A maior parte dos servidores, profissionais, representantes da
sociedade civil e outros envolvidos nos GTs colaboraram de maneira não-remunerada,
sob a forma de prestação de serviço público relevante.
Nesse momento, em que a democracia e a participação estiveram ameaçadas e desafiadas, o fortalecimento institucional do processo de transição de governo, com a participação efetiva de diversos setores sociais, é instrumento indispensável à promoção do
diálogo social e à valorização das práticas democráticas, tão essenciais para o desenho
e implementação das políticas públicas para a construção de um Brasil mais plural, democrático, justo, inclusivo e solidário.
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RADIOGRAFIA
DO DESMONTE DO ESTADO
E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Apresenta-se aqui uma caracterização geral do processo de desmonte do Estado
brasileiro e das políticas públicas em âmbito federal, considerando as contribuições reunidas nos relatórios setoriais elaborados pelo GTs da Transição de Governo.
A herança do governo Bolsonaro é a desorganização do Estado e o desmonte dos serviços públicos essenciais. Esses processos foram contínuos, abrangentes e sistemáticos,
sendo parte do seu projeto político-ideológico de redução e enfraquecimento institucional do Estado. O desmonte respondeu a uma lógica de menos direitos para a maioria, e mais privilégios para uma minoria.
Durante o governo Bolsonaro, sob a égide da EC 95/2016, exacerbou-se um processo
de enrijecimento dos gastos reais primários, no que diz respeito ao desfinanciamento
das políticas públicas de saúde, previdência e assistência social, dentre outras. No entanto, para atender suas necessidades de sustentação política, em quatro anos o atual
governo furou o teto de gastos por cinco vezes, gerando gastos no valor de cerca de
R$ 800 bilhões.
As consequências são bastante perniciosas, não apenas no que diz respeito às estruturas do Estado, mas também no que toca ao comprometimento de direitos e políticas públicas de modo geral. Ao final, é a própria população brasileira, em especial
a parcela mais vulnerável, a que mais vem sofrendo com a ausência ou precarização
dos serviços públicos.
O legado dos quatro anos do governo Bolsonaro é perverso. Ele deixa para a população
o reingresso do Brasil no mapa da fome: hoje são 33,1 milhões de brasileiros que passam fome e 125,2 milhões de pessoas, mais da metade da população do país, vive com
algum grau de insegurança alimentar.
Os cortes no orçamento da saúde para 2023 são da casa de R$ 10,47 bilhões, o que
inviabiliza programas e ações estratégicas do SUS, tais como: farmácia popular, saúde
indígena, e o programa HIV/AIDS. Isto sem contar a fila dos atendimentos especializados que cresceram de forma vertiginosa após a pandemia.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Na educação, o governo Bolsonaro mostrou seu descompromisso com o futuro.
Cortou deliberadamente recursos, não contratou a impressão de livros didáticos,
colocando em risco a qualidade do ano letivo em 2023. E contribuindo para ampliar a evasão escolar que cresceu com a pandemia, o governo Bolsonaro congelou
durante quatro anos em R$ 0,36 centavos por aluno a parte da União para a merenda escolar.
Sob o governo Bolsonaro, o Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.
Na estrutura ocupacional no setor público federal, o assédio institucionalizado, a precarização laboral, a redução de pessoal, os sete anos sem reajuste para o funcionalismo
tornaram mais precário o serviço prestado à população.
A falta de planejamento impediu a modernização da gestão pública, com o esvaziamento completo do PPA e suas estruturas e funções de gestão e burocracias correlatas.
A dimensão da participação social em âmbito governamental sofreu paralisações e retrocessos institucionais. Em praticamente todas as três grandes áreas de políticas públicas para o desenvolvimento nacional – Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos,
Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Socioambiental e Climática, e Defesa
da Democracia e Reconstrução do Estado e da Soberania –, houve claro retrocesso participativo e o desmonte dos principais instrumentos e mecanismos de relacionamento
Estado/Sociedade.
Quanto ao legado do governo Bolsonaro no âmbito das políticas ambientais e climáticas, é notório o rebaixamento organizacional e a falta de compromissos com os acordos internacionais. A destruição ambiental nos dois últimos anos foi a maior em 15
anos. Em quatro anos, o governo Bolsonaro destruiu 45 mil km² com desmatamento
só na Amazônia.
O programa de desestatização caracterizou-se por decisões erráticas que implicaram
em: desnacionalização patrimonial e perda de soberania nacional; desarticulação dos
investimentos públicos indutores e multiplicadores dos investimentos privados e do
próprio crescimento econômico. Os consumidores de energia elétrica poderão pagar
uma conta que pode chegar a R$ 500 bilhões nos próximos anos, em razão de uma
série de ações tomadas pelo governo Bolsonaro no setor elétrico.
No tocante às relações federativas, o governo Bolsonaro foi responsável pela maior
crise do sistema federativo desde a redemocratização. A União provocou desunião.
Observou-se o enfraquecimento dos elos federativos em torno das principais políticas setoriais da área de Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos. O exemplo
maior foi o papel desarticulador do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da COVID-19.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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No que diz respeito à relação entre os três poderes e o respeito aos preceitos constitucionais, a Presidência da República adotou atitude de enfrentamento aos demais Poderes, bem como ação contínua de afronta aos marcos legais do regime democrático.
No tocante à Política Externa Brasileira, o governo isolou o país de seus vizinhos e dos
âmbitos multilaterais, e não pagou cotas a organismos internacionais, deixando o país
sem voto nestes fóruns. Sob a égide de Bolsonaro, constata-se um profundo rebaixamento e desprestígio internacional do Brasil no concerto das nações.
Na sequência, com base nas contribuições provenientes dos GTs setoriais, será possível
compreender a extensão e a complexidade desse processo de desmonte do Estado
brasileiro e o quanto ele é nefasto para a população, em particular a mais necessitada.
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
E GARANTIA DE DIREITOS
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
A volta do flagelo da fome ao País é o indicador mais relevante do desmonte das políticas de desenvolvimento social ocorrido nos últimos quatro anos. Um futuro com
comida na mesa e mais dignidade para as 33 milhões de pessoas em situação de grave
insegurança alimentar demandam a imediata retomada do conjunto de políticas públicas que o Brasil implementou com sucesso nos governos do PT.
Para isso, o novo governo eleito terá que reverter o quadro atual, no qual as políticas de
transferência de renda, os programas de segurança alimentar e nutricional, e a oferta
de serviços sociais estão completamente desorganizadas e contam com previsão orçamentária reduzida ou, por vezes, quase inexistentes.
A implementação improvisada do Auxílio Brasil desarranjou todo o sistema de
transferência de renda em funcionamento há quase vinte anos e trouxe caos para
o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Em razão de sucessivas mudanças, o
programa perdeu o foco, tratou de maneira igual os desiguais e levou milhões de
pessoas para filas nas portas dos serviços socioassistenciais. As condicionalidades
em saúde e educação foram alteradas e estão fragilizadas. Por exemplo, o total de
crianças menores de sete anos com acompanhamento vacinal passou de 68% em
2019 para 45% em 2022.
Apenas 60% dos dados do Cadastro Único para Programas Sociais estão atualizados. O
Cadastro também está desfigurado: das cerca de 40 milhões de famílias inscritas, 13,9
milhões compõem arranjos unipessoais. Isso tem impacto não apenas na concessão
do Auxílio Brasil, mas também em outros 30 programas que utilizam o Cadastro, inclusive os programas de transferência de renda de Estados e Municípios. O governo
Bolsonaro incluiu milhares de pessoas do CadUnico e ameaçou retirar em função da
má gestão e da falta de recursos.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Dados do Ministério da Cidadania informam que R$ 9,5 bilhões de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
foram concedidos nas vésperas da eleição. A Caixa o fez sem respeitar a lei das estatais,
com taxas de juros exorbitantes, nenhum dos grandes bancos do país aderiram ao
programa dado seu risco, o que foi viabilizado por medida provisória, convertida na Lei
14.431/2022. Assim, um a cada seis beneficiários do Auxílio Brasil contraiu o empréstimo consignado. Essas pessoas terão até 40% do valor de seu benefício comprometido,
mesmo que não permaneçam no programa. A medida, claramente eleitoreira, vai na
contramão das políticas de proteção social, colocando em risco benefícios futuros.
O SUAS viu o seu financiamento minguar, com uma redução de 96% em seu orçamento para 2023, comparado ao de 2022, que já era bem menor do que o de 2018. O
orçamento previsto para o financiamento do SUAS é de apenas R$ 50 milhões no PLOA.
Este valor não é suficiente sequer para um mês de funcionamento dos equipamentos
de proteção básica e especial e das unidades de acolhimento. Há risco real de paralisação do SUAS.
A rede física de equipamentos é praticamente a mesma de 2016 e a oferta de serviços
socioassistenciais encolheu justamente no momento em que se observou o empobrecimento do País. O número de pessoas em situação de rua aumentou nas grandes
e pequenas cidades, mas os Centros Pop estão concentrados apenas nas cidades de
grande porte e tem sido insuficiente a quantidade de equipes do Serviço Especializado
em Abordagem Social.
A maior parte das alterações dos programas de transferência de renda e dos serviços
socioassistenciais foi feita sem qualquer tipo de pactuação com órgãos colegiados,
como o Conselho Nacional de Assistência Social e a Comissão Tripartite, e houve grande fragilização da relação com Estados e Municípios. A rede SUAS está sobrecarregada, com sistemas administrativos defasados, alta rotatividade de profissionais e baixos
salários, ao mesmo tempo em que ocorre um aumento da demanda pelos serviços
socioassistenciais.
A fila de espera para o BPC conta hoje com mais de 580 mil pessoas e o tempo médio
para a concessão do benefício passou de 78 para 311 dias, segundo levantamento do
Tribunal de Contas da União (TCU).
Em relação à política de segurança alimentar e nutricional, houve um completo desmantelamento. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)
foi desativado e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan)
não teve nenhum papel relevante durante todo esse período. Quase todos os programas tiveram orçamento reduzido, dependentes cada vez mais de emendas parlamentares para garantir alguma execução.
O Programa Cisternas, que já atendeu mais de 1 milhão de famílias com tecnologias sociais de acesso à água, não chegará em 2022 nem próximo a 1 mil cisternas entregues.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
15
O Programa Fomento Rural teve orçamento reduzido e desvios de função. Foram adotados mecanismos de compra ineficientes para a aquisição de cestas básicas e existe
um passivo enorme de prestação de contas, a partir de 2023. Por outro lado, os equipamentos públicos de segurança alimentar, como restaurantes populares, cozinhas
comunitárias, bancos de alimentos, centrais de distribuição de alimentos da agricultura
familiar, vêm sendo desmontados e os recursos são irrisórios para 2023.
Diante do desmonte verificado, a tarefa de reconstruir toda a rede de proteção social
representa um enorme desafio. Será necessário retomar a atuação coordenada entre
os ministérios para promover o desenvolvimento social com redução da pobreza e das
desigualdades e a erradicação da fome no País.
EDUCAÇÃO
Desde o início do governo Bolsonaro a política de educação foi negligenciada, tratada
como instrumento para a guerra cultural e com aparelhamento ideológico. Trocas de
ministros, denúncias de corrupção, crises na oferta dos serviços públicos foram a tônica.
Nos governos Lula I e II, houve um forte investimento em educação, com iniciativas de
creche a pós-graduação. Antigos programas foram ampliados e aperfeiçoados, e novos
foram criados. As conquistas observadas neste período foram comprometidas a partir
de 2016, intensificando-se durante o governo Bolsonaro o processo de desmonte das
políticas educacionais, bem como os ataques às universidades, institutos federais, professores e estudantes.
De 2019 a 2022, o Ministério da Educação (MEC) e suas autarquias sofreram retrocessos institucionais, orçamentários e normativos, observando-se falta de planejamento;
descontinuidade de políticas relevantes; desarticulação com os sistemas de ensino estaduais e municipais e da rede federal de ensino; incapacidade de execução orçamentária; e omissões perante os desafios educacionais. Além disso, houve indícios graves de
corrupção que precisam ser investigados.
O descaso com a educação atingiu diversos programas, como os de alimentação escolar, construção de creches e escolas, organização curricular, ampliação do tempo integral, iniciação à docência, entre outros. As poucas iniciativas adotadas foram tardias,
beneficiaram um limitado número de estudantes e estiveram desconectadas das necessidades reais, como no caso da estratégia de formação de professores por meio de
plataformas de educação a distância, sem coordenação nacional, incentivo e valorização dos educadores.
Em consonância com a forte tradição de participação social na área de educação, destaca-se a importância da recriação de uma série de comitês e comissões que foram
extintos desde 2019, como o Comitê Permanente de Planejamento e Gestão da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Também constituem desafios a retomada de comissões paralisadas, a exemplo do CGProuni; o aperfeiçoamento
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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de conselhos em funcionamento, como o Conselho de Acompanhamento e de Controle Social do Fundeb; e a criação de novos conselhos, como o Conselho Consultivo
de Regulação, Avaliação e Supervisão da Educação Superior, com ampla participação
de organizações que militam na área educacional.
Outras questões preocupantes dizem respeito ao não cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) e a não instituição do Sistema Nacional de Educação
(SNE), cuja implementação é urgente. Também merecem atenção a implementação da
Base Nacional Comum Curricular; a reforma do ensino médio; a concessão de bolsas de
pós-graduação, iniciação à docência, iniciação científica e ensino médio e técnico; as
políticas de cotas para estudantes do ensino superior; a educação profissional e tecnológica; a estrutura das autarquias vinculadas ao MEC; e as ações do INEP, como o Censo
Escolar e o SAEB.
É importante lembrar que, nos últimos anos, as políticas e os programas educacionais
foram afetados por sucessivos e sistemáticos cortes de recursos. O valor previsto no orçamento de 2023, descontadas as transferências obrigatórias aos entes subnacionais
para a educação básica, é inferior em R$ 18,5 bilhões à média do valor comprometido
no período 2015-2021, e inferior em R$ 9,2 bilhões ao de 2021, que já havia sido o pior
ano de toda a série. É urgente, portanto, recompor o orçamento do MEC, considerando
as prioridades do novo governo e as principais emergências orçamentárias identificadas.
Um ponto que merece destaque é que, nos últimos anos, o MEC implementou diversas ações educacionais alinhadas a uma pauta atrasada e com uma visão divergente
das políticas que, comprovadamente, asseguram uma educação pública de qualidade
a todas e todos. As normas educacionais mais recentes refletem esse movimento de
ideologização, precarização e constrangimento da educação pública.
Além da necessidade de revogação de normas em desconformidade com um projeto
de educação pública, gratuita, laica e democrática – sem gerar insegurança jurídica e
desorganização das redes de ensino –, é indispensável recuperar a capacidade operacional em áreas críticas para a execução das políticas, seja no FNDE, no MEC ou em
outras autarquias, a exemplo das áreas de licitação, empenho, contratos, pagamento
e tecnologia da informação, sob risco de comprometer ações de grande relevância,
como o ENEM e o SISU, alem da dificuldade de recursos para o pagamento de bolsas
como evidencia o caso da CAPES.
SAÚDE
A primeira constatação na área de saúde é que o País ainda convive com uma grave
crise sanitária. Além das quase 700 mil mortes pela COVID-19, a pandemia exacerbou
o quadro de deterioração da saúde, na contramão de melhorias substantivas que estavam em curso no país, com base na Constituição de 1998, a qual definiu a saúde como
direito universal e possibilitou a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) para
a sua efetivação.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
17
Desde 2016, observa-se a piora generalizada em indicadores de saúde, tais como: 1) redução da taxa de coberturas vacinais, com alto risco de reintrodução de doenças como
a poliomielite; 2) queda acentuada de consultas, cirurgias, procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados pelo SUS, na atenção básica, especializada e hospitalar,
atrasando o início do tratamento de doenças crônicas, tais como cânceres e doenças
cardiovasculares, entre outras; 3) retorno de internações por desnutrição infantil provocadas pela fome; 4) estagnação na trajetória de queda da mortalidade infantil; e 5)
aumento de mortes maternas.
O grave quadro sanitário brasileiro decorre de um conjunto de retrocessos institucionais, orçamentários e normativos que levaram ao desmonte das políticas de
saúde e que afetaram o funcionamento de diversas áreas do SUS. A degradação da
autoridade sanitária nacional e do papel de coordenação e articulação do Ministério
da Saúde (MS) foram fatores chave na desestruturação de políticas e programas até
então bem-sucedidos, como o Programa Nacional de Imunizações (PNI), Mais Médicos, Farmácia Popular, IST-Aids e Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra. Também foram seriamente afetados os serviços que compõem as redes assistenciais do SUS: Atenção Básica, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Urgência, Pessoa
com deficiência, entre outros.
De 2018 a 2022, estima-se que as perdas do SUS, em decorrência da EC 95/2016, chegaram a quase R$ 60 bilhões, descontando-se os gastos autorizados por Medida Provisória relacionados à COVID-19. Além disso, para 2023, a saúde sofreu o impacto da desorganização provocada pela proposta de orçamento do governo, com consequências
deletérias para programas como o Farmácia Popular, o Mais Médicos/ Médicos pelo
Brasil, o Saúde Indígena, entre outros. Também é altíssimo o risco de colapso de serviços essenciais por falta de financiamento federal e por comprometimento da compra
de insumos essenciais, incluindo vacinas e medicamentos em geral.
Diante desse quadro crítico, é urgente recuperar o orçamento da área de saúde, bem
como estabelecer medidas de resgate da autoridade sanitária e da capacidade técnica
do MS para a coordenação nacional, tripartite e participativa da gestão do SUS. Isso é
essencial para que as demais prioridades da área possam ser efetivadas, como o resgate
das altas coberturas vacinais por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI); o
fortalecimento da capacidade de resposta à COVID-19 e outras Emergências de Saúde
Pública; e o enfrentamento das filas na atenção especializada.
Nesse sentido, é premente um esforço concentrado nacional para reduzir as filas de
espera para diagnósticos e tratamentos de doenças cardiovasculares, cânceres, cirurgias de baixa e média complexidade, todas muito afetadas pela pandemia. Esse esforço deve estar articulado a ações estruturantes para a reorganização da Atenção Básica
resolutiva e integrada nas diferentes regiões do País. Também é importante conferir
prioridade à recuperação das áreas de Saúde Mental, da Mulher, da Criança e do Adolescente, da população indígena, bem como a adoção de uma diretriz antirracista na
política nacional de saúde no Brasil.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
18
O mesmo olhar deve recair sobre alguns programas bem-sucedidos, que foram desmantelados nos últimos anos. É o caso da recuperação do Farmácia Popular, como parte da Assistência Farmacêutica do SUS; da retomada do estímulo ao desenvolvimento
do Complexo Econômico e Industrial da Saúde; e da transformação digital do SUS. Da
mesma maneira, é urgente a verificação das condições de suporte, insumos e contratos em geral, seriamente comprometidas sob o governo Bolsonaro. Estas medidas são
fundamentais para a retomada do desenvolvimento do sistema de saúde brasileiro –
público, universal, integral e gratuito.
Com relação aos colegiados de participação social, que foram desarticulados e desacreditados, impõe-se o resgate do compromisso com o fortalecimento do Conselho Nacional de Saúde (CNS), indispensável ao controle social e à gestão participativa no SUS;
a retomada das conferências nacionais de saúde; e a recriação de diversas instâncias de
participação social, como o Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS)
e a Comissão Nacional dos Determinantes Sociais da Saúde.
TRABALHO
A situação atual da área de trabalho e emprego reflete o descaso e a ação deliberada do
governo Bolsonaro em subordinar a sua atuação à agenda ultraliberal da área econômica,
aprofundar o processo de flexibilização da proteção ao trabalho, desmontar e combater a
organização sindical, e coibir as práticas de negociação tripartite e diálogo social.
Mesmo com a recriação, em 2021, do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), não
se alterou o caráter secundário e subordinado conferido às questões trabalhistas. Além
da estrutura precária do MTP, alguns instrumentos de gestão continuam nas mãos do
Ministério da Economia, do qual o MTP depende para contratos administrativos e até
mesmo para a gestão de pessoas.
Alterar esse quadro de degradação institucional é indispensável para que as políticas de
trabalho voltem a ter centralidade no processo de desenvolvimento do País. Isso passa
pela reestruturação da área como unidade institucional autônoma, bem como pelo
restabelecimento da parceria com Estados e Municípios e a reorganização de estruturas descentralizadas que compõem o sistema público de trabalho, emprego e renda,
sucateadas nos últimos anos.
Da mesma forma, o orçamento destinado às políticas na área do trabalho foi continuamente reduzido na gestão Bolsonaro, chegando a irrisórios R$ 397 milhões, em 2022.
Ao mesmo tempo, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que tem registrado seguidos superávits, deixou de cumprir a sua finalidade constitucional no financiamento
das políticas de trabalho. Outra importante fonte de recursos, o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviços (FGTS), foi também enfraquecida e descapitalizada.
Todas as políticas ativas de emprego estão fragilizadas em decorrência do contínuo
subfinanciamento a que foram submetidas, nos últimos quatro anos. O sistema público
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
19
de intermediação de mão de obra está sucateado, com limitada capacidade de apoiar a
recolocação de trabalhadores, e a mudança no sistema de repasse de recursos para os
estados, por meio do modelo fundo a fundo, ainda não se completou.
Na área de qualificação social e profissional, o quadro é de ausência completa de política. O Pronatec foi abandonado e o Programa Novos Caminhos não saiu do papel, ou
se limitou a ações pontuais e discutíveis, como o Caminho Digital. Registrou-se ainda
a paralisia da política de aprendizagem profissional, fundamental para a prevenção e
erradicação do trabalho infantil e para a inserção profissional de jovens, praticamente
zerando as oportunidades nesse âmbito.
O governo Bolsonaro também não poupou a inspeção do trabalho. Houve perda de
autonomia normativa, técnica, financeira e de gestão nos últimos quatro anos. Quase
metade do quadro de auditores fiscais do trabalho autorizados em lei estão vagos. E o
orçamento destinado às funções de fiscalização é insuficiente para a manutenção das
unidades regionais, responsáveis pelas ações de fiscalização.
A reversão deste quadro é necessária para assegurar o enfrentamento aos descumprimentos da legislação trabalhista, a garantia de direitos de saúde e segurança no trabalho, o cumprimento das cotas de aprendizes e de pessoas com deficiência, o combate
às fraudes e a todas as formas de discriminação no emprego e na ocupação, bem como
o fortalecimento das políticas de prevenção e erradicação do trabalho infantil e do trabalho escravo que eram, até recentemente, referência mundial.
Entusiasta da reforma trabalhista de 2017, o governo Bolsonaro avançou ainda mais
na desmonte da legislação do trabalho, utilizando todos os instrumentos normativos à
sua disposição para flexibilizar a regulação laboral e enfraquecer as entidades sindicais.
Frente ao aumento do trabalho por meio de plataformas digitais, não houve qualquer
iniciativa para proporcionar um mínimo de proteção trabalhista e previdenciária. Também foi abandonada a política de valorização do salário mínimo, instrumento fundamental para a elevação da renda do trabalho, a redução das desigualdades e a dinamização da economia.
Outros problemas recorrentes foram a perseguição a lideranças sindicais e a asfixia financeira de suas entidades, prevalecendo uma política antissindical, o esvaziamento
de fóruns tripartites e a recusa ao diálogo social. Além disso, o Brasil assumiu posições
regressivas em matéria trabalhista na área internacional, abandonou o diálogo sobre
trabalho no âmbito da cooperação Sul-Sul e se juntou a países que buscam enfraquecer a OIT e seus mecanismos de regulação.
PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social e a Seguridade Social são um dos mais importantes mecanismos
de proteção e desenvolvimento social do País. Os benefícios monetários do Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) sustentam, direta ou indiretamente, mais de 90 mi-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
20
lhões de brasileiros e a Seguridade é fonte de renda para cerca de 140 milhões de cidadãos. Atualmente, 78% dos idosos têm nos benefícios previdenciários e no Benefício
de Prestação Continuada (BPC) uma de suas principais fontes de rendimento familiar.
Os avanços sociais expressos na Constituição de 1988 proporcionaram a inclusão dos
idosos rurais e urbanos, o combate ao êxodo rural, o apoio à agricultura familiar, a promoção da economia regional, especialmente por seu papel redistributivo nos municípios mais pobres. Reduziram também a desigualdade de renda e a situação de pobreza
dos mais velhos. As medidas adotadas pelo Governo Federal, a partir de 2016, ameaçam essas conquistas e colocam o novo governo diante do desafio de reconstruir a
Seguridade Social e a Previdência Social.
Um dos principais desafios neste âmbito consiste no enfrentamento da dramática
exclusão do RGPS, que se ampliou nos últimos anos. Isso requer crescimento econômico e geração de emprego com carteira assinada. Também é necessária a revisão
dos marcos regressivos das reformas trabalhista e previdenciária, que criaram regras
de acesso ao Regime Geral equivalentes ou mesmo superiores às praticadas por
países desenvolvidos e que desconsideram a dramática realidade do mercado de
trabalho brasileiro.
Nesse sentido, merecem especial atenção as questões relativas à inclusão previdenciária dos cerca de 50% dos trabalhadores que não participaram do mercado formal
de trabalho durante a maior parte ou de toda a sua vida laboral; que não conseguem
integralizar as carências contributivas mínimas para a aposentadoria; e que não se enquadram nas exigências para o acesso ao BPC. Outro ponto importante diz respeito
à atenção às vítimas da COVID-19 e suas famílias, que sofreram perda de renda em
decorrência da pandemia.
O enfrentamento adequado destes desafios remete a outro problema: a desestruturação institucional do setor, iniciada em 2016, que sob o governo Bolsonaro culminou na
extinção do Ministério da Previdência e a transferência de suas atribuições para a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia. O Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) foi transferido para o extinto Ministério do Desenvolvimento Social, e, depois,
para o Ministério da Economia e o Ministério do Trabalho e Previdência. A Dataprev e a
perícia médica continuaram vinculadas ao Ministério da Economia.
Assistiu-se também a uma política que se traduziu no represamento de direitos
para a redução forçada de gastos, com graves consequências administrativas e
sociais. Os casos mais paradigmáticos foram: a redução do quadro de servidores
do INSS; o fechamento de agências físicas; a desatualização cadastral que limita a
concessão automática de direitos; a precariedade do serviço de teleatendimento;
a migração do atendimento presencial para canais remotos; as dificuldades com o
uso dos canais online; as limitações técnicas do canal digital; e o uso de automatização na concessão de benefícios com base em protocolos imprecisos, levando a
indeferimentos desnecessários.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) também sofreram mudanças em decorrência da última reforma previdenciária, a qual trouxe o risco de financeirização dos
planos de benefícios e menor proteção previdenciária, com prejuízos aos servidores
públicos. O novo governo terá que reorganizar as regras de funcionamento desse segmento, em sintonia com as melhorias introduzidas nos regimes próprios no período de
2003 a 2015. Também é necessária a melhoria na gestão do RPPS, com a implantação
de um Sistema Integrado de Dados e do eSocial, o tratamento mais adequado da Compensação Previdenciária (COMPREV), além de outras medidas de natureza tributária,
sobre normas gerais aplicáveis a todos os entes federados e acerca do Regime de Previdência Complementar do setor público – Funpresp.
Nos últimos anos, houve ainda a tentativa de sucateamento das Entidades Fechadas
de Previdência Complementar, com ataques sistemáticos à imagem e à credibilidade
do sistema e de seus dirigentes, e o favorecimento dos bancos e seguradoras. Tiveram
lugar diversas resoluções do Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC),
para flexibilizar os direitos dos participantes, facilitar a retirada de patrocínio, alterar benefícios e critérios de reajuste de assistidos por esses planos, instituir planos com baixo
nível de contribuição e benefícios reduzidos, dentre outras medidas que punem os
participantes e assistidos em vez de proteger seus direitos, como é dever do Estado.
Em suma, é extensa a lista de questões e demandas que deverão exigir máxima atenção
do ponto de vista legislativo, orçamentário e de garantia de direitos aos cidadãos, tanto
no âmbito do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), como também dos Regimes
Próprios de Previdência Social (RPPS) e do Regime de Previdência Complementar (RPC).
CIDADES
O Ministério das Cidades foi essencial para a formulação da nova Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano e a implementação do Estatuto das Cidades. De 2003 a 2016,
o governo investiu R$ 715 bilhões nas políticas urbanas (média de R$ 50 bilhões por
ano), com destaque para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que contratou
4,2 milhões de moradias até 2016, sendo 1,6 milhão para famílias de baixíssima renda.
A partir de 2016, o investimento na área foi drasticamente reduzido, tendência que se
aprofundou sob o governo Bolsonaro, quando foram extintos o Ministério das Cidades
e o Conselho das Cidades. No PLOA de 2023, registra-se uma redução de recursos para
o setor urbano da ordem de 90% em relação a 2022, o que deverá provocar a paralisação de obras em andamento com recursos do Orçamento Geral da União.
O MCMV foi transformado no programa Casa Verde Amarela, que zerou as contratações para a baixa renda, afetando sobretudo a população mais carente e vulnerável
em termos habitacionais. O corte de recursos destinados à produção habitacional e às
obras de infraestrutura urbana, além dos prejuízos às famílias e às cidades, representa
uma perda de oportunidade para a promoção do crescimento econômico. O recurso
público aplicado no setor contribui para um ciclo virtuoso, que aumenta a arrecadação
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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tributária, gera emprego e renda e movimenta a cadeia da construção civil e outros
setores da economia. Os programas de habitação têm potencial de gerar 1,5 milhão de
empregos anuais, considerando a média do MCMV, observada no período 2009-2022,
além de responder às necessidades habitacionais da população de baixa renda.
Na habitação, os reflexos do desmonte são percebidos no aumento em mais de 32 mil
pessoas em situação de rua, somente nos últimos dois anos, totalizando mais de 178
mil pessoas; nas mais de 1 milhão de pessoas despejadas ou ameaçadas de despejo,
durante a pandemia; no déficit habitacional de 5,9 milhões de domicílios; e nos mais de
5,1 milhões de domicílios em aglomerados subnormais (IBGE 2019).
Na área de mobilidade urbana, foi interrompida a expansão dos sistemas de média
e alta capacidades de transporte público. Há uma crise de demanda e esgotamento
do atual modelo de remuneração dos serviços pela tarifa, com sucessivos aumentos
das tarifas e perda da capacidade de pagamento dos usuários. Esse cenário foi agravado pela pandemia: o déficit estimado entre a receita e os custos operacionais dos
prestadores, no período de março/20 a junho/21, correspondeu a R$ 16,7 bilhões, nos
sistemas ônibus, e R$ 12,5 bilhões, nos sistemas sobre trilhos (ANTP). Assim, houve a
deterioração das condições de mobilidade urbana nas cidades, com o sucateamento
das infraestruturas de transporte urbano.
A gestão de riscos e prevenção a desastres climáticos também foi desarticulada, mesmo diante de um cenário de aumento de eventos climáticos extremos. Houve ainda
uma redução de 99,5% na previsão orçamentária para saneamento, em 2023, o que
deve afetar obras em andamento, o início de obras aprovadas e/ou licitadas pela CAIXA,
e a retomada de obras paralisadas nos últimos anos.
Diante do claro desmonte das políticas públicas até então conduzidas pelo Ministério
das Cidades, o novo governo se vê diante da necessidade de redesenhar e retomar os
programas considerados necessários à reconstrução da política habitacional do País,
tendo como diretriz a redução das desigualdades urbanas e a promoção da transição
ecológica nas cidades.
CULTURA
A área da cultura foi um dos principais alvos do desmonte promovido pelo governo
Bolsonaro, com impactos negativos sobre o orçamento destinado à pasta, as estruturas públicas de gestão da cultura, o acesso e o exercício dos direitos culturais, e as
atividades artísticas e dos trabalhadores da cultura. O governo Bolsonaro amplificou o
discurso de criminalização das artes e da cultura, com impactos agudos sobre artistas,
trabalhadoras e trabalhadores do setor cultural.
O governo Bolsonaro promoveu o maior retrocesso dos últimos 20 anos na execução
do orçamento destinado à cultura. A partir da extinção do Ministério da Cultura (MinC),
em 2019, o governo federal reduziu em quase metade a execução orçamentária da
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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área cultural, que já era declinante. Desde 2016, houve uma perda de 85% no orçamento da administração direta e de 38% no da administração indireta. O Fundo Nacional
de Cultura (FNC), principal mecanismo de financiamento governamental do setor, teve
seu orçamento reduzido em 91%. O corte foi tão acentuado que a maior parte do que
restou foi canalizada para manutenção, tornando inviável qualquer atividade finalística.
As estruturas públicas de gestão da cultura também foram destruídas ou desmontadas.
O MinC deixou de existir em 2019, passando a ser uma Secretaria Especial vinculada,
primeiro, ao Ministério da Cidadania e, depois, ao Ministério do Turismo. Ao mesmo
tempo, a estrutura de cargos exclusiva da cultura foi absorvida por outras áreas governamentais e se reduziu para pouco mais de um terço da que existia em 2016.
Além da drástica redução de tamanho, a Secretaria virou as costas para a área cultural,
cancelando editais, extinguindo políticas, descontinuando projetos, reduzindo sistematicamente o seu orçamento, perseguindo servidoras/es, sucateando instituições e
publicando atos normativos autoritários que violam direitos e a diversidade cultural. O
Sistema Nacional de Cultura foi negligenciado, tendo sido parcialmente desmantelado.
Como consequência do desmonte das políticas culturais, quadro agravado pela pandemia de COVID-19, a economia criativa e da cultura foi duramente impactada, provocando desemprego, fechamento de empreendimentos, precarização e vulnerabilização de trabalhadores e trabalhadoras do setor. A perda do setor cultural estimada para
o biênio 2020-2021 foi de R$ 69 bilhões.
As estimativas de participação do setor cultural na economia brasileira, em 2019, variavam de 1,2% a 2,7% do PIB, sendo que o conjunto de ocupados no setor cultural
representava 5,8% do total (5,5 milhões de pessoas), atuando em mais de 300 mil empresas. Com a pandemia, o faturamento do setor se aproximou de zero, já que as únicas
atividades que continuaram faturando foram as relacionadas a serviços digitais, como
streaming de vídeo e música.
Enquanto outros governos lançavam pacotes de auxílio aos seus setores culturais,
quem assumiu essa tarefa no Brasil foi a oposição, com a Lei Aldir Blanc. Somente
ao final de 2022, o setor deverá retomar o patamar de geração de riqueza de 2019.
Mesmo assim, o cenário ainda é incerto, dada a omissão e inoperância do governo
Bolsonaro na área.
Com relação à participação social, o diagnóstico da área cultural reforça a tendência
geral de restrição e redução da participação de setores da sociedade nas políticas públicas. Dos 25 colegiados associados às políticas culturais, 10 foram extintos; 3 estão paralisados ou aguardando composição; 1 está ativo, mas com problemas na formalização
e na composição; e apenas 11 (41%) estão em funcionamento.
Enfim, é inegável o papel que a Cultura deverá ter durante o novo governo, seja como
área fundamental de apoio e estímulo à diversidade de manifestações culturais do
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
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povo brasileiro; seja como meio para propiciar o mais amplo acesso aos bens e serviços
culturais; seja, enfim, como instrumento indispensável ao fomento da produção cultural e à promoção de uma economia da cultura, como parte da estratégia de retomada
de desenvolvimento sustentável do País.
ESPORTE
O governo Bolsonaro interrompeu uma longa trajetória de valorização das políticas públicas para o esporte no País. Desde 2003, o setor vinha experimentando a ampliação
de recursos e da capacidade de organização e execução de políticas públicas, além de
ter ganhado maior relevância no debate público, principalmente com a realização dos
dois maiores eventos esportivos do mundo no País, a Copa do Mundo, em 2014, e as
Olimpíadas, em 2016.
A extinção do Ministério do Esporte, que se tornou uma Secretaria Especial e foi absorvida pelo Ministério da Cidadania, levou ao rebaixamento da pauta do esporte, à
redução de seu orçamento e à perda de relevância no âmbito do governo federal. O
orçamento do esporte caiu de R$ 3,4 bilhões em 2016 para R$ 890 milhões em 2022. A
PLOA 2023 prevê apenas R$ 193 milhões para o esporte.
Políticas e programas voltados para a prática desportiva foram descontinuados ou perderam importância. É o caso do Programa Segundo Tempo e do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT). A
carência de infraestrutura esportiva nos municípios é um diagnóstico conhecido, que
motivou a inclusão do esporte nos programas de investimento dos governos Lula e
Dilma. Essa política de investimento em infraestrutura esportiva também foi paralisada.
Da mesma forma, a Secretaria passou ao largo do crescente debate acerca dos atos
discriminatórios ocorridos em atividades desportivas.
Sem uma visão estratégica clara para o setor, a Secretaria do Esporte realizou ações fragmentadas e isoladas, sem capacidade de incluir a agenda do esporte nas prioridades do
País, em que pese o potencial econômico do setor e o papel que o esporte pode desempenhar na educação, saúde, inclusão social e bem-estar físico e mental das pessoas.
O diagnóstico da área sinaliza para a necessidade de reinserir o fomento ao esporte
na agenda nacional, com a recuperação ou redesenho de programas que já demonstraram a sua relevância para o esporte brasileiro, e, especialmente, com a ampliação
e democratização da prática esportiva, sobretudo no ambiente escolar, promovendo
assim uma cultura de paz.
DIREITOS HUMANOS
No período de 2019 a 2022, o revisionismo do significado histórico e civilizatório dos direitos humanos, a restrição à participação social e a baixa execução orçamentária foram
a tônica da gestão da política de direitos humanos. O Ministério da Mulher, da Família e
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dos Direitos Humanos (MMFDH) pautou a sua atuação na negligência de populações
vulnerabilizadas, na negação da existência de graves violações a direitos, e no desmonte de políticas públicas arduamente conquistadas, até 2015.
O MMFDH foi instrumentalizado para o cumprimento da tarefa de subverter o significado histórico dos direitos humanos, por meio do uso deturpado de estruturas e recursos
públicos; da celebração de parcerias com entidades estranhas a agenda do Ministério;
e do comprometimento de áreas já consolidadas de enfrentamento a violações de direitos humanos.
A condução do Disque 100 é exemplo desse desmonte. Além de ter sido fragilizado
pela péssima gestão contratual, o Disque 100 foi aparelhado para assediar a educadores e a estabelecimentos comerciais que exigiam certificado vacinal contra COVID-19,
atendendo denúncias de sujeitos identificados com a chamada “escola sem partido” e
com o negacionismo da crise sanitária recente. Toda a rede de proteção, antes acionada
para dar resposta a denúncias de violações, foi desarticulada. Os dados do Disque 100,
que são fonte de informações para o desenvolvimento de políticas públicas, deixaram
de ser divulgados.
As estruturas de participação social foram o alvo preferencial do desmonte ou desconfiguração de políticas públicas no governo Bolsonaro. Na pasta dos direitos humanos,
foram desarticulados ao menos 14 colegiados com participação social efetiva, sendo
12 alterados, com o objetivo de precarizar ou desconfigurar a participação da sociedade, e dois simplesmente extintos por revogação normativa sumária.
O orçamento dedicado às políticas de direitos humanos reforçam o cenário de desprezo pelo setor. A despesa discricionária em 2022 chegou ao valor de R$ 238 milhões,
aproximadamente um terço da LOA 2015. A PLOA 2023 replica o estado de penúria do
orçamento, elevando o desmonte das políticas da área a um patamar crítico.
Além dos cortes, houve baixa execução orçamentária. Até o início de dezembro de 2022,
apenas 40% do orçamento da área havia sido empenhado e cerca de 21% haviam sido
executados. O cenário orçamentário-financeiro da pasta indica a inviabilidade da política
de direitos humanos, caso não haja recomposição orçamentária a partir de 2023.
Essas três principais dimensões do desmonte – o revisionismo do significado histórico
dos direitos humanos, as restrições à participação social e a precarização orçamentária
-, culminaram na descontinuidade de políticas públicas importantes para a promoção
e defesa de direitos humanos, como foi o caso do “Plano Viver Sem Limite” e das políticas para a população LGBTQIA+ e para a população em situação de rua.
MULHERES
A dimensão do desmonte provocado pelo governo Bolsonaro nas políticas para as mulheres é a expressão de um projeto político de invisibilização e sujeição da mulher. Tal
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projeto começa na esfera simbólica, mas tem consequências concretas na desorganização e no esvaziamento das políticas públicas, na desidratação do orçamento, na desestruturação institucional e, consequentemente, na perda de direitos e até da própria
vida das brasileiras.
No primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando
cerca de 700 casos no período. Em 2021, mais de 66 mil mulheres foram vítimas de
estupro; mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência doméstica. Os dados são do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Embora
todas as mulheres estejam expostas a essas violências, fica evidente o racismo: as
mulheres negras são 67% das vítimas de feminicídios e 89% das vítimas de violência sexual.
Essas tragédias ocorrem no mesmo compasso do desmonte das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. No caso do programa “Mulher Viver Sem Violência”,
os principais eixos que garantiam a capacidade de execução foram retirados da legislação, desobrigando o Estado de cumpri-los. O orçamento do programa foi desidratado
em 90% e a construção de Casas da Mulher Brasileira foi paralisada.
O Disque 180 foi desmantelado. Esse serviço foi transferido para a Ouvidoria de Direitos
Humanos e, com isso, seu papel de orientação, informação, denúncia e gestão de informação da rede de atendimento no País ficou restrito apenas a denúncias. O orçamento
para esse serviço, em 2023, é de apenas R$ 6 milhões, o que implica a paralisação do
Disque-180 já nos primeiros meses do novo governo.
No governo Bolsonaro, o feminicídio foi gravemente intensificado pela flexibilização
da posse e do porte do uso de armas. De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no País, segundo dados da Polícia Federal. Deste
total, mais de 96% estão em nome de homens e 4% em nome de mulheres. Segundo
o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando consideramos que mais da metade
dos casos de violência contra as mulheres são cometidos por companheiros, ex-companheiros, pais ou padrastos e dentro de casa, podemos dizer que isso eleva tanto o
grau de escala de opressão, silenciamento e repressão sobre as mulheres, como o grau
de letalidade dos homens sobre elas.
Os recursos direcionados para financiar as políticas públicas da Secretaria de Políticas
para as Mulheres, de 2015 a 2022, demonstram a dinâmica orçamentária perversa iniciada em 2016, com fortes cortes no orçamento da pasta. O PLOA 2023 traz uma redução de 90% no orçamento da área quando comparado ao orçamento de 2015.
O cenário trágico de desmantelamento das políticas para as mulheres também foi intensificado pela gestão irresponsável da pandemia de COVID-19. Para as trabalhadoras
domésticas, a pandemia representou o aumento do risco à própria saúde, a queda na
renda e a perda de direitos. Elas foram as primeiras a serem infectadas e as mais impactadas pela COVID-19.
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A formalização dos vínculos laborais dessa categoria começou a declinar após 2016, tendência agravada na pandemia. Mesmo diante do aumento da fome, da perda de renda e
direitos, o MMFDH não viabilizou ação alguma para incentivar e implementar a PEC das
trabalhadoras domésticas, deixando-as ainda mais desprotegidas e vulneráveis.
A fome e a insegurança alimentar também afetam desproporcionalmente mulheres,
negras e negros: um em cada cinco lares chefiados por mulheres não tem o que comer
no dia a dia. Nos domicílios em que a responsável é negra ou negro, a fome aumentou
de 10,4% para 18%. A fome em famílias com crianças quase dobrou.
Para além do aumento do desemprego generalizado, a taxa de desalento entre as mulheres é mais que o dobro do que entre os homens. A sobrecarga doméstica, as tarefas
de cuidado e a falta de oferta de serviços públicos como creche prejudicam o retorno
da mulher ao mercado de trabalho.
Ou seja, mesmo diante de um contexto de retomada econômica, se não houver
políticas efetivas com recortes de gênero e raça, elas são as últimas a serem incorporadas – principalmente em postos mais precários, desvalorizados e informais.
IGUALDADE RACIAL
As políticas de promoção da igualdade racial sofreram severos retrocessos durante o
governo Bolsonaro: estrangulamento orçamentário; desmonte de estruturas executivas e colegiadas relativas à temática; descumprimento de dispositivos legais; descontinuidade de programas; ausência de monitoramento das ações; e desarticulação de
agendas intersetoriais.
Com relação ao orçamento, houve uma drástica redução de 93% desde 2015, o que reflete um processo mais amplo de esvaziamento orçamentário das políticas de promoção da igualdade racial no conjunto das ações relacionadas à temática, em diferentes
órgãos e entes da Administração Pública Federal. Entre os principais cortes, destacam-
-se a redução no programa de regularização fundiária de territórios quilombolas pelo
INCRA, o estrangulamento das ações finalísticas da Fundação Cultural Palmares e as
previsões irrisórias para a implantação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial – SINAPIR.
O desmonte orçamentário é também político. A antiga Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) foi rebaixada para a condição de secretaria nacional
dentro do MMFDH, com o consequente enfraquecimento das estruturas institucionais
dedicadas à gestão do setor.
Em um balanço geral acerca do percurso dos programas e ações em curso nos últimos
anos, avalia-se que dos 18 programas/ações que compunham o repertório prioritário
da SEPPIR, em 2015, seis foram descontinuados, cinco desmantelados, seis enfraquecidos e um deles não passou por qualquer aprimoramento.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
28
Entre os principais desmontes constatados, destacam-se:
| ausência de monitoramento da Lei de Cotas do Ensino Superior (12.711/2012)
e da Lei de Cotas de Ingresso para o Serviço Público (12.990/2014);
| ausência de acompanhamento, monitoramento e avaliação da Lei sobre o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena (10.639/03 –
11.645/08);
| desarticulação do esforço intersetorial da Agenda Social Quilombola e enfraquecimento das ações componentes da Agenda, resumindo-se o Programa
Brasil Quilombola a ações pontuais e assistencialistas, em descumprimento
inclusive das determinações judiciais da ADPF 742 (Quilombolas e
pandemia);
| paralisação dos esforços de regularização fundiária de territórios quilombolas, com falta de recursos, falta de pessoal e paralisia decisória no INCRA;
| descontinuidade de ações fundamentais para enfrentamento à violência
letal contra a juventude negra;
| enfraquecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra;
| desmantelamento dos esforços de articulação intersetorial das agendas
para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Terreiros e dos
Povos Ciganos;
| tentativa de destruição da Fundação Cultural Palmares por meio de medidas administrativas e manobras discursivas que visavam a ruptura do órgão
com sua própria missão institucional.
JUVENTUDE
Com relação à política nacional para a juventude, o governo Bolsonaro representou o
desmonte e o enfraquecimento de sua capacidade de articulação com as demais políticas públicas e de diálogo com a sociedade civil.
O setor perdeu orçamento de maneira crítica e sistemática desde 2016, o que se agravou durante o governo Bolsonaro. O pico de investimentos na área aconteceu no período de 2005 a 2014. Desde então, a área sofreu sucessivos cortes orçamentários. Isso
acarretou a desarticulação, a descontinuidade e o desmonte de políticas, programas e
iniciativas importantes destinadas à população jovem.
Chama atenção o fato de que o Plano Plurianual (PPA) atual não contém um Programa e Ação Orçamentária específicos para a juventude. A questão fica ainda mais
evidente ao se analisar a execução orçamentária, em que se observa um padrão
decrescente, tendo havido queda de quase 95% na execução orçamentária ao final
dos últimos quatro anos.
A Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), atualmente incorporada pelo Ministério da
Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), conta com uma estrutura organizacional
precária, com baixa capacidade de articulação política, de diálogo com setores organi-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
29
zados e de execução de políticas públicas. Ela tem exercido um papel lateral e desvinculado de quaisquer objetivos estratégicos. Comparado ao papel político desempenhado pela SNJ em períodos anteriores, percebe-se uma diminuição drástica em sua
relevância na estrutura da Administração Federal.
Muitos programas voltados para a juventude foram esvaziados e desarticulados, a partir
de 2016, com especial ênfase no governo Bolsonaro. É o caso do Estação da Juventude, que foi sendo paulatinamente diminuído e desfigurado. Também é o caso do
Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural,
descontinuado em 2017, apesar de seus resultados positivos. Programas de outros setores, voltados para a juventude, também sofreram revezes, como é o caso do Projovem Urbano, atrelado ao Ministério da Educação, que perdeu estrutura e orçamento
nos últimos quatro anos.
POVOS INDÍGENAS
Os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados e ignorados na história recente do
Brasil como no governo Bolsonaro. Os cortes orçamentários; o desmonte das estruturas administrativas; a completa paralisação dos processos demarcatórios, somados ao
aumento das invasões de terras e territórios indígenas; além da ausência de ações de
prevenção e enfrentamento durante a crise sanitária da COVID-19, representam um
desmonte sem precedentes na política indigenista brasileira.
A invasão das terras e territórios indígenas se acentuou exponencialmente nesse
período, em razão de políticas de incentivo à grilagem e à exploração ilícita e indevida de recursos naturais por garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, pescadores, caçadores ilegais e narcotraficantes. Isso produziu um aumento expressivo de conflitos e
violências contra os povos indígenas. Ameaças e mortes de lideranças e defensores
indígenas (e não indígenas) têm sido crescentes em razão da impunidade, como
mostrou o caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom
Phillips, na região do Vale do Javari, que chocou o país e provocou grande e compreensível comoção internacional.
Outra consequência dessa política devastadora é a grave situação de calamidade que
vem se perpetuando na Terra Indígena Yanomami, onde vivem, em 371 comunidades,
mais de 28,1 mil indígenas, incluindo povos indígenas isolados. Configura-se, ali, uma
situação de emergência humanitária, com violências sistemáticas, mortes de crianças e
mulheres, destruição ambiental e adoecimento. O garimpo ilegal avançou 46% nessa
região, em 2021.
A criminosa omissão do Estado na fiscalização das terras indígenas afetou os povos originários em todas as regiões. Ao paralisar completamente as demarcações, o
governo Bolsonaro agravou o contexto de insegurança e as violações de cerca de
40% da população indígena, que vive em pouco mais de 1% do total da superfície
demarcada atualmente no Brasil. Além de expor povos indígenas a situações de vio-
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
30
lência e racismo, esse cenário contribui para a aceleração da destruição ambiental e
a degradação dos biomas.
Durante o governo de Bolsonaro, o Brasil registrou as maiores taxas de desmatamento
na Amazônia, desde 2006. Em contrapartida, as terras indígenas continuam apresentando os menores índices de desmatamento na Amazônia Legal, com taxas que representam apenas 1% do total desmatado na região.
Soma-se a isso o fato de que as terras indígenas são áreas protegidas que abrigam
a maior parte da biodiversidade do planeta, e que as populações que nelas habitam
detêm o conhecimento milenar e ancestral sobre formas de manejo e relacionamento
com o universo não-humano. Por isso, a paralisação das demarcações e demais ações
de proteção das terras indígenas não só compromete seriamente a vida dos povos
indígenas, em especial a dos isolados, mas também coloca em risco a sua própria subsistência na Terra.
Esse cenário devastador foi acompanhado e intensificado pela desorganização e desmonte das estruturas administrativas relacionadas às políticas públicas indigenistas.
Nos últimos cinco anos, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) foi desmantelada e sofreu drástica redução orçamentária. Nota-se que apenas 30% do orçamento do órgão
financiou atividades finalísticas. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023,
apresentado ao Congresso Nacional, o orçamento da Funai sofreu corte de R$ 34 milhões. Para 2023, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) conta com a previsão
do menor orçamento do órgão desde sua criação, tendo sofrido redução de 59% em
relação ao orçamento de 2022.
A nomeação de profissionais sem experiência nos assuntos indígenas para ocupar cargos na FUNAI, bem como o aparelhamento do órgão por representantes de setores
contrários aos direitos indígenas, contribuíram para a desestruturação total da política
indigenista pública.
Políticas conquistadas ao longo de décadas nas áreas de gestão territorial e ambiental,
saúde, educação, agricultura familiar e cultura foram sucateadas. Povos indígenas que
vivem fora de seus territórios ou em terras não-regularizadas, retomadas ou mesmo em
contexto urbano, foram relegados à invisibilidade e total desassistência.
As instâncias representativas dos povos indígenas foram excluídas dos espaços de participação e controle social de políticas públicas, em razão da extinção ou paralisação
do funcionamento de diversos Conselhos Participativos criados e implementados até
2016, incluindo o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).
A gestão irresponsável da pandemia de COVID-19 levou à morte de mais de mil indígenas, pertencentes a 165 povos, pelo coronavírus. Dentre essas, destaca-se a morte de
anciães e anciões, detentoras/es do conhecimento tradicional de seus povos, impactando na transmissão e continuidade desses saberes e tradições ancestrais.
GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
31
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
E CLIMÁTICA
ECONOMIA
No campo econômico, o legado dos últimos anos foi marcado por baixo crescimento, inflação alta, perda de poder de compra do salário e perda de credibilidade
do arcabouço fiscal, que culminou em uma proposta irrealista de lei orçamentária
para 2023.
O crescimento médio do PIB, no período 2019-2021, foi próximo de 1% ao ano até

  1. Na média, a expectativa é que o governo Bolsonaro termine o seu mandato com
    um crescimento médio próximo a 1,5%, inferior inclusive à média verificada no governo Temer. Para o próximo ano, a expectativa de crescimento do Brasil é de 0,6%,
    enquanto no resto do mundo é de 2,7%.
    A inflação acumulada no Brasil durante o governo Bolsonaro supera 26%, uma das
    maiores do mundo, atrás apenas da inflação da Argentina, Rússia e Turquia. Em dois
    dos quatro anos de governo, o Brasil terá estourado o limite superior da meta de inflação. Mesmo com as custosas desonerações para reduzir o preço dos combustíveis, a
    inflação acumulada em 12 meses é de 5,9%.
    Em parte, o repique inflacionário pode ser explicado pela desvalorização cambial
    verificada no período. No governo Bolsonaro, a taxa de câmbio do real com o dólar
    saiu de R$ 4/ 1 US$ em 2019 para R$ 5,6/ 1 US$ em 2021. Atualmente está próxima
    de R$ 5,3/ 1 US$.
    Na esteira do baixo crescimento e da elevada inflação, o salário mínimo praticamente
    não teve ganho real. O rendimento médio real caiu nos três primeiros anos do governo
    Bolsonaro, saindo de R$ 2.471,00 para R$ 2.265,00, em 2021. O rendimento real per capita de todas as fontes, em 2021, foi de R$ 1.353,00, também o menor da série histórica.
    Em 2019, o salário mínimo comprava 2 cestas básicas, agora compra 1,6.
    Por fim, o atual governo deixa um legado de perda de credibilidade na política fiscal
    e orçamentária. Após alterar por cinco vezes o arcabouço fiscal vigente para permitir
    gastos que totalizam R$ 800 bilhões acima do originalmente previsto pelo teto de
    gastos, o governo Bolsonaro apresentou uma proposta de lei orçamentária irrealista
    para 2023, incapaz de garantir a continuidade das políticas públicas necessárias à
    garantia da cidadania da população. Ao final de 2022, os sinais de escassez de recursos para a manutencao dos servicos públicos essenciais e para o funcionamento
    da máquina pública se fazem visíveis, como nos casos do atraso no pagamento de
    bolsas de estudo, corte de verbas para educação e falta de recursos para emissão de
    novos passaportes.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    32
    INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS
    Ao longo dos últimos anos o País atravessou severo período de desindustrialização e
    ausência de políticas de desenvolvimento de um modo geral, o que implicou um decréscimo persistente da participação da indústria de transformação no PIB nacional.
    Além disso, o desmonte da política nacional de exportações no governo atual também
    impactou fortemente na redução da participação da indústria de transformação no
    total das exportações brasileiras, caindo de 66% em 2016 para cerca de 50% em 2022.
    Esse cenário se agravou com os efeitos da pandemia e da nova geopolítica mundial
    sobre a desindustrialização e foi amplificado pela ausência de políticas industriais e de
    comércio exterior para virar o jogo e transformar uma ameaça em oportunidades para
    o setor produtivo do país.
    A falsa premissa de que os mercados são autorreguláveis, sem a necessidade de ações
    coordenadas dos agentes públicos e privados, levou a equívocos de orientação e condução de políticas que foram danosas ao setor produtivo, deixando-o mais frágil e
    vulnerável à competição. A fragilidade se deu em termos financeiros e tecnológicos,
    resultando em uma grande estagnação da produtividade, especialmente no amplo
    universo de empresas da indústria de transformação.
    Como o sistema industrial moderno é altamente complexo, envolvendo cadeias de
    valor de centenas de atividades de comércio e serviços integrados às atividades industriais propriamente ditas, o efeito contágio de fragilidades financeiras e tecnológicas
    no núcleo da indústria afeta todo sistema produtivo e de inovação. As repercussões
    foram especialmente graves nos segmentos de bens de capital e serviços altamente
    especializados de exportação e geração de conhecimento. Foram afetadas as áreas de
    comércio exterior, de funding e financiamento para investimento – especialmente pela
    descapitalização intencional do BNDES -, de apoio à produção e serviços e de proteção
    sistemática à população mais vulnerável.
    Essas ações (ou falta de outras) dificultaram uma retomada econômica pós-pandemia
    ambientalmente responsável, que propiciasse empregos formais e mais bem remunerados. Dado o tamanho econômico do Brasil, a criação de oportunidades poderia
    ser facilitada pela exploração do potencial de investimentos em infraestrutura e inovação tecnológica por meio de uma ação coordenada entre os setores público-privado,
    principalmente em um cenário internacional que abre novas janelas de oportunidades
    com a propagada Indústria 4.0 e a sustentabilidade.
    Portanto, a recriação do MDIC deve ser a primeira ação concreta do novo governo para
    reverter o quadro no setor produtivo e na inserção externa brasileira, de maneira a impulsionar a inovação tecnológica, o aumento de produtividade e competitividade, e a
    promoção de uma economia verde e limpa, não apenas na indústria, mas também no
    comércio e serviços. A missão precípua de novo MDIC é reindustrializar Brasil e promover uma inserção internacional mais competitiva.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    33
    INFRAESTRUTURA
    Na Infraestrutura Logística, os principais retrocessos a serem revertidos pelo novo governo são a brutal queda do investimento público e a falta de mecanismos de governança dos programas de investimentos estratégicos para o País, nos mesmos moldes
    do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa de Investimentos em
    Logísticas (PIL).
    A queda brutal do investimento e o desmantelamento dos mecanismos de planejamento – somados à implementação de modelos de concessão voltados apenas para
    criar oportunidades de negócios privados, sem dar sustentabilidade aos projetos e reais
    benefícios aos usuários -, fizeram com que a infraestrutura logística perdesse capacidade e se degradasse ao longo dos últimos anos.
    Todos os modais tiveram redução de gastos e precisam de um esforço de recomposição de suas médias históricas de investimentos. Sem isso, é impossível implementar
    um programa de investimento que entregue ao País uma infraestrutura condizente
    com os desafios do desenvolvimento econômico e com geração de milhões de empregos de qualidade.
    O investimento público em transportes atingiu seu pico em 2011, com a autorização
    de R$ 35,8 bilhões do orçamento federal. Em 2023, o montante previsto no orçamento
    é de apenas R$ 6,8 bilhões, míseros 19% do valor autorizado dez anos antes.
    A gestão das rodovias encontra-se em patamar de manutenção, que não repõe o
    desgaste observado, resultando em péssimas condições de tráfego nas vias públicas.
    Também têm sido frequentes as notícias de desabamentos de pontes e deslizamentos, revelando a baixa resiliência climática e estrutural das rodovias. Da mesma forma,
    recursos ínfimos foram aplicados na ampliação da malha rodoviária, com resultados
    medíocres, como a entrega de pontes de madeira e pequenos trechos de duplicação
    ou construção de rodovias.
    Na área de ferrovias, os retrocessos são ainda mais contundentes. As obras públicas no
    setor restringem-se a duas pequenas obras de segurança ferroviária em áreas urbanas
    e apenas alguns segmentos do trecho II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL,
    mesmo assim em ritmo muito lento.
    Na área de portos, os recursos destinados às intervenções necessárias se restringem às
    receitas das próprias empresas, por determinação imposta na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Com isso, apenas as companhias que dispõem de receitas estão autorizadas
    a realizar investimentos, deixando os portos de menor competitividade sem capacidade de realizar intervenções.
    No setor aeroportuário, a maior parte dos aeroportos de médio e grande porte
    estão concedidos ao setor privado, processo iniciado em 2011. Nos últimos anos,
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    34
    porém, o governo perdeu a capacidade de fazer obras de melhoria e ampliação
    dos aeroportos remanescentes.
    O setor aquaviário, por sua vez, não conta com um programa de gestão das hidrovias
    e de instalações portuárias que seja consistente com a necessidade do País, principalmente quando se considera como objetivo estratégico o estabelecimento de uma matriz de transporte ambientalmente sustentável.
    É preciso considerar a possibilidade de reavaliação de modelos de concessão, como o
    critério de julgamento nas licitações de rodovias, o modelo de privatização das autoridades portuárias com exploração dos portos organizados, e a regulamentação das
    autorizações ferroviárias.
    É necessária, ainda, a adoção de medidas para a retomada de obras paralisadas, bem
    como a implementação de novos projetos. De igual maneira, se faz necessário adequar
    as previsões orçamentárias e capacidade de investimento no setor, fator indispensável
    para a recuperação e melhoria da infraestrutura logística do País, o crescimento econômico sustentável e a geração de emprego e renda..
    COMUNICAÇÕES
    A situação atual do Ministério das Comunicações denota a ausência de centralidade
    conferida ao setor, nos últimos anos, apesar de seu papel estruturante das relações políticas, econômicas e sociais contemporâneas.
    No âmbito da radiodifusão, o governo Bolsonaro atuou para reduzir a pluralidade e a
    diversidade nos meios de comunicação. Como exemplo, houve diminuição considerável de editais para radiodifusão educativa e comunitária, além da não conclusão dos
    processos de outorga do Canal da Cidadania.
    Nos últimos quatro anos, assistiu-se ao desmonte do sistema de comunicação pública,
    previsto na Constituição Federal. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi reduzida ao papel de mera produtora de conteúdos governamentais, com a mobilização de
    suas rádios, agência e emissora de TV para essa finalidade. Casos de censura também
    foram denunciados por trabalhadores, evidenciando a instrumentalização política que
    privou a população brasileira do direito de acesso à informação pelos canais públicos
    de comunicação.
    No campo das telecomunicações, as políticas continuaram focadas na expansão da
    infraestrutura, sem a existência de iniciativas que busquem reduzir as desigualdades
    no acesso aos serviços de telecomunicações e garantam o pleno acesso da população
    de menor renda à Internet, com dispositivos adequados e pacotes de serviços menos
    limitados em termos de volume de dados e utilização.
    Além disso, nos últimos quatro anos, não houve qualquer formulação de ações estratégicas sobre as comunicações, apesar da crescente centralidade dos meios e
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    35
    ambientes digitais na sociedade e na atual fase de desenvolvimento econômico,
    ignorando a percepção internacional sobre o tema, cada vez mais associado à geopolítica, à democracia, à redução das desigualdades e à necessidade de medidas
    para enfrentar a crise climática.
    Como resultado dessa visão restrita das telecomunicações, o governo Bolsonaro também incluiu a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a Empresa Brasil de
    Comunicação (EBC), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) no Programa Nacional de
    Desestatização.
    A atuação governamental na área de comunicações foi, assim, presidida por uma lógica
    privatista, de instrumentalização dos meios públicos de comunicação, e de ausência
    completa de políticas públicas de inclusão digital e de promoção do acesso à informação, especialmente para a população de baixa renda.
    CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
    O governo Bolsonaro também desmantelou o sistema científico e tecnológico nacional. Em meio a um discurso oficial de negação da Ciência, o sistema federal de fomento
    da área de CT&I entrou em virtual colapso. As instâncias de diálogo entre o governo
    federal e seus parceiros nas áreas de ciência, tecnologia e inovação foram desvirtuados
    ou esvaziados, substituídos pela imposição unilateral de prioridades e programas por
    meio decretos ou portarias, em geral para tentar legitimar um quadro de retração de
    investimentos ou para atender interesses isolados de ocupantes de cargos na cadeia
    de comando do Ministério da área. Como resultado, houve grande pulverização de
    iniciativas e sobreposição de ações, com relevância e impacto limitados.
    Dado o grau de desmonte nessa área, impõe-se a necessidade de reorganização do
    Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI). É necessário, em primeiro
    lugar, recompor e ampliar o financiamento de CT&I, garantindo a liberação integral dos
    recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT),
    cuja Secretaria Executiva é exercida pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
    A destinação desses recursos deve se voltar para projetos nacionais estruturantes e
    mobilizadores, em complemento (e não substituição) à recuperação e ampliação do
    orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de suas unidades
    e agências, especialmente os recursos próprios do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
    É necessário combinar e integrar variados atores e instrumentos na estruturação de
    uma Estratégia Nacional de CT&I, concebida como política de Estado de longo prazo,
    apoiada em incentivos à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), crédito e investimento
    para tecnologias críticas, formação de recursos humanos, subvenções e uso do poder
    de compra governamental. Para isso, é fundamental remontar a estrutura organizativa
    do MCTI, tendo por objetivo a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    36
    nacional, além da redução das desigualdades sociais brasileiras. É necessário, igualmente, recompor e revitalizar as instâncias de diálogo e participação da sociedade civil na
    construção das políticas públicas para a área, como o Conselho de Ciência e Tecnologia
    (CCT) e o Conselho Diretor do FNDCT, além de realizar nova Conferência Nacional de
    Ciência, Tecnologia e Inovação cuja última edição ocorreu em 2010.
    No contexto de expansão acelerada da sociedade do conhecimento, a área de Ciência,
    Tecnologia e Inovação torna-se um pilar central para a reconstrução, a reindustrialização e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do País.
    MINAS E ENERGIA
    De forma geral, nos últimos quatro anos, a política de minas e energia sofreu um forte
    desmonte regulatório, combinado com uma abertura de mercado, que, em última instância, reduziu o espaço de atuação estatal. Essa redução ocorreu de várias formas, seja
    pela menor regulação dos setor, como caso da mineração e do setor de combustíveis,
    seja pela transferência patrimonial de ativos públicos para o setor privado, a exemplo
    da privatização da Eletrobrás e da venda de refinarias da Petrobras.
    No setor de minas, foram promulgadas medidas, por meio de portarias e decretos,
    para desregulamentar o setor e fomentar atividades predatórias, como o Código de
    Mineração e a Política Pró-Minerais Estratégicos. A reversão desse quadro demanda
    uma nova organização institucional, concentrada na resolução de questões graves
    no setor. É necessário incentivar o desenvolvimento do conhecimento geológico e
    da mineração, tendo claro, porém, o potencial para geração de conflitos na área de
    mineração, pelos seus impactos ambientais e sobre os valores culturais e modos de
    vida próprios das populações de regiões onde estão ou devem se instalar grandes
    empreendimentos.
    Na energia elétrica, a principal preocupação diz respeito à mitigação das consequências negativas da privatização da Eletrobrás sobre as tarifas do setor elétrico, em função
    do processo de “descotização” e da concentração de poder de mercado em uma empresa privada. Causam, igualmente, preocupação e impacto negativo sobre as tarifas
    as emendas inseridas na lei de privatização da Eletrobrás. Tornou-se obrigatória a contratação de termelétricas caras e desnecessárias, o que criou uma reserva de mercado
    para as pequenas centrais hidroelétricas e levou à renovação de contratos de usinas
    antigas, por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
    (PROINFA). Também inquieta e deve ser foco de atenção a perda por parte da União
    da capacidade de influenciar os rumos da Eletrobrás, apesar de continuar a ser o maior
    acionista da empresa.
    Na indústria de petróleo, gás e biocombustíveis, as medidas de abertura e as constantes
    mudanças de políticas do setor geraram uma série de distorções. De modo geral, tais
    medidas caminharam no sentido de reduzir a participação da Petrobras no abastecimento e no mercado de gás natural, bem como de reduzir a previsibilidade em relação
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    37
    às ações de descarbonização. É o caso dos programas Renovabio e do percentual
    de mistura dos biocombustíveis, que tiveram suas metas e objetivos alterados de
    maneira frequente.
    Para os próximos anos, o cenário tende a se agravar, uma vez que ainda está em
    curso um conjunto amplo de desinvestimentos da Petrobras, bem como iniciativas de desregulamentação e descoordenação, como o Abastece Brasil. Além disso,
    o Renovabio continua a reduzir suas metas de descarbonização e há previsão de
    maior abertura do setor de biocombustíveis, o que pode fragilizar ainda mais a
    indústria brasileira.
    Diante desse cenário, as atenções do novo governo devem se voltar para as leis, decretos e outros atos normativos que representam um risco de perpetuação do desmonte
    da área de minas e energia, bem como para a necessidade de medidas de reconstrução
    das políticas públicas do setor, especialmente nas áreas de mineração, energia elétrica,
    petróleo, gás e biocombustíveis – todas elas de grande importância para a retomada do
    desenvolvimento sustentável do País.
    AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
    Nos últimos quatro anos, houve uma redução de 31% no orçamento discricionário do
    Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O descaso ambiental do
    governo Bolsonaro prejudicou a imagem da agropecuária brasileira e seus investimentos em sustentabilidade. Os estoques públicos de alimentos foram reduzidos, no caso
    do arroz em 95%, havendo um déficit de capacidade de armazenamento de 89 milhões de toneladas no Brasil.
    A pesquisa agropecuária foi fragilizada: a Embrapa perdeu 27% de seus recursos. Houve
    postergação na adoção de maiores percentuais de biocombustíveis. O seguro rural tornou-se insuficiente para as necessidades dos agricultores e a área de plantio de arroz,
    feijão e mandioca são hoje as menores da série histórica. O desmonte também foi sentido nas ações de defesa agropecuária, com redução real de 31% no orçamento para
    sanidade e qualidade de insumos. A política agrícola, por sua vez, sofreu as consequências do aumento nas taxas de juros, sendo que o financiamento de tratores que pagava
    7,5%, em 2018, hoje está pagando 12%. Na área de comércio internacional, o número
    de adidos agrícolas é inferior às necessidades de abertura de mercado.
    No rol de questões na área de agricultura, pecuária e abastecimento que devem merecer atenção especial, destacam-se: o enfrentamento de emergências em de defesa
    agropecuária (peste suína clássica, influenza, aftosa, monilíase, mosca da carambola,
    fusário 4 da banana, médicos veterinários temporários); a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes; o financiamento para armazenamento e compra de máquinas; o
    fortalecimento da área de sustentabilidade da produção, do INCRA e da plataforma de
    gestão territorial; a continuidade da digitalização dos serviços da área; e o fortalecimento da atuação dos adidos agrícolas.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    38
    Além disso, é importante considerar a necessidade de fortalecimento da participação
    social nos conselhos e estruturas do MAPA, especialmente no que diz respeito às chamadas políticas transversais, como o combate ao desmatamento ilegal, a segurança
    hídrica e a governança fundiária.
    Para enfrentar as emergências postas, impõe-se o enfrentamento das atuais restrições
    orçamentárias, de maneira a assegurar recursos para: o Plano Safra, nas linhas de custeio e investimento; o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO); a
    assistência técnica e extensão rural; as aquisições do governo federal; a transferência de
    tecnologia agropecuária; o cadastro ambiental rural; a manutenção e modernização da
    Embrapa; o cooperativismo; a agricultura orgânica; e a Conab.
    DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
    A irresponsabilidade do governo federal no âmbito das políticas públicas voltadas à
    agricultura familiar afetou, de forma desigual, os diferentes sujeitos que produzem alimentos, relegando ao esquecimento mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades tradicionais envolvidas com a atividade agrícola.
    O desmonte das políticas públicas nessa área passou, também, pela reformulação de
    seus marcos legais, visando à privatização dos territórios de povos indígenas e de comunidades tradicionais, aliada à eliminação da participação e controle social e ao ataque aos direitos socioambientais. Sob esse aspecto, Executivo e Legislativo se uniram
    no Congresso Nacional em defesa de projetos de lei que visam flexibilizar o registro de
    agrotóxicos (PL 6.299/2002) e a regularização fundiária por meio de autodeclaração (PL
    2633/2020 e PL 510/2021).
    A desestruturação teve impacto negativo na produção agrícola, principalmente na produção local e nos circuitos curtos. Isso prejudicou o acesso a alimentos e elevou o seu
    preço, culminando em alterações de hábitos alimentares, diante do menor poder de
    compra dos consumidores e da queda na oferta de alimentos saudáveis. Mesmo no
    caso do crédito e do seguro, que tiveram seus valores aumentados, a concentração e
    a desigualdade de acesso permitiram que esses benefícios fossem aproveitados pela
    maior parte das agricultoras e agricultores com menores condições.
    À exceção dos recursos orçamentários e não orçamentários relacionados ao crédito
    e ao seguro produtivo – cada vez mais concentrados em menos agricultores, menos
    produtos e um número menor de estados –, os demais recursos foram reduzidos em
    geral a menos de 10% dos valores históricos deflacionados do fim do segundo governo
    Lula e do primeiro governo Dilma, algumas vezes chegando a menos de 1%. A situação
    é ainda pior na PLOA 2023.
    A Constituição de 1988 define a diretriz acerca do cumprimento da função social da
    propriedade rural, bem como o regime de destinação de terras públicas compatível
    com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. Apesar disso, o go-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    39
    verno Bolsonaro não mediu esforços para esvaziar, descaracterizar e subverter tanto a
    aplicação do texto constitucional quanto o funcionamento do INCRA no cumprimento
    de sua missão institucional.
    De forma perversa, não houve destinação de novas áreas públicas para a reforma agrária
    e caminhou-se a passos lentos até mesmo no assentamento de famílias em áreas já obtidas. Além disso, o governo Bolsonaro propagou a ideia de que entregou títulos de domínio de terra, quando na verdade trata-se apenas de documentos provisórios e precários.
    Esse ciclo contribuiu para levar o Brasil de volta ao Mapa da Fome da ONU. A pobreza
    aumentou em 22,7%, de 2020 a 2021 (ou em mais 11,6 milhões de pessoas), e a extrema pobreza em 48,2% (ou em mais 5,8 milhões de pessoas), pelos critérios do Banco
    Mundial. Ao fim, são 62,5 milhões de pessoas (29,4% da população do Brasil) na pobreza, das quais 17,9 milhões (8,4% da população) vivem em extrema pobreza. Também
    se observou um aumento estimado de 38% da população de rua, de 2019 para 2022.
    Diante desse quadro, é central implementar programas e ações que tanto reconheçam
    o trabalho do produtor agrícola quanto fortaleçam a autonomia econômica, social, cultural e ambiental destes, além de preservar seus modos de vida nos campos, florestas e
    águas. É preciso também garantir estrutura, equipe e orçamento para assistência técnica específica, acesso à terra, território e água, fortalecimento da organização produtiva
    e dos quintais agroecológicos com crédito e fomento produtivo, acesso à cidadania,
    à cultura, à educação e a seus documentos básicos, bem como o enfrentamento de
    diferentes formas de violência e discriminação, como a vivida pelas mulheres, pelas
    juventudes e pelas diversidades sexuais e de gênero.
    DESENVOLVIMENTO REGIONAL
    O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) é produto de uma fusão mal planejada das antigas estruturas do Ministério da Integração e do Ministério das Cidades,
    ocorrida em 2019.
    Principal macropolítica formulada no extinto Ministério da Integração, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional encontra-se hoje desprestigiada e, por isso, incapaz
    de cumprir um papel orientador. Os Fundos de Desenvolvimento Regionais tiveram
    suas estruturas de governança desmontadas e seus conselhos deliberativos esvaziados.
    A desarticulação entre as fontes de financiamento (fundos e orçamento fiscal da União)
    e as políticas e planos nacionais de desenvolvimento regional afetam a capacidade de
    enfrentamento das desigualdades regionais, o que fica evidenciado pelo fato de 80%
    do montante destinado a Estados e Municípios ter sido direcionado a municípios com
    alto nível de desenvolvimento econômico.
    O MDR é um dos órgãos mais dependentes de emendas parlamentares para manter-se em funcionamento e realizar investimentos, o que agrava a fragmentação de
    suas intervenções, já historicamente marcadas pelas dificuldades de coordenação
    horizontal e vertical.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    40
    Desde 2020, quando as emendas de relator se somaram às de bancada, individuais e de
    comissões, um volume relevante do orçamento passou a ser aplicado em ações locais
    sem relação com os objetivos das políticas públicas. O MDR tem sido um dos principais
    destinatários e executores dessas emendas, o que, em contrapartida, tem subtraído
    recursos das obras e projetos estruturantes para o desenvolvimento regional e comprometido o orçamento discricionário do Ministério.
    O orçamento previsto para 2023 é de R$ 3,5 bilhões, cerca de 45% da dotação atualizada de 2022. Diante da significativa redução do valor do PLOA no próximo ano,
    é evidente a necessidade de complementação orçamentária para a execução de
    projetos estruturantes do Ministério, especialmente nas áreas de recursos hídricos,
    defesa civil e irrigação, sob risco de paralisação de obras e ações prioritárias para o
    desenvolvimento regional.
    MEIO AMBIENTE
    Nos últimos quatro anos, as instituições federais de conservação ambiental e uso sustentável de recursos ecológicos passaram por um processo inédito de intimidação. O
    objetivo foi claro: geração de riqueza monetária para poucos em prejuízo do direito
    constitucional de todos ao “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
    comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.
    O governo Bolsonaro promoveu um desmantelamento deliberado e ilegal das políticas
    públicas, marcos regulatórios, espaços de controle e participação social, e órgãos e instituições públicas ligadas à preservação das florestas, da biodiversidade, do patrimônio
    genético e da agenda climática e ambiental.
    Como consequência, as taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado atingiram
    picos nunca vistos há 15 anos. Houve aumento de 60% do desmatamento na Amazônia durante o governo Bolsonaro, a maior alta percentual que já ocorreu em um mandato presidencial, desde o início das medições por satélite, em 1988.
    Houve também graves danos à população e prejuízos de reputação do setor produtivo
    nacional, ocasionando a imposição de barreiras aos produtos brasileiros no comércio
    internacional, a restrição de acesso a crédito, a perda de credibilidade do Brasil perante
    o resto do mundo, além do comprometimento da soberania nacional em relação à
    Amazônia. As comunidades e povos tradicionais foram perseguidos ou esquecidos, em
    total desconhecimento acerca de sua importância para a proteção da biodiversidade
    brasileira e a atração de financiamentos e doações internacionais com foco em sustentabilidade ambiental e social.
    O desmonte das políticas ambientais está expresso na escassez de recursos para o setor, na falta de pessoal e de gestão competente da área. Dos R$ 4,6 trilhões de despesas
    previstas no orçamento de 2022, menos de R$ 3 bilhões foram utilizados para políticas
    públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de instituições vinculadas à pasta.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    41
    Não obstante, o Fundo Amazônia conta hoje com mais de R$ 3,3 bilhões paralisados,
    conforme alerta do STF e de relatórios da sociedade civil.
    O quadro de servidores do IBAMA, ICMBio, SFB e MMA encontra-se com 2.103 cargos
    existentes vagos. Enquanto o IBAMA tinha 1.800 servidores atuando na fiscalização ambiental em 2008, agora são apenas cerca de 700, nem todos em campo. Houve efetivo
    aparelhamento e ocupação de cargos gerenciais e de direção sem capacidade técnica
    e política de atuação na área de proteção e gestão ambiental. São contundentes os
    casos de perseguição e assédio aos servidores dos órgãos.
    Apenas 0,4% do Cadastro Ambiental Rural foi validado, o que compromete a implementação do Código Florestal. Além disso, o CAR não registra informações essenciais sobre
    a situação ambiental das propriedades, conforme alertado pelo TCU. Para completar, o
    sistema de lavratura de autos eletrônicos foi desmontado e os processos tramitando
    em papel. Vale destacar também as medidas deliberadas para aumentar a impunidade
    para criminosos ambientais.
    O desmonte das políticas ambientais foi reforçado com o esvaziamento da agenda ambiental por meio da transferência de estruturas e órgãos vinculados ao MMA a outros
    ministérios e pela desestruturação da governança colegiada e aguda restrição à participação social.
    A criação de Unidades de Conservação foi paralisada no nível federal. Como se não
    bastasse, os anúncios do governo de retificação, cancelamento e mudança de categoria das UCs já existentes incentivaram a invasão e a destruição de muitas delas. O
    desmatamento incentivado pelo Governo se traduz em redução significativa da rica
    biodiversidade, bem como na queda dos níveis de captura de carbono nas contas do
    inventário nacional de gases de efeito estufa.
    O Brasil perdeu seu protagonismo na agenda internacional sobre clima, florestas, biodiversidade, povos indígenas e populações tradicionais, água, Amazônia, oceano, energia
    limpa e descarbonização das cadeias produtivas. Precisamos voltar a ocupar assento
    privilegiado e credibilidade na discussão global sobre as questões socioambientais.
    Agora, o grande desafio é reverter o cenário deixado pelo governo Bolsonaro. A transição para a economia de baixo carbono é entendida como uma vantagem competitiva
    para o País, que tem condições de gerar negócios, produtos e serviços com menores
    emissões de carbono, além de oferecer soluções para as necessidades de mitigação e
    adaptação às mudanças climáticas. Nosso desafio é o da reconstrução do desmonte
    das instituições e o reencontro do País com seu futuro como potência ambiental.
    PESCA
    A Pesca e Aquicultura é uma atividade com grande relevância socioeconômica, responsável por alimentar mais de 2 milhões de pessoas na pesca artesanal, pelo trabalho
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    42
    de mais de 300 mil famílias de aquicultores, 10 mil trabalhadores na indústria e uma
    produção de 1,5 milhões de toneladas de pescado.
    O desmonte provocado pelo atual governo atingiu fortemente a atividade, especialmente a pesca artesanal e a aquicultura familiar. O orçamento, que em 2015, último ano do
    Ministério da Pesca, foi de R$ 655 milhões, não superou R$ 19 milhões em 2022. Todos
    os programas tiveram uma redução acima de 70% em sua dotação, com impactos na
    prestação de serviços básicos e ampliação das consequências nefastas com a falta de
    investimentos para segmentos sensíveis como a pesca artesanal e a aquicultura familiar
    Com isso, as políticas públicas e as ações de fomento à atividade foram aniquiladas deixando milhares de famílias de pescadores e aquicultores desassistidos, além de comprometer a prestação de serviços básicos ao setor.
    Em relação aos programas e ações descontinuados, recomenda-se retomar programas
    como o de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola, de infraestrutura, da compra de pescado através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e o Programa de
    Subsídio ao Óleo Diesel, além de criar melhores condições de acesso às linhas de crédito
    para pescadores e aquicultores. É preciso revisar e corrigir deficiências graves do Registro
    Geral da Pesca, do Sistema de Recadastramento de Pescadores (SISRGP), do Programa de
    Monitoramento de Embarcações por Satélite (PREPS) e de Mapas de Bordo. Além disso,
    recomenda-se reestruturar o modelo de gestão da pesca, reformulando os Comitês de
    Gestão – CPGs com objetivo de ampliar a participação dos pescadores artesanais.
    É preciso recriar o Ministério da Pesca e Aquicultura, com estrutura enxuta, operacional
    e permeável à participação, como medida de caráter estratégico para o desenvolvimento do setor. O Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca – CONAPE deve ser reativado e a Rede Nacional Colaborativa para a Gestão Sustentável dos Recursos Pesqueiros (Rede Pesca Brasil) reestruturada, visando ampliar a participação do setor.
    Em relação aos pontos de alerta, faz-se necessária atenção especial para o Sistema de
    Recadastramento de Pescadores (SIS-RGP 4.0), para problemas relacionados ao Seguro
    Defeso, para a urgência de realização da Estatística Pesqueira e para a Reestruturação
    do Modelo de Gestão da Pesca, consubstanciada no Programa Rede Pesca Brasil.
    TURISMO
    A brutal descontinuidade de políticas públicas pelo governo Bolsonaro no Ministério
    do Turismo e na Embratur, nos últimos anos, impactou negativamente o turismo brasileiro. O legado que se recebe é de um turismo que perdeu quase todas as conquistas
    obtidas nas últimas duas décadas, desde a criação do Ministério do Turismo e a transformação da Embratur na instituição responsável pelo marketing, promoção e apoio à
    comercialização do Brasil no mercado internacional, em 2003.
    O Ministério do Turismo dispõe de previsão orçamentária total de R$ 691,9 milhões
    para 2023, incluindo Turismo e Cultura. Desses, R$ 372,9 milhões são recursos destina-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    43
    dos às emendas de relator geral. Dos R$ 319 milhões restantes, estão incluídos gestão,
    pessoal e os programas de Turismo e de Cultura. Com a possível separação das pastas, há que se fazer uma reestruturação orçamentária e de governança para o bom
    funcionamento do Ministério do Turismo. O potencial de impacto econômico e social
    (geração de negócios, empregos, renda e divisas) do Turismo pode ser um diferencial
    do novo governo.
    A Embratur passa a ter um papel fundamental a cumprir na recomposição da imagem
    e no reposicionamento do Brasil como destino turístico internacional. Alinhada com a
    política externa brasileira, será estratégica na nova gestão. Entende-se que a mudança
    no modelo jurídico-institucional da Embratur, ocorrida entre 2019 e 2020, passando
    de um órgão da administração pública indireta para um serviço social autônomo (MP
    907), pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e de interesse coletivo, deveria ter oferecido maior agilidade e eficiência para sua atuação, mas resultou em uma
    instituição disfuncional e sem fonte financiadora. Recomenda-se a revisão do modelo
    jurídico e a revisão do contrato com o SEBRAE, hoje a principal fonte de financiamento
    das ações da instituição.
    É fundamental a reconstrução da governança, com a retomada das ações do Conselho
    Nacional de Turismo (CNT), elaboração de um novo Plano Nacional de Turismo (PNT)
    e da Política Nacional de Turismo. Igualmente, é necessário reaproximar-se do Fórum
    Nacional dos Secretários Estaduais de Turismo (Fornatur) e dos dirigentes municipais
    do setor (ANSEDITUR).
    Estabelecer diálogo propositivo com o trade turístico, revendo ações relacionadas ao
    CADASTUR, isenções concedidas ao setor, fomento às atividades econômicas e de qualificação de mão de obra.
    DEFESA DA DEMOCRACIA,
    RECONSTRUÇÃO DO ESTADO
    E DA SOBERANIA
    CENTRO DE GOVERNO
    O Centro de Governo (CdG) reúne o conjunto das unidades da Presidência que
    atuam na coordenação dos órgãos e entidades do Poder Executivo, direcionando as
    áreas setoriais para o alcance dos objetivos definidos pelo Presidente. Embora haja
    muita variação na organização do Centro de Governo entre os países e também ao
    longo da própria história da Nova República, em geral, algumas funções estão presentes nos diferentes arranjos institucionais e são fundamentais para a coerência da
    ação governamental.
    Por um lado, o Centro de Governo busca garantir a sustentação política e social para
    a consecução do programa governamental, realizando a coordenação política, a arti-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    44
    culação social e a comunicação com a sociedade, além de oferecer mecanismos de
    transparência e responsividade. Por outro lado, o Centro de Governo precisa garantir os
    resultados e as entregas de bens e serviços públicos. Nesse sentido, o CdG deve ser capaz de definir prioridades, coordenar o processo de produção de políticas públicas (especialmente as prioritárias e as transversais), mediar e equacionar eventuais conflitos,
    acompanhar e monitorar as ações e programas de governo e oferecer suporte jurídico
    e político para as decisões do Presidente.
    Durante o governo Bolsonaro, foi comprometido o esforço coletivo e cumulativo de
    construção de um Centro de Governo capaz de promover uma coordenação em rede,
    de responder às demandas da sociedade e de prover políticas e serviços públicos de
    qualidade à população do País. Em primeiro lugar, a exoneração e devolução em massa
    de servidores anteriormente cedidos para a Presidência resultou na redução de capacidades e na perda de conhecimento acumulado ao longo de anos. Em segundo lugar, a
    extinção das instâncias colegiadas de participação e de coordenação das ações governamentais dificultou a cooperação intersetorial em torno de políticas e programas de
    governo. Além disso, inviabilizou-se o processo de escuta e diálogo com a sociedade
    civil na construção de consensos e soluções para problemas públicos.
    O Centro de Governo foi, portanto, seriamente desorganizado, rebaixando a capacidade de comando geral da Presidência sobre as suas próprias prioridades programáticas, bem como a capacidade de coordenação e articulação das diversas áreas
    de governo. Isso reduziu o grau de coerência – em termos de eficiência, eficácia e
    efetividade – intergovernamental e afetou negativamente o desempenho institucional agregado do setor público federal, notadamente as entregas efetivas de bens e
    serviços públicos à população.
    A Casa Civil foi enfraquecida e esvaziada como órgão de coordenação de políticas públicas. A Subchefia de Assuntos Jurídicos, responsável pela análise da produção normativa do Poder Executivo, foi transferida da Casa Civil para a Secretaria Geral da Presidência, fragmentando a função de análise e elaboração de atos normativos. A Secretaria
    de Assuntos Estratégicos se tornou uma unidade de assessoria direta ao Presidente,
    atuando de forma descoordenada com as instâncias de planejamento preexistentes. A
    capacidade de proposição de projetos de lei e de articulação no Congresso caiu a patamares nunca antes vistos. Uma das poucas unidades criadas, a Secretaria de Relações
    Institucionais passou a se dedicar à liberação de emendas orçamentárias.
    Ou seja, o modelo de coordenação governamental em rede foi substituído por um
    modelo disfuncional, com ministérios enormes e com mais níveis hierárquicos, que
    cooperam pouco e não dialogam com a sociedade civil. Como resultado, a capacidade
    de resposta do Estado às crises e às demandas sociais foi severamente comprometida, produzindo impactos graves na vida das pessoas. A acefalia do governo federal
    resultou no desmantelamento de diversas políticas públicas e no aprofundamento de
    crises, como a pandemia de COVID-19.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    45
    Entre os principais retrocessos do período, destacamos: i) a ausência de um conjunto
    claro de prioridades compartilhadas em todo o governo; ii) a fragmentação institucional de unidades dentro do CdG; iii) a fragilidade das funções de monitoramento e avaliação das prioridades do governo e de programas transversais; iv) o enfraquecimento
    dos canais de diálogo e dos arranjos de governança do governo federal com estados,
    distrito federal e municípios; v) o desmonte das instâncias de participação social e interlocução com a sociedade dentro e fora do CdG; vi) a alta rotatividade de dirigentes
    e baixo grau de capacidades técnicas e políticas do alto escalão do quadro burocrático
    nas unidades do CdG; vii) o desmonte da Política Nacional de Participação Social e das
    suas instâncias e mecanismos institucionais.
    PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
    Um dos principais retrocessos institucionais do governo Bolsonaro foi a reunião de
    grandes ministérios em uma única pasta: o Ministério da Economia. Diversas funções
    essenciais ficaram enfraquecidas, entre elas as do Planejamento, Orçamento e Gestão,
    fundamentais para estruturar de modo adequado as ações setoriais, transversais e territoriais do governo federal.
    No que diz respeito ao Planejamento Governamental, os “sistemas” de planejamento federal e nacional foram completamente sucateados, tanto em termos de pessoal como
    em termos organizacionais (posição rebaixada e hiper subordinada na estrutura de governo) e institucionais (fragmentação e burocratização dos processos e precariedade
    das legislações pertinentes).
    O esvaziamento do sistema de planejamento levou ao enfraquecimento de instrumentos como o PPA, a estratégia nacional de desenvolvimento, o compromisso
    com os ODS, os planos de desenvolvimento regional, planos setoriais e demais programas de promoção do desenvolvimento nacional. As empresas estatais passaram
    a ser vistas apenas como ativos a serem vendidos para gerar receitas, com perda
    de importância estratégica para o desenvolvimento do País. Na área internacional,
    prevaleceu a agenda de representação nos fóruns financeiros internacionais em detrimento dos demais fóruns.
    No que à governança orçamentária, observou-se as seguintes ocorrências: i) aumento
    da rigidez e insuficiência orçamentária causada sobretudo pela EC 95/2016 do teto de
    gastos e demais restrições fiscais autoimpostas; ii) diminuição ou empobrecimento da
    participação, da transparência e da representatividade social e territorial do gasto; iii)
    maior empoderamento do poder legislativo a partir da implementação de emendas
    individuais impositivas e das emendas secretas do relator; iv) piora na relação do orçamento federal com a dimensão macroeconômica, e sobrevalorização das formas financeiras (diga-se, estéreis) de captura dos fluxos orçamentários correntes.
    Além disso, foram desarticulados os mecanismos de participação e controle social na
    formulação e acompanhamento de políticas públicas, bem como na elaboração e exe-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    46
    cução do orçamento. Os investimentos públicos caíram brutalmente, seja pela desarticulação do planejamento, pela orientação fiscalista do governo ou pela escassez de
    recursos orçamentários, visto que desde a instituição do teto de gastos os investimentos discricionários se tornaram a sua principal variável de ajuste.
    Por fim, a gestão pública permaneceu à deriva, distante de uma concepção de Estado republicano, democrático e desenvolvimentista. Ao contrário, essa agenda foi fortemente dominada pelas más intenções da PEC 32/2020, que mais atrapalharam que
    ajudaram a identificar os verdadeiros problemas estruturais do setor público brasileiro,
    a saber: o autoritarismo, o burocratismo, o privatismo, o fiscalismo e o corporativismo.
    Durante o governo Bolsonaro, a gestão pública sofreu com diversas ações de desconstrução e descontinuidade em quase todas as áreas governamentais. Isso se refletiu na
    desvalorização e escassez generalizada de servidores; em riscos de segurança cibernética e de apagões na agenda de governo digital; na governança precária dos imóveis
    da União; e no atraso na normatização e preparação dos órgãos públicos para a nova
    lei de licitações, que entra em vigor em abril de 2023.
    As entidades vinculadas – ENAP, IPEA e IBGE – sofreram com o fenômeno do assédio
    institucional e com cortes orçamentários que chegaram a 50% nos últimos quatro anos,
    prejudicando as políticas de desenvolvimento dos servidores, bem como a produção
    de informações fundamentais para a formulação, acompanhamento e avaliação das
    políticas públicas, com o risco de um apagão generalizado de dados e análises.
    JUSTIÇA
    As políticas de justiça e segurança pública sob o governo Bolsonaro foram marcadas
    por inúmeros retrocessos. Durante esse período, diversas vezes, o Ministério da Justiça
    e Segurança Pública deixou de lado seu papel institucional para se colocar a serviço
    dos ataques à democracia e às instituições promovidos pelo Presidente da República.
    O desmonte das políticas públicas construídas pelos governos anteriores, a ausência
    de diálogo com a sociedade civil e de políticas nacionais integradas na área de justiça
    e segurança pública marcaram o Ministério na atual gestão e levaram a retrocessos
    como o desmonte da política de controle de armas, área na qual muitas das mudanças
    promovidas pelo Poder Executivo invadiram a competência do Legislativo.
    O atual governo foi marcado por uma baixa implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social apresentou várias fragilidades, que foram reforçadas com a falta de valorização do trabalho
    dos policiais.
    As organizações criminosas tiveram um grande crescimento, particularmente na região
    Amazônica e nas áreas de fronteira, com a explosão de crimes como a extração ilegal
    de madeira e o garimpo ilegal. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    47
    Tempo Real (Deter), do Inpe, indicaram mais de 10 mil km² de floresta derrubada somente em 2022. O mandato de Bolsonaro terminará com um inaceitável aumento de
    59,5% da taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos 4 anos anteriores.
    Já a política prisional foi marcada pelo reconhecimento pelo STF do ‘estado de coisas
    inconstitucional’ do sistema penitenciário, caracterizado pela violação generalizada de
    direitos fundamentais dos presos (ADPF 347). O Tribunal determinou a liberação pela
    União do saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e recomendou a
    não realização de novos contingenciamentos de seus recursos.
    Em relação às políticas de defesa do consumidor, destaca-se o retrocesso com o estabelecimento do mínimo existencial em 25% do salário mínimo, dificultando a solução
    do problema do superendividamento.
    Para mudar este cenário, e cumprir as metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU de n° 16 – “Paz, Justiça e Instituições Eficazes” – é imprescindível
    que o Ministério da Justiça e Segurança Pública volte a ocupar seu papel na defesa
    da Constituição e do Estado Democrático de Direito, retomando sua responsabilidade pela promoção do diálogo e da participação, para implementar as políticas
    de segurança pública e de acesso à justiça que a população espera do Governo
    eleito em outubro.
    TRANSPARÊNCIA, INTEGRIDADE E CONTROLE
    No Brasil, as áreas de transparência, integridade e controle, embora não estejam a cargo
    de um órgão único de Estado, compõem uma seara que abarca funções da Advocacia
    Geral da União (AGU), da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), da Controladoria Geral da União (CGU), da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
    (CEP/PR), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e perpassa todos
    os demais órgãos da administração pública federal no Brasil.
    A partir desse entendimento, o eixo principal de atuação consiste em estabilizar e rearticular as instituições do poder executivo federal situadas no âmbito da governança
    jurídica e da promoção da integridade, buscando o resgate dos esforços em prol da
    transparência como ferramenta indispensável para uma administração eficiente e
    aberta às contribuições da sociedade civil e da cidadania.
    Neste sentido, pode-se afirmar que o governo Bolsonaro, reticente com relação aos
    preceitos e boas práticas internacionais no campo da transparência, integridade e controle, agiu para fragmentar e constranger a ação de órgãos cruciais ao bom desempenho desse campo. Até mesmo o relacionamento interinstitucional desses órgãos com
    o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o Ministério Público Federal (MPU) padeceram dos mesmos problemas.
    No caso da AGU, em que pese a instituição de um Sistema de Governança Corporativa,
    verifica-se que diversos temas de alta relevância institucional ainda são decididos sem
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    48
    debate pelas estruturas de governança da instituição. É importante destacar que o Sistema ainda não prevê a participação da PGFN, órgão administrativamente subordinado ao Ministério da Fazenda, mas tecnicamente atrelado ao Advogado Geral da União.
    Ademais, as atividades administrativas da AGU têm sido desenvolvidas por servidores
    cedidos e requisitados de outros órgãos e empresas públicas, portanto, sem vínculo
    efetivo com a instituição e sem as habilidades e competências necessárias ao apoio
    dos membros da instituição, situação de risco reconhecida, inclusive, pelo Tribunal de
    Contas da União.
    Em relação à CGU, merece destaque a implantação de mecanismos efetivos de transparência e acesso à informação durante os governos Lula e Dilma, os quais enfrentaram
    a opacidade e a cultura do sigilo que historicamente predominaram na administração
    pública. Emanam da CGU iniciativas que encontraram grandes resistências políticas e
    obstáculos institucionais no governo Bolsonaro, tais como: i) o Portal da Transparência;
    ii) a Lei de Acesso à Informação; iii) o plano de Dados Abertos do governo federal; iv)
    a Lei de Conflito de Interesses; v) a Lei Anticorrupção etc., que juntos aprimoraram a
    execução e o controle dos recursos públicos no país.
    A lista de retrocessos nessas áreas inclui interferência e desmantelamento dos órgãos
    de controle e defesa do Estado; extinção dos conselhos e outros mecanismos de participação social; recorrentes e conhecidos ataques à LAI; o “Decreto do Sigilo” (Decreto 9.690/2019), inclusive com a volta do sigilo inibidor da transparência e com o uso
    indiscriminado e indevido da proteção de dados pessoais. O recurso à imposição de
    sigilos foi usado como forma de manter ocultas circunstâncias vinculadas à conduta de
    autoridades e integrantes próximos ao círculo do poder, sob falso pretexto de proteção
    da segurança nacional e segurança do Presidente da República, seus familiares, apoiadores e auxiliares diretos.
    Já no que tange à CEP/PR e ao COAF, instâncias compostas por membros que necessitam de independência político-partidária e autonomia operacional para o bom desempenho de suas funções, sabe-se que durante o governo Bolsonaro houve diversos
    atritos entre as comissões de éticas localizadas nos diversos órgãos e entidades e os
    novos dirigentes dessas instituições. Com a passar do tempo e com o consequente
    fim dos mandatos dos conselheiros, as substituições foram realizadas de modo a tornar os seus membros mais alinhados com o governo. No que se refere ao COAF, a Lei
    nº 13.974/2020, que vinculou o COAF administrativamente ao Banco Central do Brasil
    (BC), alterou o escopo de suas atribuições e de sua estrutura de governança, após integrantes do governo Bolsonaro não terem tido êxito na tentativa de transferência do
    órgão do antigo Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
    Tais alterações parecem inadequadas e resultam em impactos negativos no funcionamento do COAF.
    Por fim, cabe ressaltar que seguiu sem avanços significativos, durante o governo Bolsonaro, as relações institucionais dos órgãos do sistema nacional de transparência, integri-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    49
    dade e controle com o terceiro setor, a participação social e o controle público dos atos
    e processos de governo em âmbito federal.
    PARTICIPAÇÃO SOCIAL
    O governo Bolsonaro destruiu o que pôde e neutralizou o alcance de todo o sistema
    nacional de participação social, legado da Constituição de 1988 levado a sério de forma
    diligente pelos governos Lula e Dilma. O Decreto 9.759/ 2019, pior expressão dessa política, extinguiu ou mutilou colegiados em todos os órgãos do serviço público.
    Nos últimos quatro anos não houve participação social alguma na Presidência da República. Conferências e fóruns interconselhos foram desmobilizados, plataformas digitais foram extintas, consultas e audiências públicas deixaram de ser realizadas, com
    consequências danosas para as políticas públicas. Casos emblemáticos foram a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), criado em 1993, ou o
    esvaziamento do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), criado em 1981.
    A volta do Brasil ao Mapa da Fome e a uma situação de pária internacional em matéria
    ambiental são consequências diretas deste desmonte, com graves repercussões para a
    vida do nosso povo.
    O contraponto pode ser verificado, por exemplo, no papel relevante exercido pelo
    Conselho Nacional de Saúde, ao defender a vida contra o negacionismo que levou
    a centenas de milhares de mortes por COVID-19, ou pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos, ao resistir a um governo autoritário e violento. Participação social é
    essencial para o Estado Democrático de Direito, a qualidade do serviço público e o
    exercício da cidadania.
    Para reverter esse cenário, é preciso resgatar a Secretaria Geral da Presidência da República como órgão central da política nacional de participação social, espraiada pelos
    Ministérios, impulsionando processos de caráter federativo e territorial, com inovações
    no legado virtuoso do ciclo de governos democráticos pós-Constituição de 1988.
    COMUNICAÇÃO SOCIAL
    Um dos maiores retrocessos na área foi o esvaziamento administrativo, funcional e de
    gestão da SECOM. A secretaria perdeu status de ministério, depois foi transferida pelo
    governo Bolsonaro para o Ministério das Comunicações. Esse sistema reunia as áreas de
    comunicação dos órgãos da administração direta e indireta, fixando diretrizes e articulando ações integradas do Poder Executivo.
    A desarticulação atingiu também a área de publicidade, de modo que as campanhas
    institucionais e de utilidade pública dos ministérios passaram a ser feitas sem a supervisão da SECOM. A babel instalada no setor gerou denúncias e interpelações do Tribunal de Contas da União – que determinou recentemente à SECOM que não aplicasse
    mais recursos publicitários em canais e sites que veiculam fake news. Foram grandes
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    50
    os prejuízos à sociedade, causados pela desinformação e pela falta de campanhas de
    utilidade pública, como vacinação infantil e combate ao HIV.
    Do ponto de vista orçamentário, a secom fez baixos investimentos publicitários nos
    dois primeiros anos do governo Bolsonaro, verificando-se crescimento significativo nos
    últimos dois anos. Ainda assim, o PLOA-2023 reduz em 48% o orçamento da SECOM
    em relação à LOA 2022.
    A EBC foi uma das instituições mais impactadas pelo ciclo de retrocessos do atual governo. Bolsonaro, já na campanha eleitoral de 2018, ameaçava extinguir a EBC. Empossado, militarizou a empresa e incluiu-a no Programa de Parceria de Investimentos (PPI)
    e depois no Plano Nacional de Desestatização (PND). Diante da inviabilidade da privatização, e percebendo a utilidade dos canais para sua guerra cultural e projeto de
    reeleição, passou à fase do aparelhamento. Nomeou gestores de perfil inadequado ou
    claramente hostis à democracia para a emissora.
    A TV Brasil teve sua programação desfigurada, com a descontinuação de muitos
    programas. A TV governamental NBR, por sua vez, perdeu a identidade própria,
    tornando-se um subcanal da TV Pública, com a programação interrompida para as
    transmissões oficiais, que incluíam atos militares e até religiosos. Casos de censura,
    assédio e perseguição foram registrados nas TVs e nas Rádios, na Radioagência Nacional e na Agência Brasil. A EBC adotou uma série de práticas antissindicais e chegou a ser condenada judicialmente por assédio moral coletivo. A Ouvidoria Cidadã
    e a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública elaboraram dossiês que
    apontam, entre os temas mais censurados: direitos da população negra e indígena, demandas das mulheres negras, investigações sobre o assassinato da vereadora
    Marielle Franco, e matérias sobre reforma agrária, desmatamento, meio ambiente,
    mudanças climáticas e referências à ditadura militar. A cobertura da pandemia de
    COVID-19 sofreu interferência e a EBC foi citada no relatório final da CPI da Pandemia
    por difusão de conteúdo negacionista.
    O canal internacional da TV Brasil foi extinto e a produção própria de conteúdos, bem
    como as coproduções com produtores independentes, foram drasticamente reduzidos.
    RELAÇÕES EXTERIORES
    A combinação entre o desmonte de políticas públicas, em nível interno, e o predomínio de visão isolacionista do mundo, no nível externo, afetou a imagem do país e
    prejudicou a capacidade brasileira de influir sobre temas da agenda global.
    Ao assumir posturas negacionistas, o Brasil perdeu protagonismo em temas ambientais, desafiou esforços de combate à pandemia e promoveu visão dos direitos humanos inconsistente com sua ordem jurídica. Na América Latina, tornou-se fator de instabilidade. A política africana foi abandonada e pouca atenção foi dada às comunidades
    brasileiras no exterior.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    51
    O estímulo a processos de integração política, comercial e de infraestrutura com os
    países vizinhos sempre foi uma marca da diplomacia brasileira, além de um preceito
    constitucional. No governo Bolsonaro, predominou postura diametralmente oposta,
    que redundou no desmonte da UNASUL, na saída da CELAC e no crescimento de forças
    favoráveis ao desmantelamento do MERCOSUL enquanto união aduaneira. Ao apostar
    no isolamento da Venezuela, o Brasil cometeu erro estratégico de transformar a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China. De catalisador de
    processos de integração, o país passou a ser fator de instabilidade regional.
    O governo Bolsonaro abandonou o protagonismo em agendas internacionais caras
    aos interesses de desenvolvimento nacional, como direito à saúde, direito à alimentação adequada, igualdade de gênero e racial, e enfrentamento a todas as formas de
    violência e de discriminação. A mudança no discurso diplomático e a participação desastrada em alianças ultraconservadoras caminharam de mãos dadas com o desmonte
    de políticas públicas domésticas, em especial no que se refere a igualdade de gênero,
    direitos sexuais e reprodutivos e direito de minorias.
    A dívida com organizações internacionais representa grave prejuízo à imagem do país
    e à sua capacidade de atuação e compromete severamente sua política externa. O Brasil deve atualmente cerca de R$ 5,5 bilhões de reais. Se um valor mínimo dessa dívida
    não for pago ainda no atual exercício, haverá perda de voto em organizações como a
    ONU, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    52
    MAPEAMENTO DAS
    EMERGÊNCIAS FISCAIS E
    ORÇAMENTO PÚBLICO
    Operíodo 2016-2022 foi marcado por uma forte deterioração nas finanças públicas e no orçamento, a irresponsabilidade do atual governo culminou em um
    apagão fiscal no final de 2022 e em uma proposta orçamentária para 2023 incapaz de garantir a manutenção dos serviços públicos essenciais e o funcionamento
    da máquina pública. Enfrentar esse cenário adverso foi parte do processo de transição
    governamental.
    Com a instituição do Novo Regime Fiscal – EC 95, o crescimento da despesa primária foi
    limitado, até 2036, à inflação do período anterior. Na prática, mesmo diante de qualquer
    nível de crescimento real do PIB, a regra implica numa redução da despesa primária em
    relação ao tamanho da economia, e também independente do comportamento da
    arrecadação.
    Ademais, o teto de gasto se somou a outras regras existentes, criando uma sobreposição que engessou ainda mais o uso da política fiscal para suavizar os ciclos econômicos
    e viabilizar despesas essenciais do ponto de vista econômico, social e ambiental.
    Como se pôde constatar, o teto de gasto determinou forte redução de investimentos
    públicos, gastos sociais e em ciência e tecnologia. Desde então, observou-se o esvaziamento do orçamento público como instrumento do planejamento e financiamento de
    políticas públicas, bem como da capacidade estatal de processar demandas da sociedade por serviços essenciais e induzir o crescimento sustentável da economia.
    Além disso, o governo Bolsonaro promoveu um desmonte deliberado de políticas públicas, inclusive por meio de expressivos cortes orçamentários. No contexto do acirramento do conflito distributivo, a base de apoio do governo no Congresso Nacional
    aprovou frequentes flexibilizações ao regime fiscal, particularmente no período eleitoral, de modo que a austeridade passou a ser administrada seletivamente. Inclusive, por
    meio da edição de atos para desobrigar o governo a aplicar recursos em áreas estratégicas como C&T, esvaziando decisões anteriores do Congresso Nacional.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    53
    A combinação entre rigidez orçamentária em geral e flexibilização seletiva de regras
    agregou incertezas ao cenário econômico, ao mesmo tempo em que implicou redução de recursos públicos para áreas essenciais, conforme expresso no projeto de orçamento para 2023.
    O desafio, portanto, consiste em reconstruir e redemocratizar as instituições e normas
    fiscais e orçamentárias, de modo que elas sejam um instrumento efetivo para o atendimento pleno das demandas da sociedade dirigidas ao Estado.
    É neste contexto que se coloca a PEC do Bolsa Família, que servirá, no curto prazo,
    como um instrumento para garantir investimentos e gastos essenciais à população,
    especialmente a mais vulnerável. Além disso, a medida aponta para a necessidade de
    revisão e reconstrução das instituições e normas fiscais e orçamentárias do país, combinando estabilização econômica, sustentabilidade fiscal e redução das desigualdades.
    MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS
    EMERGÊNCIAS ORÇAMENTÁRIAS
    Um dos eixos centrais da transição de governo foi o orçamento público, com a identificação dos principais gargalos e emergências orçamentárias para 2023. De modo geral, constatou-se volume considerável de dotações insuficientes para manutenção de
    diversos programas, especialmente políticas sociais e investimentos públicos. Sem os
    R$ 145 bilhões viabilizados pela PEC do Bolsa Família, a população sofreria uma precarização adicional dos serviços públicos. O diagnóstico também aponta que vários desses
    serviços sofreram queda acentuada de recursos desde 2015.
    Entre os exemplos mais ilustrativos, convém citar os seguintes, cotejando-se, em termos nominais, a lei orçamentária de 2022 com o projeto de lei orçamentária para 2023:
    1 – Queda do benefício às famílias em situação de pobreza, de R$ 600,00
    para R$ 405,00.
    2 – Os investimentos foram reduzidos de R$ 44,7 bilhões para R$ 22,4 bilhões
    (sem considerar emendas parlamentares em 2023), de modo que o investimento previsto está no patamar mais baixo da série histórica, em torno de
    0,2% do PIB.
    3 – O Fundo de Arrendamento Residencial caiu de R$ 665 milhões para R$
    34 milhões.
    4 – A construção de escolas de educação infantil despencou de R$ 111 milhões para R$ 2,5 milhões.
    5 – O Caminho da Escola (aquisição de transporte escolar para educação
    básica – reduziu de R$ 15,2 milhões para R$ 425 mil.
    6 – O Programa Nacional de Alimentação Escolar está com o per capita congelado há cinco anos, mesmo diante da elevada inflação de alimentos.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    54
    7 – O Farmácia Popular (gratuidade e copagamento – caiu de R$ 2,5 bilhões
    para R$ 1,02 bilhão, prejudicando o acesso de mais de 21 milhões de pessoas a medicamentos para hipertensão, diabetes, asma e a insumos como
    fraldas geriátricas.
    8 – A provisão de médicos na atenção primária reduziu-se de R$ 2,69 bilhões
    para R$ 1,46 bilhão.
    9 – A saúde indígena passou de R$ 1,49 bilhão para R$ 610 milhões.
    10 – A educação e formação em saúde caiu de R$ 1,66 bilhão para R$ 725
    milhões.
    11 – O Apoio a Obras Emergenciais de Mitigação para Redução de Desastres
    foi reduzido de R$ 2,57 milhões para R$ 25 mil.
    12 – As ações de proteção social básica e especial do SUAS caíram de R$
    908,6 milhões para R$ 48,2 milhões.
    13 – A implantação de equipamentos e de tecnologia social de acesso à
    água para consumo humano e produção de alimentos reduziu-se de R$
    61,2 milhões para R$ 2,3 milhões.
    14 – A aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar despencou de R$ 679,5 milhões para R$ 2,67 milhões.
    Em síntese, a proposta orçamentária original para 2023 inviabiliza a manutenção de
    programas essenciais ao atendimento das demandas da população por serviços públicos. Em particular, mantida a previsão orçamentária inicial, a principal consequência
    seria a redução da transferência de renda às famílias em situação de pobreza.
    AÇÕES PARA RECONSTRUÇÃO
    DO ORÇAMENTO PÚBLICO:
    PEC DO BOLSA FAMÍLIA
    E AJUSTES PARA PLOA 2023
    Neste contexto, foi elaborada a PEC 32/2022 – PEC do Bolsa Família, já aprovada no
    Senado Federal, com o intuito de adequar o orçamento público ao programa aprovado
    pela população nas urnas, evitando redução de gastos em áreas essenciais e viabilizando a inclusão dos mais pobres no orçamento. Para tanto, a reconstrução do país deve
    ser iniciada pela garantia de renda aos mais vulneráveis.
    A proposta foi debatida pela Coordenação da Transição e membros do Congresso Nacional. Abaixo uma compilação dos principais pontos aprovados no Senado Federal:
    1 – Amplia o teto em R$ 145 bilhões.
    2 – Retira do teto de gasto, no máximo, o equivalente a 6,5% do excesso de
    arrecadação de receitas correntes de 2021 para a realização de investimentos (até R$ 23 bilhões).
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    55
    3 – A PEC induz a captação de recursos por meio de parcerias em áreas estratégicas, com efeito fiscal neutro, viabilizando, por exemplo, projetos federais
    relacionados à área ambiental e às mudanças climáticas.
    4 – Prevê que, até 31 de agosto de 2023, o Poder Executivo encaminhará
    projeto de lei complementar com novo regime fiscal. A medida é essencial
    e está em linha com o programa de governo e as sugestões dos Grupos
    Técnicos, que apontaram a necessidade de modernizar o atual regime fiscal,
    substituindo-o por regras que equilibrem a estabilidade macroeconômica,
    a sustentabilidade fiscal, a inclusão social e o financiamento de gastos com
    efeitos estruturantes.
    Com a perspectiva de aprovação da PEC, a Coordenação da Transição enviou para o relator do orçamento as sugestões de ampliação das programações, buscando concentrar
    as demandas em despesas capazes de induzir a retomada do crescimento econômico
    com inclusão social, sendo dotadas de elevados efeitos redistributivos e multiplicadores
    sobre a renda. Como se pode depreender da Tabela 1, as despesas adicionais são fortemente inclinadas a gastos sociais, investimentos e C&T. Ademais, consideram a recomposição de orçamento para permitir o funcionamento do Estado em áreas cruciais.
    Tabela 1 – Demandas da Transição para a LOA
    Órgão Valor adicional
    PLOA 2023 (R$)
    Ministério da Cidadania 75.000.000.000
    Ministério da Saúde 22.700.000.000
    Ministério da Educação 10.865.811.998
    Ministério do Desenvolvimento Regional 9.500.000.000
    Salário Mínimo 6.800.000.000
    Encargos Financeiros da União 5.600.000.000
    Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações 4.982.427.220
    Ministério do Turismo 3.703.000.000
    Ministério da Economia 1.756.756.602
    Ministério da Defesa 1.000.000.000
    Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 933.999.997
    Ministério da Justiça e Segurança Pública 799.999.992
    Ministério do Meio Ambiente 536.000.000
    Ministério do Trabalho e Previdência 400.600.000
    Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 250.000.000
    continua
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    56
    Órgão Valor adicional
    PLOA 2023 (R$)
    Ministério das Comunicações 126.400.000
    Presidência da República 35.000.000
    Banco Central do Brasil 10.000.000
    Total Geral 145.000.000.000
    Nos termos da PEC, também é importante considerar o valor adicional de até R$ 23
    bilhões para investimentos, que se somaria aos investimentos previstos dentro do teto
    de gastos. Neste sentido, estima-se que seria possível alcançar cerca de 0,7% do PIB em
    investimentos em 2023, apoiando a recuperação da economia e suavizando as flutuações econômicas.
    Do ponto de vista macroeconômico, a despesa prevista está concentrada em gastos
    que podem reverter a expectativa de desaceleração da economia. Ademais, a PEC evita
    uma queda abrupta do gasto como proporção do PIB, apontando para a manutenção
    dos patamares de despesa para 2022 e impedindo uma contração fiscal significativa,
    que reforçaria o cenário indesejável de desaceleração da economia.
    Em suma, a PEC 32/2022 e os valores adicionais alocados na lei orçamentária anual, nos
    termos demandados pela Transição, permitem a recomposição de orçamentos para
    programas essenciais e a previsão de gastos sociais e investimentos estratégicos que
    induzirão a retomada do crescimento econômico sustentável com redução em simultâneo das desigualdades mais gritantes no momento.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    57
    SUGESTÕES DE MEDIDAS
    PARA REVOGAÇÃO E REVISÃO
    Os Grupos da Transição fizeram um trabalho técnico profundo de estudo das centenas de normas produzidas no período de 2019 a 2022, durante o governo Bolsonaro. Nas diversas áreas de atuação da administração pública federal, foram
    identificados casos em que a elaboração normativa foi utilizada, por meio da criação ou
    da revogação de atos, para desmontar políticas públicas, restringir a participação social,
    enfraquecer os mecanismos de controle social ou obstruir o acesso a direitos individuais, sociais e econômicos. O resultado do estudo dos Grupos Técnicos é extenso e foi
    detalhado em minutas que subsidiaram a elaboração deste Relatório Final.
    Dado o escopo do trabalho da Equipe de Transição, cujo objetivo legal, previsto no art.
    2º da Lei nº 10.609, de 2002, trata de diagnosticar as ações de órgãos e entidades que
    compõem a administração pública federal e oferecer subsídios para os primeiros atos
    de iniciativa do novo Presidente da República, esta Seção do Relatório Final de Transição apresenta um desafiador esforço de síntese e indicação de destaques.
    O rol de revogações e alterações normativas apresentado abaixo reúne situações de
    especial urgência, com sugestão de providências imediatas de edição de atos pelo
    Presidente da República, seja já de caráter normativo – promovendo revogações e alterações, ou de caráter orientador – indicando a necessidade de que alguns órgãos e
    entidades da administração pública federal elaborem estudos e providenciem nova
    regulamentação para algumas temáticas de grande relevância.
    Essas sugestões serão avaliadas com todo o rigor jurídico e técnico pelos novos ministros e ministras e suas equipes e passarão pela avaliação do novo presidente eleito.
    REVOGAÇÕES E REVISÕES NA ÁREA
    DA POLÍTICA PÚBLICA DE ARMAS
    A proposta é de revogação de oito Decretos e uma Portaria Interministerial que incentivam a multiplicação descontrolada das armas no Brasil, sem fiscalização rigorosa e adequada. O descontrole coloca em risco a segurança das famílias brasileiras e, portanto,
    deve ser revertido pelo Ministério da Justiça, em diálogo com o Ministério da Defesa.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    58
    Sugere-se uma revisão rigorosa do conjunto de atos normativos que desmontou a política pública de controle das armas no país, e a substituição por uma nova regulamentação para a Lei 10826/2003 – Estatuto do Desarmamento, como uma das primeiras medidas do novo governo. Dessa forma, propõe-se a revogação do Decreto nº 9845/2019,
    do Decreto nº 9846/2019, do Decreto nº 9847/2019, do Decreto nº 10030/2019, do
    Decreto nº 10627/2021, do Decreto nº 10628/2021, do Decreto nº 10629/2021, do Decreto nº 10630/2021. Além disso, sugere-se que o Presidente determine a revisão, pelos
    Ministérios responsáveis, do teor da Portaria Interministerial MJ/MD 1634/2020.
    REVOGAÇÕES E REVISÕES
    NA ÁREA DA POLÍTICA PÚBLICA
    DE MEIO AMBIENTE
    A proposta é de revogação de atos normativos de extrema gravidade, que geraram
    uma situação descrita como “estado de coisas inconstitucional” em julgamento do Supremo Tribunal Federal, conforme o voto da Relatora Ministra Cármen Lúcia na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 760 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 54.
    O Pacote Verde, analisado pelo STF, é formado por sete processos judiciais em que são
    analisados atos do governo Bolsonaro que levaram à atuação estatal deficiente, à desestruturação da legislação ambiental brasileira, ao enfraquecimento da fiscalização e
    do combate a crimes ambientais e crimes relacionados aos povos indígenas, à desproteção do meio ambiente como um todo e, em especial, do bioma da Amazônia. Nas
    manifestações dos Ministros constantes das decisões já proferidas, a constatação é de
    que há um quadro estrutural de ofensa massiva, sistemática e generalizada dos direitos
    fundamentais ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à saúde e à vida digna.
    Nesse contexto, sugere-se uma série de revogações de atos normativos relacionados ao
    desmonte das políticas públicas ambientais, conforme objetivos destacados a seguir:
    A) Controlar o desmatamento
    | Proposta de revogação dos Decretos que abriram espaço para um processo acelerado de desmatamento ilegal nos diversos biomas brasileiros,
    inclusive desmanchando o Plano de Ação para Prevenção e Controle do
    Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). O PPCDAM foi historicamente um dos principais instrumentos capazes de controlar desmatamento, contribuindo para redução de emissão de gás. (Decreto nº 10.142/2019,
    Decreto nº 10.239/2019 e Decreto nº 10.845/2021).
    B) Acabar com a impunidade quanto às multas ambientais
    | Proposta de revogação de Decretos que anularam multas ambientais, paralisaram o sistema de fiscalização ambiental e criaram um ambiente de
    perseguição aos fiscais. A perda é de mais de R$ 18 bilhões para os cofres
    públicos, conforme questionamento feito pelo STF na ADPF 775. A proposta
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    59
    é de revogação integral do Decreto nº 9.760/2019 e de parte do Decreto nº
    10.086/2022.
    C) Reverter a autorização para o garimpo ilegal na Amazônia
    | Proposta de revogação total do Decreto nº 10.966/2022, que liberou o garimpo ilegal na Amazônia a partir de uma regulamentação indevida do que
    foi chamado de “garimpo artesanal”.
    D) Retomar o Fundo Amazônia
    | Proposta de revogação parcial dos Decretos nº 10.223/2020 e nº
    10.144/2019, nos pontos em que inviabilizaram a governança do Fundo
    Amazônia, instrumento de extrema relevância para o controle do desmatamento e o fomento a atividades produtivas sustentáveis no bioma. Com
    isso, há mais de R$ 3 bilhões parados no Fundo, que agora poderão ser utilizados. A urgência disso decorre inclusive de decisão recente do STF na Ação
    Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 59.
    Por fim, quanto à estruturação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), sugere-se que o Presidente da República edite um despacho em que orienta o Ministério do
    Meio Ambiente a proceder imediatamente à revisão do teor do Decreto nº 11.018/2022,
    para eliminar os retrocessos realizados na estrutura e no funcionamento do Conselho. A
    medida é essencial para o cumprimento de decisão do STF na ADPF 623, devendo ser
    elaborada uma nova regulamentação, a partir de amplo diálogo com a sociedade.
    REVISÃO DE ATOS QUE IMPUSERAM
    SIGILO INDEVIDO DE 100 ANOS
    EM DOCUMENTOS DE ACESSO PÚBLICO
    A proposta é de revisão de casos em que houve imposição de sigilo de 100 anos pelo
    governo Bolsonaro para impedir o conhecimento público de documentos. Os casos
    revisados serão aqueles contidos em lista apresentada à Equipe de Transição por especialistas e entidades da sociedade civil com expertise na área de transparência.
    Sugere-se, a partir do trabalho técnico realizado pelo Grupo da Transição de Transparência, Integridade e Controle, que sejam adotadas as seguintes medidas:
    Medida A – Despacho do Presidente da República que determina, pelo princípio da
    autotutela da administração pública, que a Controladoria-Geral da União reavalie as
    decisões tomadas na lista de casos denunciados como de imposição indevida de sigilo
    de 100 anos; e
    Medida B – Despacho do Presidente da República que determina que a Advocacia-Geral da União elabore proposta de Parecer Vinculante que indique o escopo
    de aplicação possível da atual redação da Lei de Acesso à Informação relativa à
    proteção de dados pessoais.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    60
    REVOGAÇÕES DE ATOS QUE AVANÇAM
    EM PROCESSOS DE DESESTATIZAÇÃO
    A proposta é de revisão da lista de empresas que se encontram em etapas preparatórias e ainda não concluídas de processos de desestatização.
    Sugere-se que o Presidente da República edite despacho orientando os Ministérios responsáveis a revisar os seguintes atos relativos a empresas de grande relevância nacional:
    | Petrobras: Resolução CPPI 240/2022 (recomenda inserção no PPI);
    | Correios: Decreto nº 10674/2021 (PND), Decreto n. 10.066/2019 (PPI),
    Resolução CPPI 168/2021, Resolução CPPI 98/2019;
    | EBC: Empresa Brasil de Comunicação: Decreto n. 10669/2021 (PND),
    Decreto n. 10.354/2020 (PPI), Resolução CPPI 169/2021, Resolução CPPI
    98/2019;
    | Nuclep: Nuclebrás Equipamentos Pesados: Decreto n. 10.322/2020 (PPI) e
    Resolução CPPI 92/2019;
    | PPSA: Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural:
    Decreto n. 11.085/2022 (PPI) e Resolução CPPI 224/2022;
    | Conab: Decreto n. 10767/2021 (PPI); eI).
    REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
    QUE PREJUDICAM DIREITOS
    SOCIAIS E ECONÔMICOS
    A proposta é de revisão de atos normativos relacionados aos direitos sociais e econômicos dos brasileiros, sendo alguns casos com impactos significativos para a população
    mais pobre, conforme objetivos elencados a seguir:
    Acabar com a obrigação de que agricultores rurais de famílias de baixa renda entreguem parte de sua produção para o Governo
    | Proposta de revogação parcial do Decreto nº 10.852/2021 (art. 76, § 4 e
    art.77), que regulamentou a contraprestação do “auxílio inclusão produtiva rural”, ou seja, trouxe a previsão de que o governo “tome pra si” 10% da
    produção de agricultores de baixa renda, em situação de vulnerabilidade,
    que receberam o auxílio, ignorando a situação de insegurança alimentar
    em que vivem tantas dessas famílias no campo. Como essa retirada de
    alimentos das famílias vulneráveis já está planejada para janeiro de 2023,
    a revogação é urgente.
    Recriar o Programa dos Catadores
    | Proposta de revogação da parte do Decreto nº 10.473/2020 (art. 1º, CCXXXV)
    que acabou com o Programa Pró-Catador (antigo Decreto nº 7.405/2010).
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    61
    O Programa reunia ações de apoio a trabalhadores de baixa renda que se
    dedicam a coletar materiais reutilizáveis e recicláveis, promovendo inclusão
    social e econômica dessas pessoas e contribuindo para a sustentabilidade.
    A ação imediata seria de retomada da redação anterior da norma que tratava dessa política pública.
    Proteger as famílias brasileiras contra superendividamento
    | Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
    Ministério da Justiça a revisar o teor do Decreto nº 11.150/2022 (Decreto do
    Superendividamento), para apontar caminhos de reversão do processo de
    superendividamento vivido pelas famílias brasileiras de baixa renda. A medida aumentará a segurança jurídica no tema, pois a constitucionalidade do
    ato está questionada no STF na ADPF 1.005 e na ADPF 1.006.
    REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
    CONTRÁRIOS AOS DIREITOS DE CRIANÇAS,
    ADOLESCENTES E DA JUVENTUDE
    Derrubar regras ilegais que retiram proteção do adolescente aprendiz
    | Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
    Ministério do Trabalho a revisar o teor do Decreto nº 11.061/2022, que, ao
    tratar de aprendizagem profissional, derrubou várias regras de proteção do
    adolescente. A partir dos debates necessários, deve ser proposta nova regulamentação para o tema.
    Acabar com a política pública de educação especial que promove o
    isolamento social das crianças com deficiência
    | Proposta de revogação do Decreto nº 10.502/2020 – “Decreto da Exclusão”,
    uma política preconceituosa que exclui as crianças com deficiência do convívio com as demais crianças nos ambientes escolares, promovendo isolamento social inaceitável. O ato normativo é inclusive questionado no STF na
    ADPF 751 e na ADI 6590.
    Recriar o Plano Nacional voltado à Juventude do Campo
    | Proposta de revogação da parte do Decreto nº 10.473/2020 (art. 1º, CCLXXII)
    que acabou com o Plano Nacional voltado à Juventude do Campo (antigo
    Decreto nº 8.736/2016). O Programa reunia ações de efetivação de direitos e
    inclusão produtiva para jovens nos territórios rurais. A ação imediata seria de
    retomada da redação anterior.
    Avaliar o custo-benefício do Programa Nacional das Escolas Cívico-
    -Militares
    | Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando o
    Ministro da Educação a avaliar os resultados da política pública prevista no
    Decreto 10004/2019 sob critérios técnicos relativos ao custo-benefício, para
    definição sobre a dotação orçamentária respectiva e sobre sua continuidade.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    62
    REVOGAÇÕES E REVISÕES
    NA ÁREA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
    DE CULTURA
    Adequar as normas de fomento indireto à realidade da economia da
    cultura
    | Proposta de revogação do Decreto n. 10.755/2021, que regula o fomento
    a ações culturais via mecanismo de incentivo fiscal em âmbito federal. Pretende-se criar com agilidade uma nova regulamentação para o mecanismo,
    como uma das primeiras medidas do novo governo na área da cultura. Além
    disso, sugere-se que o Presidente da República edite Despacho orientando
    o Ministro da Cultura a revisar o teor dos seguintes atos: Instrução Normativa
    SECULT/MTUR 01/2022, Instrução Normativa SECULT/MTUR 03/2022, Portaria SEFIC/SECULT/MTUR 210/2021, Portaria SEFIC/SECULT/MTUR 604/2021,
    Portaria SECULT/MTUR 44/2021.
    REVOGAÇÕES E REVISÕES
    DE ATOS CONTRÁRIOS
    À IGUALDADE RACIAL
    O diagnóstico quanto às questões relativas à igualdade racial indica a gravidade
    dos efeitos do governo Bolsonaro no sentido de desmobilizar a afirmação de direitos e impedir processos de reparação histórica. Nesse sentido, sugere-se a revisão
    de atos normativos de cunho especialmente grave, com os objetivos listados a
    seguir:
    Retomar a defesa dos direitos e dos territórios das comunidades quilombolas
    Sugere-se a edição de despacho do Presidente da República que oriente o
    INCRA e a Fundação Palmares a revisar os seguintes atos normativos:
    | Resolução INCRA nº 29/2020, que paralisou a política pública de demarcação de territórios quilombolas e criou um ambiente de perseguição de
    servidores públicos que atuam nessa área; e
    | Portaria FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES n. 57/2022, que burocratizou
    o procedimento de reconhecimento de comunidades quilombolas, sem
    qualquer escuta dos impactados.
    Valorizar lideranças cujo legado foi negado
    | Sugere-se a edição de despacho do Presidente da República que oriente a
    Fundação Cultural Palmares a revisar a Portaria FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES n. 189/2020, que excluiu 27 personalidades negras do rol de homenageados, tais como: Gilberto Gil, Benedita da Silva, Marina Silva, Elza Soares,
    Conceição Evaristo, dentre outras figuras de especial relevo.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    63
    REVOGAÇÕES E REVISÕES DE ATOS
    QUE LIMITAM O DIREITO
    DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
    Retomar participação social para democratizar os espaços de poder e
    aumentar o controle social da gestão de recursos públicos
    | Proposta de revogação do Decreto n. 9759/2019, cujo teor visava a
    redução da participação social em todo o governo. Além disso, tendo
    em vista tal revogação, sugere-se que seja editado pelo Presidente da
    República um despacho de orientação dos Ministérios para que seja revisto o teor dos seguintes atos, com elaboração de nova proposta de
    normatização:
    Decreto n. 9883/2019 – colegiado sobre discriminação
    Decreto n. 9887/2019 – colegiado sobre trabalho escravo
    Decreto n. 9894/2019 – colegiado sobre população em situação de rua
    Decreto n. 10.003/2019 – colegiado sobre crianças e adolescentes
    Decreto n. 10.144/2020 e Decreto n. 10.224/2020 – colegiados de meio ambiente
    Decreto n. 10.177/2019 – colegiado sobre pessoas com deficiência
    Decreto n. 10.226/2020 – colegiado sobre juventude
    Decreto n. 10.905/2021 – colegiados sobre direitos dos trabalhadores
    Portaria n. Min. Saúde 3021/2020 – povos indígenas nas instâncias da gestão da saúde
    Portaria n. MEC 577/2017 – reduziu a participação de trabalhadores no Fórum Nacional da Educação
    Derrubar os entraves para que movimentos populares tenham acesso
    ao INCRA
    | Sugestão de que o Presidente da República edite despacho orientando
    o INCRA a revisar o teor da Portaria nº INCRA 460/2019. Ao prever regras
    deliberadamente burocratizadas para o acesso ao prédio do INCRA, os
    efeitos produzidos pela Portaria são de impedimento de acesso por uma
    parte significativa dos movimentos populares que não cumprem as exigências indevidas estabelecidas, criando uma barreira para o seu direito
    constitucional de participação social.
    A lista de sugestões de revogações e revisões de atos normativos, elencada nesta seção
    do Relatório Final da Transição, demonstra o tamanho dos desafios do novo Governo
    eleito quanto à reconstrução do Estado brasileiro em áreas bastantes sensíveis, cujas
    políticas públicas são essenciais para a efetivação de direitos da população.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    64
    As propostas de providências imediatas contidas na listagem acima podem ser efetivadas por meio de um conjunto de atos do Presidente da República nos primeiros dias
    após sua posse, em formato de Decretos e Despachos formulados por integrantes da
    Advocacia-Geral da União, em diálogo com as equipes técnicas dedicadas a cada temática da administração pública federal.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    65
    PROPOSTA DE NOVA
    ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
    DOS MINISTÉRIOS
    OPresidente Lula foi eleito com uma ampla plataforma política, que envolve, entre tantos compromissos, a superação da pobreza e da fome no Brasil, a melhoria da qualidade da educação básica, a redução drástica do desmatamento da
    Amazônia, o fomento à produção de alimentos, a retomada dos investimentos públicos
    em infraestrutura e a promoção dos direitos da cidadania. Para alcançar esses grandes
    objetivos, o primeiro desafio do governo eleito é reorganizar a estrutura administrativa
    do Poder Executivo Federal, de forma a reverter o processo de desmonte do Estado e
    criar as bases para a reconstrução das políticas públicas. Esta seção apresenta a proposta de estrutura ministerial para o governo federal, a partir de 1º de janeiro de 2023.
    Nos últimos anos, assistimos a uma ação deliberada de desmonte do Estado Brasileiro,
    que se traduziu na completa desorganização da máquina pública com riscos para a
    manutenção dos serviços públicos essenciais. Esse processo foi orientado pela ideia de
    redução do papel do Estado no desenvolvimento econômico, ambiental e social do
    País. Os efeitos dessa visão foram agravados pela incompetência do governo Bolsonaro
    no desenho, coordenação e implementação de suas políticas e pela condução desastrosa da gestão pública em praticamente todas as áreas de atuação governamental. A
    consequência foi o comprometimento de políticas de Estado essenciais para o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental, a promoção e garantia de direitos,
    a inclusão e justiça social, o exercício da democracia, e o diálogo e participação social.
    Diante da extensão e gravidade dos problemas identificados pelos grupos técnicos
    que contribuíram na elaboração deste relatório de transição, o novo governo eleito terá
    pela frente o desafio de retomar e consolidar o processo de construção democrática do
    Estado Brasileiro, inaugurado com a Constituição de 1988.
    Para assegurar o êxito da plataforma eleitoral consagrada pelo voto popular nas eleições de 2022, é fundamental reconstruir o Estado Brasileiro. Nem grande nem pequeno, ele deve ter a dimensão e a complexidade necessárias ao enfrentamento dos inúmeros desafios que terão lugar nos próximos quatro anos. Longe do debate “Estado
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    66
    Mínimo x Estado Máximo”, a questão chave é dotar o Estado de recursos, instrumentos,
    estruturas e arcabouço institucional condizentes com o seu papel estratégico no desenvolvimento do País.
    O Estado moderno deve incorporar arranjos institucionais de governança e de implementação de políticas que envolvam tanto o setor público quanto o setor privado, a
    academia e as organizações da sociedade civil, gerando inovação, ganhos de eficiência
    e qualidade nas entregas à população. Deve também ser transparente e aberto à participação e ao controle social. Ao mesmo tempo, precisa preservar as funções estatais,
    inovar na gestão, ganhar agilidade e manter um corpo qualificado de servidores públicos capazes de dar continuidade à ação estatal e de resistir às investidas autoritárias de
    governos anti-democráticos.
    Com base nessa visão, as prioridades estratégicas do novo governo devem demandar
    um extenso rol de iniciativas, tais como: a) reorganização e fortalecimento dos órgãos
    centrais de coordenação e acompanhamento das ações de governo; b) reestruturação
    da Administração Federal, especialmente de seus Ministérios com vistas a aumentar a
    capacidade de implementação de políticas públicas; c) aperfeiçoamento dos meios
    e instrumentos de gestão pública; d) inovação e melhoria na qualidade dos serviços
    públicos; e) retomada e ampliação do diálogo e da participação social.
    NOVA DINÂMICA DE CENTRO DE GOVERNO
    É por isso que a nova estrutura do Governo Federal recupera o desenho do Centro
    de Governo (CdG), estabelecido durante os primeiros mandatos do Presidente Lula. O
    Centro de Governo precisa ser capaz de coordenar o conjunto das ações governamentais, com clara definição de prioridades, e envolver a sociedade, o Poder Legislativo,
    os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no processo de formulação da agenda
    nacional e de construção das políticas públicas.
    Ao longo dos últimos anos, o Centro de Governo foi desorganizado, havendo um rebaixamento da capacidade de coordenação da Presidência com relação às suas prioridades programáticas. Isso afetou negativamente a atuação institucional do setor público
    federal, especialmente as entregas de bens e serviços à população.
    O modelo de coordenação governamental em rede foi substituído por um modelo
    disfuncional, com ministérios enormes e com mais níveis hierárquicos, que cooperam pouco e não dialogam com a sociedade civil. Com isso, a capacidade de resposta do Estado às crises e às demandas sociais foi severamente comprometida, gerando impactos graves na vida das pessoas, a exemplo do que se observou durante a
    Pandemia de COVID-19.
    A extinção das instâncias colegiadas de participação e de coordenação de programas
    governamentais dificultou ainda mais a cooperação intersetorial em torno de ações de
    governo e bloqueou qualquer possibilidade de escuta e diálogo social. Um dos prin-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    67
    cipais retrocessos nesse âmbito foi o desmonte da Política Nacional de Participação
    Social (PNPS) e de suas instâncias e mecanismos institucionais.
    Para reverter esse quadro, o novo Centro de Governo prevê uma Presidência forte, capaz de recuperar e ampliar a capacidade de coordenação das políticas setoriais e transversais. A Casa Civil vai recuperar suas funções originais, incluindo a análise jurídica das
    proposições, e sua capacidade de coordenação de governo. A Secretaria-Geral volta
    a ser o órgão de diálogo com a sociedade civil, restabelecendo a participação social
    como método de governar. A Secretaria de Relações Institucionais assume a coordenação política e a articulação com os entes federados e a representação parlamentar
    no Congresso Nacional. A Secretaria de Comunicação Social retorna à Presidência da
    República, fortalecendo a comunicação do Presidente com o conjunto da sociedade.
    Além disso, a Presidência voltará a contar com os seus órgãos de assessoramento participativos, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar – Consea e o Conselho
    Nacional de Desenvolvimento Econômico Social – CDES, conhecido como Conselhão.
    Da mesma maneira, na Esplanada como um todo, serão reativados os conselhos de
    participação social e demais mecanismos de interação com organizações, lideranças e
    movimentos sociais.
    NOVA ESTRUTURA DE MINISTÉRIOS
    Para reforçar o compromisso com a diversidade, as antigas Secretarias Especiais dos Governos Lula I e II serão transformadas em ministérios, com estrutura adequada e maior
    relevância político-institucional. Serão criados os Ministérios das Mulheres, o Ministério
    dos Direitos Humanos, o Ministério da Igualdade Racial e, pela primeira vez, o Ministério
    dos Povos Indígenas. Com isso, busca-se dotar as pautas da diversidade de meios que
    favoreçam a promoção dos direitos e das políticas voltadas a essas populações. Caberão a esses ministérios a coordenação da agenda e das ações transversais e setoriais
    relativas às suas áreas de atuação, de forma a reverter processos de exclusão muitas
    vezes reforçados nas próprias políticas públicas.
    O Ministério da Economia, hoje com uma estrutura inchada e disfuncional, será decomposto em quatro unidades ministeriais com finalidades específicas. O Ministério
    do Planejamento e Orçamento recupera a sua função essencial de planejar as ações
    do Estado, além de apoiar a execução das políticas públicas por meio da destinação
    de recursos para sua execução e do monitoramento e avaliação contínua das ações
    de governo. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação é recriado para promover o processo de reindustrialização do País e a dinamização econômica, ao mesmo tempo que promove a transição para uma economia
    verde e descarbonizada, baseada em inovação e novas tecnologias, com impacto
    socioambiental positivo.
    Para melhorar a qualidade dos serviços públicos e racionalizar o uso de recursos pela
    máquina pública, será criado o Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    68
    Um dos focos do Ministério será a busca por novos meios para inovar na gestão, melhorar o atendimento público e prover bens e serviços de qualidade para a população. Para
    isso, ele atuará no aumento dos serviços digitais de forma a ampliar o acesso e melhorar
    a experiência dos usuários desses serviços, com agilidade, simplicidade e maior alcance das políticas públicas. Em outra frente, o Ministério cuidará da gestão e do desenvolvimento de pessoas, promovendo a melhoria de produtividade e o bem-estar dos
    servidores, com benefícios para toda sociedade. Por fim, a pasta irá atuar na prestação
    de serviços compartilhados para os demais ministérios, eliminando estruturas redundantes e garantindo maior economia nas contratações de bens e serviços pelo novo
    governo.
    Assim, o Ministério da Economia poderá se concentrar na condução da política econômica, priorizando as agendas macro e microeconômica, tendo como prioridade
    o controle da inflação, a melhoria do ambiente de negócios, a promoção do investimento, a geração de emprego, o controle da execução financeira e a racionalização
    tributária. Entre os desafios da pasta, estão o desenho de uma proposta de Reforma Tributária e uma nova regra fiscal que garanta estabilidade e previsibilidade aos
    agentes econômicos e ao mesmo tempo permita impulsionar o desenvolvimento
    sustentável do País.
    No novo arranjo, o Ministério do Meio Ambiente recupera a sua capacidade de não
    apenas proteger nossos biomas, biodiversidade e recursos renováveis, mas também de
    promover o desenvolvimento socioambiental do País, com base na utilização racional
    desse imenso potencial para uma economia verde e limpa. Entre os avanços nessa área,
    está a reafirmação do compromisso do novo governo com a redução do desmatamento e com a preservação dos recursos naturais da Amazônia e de outros biomas, bem
    como com o desenvolvimento de uma matriz energética limpa e com o combate ao
    aquecimento global.
    Além disso, a Cultura, o Desenvolvimento Agrário, o Esporte, a Previdência, o Trabalho,
    as Cidades e a Pesca voltarão ter suas pastas próprias, refletindo a prioridade conferida
    a essas áreas pelo novo governo. A Cultura voltará a ser valorizada e promovida com
    a devida centralidade que deve ter na construção da identidade nacional. Da mesma
    forma, a produção de alimentos pela agricultura familiar voltará a ser apoiada pelo governo por meio de crédito, fomento e assistência técnica. O Esporte passará a contar
    com uma estrutura que permita o apoio a atletas profissionais e amadores e ao esporte de base. A Previdência e o Trabalho também voltarão a ter estrutura e meios para
    a promoção de garantia de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, aposentados,
    pensionistas e beneficiários dos sistemas previdenciários. O Ministério das Cidades, por
    sua vez, irá promover políticas para tornar as cidades mais inclusivas, sustentáveis e dinâmicas, por meio de políticas de mobilidade, saneamento e habitação.
    Já a área social será reforçada para que os compromissos assumidos pelo Presidente sejam cumpridos: superar a fome, melhorar a qualidade da educação básica e fortalecer o
    Sistema Único de Saúde. Para isso, serão reforçadas as áreas de assistência e desenvolvi-
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    69
    mento social e os sistemas de saúde e educação. A pandemia evidenciou ainda mais a
    importância de um Estado capaz de coordenar a resposta para grandes crises. Quando
    isso falta, a população sofre. Ficou clara a importância do SUS, da Fiocruz, do Instituto
    Butantã, dos institutos de pesquisa brasileiros, do Sistema Único da Assistência Social,
    do INSS, das instituições de ensino e pesquisa, e de tantas outras organizações públicas
    que se envolveram na resposta à crise decorrente da COVID-19.
    No caso da governança pública, será conferida a ela a dimensão estratégica necessária
    para garantir as condições indispensáveis à atuação governamental em todas as áreas.
    Além das instâncias ministeriais e de coordenação de governo indispensáveis à implementação de ações transversais, o novo governo contará com ministérios setoriais
    cujo papel é liderar e viabilizar, em suas respectivas de atuação, as políticas públicas
    emanadas da Constituição de 1988 e aquelas que fazem parte dos compromissos programáticos do novo governo eleito.
    Mesmo no caso dos ministérios que já existiam e que foram mantidos pelo novo governo
    eleito, houve uma clara orientação no sentido de dotá-los de estruturas adequadas aos
    desafios programáticos e institucionais concernentes às suas respectivas áreas de atuação, dentro do esforço de reorganização da Administração Pública Federal e de reversão
    do desmonte do Estado Brasileiro. Alguns desses ministérios tiveram as suas denominações alteradas, de maneira a refletir as diretrizes e prioridades do novo governo eleito.
    Enfim, a nova estrutura ministerial ou organizacional do Poder Executivo Federal guarda relação estreita com uma visão do País e com um projeto de desenvolvimento nacional liderado pela coalizão política que, em contexto eleitoral democrático, assume a
    condução do governo brasileiro. Para concretizar os compromissos chancelados pelo
    voto popular e para as funções necessárias a um Estado Nacional contemporâneo, chegou-se à seguinte configuração ministerial:
    Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos
    | Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania
    | Ministério da Igualdade Racial
    | Ministério das Mulheres
    | Ministério dos Povos Indígenas
    | Ministério do Trabalho e Emprego
    | Ministério da Previdência Social
    | Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome
    | Ministério da Saúde
    | Ministério da Educação
    | Ministério da Cultura
    | Ministério do Esporte
    | Ministério das Cidades
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    70
    Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Socioambiental e
    Climática
    | Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional
    | Ministério do Meio ambiente
    | Ministério da Economia
    | Ministério dos Transportes
    | Ministério de Portos e Aeroportos
    | Ministério de Minas e Energia
    | Ministério das Comunicações
    | Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
    | Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação
    | Ministério do Turismo
    | Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
    | Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
    | Ministério da Pesca e Aquicultura
    Defesa da Democracia e Reconstrução do Estado e da Soberania
    | Casa Civil da Presidência da República
    | Secretaria-Geral da Presidência da República
    | Secretaria de Relações Institucionais
    | Secretaria de Comunicação Social
    | Gabinete de Segurança Institucional
    | Advocacia-Geral da União
    | Ministério do Planejamento e Orçamento
    | Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos
    | Controladoria-Geral da União
    | Ministério da Justiça e Segurança Pública
    | Ministério das Relações Exteriores
    | Ministério da Defesa
    É importante ressaltar que o esforço para a criação dos ministérios indicados acima foi realizado com base na racionalização de estruturas preexistentes, sem criar
    cargos ou gerar novos gastos ao erário. Buscou-se também contemplar, na medida
    do possível, as demandas apresentadas pela sociedade civil durante o processo de
    transição de governo. E apesar das fortes restrições, essa nova estrutura governamental reflete o trabalho colaborativo realizado pelos diversos grupos técnicos, com
    os ajustes necessários para que o número total de cargos não fosse alterado e para
    que, ao mesmo, fossem asseguradas as condições indispensáveis à boa atuação de
    todas as áreas governamentais.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    71
    CONCLUSÃO
    Aentrega deste relatório ao Presidente eleito marca uma virada de página de nossa história recente, que não deve ser jamais esquecida. O extremismo e sua violência são incompatíveis com a democracia. Com a abertura de um novo ciclo
    político, o Brasil do Amanhã começa a ser construído. A bússola que nos orienta são as
    Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil e a Carta para o
    Brasil do Amanhã, apresentadas durante as eleições.
    Concluímos assim o maior e mais complexo processo de transição já realizado no País,
    em todos os tempos, de forma democrática, plural, participativa, com rigor técnico e
    parcimônia no uso dos recursos públicos. No momento histórico em que a democracia
    foi posta à prova e os mecanismos de participação social desarticulados e desacreditados, inovamos no processo de transição governamental com a abertura para o amplo
    diálogo com a sociedade.
    A reconstrução e a transformação do País é um grande desafio e uma obra de muitos.
    Teremos quatro anos de intenso trabalho e dedicação total para recompor o Estado e
    as políticas públicas, para mudar para melhor a vida da população e para voltar a cultivar a esperança e a alegria de nossa gente.
    Realizaremos em 1º de janeiro de 2023, em Brasília, a maior cerimônia de posse presidencial de todos os tempos. E sua excelência, o Povo, irá festejar no Festival do Futuro a
    vitória mais importante da democracia nos últimos tempos.
    Ao longo dos últimos meses, vimos a esperança voltar a brilhar nos olhos do nosso
    povo. A esperança de uma vida melhor em um País mais justo, inclusivo e solidário.
    Um País que necessita de um governo que volte a olhar com carinho e cuidado para a
    nossa gente, especialmente para quem mais necessita. Um País que também precisa
    de paz, democracia e diálogo. É com a força do nosso legado e os olhos voltados para
    o futuro que estamos preparados para iniciar um verdadeiro governo de reconstrução
    e transformação do Brasil.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    72
    Coordenador-Geral do Gabinete de Transição Governamental
    Geraldo Alckmin
    Coordenação Executiva
    Floriano Pesaro
    Coordenação de Articulação Política
    Gleisi Hoffmann
    Coordenação de Organização da Posse
    Rosângela Lula da Silva
    Coordenação de Grupos Técnicos
    Aloizio Mercadante
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    73
    GABINETE DE TRANSIÇÃO
    GOVERNAMENTAL
    Otrabalho do Gabinete de Transição Governamental representa o esforço de milhares de pessoas, que contribuíram com sua inteligência, experiência, vivência
    e dedicação para que este trabalho fosse desenvolvido.
    A seguir, listamos os nomes das pessoas que trabalharam nos Grupos Técnicos, nas
    Coordenações do Gabinete e na estrutura do Centro Cultural do Banco do Brasil – representantes da sociedade civil, servidores e empregados públicos, parlamentares, policiais federais, seguranças, garçons, copeiras, auxiliares de serviços gerais – aos quais,
    em meu nome e em nome do Presidente Eleito Luiz Inácio Lula da Silva, agradeço, de
    coração, pelo enorme esforço de construir, em tão pouco tempo, um relatório tão profundo e extenso do desafio que teremos pela frente nos próximos anos.
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    74
    GABINETE DO
    COORDENADOR-GERAL DO
    GABINETE DE TRANSIÇÃO
    GOVERNAMENTAL
    Coordenador de Transição Governamental
    Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho
    Assessoria Especial
    Assessor Especial
    Pedro Henrique Giocondo Guerra
    Adalnio Senna Ganem
    Assessoria de Assuntos Jurídicos
    Assessor de Assuntos Jurídicos
    Márcio Elias Rosa
    Assessoria de Apoio
    Assessor
    Alessandro Chagas Rosa
    Pedro Lamoso
    Ana Regina Costa de Araújo
    CTEG – V
    Miriam Aparecida Belchior
    Paulo Bernardo Silva
    João Luiz Silva Ferreira
    CTEG – IV
    Fábio Rafael Valente Cabral
    Vinicius Carnier Colombini
    Daniella Fernandes Cambauva
    Cassius Antônio Da Rosa
    Maria Helena Guarezi
    Wagner Caetano Alves De Oliveira
    José Barroso Pimentel
    Inês da Silva Magalhães
    Luis Carlos Guedes Pinto
    Márcia Helena Carvalho Lopes
    Margarida Cristina de Quadros
    Valéria de Oliveira
    José Geraldo Torres da Silva
    CTEG – I
    Gilson Alves Duarte
    Luiz Roberto Martins de Barros
    EQUIPE DE PRESIDENTE
    ELEITO
    Assessoria do Presidente Eleito
    Cláudia Troiano
    Jose Chrispiniano
    Marco Aurelio – Marcola
    José Rezende Júnior
    Cezar Alvarez
    Cilene Antoniolli
    Betiza Coelho de Souza
    Mires Costa
    Ana Regina C. de Araújo
    Assessoria de Comunicação
    Coordenação
    Ricardo Stuckert
    Claudio Kabene
    Daniella Fernandes Cambaúva
    Mariana Zoccoli
    Magno Romero
    Ruy Coelho
    Thiago Silva
    George Gregory
    Thiago Ming
    Mariana Gurgel
    Segurança Institucional
    General Gonçalves Dias
    Capitão Valmir Moraes
    Marco Aurélio De Andrade Lima
    Azevedo
    Wagner Caetano
    Elias Reis
    Misael da Silva
    Moura
    Equipe de Apoio
    Evanyr Bezerra
    Joana D´arc
    COORDENAÇÃO EXECUTIVA
    Coordenador Executivo
    Floriano Pesaro
    Assessor Especial
    Fabio Rafael Valente Cabral
    Assessoria de Administração
    Chefe de Assessoria de Administração
    Reinaldo Chaves Gomes
    Wilmar Lacerda
    Chica Carvalho
    Equipe do Administrativo
    Davino Márcio Souto
    Flávia Martins Marques
    Gabriel Lopes Gonçalves Dias
    Mari Lucas
    Maria do Carmo Pereira da Silva
    Maria José Brasil
    Monica Sacramento Costa
    Valda Hilda da Rocha Do Carmo
    Maria da Conceição Nogueira de Azevedo
    Martins
    Adriane Cleide de Souza Gomes
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    75
    Chefe do Apoio Administrativo
    aos Grupos de Trabalho
    Marcelo Pontes
    Maria da Solidade de Oliveira Costa
    Equipe do Apoio Administrativo
    aos Grupos de Trabalho
    Daniella de Souza Vasconcelos
    Gabriela Olímpia de Assis
    Jéssica Italoema da Silva Moura
    Lucas de Lima Guimarães
    Lucas Leonam de Lima
    Salles Junio Lima Nascimento
    Sara Daniela Barbosa de Souza
    Chefe de Atos Normativos
    Juliana Muniz Fernandes de Queiroz
    Equipe de Atos Normativos
    Ana Cristina de Figueiredo Barros
    Maria Isabel da Silva Sales
    Natália Viana Reis
    Nicole Gondim Porcaro
    Chefe da Gestão da Informação
    Valmir Dantas
    Gestão da Informação
    Alex de Sousa Araújo
    Chefe do Credenciamento
    Leandro de Borja Reis Cerqueira
    Equipe de Credenciamento
    Elisangela Maria Pontes de Souza.
    Nilton Santana Oliveira.
    Tarcizo Ramos da Silva.
    Chefe de Logística
    Benoni Dias Covatti
    Equipe de Logística
    Jose Wilson
    Alcivan A. de Araujo
    Gilson Alves Duarte
    Frank Varela de Moura
    Arilson Cavalcante Pereira
    Carlos Alberto de souza
    Gilberto Tristâo Ferreira
    Luis Roberto Martins de Barros
    Assessoria de Orçamento
    Chefe da Assessoria de Orçamento
    Norberto Temoteo de Queiroz – Coordenador
    Equipe de Orçamento
    Antonio Fucio
    Rossi da Silva Araujo
    Fernando José Carvalho de Oliveira
    Caio Leal de Araújo
    Assessoria de Comunicação Social
    Chefe da Assessoria de Comunicação
    Social
    Ricardo Amaral
    Equipe da Assessoria de Comunicação
    Social
    Ana Luísa Noblat
    Andreia Cordeiro de Souza
    Cristina Charão Marques
    Flávia Filipini
    Raquel Sepúlveda
    Assessoria de Cerimonial
    Chefe do Cerimonial
    Max Antonio Passos D’ Oliveira
    Equipe do Cerimonial
    Gláucia da Silva Limeira
    Maria Eugênia Ribeiro
    Miraci Lopes
    Thaís Veríssimo Pinheiro
    Simone Zerbinato
    Assessoria de Segurança Institucional
    Chefe da Segurança Institucional
    Andrei Augusto Passos Rodrigues
    Chefe da Segurança de Área
    Pedro Magalhães Roncisvalle
    Equipe de Segurança Institucional
    Alexandre Guimarães Malheiro de Oliveira
    Bernardo Varney Alexe Costa Azeredo Lopes
    Correa
    Camilla Caputo Tejo Borges
    Daniel Esteves Kim
    Elias Pereira Moura
    Renata Scheiner Moares de Lucena
    Sandro Azevedo de Souza
    COORDENAÇÃO DE
    ARTICULAÇÃO POLÍTICA
    Coordenadora
    Gleisi Helena Hoffmann
    Assessores
    Amanda Vitoria Lopes Moreira da Silva
    Cristian Jesus da Silva
    Tania Maria de Oliveira
    Apoio
    Aveline Gomes
    Dayane Hirt
    Eduardo de Oliveira Bastos
    Gabriel Santos
    Jean Keiji Uema
    João Paulo
    Luiz Roberto Martins de Barros
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    76
    COORDENAÇÃO
    DE ORGANIZAÇÃO
    DA POSSE
    Coordenadora
    Rosângela Lula da Silva – Janja
    Assessores
    André Cortez
    Caio Flávio de Noronha
    Cassius Antonio Rosa
    Célia Maria Alves
    Claudinei Pimentel Mota (Pirelli)
    Claudio Rocha
    Fabrício Araújo Prado
    Fernando Luis Lemos Igreja
    Flávio Abraão Paes Leme
    Gabriela Mendes
    Gabriella Gualberto Faria
    Gilberto Carvalho
    Gustavo de Biase
    José Laelson de Oliveira
    Márcio Tavares dos Santos
    Mário Edson Gonçalves Dias
    Mauro Furlan
    Neudicleia Neres De Oliveira
    Rogério Carvalho
    Warley Barbosa
    Yuri Soares
    COORDENAÇÃO
    DE GRUPOS TÉCNICOS
    Coordenador
    Aloizio Mercadante Oliva
    Assessoria especial
    Marcos Rogério de Souza
    William Vella Nozaki
    Assessores
    Aline Damasceno Ferreira Schleicher
    Amanda Vitoria Lopes Moreira da Silva
    Danilo da Silva Molina
    Danilo Marasca Bertazzi
    Elton Bernardo Bandeira de Melo
    Fernanda Machiaveli Morão de Oliveira
    Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
    Janira Trípodi Borja
    Lucas Ramalho Maciel
    Marcilandia de Fátima Araújo
    Maria Paula Amorim de Barros Lima
    Pedro Mäder Gonçalves Coutinho
    Roberto Seara Machado Pojo Rego
    Rubens Diniz Tavares
    Valmir Dantas
    Bruno Moretti
    Carlos Alberto de Souza
    Eugênio Vilela
    Fernando Jose Carvalho
    Henrique Chaves Faria Carvalho
    Ioná Malerba Gabrielli
    José Celso Pereira Cardoso Jr.
    Marco Antonio de Oliveira
    COORDENAÇÃO
    JURÍDICA
    Coordenação Geral
    Jorge Messias
    Assessoria Jurídica
    Adriana Maia Venturini
    Cesár Dutra Carrijo
    Clarice Costa Calixto
    Aline Veloso dos Passos
    André Augusto Dantas Motta Amaral
    André Luiz Macagnan Freire
    Carolina Yumi de Souza
    Carlos Henrique Naegeli Gondim
    Fernanda Coimbra Santiago
    Francisco Alexandre Colares Melo Carlos
    Guilherme Benages Alcantara
    Gustavo Caldas Guimarães de Campos
    Isabela Marques Seixas
    João Paulo de Faria Santos
    Júnior Divino Fideles
    Luciana Hoff
    Marcilândia de Fátima Araújo
    Maria Paula Amorim de Barros Lima
    Mariana Barbosa Cirne
    Mônica de Oliveira Carsartelli
    Roberta Lima Barreto Monteiro
    Rodolfo de Carvalho Cabral
    Victor Epitácio Cravo Teixeira
    Apoio
    Natalia Reis
    Nicole Goldim Porcaro
    Maria Isabel da Silva Sales
    ASSESSORIA DE
    COMUNICAÇÃO
    Coordenador
    Ricardo Batista Amaral
    Assessoria
    Ana Luisa Noblat De Aguiar
    Andreia Cordeiro De Souza
    Flavia Filipini
    Raquel Sepúlveda
    Cristina Charão Marques
    Kerison Arnóbio Lopes Santos
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    77
    CONSELHO POLÍTICO
    DE TRANSIÇÃO
    GOVERNAMENTAL
    Antonio Luíz Paranhos Ribeiro Leite de Brito
    Carlos Siqueira
    Daniel Sampaio Tourinho
    Eliziane Pereira Gama Melo
    Felipe Antonio do Espirito Santo
    Guilherme Ítalo Costa Queiroz
    Jader Fontenelle Barbalho
    Jefferson Coriteac
    José Luíz de França Penna
    José Renan Vasconcelos Calheiros
    Juliano Medeiros
    Luciana Barbosa de Oliveira Santos
    Wesley Ederson Diógenes Nogueira
    Wolney Queiroz Maciel
    CONSELHO DE
    PARTICIPAÇÃO SOCIAL
    Coordenação Executiva
    Edson Carneiro da Silva
    Josué Augusto do Amaral Rocha
    Julia Barbosa de Aguiar Garcia
    Kelli Cristine de Oliveira Mafort
    Raimundo Vieira Bonfim
    Ronald Ferreira dos Santos
    Simone Ferreira Nascimento
    Ticiana Studart Albuquerque
    Assessoria Técnica
    Tânia Oliveira
    Assessoria Jurídica e Administrativa
    Ana Melo Moraes
    Carla de Paiva Bezerra
    Diego Carmona Scardone
    Marcelo Fragozo dos Santos
    Nara Magalhães Maubrigades
    Renato Simões
    Assessoria Jurídica
    João Paulo de Faria Santos
    Equipe de monitoramento
    Fernanda Machiaveli
    Integrantes da Plenária
    Aldenora Gomes González – Frente Nacional
    em Defesa do SUAS – Segmento Usuários
    Aristides Santos – Confederação Nacional dos
    Trabalhadores na Agricultura – CONTAG
    Beatriz Costa Barbosa – Coalizão Direitos na
    Rede
    Carlos Alencastro Cavalcanti – Movimento
    Nacional dos Catadores de Materiais
    Recicláveis – MNCMR
    Carmen Silvia Maria da Silva – Plataforma pela
    Reforma do Sistema Político
    Cicero Felix dos Santos – Articulação do
    Semiárido (ASA)
    Cristiano Schumacher – Movimento Nacional
    de Luta por Moradia – MNLM
    Daniel Seidel – Rede Brasileira de Justiça e Paz
    Darci Frigo – Conselho Nacional de Direitos
    Humanos
    Débora Rodrigues – Fórum Brasileiro de
    Economia Solidária
    Denildo Rodrigues de Moraes – Coordenação
    Nacional de Articulação de Quilombos –
    CONAQ
    Eliane de Moura Martins – Movimento de
    Trabalhadores por Direitos – MTD
    Francisco Auri Alves Júnior – Confederação
    Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
    Familiar – CONTRAF
    Franklin Felix de Lima – Associação Brasileira de
    Organizações não governamentais – ABONG
    Geovana Mendonça Lunardi Mendes – Fórum
    Nacional Popular de Educação
    Getúlio Vargas Junior – Confederação Nacional
    das Associações de Moradores – CONAM
    Gilberto Batista Campos – Convergência Negra
    Ivanei Farina Dalla Costa – Movimento dos
    Atingidos por Barragens – MAB
    Jade Beatriz – União Brasileira dos Estudantes
    Secundaristas – UBES
    Jarbas Vieira da Silva Movimento pela Soberania
    Popular na Mineração – MAM
    José Antonio Moroni – Plataforma pela Reforma
    do Sistema Político
    Josineide Costa – Movimento de Pequenos
    Agricultores – MPA
    Julio Barbosa de Aquino – Conselho Nacional
    das Populações Extrativistas – CNS
    Junia Rocha Bessa – Comitê Nacional da Lei
    Paulo Gustavo
    Karina Aparecida Figueiredo – Comitê Nacional
    de Enfrentamento à Violência Sexual contra
    Crianças e Adolescentes
    Kátia Cacilda Pereira Lima – Rede Brasileira de
    Orçamento Participativo
    Kleber Luiz dos Santos – Movimento de Luta
    das vilas, bairros e favelas – MLB
    Kleber Luiz Santos dos Santos – Articulação dos
    Povos Indígenas do Brasil (APIB)
    Leandro Artur Anton – Comitê Nacional dos
    Pontos de Cultura
    Leonardo Avritzer – Instituto da Democracia e
    da Democratização da Comunicação
    Leonardo Koury Martins – Frente Nacional em
    Defesa do SUAS – Segmento Trabalhadores
    Luciana Cristina Furquim Pivato – Comitê
    Brasileiro de Defensores e Defensoras de
    Direitos Humanos
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    78
    Marcela Peixoto – Movimento Camponês
    Popular – MCP
    Márcio Astrini – Observatório do Clima
    Maria Emília Pacheco – Fórum Brasileiro de
    Soberania e Segurança Alimentar – FBSSAN
    Maria Martilene – Movimentos de Pescadoras e
    Pescadores – MPP
    Maureen Cristina Martins dos Santos – Carta de
    Belém
    Milton dos Santos Rezende – Central Única dos
    Trabalhadores – CUT Brasil
    Mônica de Alkmim Moreira Nunes –
    Movimento Nacional de Direitos Humanos
  • MNDH
    Nilza Valeria Zacarias do Nascimento Oliveira –
    Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
    Noeli Taborda – Movimentos de Mulheres
    Camponesas – MMC
    Ormezita Barbosa de Paulo – Conselho Pastoral
    de Pescadores – CPP
    Pedro Pontual – CEAAL Brasil – Conselho de
    Educação Popular da América Latina e Caribe
    Raimundo Nonato Pereira da Silva – Rede de
    Comunidades de Povos Tradicionais do Brasil
    Renato Sérgio de Lima – Fórum Brasileiro de
    Segurança Pública
    Ricardo de Moura – Centro Nacional de
    Africanidade e Resistência Afro-Brasileiro –
    CENARAB
    Rosana Teresa Onocko Campos – Associação
    Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO
    Sidnei Antonio Euzebio Pita – União Nacional
    por Moradia Popular – UNMP
    Simmy Larrat – Associação Brasileira de
    Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
    Transexuais e Intersexos – ABGLT
    Ubiratan de Souza – GT Democracia e
    Participação – FPA (NAPP Estado, Democracia
    e Instituições)
    Vanja Andréa Santos – União Brasileira de
    Mulheres – UBM
    Veronica Chaves Salustiano – Associação
    Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD
    Wagner de Melo Romão – Rede Democracia e
    Participação
    Zélia Amador – Coalizão Negra por Direitos
    GRUPO TÉCNICO DE
    AGRICULTURA, PECUÁRIA
    E ABASTECIMENTO
    Coordenação
    Carlos Fávaro
    Evandro Gussi
    Irajá Abreu
    Joe Valle
    Kátia Abreu
    Luis Carlos Guedes Pinto
    Neri Geller
    Silvio Crestana
    Tatiana Deane de Abreu Sá
    Carlos Tito Marques Cordeiro
    Integrantes
    Antônio Jorge Camardelli
    Arno Jerke Júnior
    Carlos Ernesto Augustin
    Clara Pedroso Maffia
    Cósam de Carvalho Coutinho
    Dalton Gomes Martins
    Eduardo de Souza Martins
    Fernando Olinto Meireles
    Gereissat Rodrigues Almeida
    Gerson Luiz Mendes Teixeira
    José Carlos Vaz
    Manoel Moacir Costa Macêdo
    Marcelo Medina Osório
    Marcio Portocarrero
    Miguel Ivan Lacerda de Oliveira
    Renato Cunha
    Voluntários
    Carolina Pereira
    Jailson Nascimento
    Rodrigo Zani
    Wanderley Paulo da Silva
    Relator
    Luiz Antonio Gonçalves Rodrigues de Souza
    Assessor Administrativo
    Marina Godoi de Lima
    Equipe de monitoramento
    Lucas Maciel Ramalho
    Assessor Jurídico
    André Dantas
    GRUPO TÉCNICO
    DE CENTRO DE GOVERNO
    Coordenação
    Cristian Jesus da Silva
    Fernanda Machiaveli M. de Oliveira
    Jaques Wagner
    José Guimarães
    Lindbergh Farias
    Márcio Macêdo
    Pedro Helena Pontual Machado
    Reginaldo Lázaro de Oliveira Lopes
    Swedenberger do Nascimento Barbosa
    Integrantes
    Alexandre de Ávila Gomide
    Aline Damasceno Ferreira Schleicher
    Elton Bernardo Bandeira de Melo
    José Celso Cardoso Junior
    Marco Antonio de Oliveira
    Pedro Luiz Costa Cavalcante
    Vicente Trevas
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    79
    Relatora
    Fernanda Machiaveli M. de Oliveira
    Assessora Administrativa
    Aline Damasceno Ferreira Schleicher
    Equipe de monitoramento
    Janira Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE CIDADES
    Coordenação
    Afonso Bandeira Florence
    Carmem Silva Ferreira
    Ermínia Terezinha Menon Maricato
    Evaniza Lopes Rodrigues
    Geraldo Magela Pereira
    Guilherme Castro Boulos
    Hildo Augusto da Rocha Neto
    Inês da Silva Magalhães
    Jilmar Augustinho Tatto
    João Henrique Campos
    José Di Filippi Júnior
    José Leônidas de Menezes Cristino
    Joseildo Ribeiro Ramos
    Luizianne de Oliveira Lins
    Márcio Jerry Saraiva Barroso
    Márcio Luiz França Gomes
    Maria Fernanda Ramos Coelho
    Moema Isabel Passos Gramacho
    Nabil Georges Bonduki
    Natália Bastos Bonavides
    Rodrigo Neves Barreto
    Waldenor Alves Pereira Filho
    Relator
    Rafael Carlos de Oliveira
    Integrantes
    Adriano Constantino
    Aercio Barbosa de Oliveira
    Bruno de Freitas Siqueira
    Caio César Loureiro Moura
    Carina Serra Amancio
    Carlos Alberto Valente Viana
    Carolina Baima Cavalcanti
    Clarice Coppetti
    Edmilson Brito Rodrigues
    Eleonora Lisboa Mascia
    Elton da Silva Gontijo
    Ermes Ferreira Costa Neto
    Ernani Ciríaco de Miranda
    Gilmar Avila
    Glêdson da Silva Brito
    Jailton Zanon da Silveira
    Jane Teresinha da Costa Diehl
    João Gabriel Cabral Meira e Silva
    João Vicente Augusto Neves
    José Queiroz de Lima
    José Roberto de Oliveira Martins
    Julia Lins Bittencourt
    Lúcia Maria Mendonça Santos
    Luís Gustavo Vieira Martins
    Márcia Kumer
    Marcos Toscano Siebra Brito
    Maria Aparecida Lobato Monteiro
    Mário Wilson Pedreira Reali
    Paolo Colosso
    Paulo Valério Silva Lima
    Pedro Freire de Oliveira Rossi
    Raphael Sebba Daher Fleury Curado
    Renato Nunes Balbim
    Renato Barandier Júnior
    Renato Boareto
    Reynaldo Nunes de Morais
    Ricardo de Gouvêa Corrêa
    Roberto Ricomini Piccelli
    Ronaldo José Lacerda
    Sérgio Antônio Gonçalves
    Silmara Vieira da Silva
    Silvano Silvério da Costa
    Sinoel Batista
    Tales Fontana Siqueira Cunha
    Wagner dos Santos Carneiro
    Wladimir Antonio Ribeiro
    Assessora Administrativa
    Júlia Pera de Almeida
    Assessor Jurídico
    João Paulo de Faria Santos
    Equipe de monitoramento
    Janira Trípodi Borja
    Roberto Pojo
    GRUPO TÉCNICO
    DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA
    E INOVAÇÃO
    Coordenação
    Alexandre Navarro Garcia
    André Leandro Magalhães
    Carlos Renato Lisboa Francês
    Celso Pansera
    Expedito Neto
    Glaucius Oliva
    Henrique Donin de Freitas Santos
    Ildeu de Castro Moreira
    Ima Célia Guimarães Vieira
    Iraneide Soares da Silva
    Leo de Britto
    Leone Peter Correia da Silva Andrade
    Luis Manuel Rebelo Fernandes
    Luiz Antônio Rodrigues Elias
    Ricardo Campos
    Ricardo Magnus Osorio Galvão
    Sergio Machado Rezende
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    80
    Integrantes
    Amanda Sobreira Lima de Souza
    Anderson Gomes
    Andreia Ingrid Michele do Nascimento
    Gizele Santos Cruz Soares
    Joelmo Jesus de Oliveira
    Larissa Gabrielle Vieira de Souza
    Larissa Beltramim
    Lucia Carvalho Pinto de Melo
    Marcelo Alexandre Andrade de Almeida
    Márcio Portes de Albuquerque
    Mariana Paulino Mazza
    Osorio Coelho Guimarães Neto
    Petrônio Noronha de Souza e
    Samuel Fayad
    Relatoras
    Léa Contier de Freitas
    Leila de Morais
    Verena Hitner Barros
    Assessora Administrativa
    Elisa Volker
    Assessor Jurídico
    Victor Cravo
    Equipe de monitoramento
    Roberto Pojo
    GRUPO TÉCNICO
    DE COMUNICAÇÃO
    Coordenação
    Alessandra Orofino
    Cézar Santos Alvarez
    Jorge Bittar
    Helena Martins
    Paulo Bernardo Silva
    Integrantes
    Alan Gulart Camargo
    André Figueiredo
    Andréa Xavier da Silva
    Ariene dos Santos Lima
    Áureo Ribeiro
    Beth Costa
    Bia Barbosa
    Fábio Lúcio Koleski
    José de Sousa Paz Filho
    Manoela Salem Miklos
    Max Monjardim
    Murilo César Oliveira Ramos
    Nelson Akio Fujimoto
    Nina da Hora
    Octavio Penna Pieranti
    Orlando Silva
    Pedro Ribeiro Telles
    Renata Vicentini Mielli
    Rui Falcão
    Relatora
    Helena Martins
    Assessora Administrativa
    Wanessa Queiroz de Souza Oliveira
    Assessor Jurídico
    Victor Epitácio Cravo Teixeira
    Equipe de monitoramento
    Roberto Seara Machado Pojo Rego
    GRUPO TÉCNICO DE
    COMUNICAÇÃO SOCIAL
    Coordenação
    André Luís Gaspar Janones
    Antônia Soares Pellegrino
    Flávio Silva Gonçalves
    Florestan Fernandes Junior
    Helena Maria de Freitas Chagas
    Hélio Marcos Prates Doyle
    João Caldeira Brant Monteiro de Castro
    Laurindo Lalo Leal Filho
    Manuela Pinto Vieira d’Ávila
    Octávio Costa
    Tereza Cruvinel
    Viviane Ferreira da Cruz
    Integrantes
    Emir Simão Sader
    Flávia Filipini Ferreira Borges
    Flávio Luiz César
    Juliana Cézar Nunes
    Julimar Gonçalves
    Luiza de Carvalho Sigmaringa Seixas
    Osmar Bria
    Rafael Angeli
    Taís Ladeira de Medeiros
    Coordenador Executivo
    João Caldeira Brant Monteiro de Castro
    Relatora
    Maria Carolina Prado Lage
    Assessora Administrativa
    Thaísa Pires de Faria
    Assessor Jurídico
    Victor Epitácio Cravo Teixeira
    Equipe de monitoramento
    Janira Trípodi Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE CULTURA
    Coordenação
    Antônio Marinho
    Áurea Carolina
    Juca Ferreira
    Kleber Lucas
    Kleber Mendonça
    Lucélia Santos
    Márcio Tavares
    Margareth Menezes
    Manoel Rangel
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    81
    Integrantes
    Alexander Patez Galvão
    Alexandre Santini
    Carolina Abreu de Albuquerque
    Carolina Guimarães Starling de Souza
    Christiane Montes Ramírez
    Débora Ivanov
    Deryk Vieira Santana
    Desirée Ramos Tozi
    Eulícia Esteves da Silva Vieira
    Evelaine Brennand
    Fabiano Piúba
    Glênio Cerqueira de França
    Henilton Menezes
    Jackson Raymundo
    Jéferson Assumção
    João Pontes
    Joel Santana
    Juana Nunes
    Leandro de Abreu Souza Jaccoud
    Lindivaldo Junior (Junior Afro)
    Luciana Palmeira da Silva Cardoso
    Marcela Chieregatti Machado
    Maria Marighella
    Oscar Manoel da Costa Gonçalves
    Paulo Ricardo Zilio
    Pedro Vasconcellos
    Rafael Barros Gomes
    Telma Saraiva dos Santos
    Thiago Rocha Leandro
    Tiago Cantalice
    Tião Soares
    Úrsula Vidal
    Xauí Peixoto
    Yuri Soares Franco
    Relator
    Marcos Alves de Souza
    Co-Relator
    Leonardo Lessa
    Colaboradores
    Adriana Schmidt Dias
    Alagba Mariwo Balbino Daniel de Paula- Omo
    Alessandra Ribeiro
    Altaci Rubim
    Américo Córdula
    Ana Lúcia Pardo
    Anari Braz
    Andrey Schlee Rosenthal
    Angela Gutierrez
    Angelo Côrrea
    Bernardo da Mata Machado
    Carla Dozzi
    Carlúcio Baima
    CarolIna Ruas
    Cecilia Londres
    Célia Corsino
    Claudia Baeta Leal
    Cláudia Márcia Ferreira
    Danilo Moura
    Desirée Tozi
    Deyvesson Gusmão
    Eliana Bogéa
    Fábio Henrique Lima De Almeida
    Fernanda Guedes
    Fernanda Ferreira Camargo
    Gabriel Portela
    Gislaine Valério Lima
    Guilherme Varella
    Ile Agboula
    Inti Queiroz
    Ivana Cavalcante
    Iyá Egbe Vanda Machado
    Joana Carmen do Nascimento Machado
    Joana Corrêa
    Joana Munduruku
    João Roberto Peixe
    Junia Bessa
    Jurema Machado
    Leandro Anton
    Leonardo Germani
    Lia Motta
    Luis Vinicius
    Luisa Cela
    Luiz Freire
    Maíra Ribeiro
    Maíra Torres Corrêa
    Manuela Carneiro
    Marcelo Bones
    Marcelo Ricardo Ferreira
    Márcia Almeida
    Márcia Arcuri
    Márcia Sant’Anna
    Melian Vigano Gaspar
    Michelle Arroyo
    Natascha Penna
    Rejane Nóbrega
    Roberta Martins
    Rozane Dalsasso
    Sandra Magalhães Correia
    Tainah Jorge
    Tony Bezerra
    Vera Zaverucha
    Viviane Martins
    Assessor Administrativo
    Edmilson Pereira
    Assessoria Jurídica
    Patrícia Souza
    Clarice Calixto
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Oliveira
    Grupo de Acompanhamento Parlamentar
    Deputada Benedita da Silva (PT)
    Deputada Jandira Feghali (PCdoB)
    Deputado Marcelo Calero (PSD)
    Deputado Túlio Gadelha (Rede)
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    82
    GRUPO TÉCNICO
    DE DESENVOLVIMENTO
    AGRÁRIO
    Coordenação Executiva
    Pedro Francisco Uczai
    Relatora
    Elisângela dos Santos Araújo
    Coordenação
    Célia Hissae Watanabe
    Elisângela dos Santos Araújo
    Givanilson Porfirio da Silva
    João Batista dos Santos
    José Josivaldo Oliveira
    Luiz Henrique Gomes de Moura
    Maria Josana de Lima Oliveira
    Miguel Soldatelli Rossetto Gomm
    Pedro Francisco Uczai
    Robervone Severina de Melo Pereira do
    Nascimento
    Vanderley Ziger
    Parlamentares
    Célio Alves de Moura
    Elvino José Bohn Gass
    Ubirajara do Pindaré Almeida Souza (Bira do
    Pindaré)
    Integrantes
    Alexandre Henrique Bezerra Pires
    André Luiz Bomfim Ferreira
    Araê Claudinei Lombardi
    Carlos Mário Guedes de Guedes
    Cássio Alves Pereira
    Dione do Nascimento Torquato
    Elisabeth Maria Cardoso
    Ernesto Pereira Galindo
    Fernando do Amaral Pereira
    Franciléia Paula de Castro
    Humberto Thome Pereira
    Jéssica da Silva Brito
    Leonardo Penafiel Pinho
    Lidiane Taverny Sales
    Luís Henrique Silva de Sousa
    Michela Katiuscia Calaça Alves dos Santos
    Saiane Moreira dos Santos
    Samuel de Albuquerque Carvalho
    Sarah Luiza de Souza Moreira
    Sebastião Machado Oliveira
    Silvio Isoppo Porto
    Valdir Mendes Barranco
    Colaboradores e colaboradoras
    Acácio Zuniga Leite
    Aline Oliveira da Silva
    Allan Razera
    Alonso Batista dos Santos
    Ana Gabriela Moreira Pudenzi
    Ana Maria dos Santos Guimarães
    Analine Almeida Specht
    Arthur Reis Rimoldi
    Bárbara Loureiro Borges
    Caio França
    Camila Guimarães Guedes
    Camila Batista Marins Carneiro
    Cesar Fernando Schiavon Aldrighi
    Cláudia de Souza
    Clenio Nailto Pillon
    Cristhiane Oliveira da Graça Amâncio
    Daniel Turíbio Rech
    Débora Nunes Lino da Silva
    Élcio de Souza Magalhães
    Ernesto Santana dos Reis
    Geovanni Medeiros Costa
    Gerson Teixeira
    Gilson Alceu Bittencourt
    Hur Ben Correa da Silva
    Igor Teixeira
    Isabelle Alline Lopes Picelli
    Ivi Aliana Carlos Dantas
    Ivo Lourenço da Silva Oliveira
    Jeiéli Laís Borges dos Reis
    João Daldegan Sobrinho
    João Luiz Guadagnin
    José Heder Benatti
    Josilene Maria dos Santos Magalhães
    Julia Dalla Costa
    Kelvin Nicolas Soares Barbosa
    Laura Lyrio Gonçalves
    Leonardo Taveira Lemos de Oliveira
    Letícia Rangel Tura
    Lidiane Carvalho Amorim de Sousa Dourado
    Loroana Coutinho de Santana
    Ludmilla Luciano de Carvalho
    Luis Roberto Carrazza
    Luis Rodrigues
    Luísa Martins Fernandes
    Luiza Borges Dulci
    Maíra Lima Figueira
    Manoel Vital de Carvalho Filho
    Marcus Vinicius Boente do Nascimento
    Marenilson Batista da Silva
    Milton Bernardes
    Nilton Luís Godoy Tubino
    Patricia Ravallet
    Paula Tereza de Souza e Silva
    Philipe Alves Rolemberg Caetano
    Quener Chaves dos Santos
    Rafael Dias
    Raquel Gammardella Rizzi
    Regilane Fernandes da Silva
    Reginaldo Alves de Souza
    Renata Leite
    Ricardo Brambila Bressan
    Rita Dicácia
    Rogério Augusto Neuwald
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    83
    Romário Farney Pinheiro de Oliveira
    Ronaldo de Lima Ramos
    Sandro Pereira Silva
    Sany Mota Fontes
    Sávio Silveira Feitosa
    Selma Lúcia Lira Beltrão
    Sérgio Antônio Görgen
    Tarcila Martins Portugal
    Valter Bianchini
    Vilênia Venâncio Porto Aguiar
    Waldyr Stumpf Junior
    Zaré Augusto Brum Soares
    Assessor Administrativo
    Diego Donizetti Gonçalves Machado
    Relatora
    Iracema Ferreira de Moura
    Assessor Jurídico
    Junior Divino Fideles
    Equipe de monitoramento
    GRUPO TÉCNICO
    DE DESENVOLVIMENTO
    REGIONAL
    Coordenação
    Senador Camilo Sobreira de Santana
    Esther Bemerguy de Albuquerque
    Governador Helder Zahluth Barbalho
    Jonas Paulo de Oliveira Neres
    Deputado Leandro Antônio Grass Peixoto
    Senador Otto Roberto Mendonça de Alencar
    Raimunda Nonata Monteiro
    Senador Randolph Frederich Rodrigues Alves
    Tânia Bacelar de Araújo
    Integrantes
    Parlamentares
    Deputado Denis Bezerra
    Deputado Dionilso Mateus Marcon
    Deputado Gervásio Agripino Maia
    Deputado José Ricardo Wendling
    Deputado Júlio César de Carvalho Lima
    Deputada Marília Valença Rocha Arraes de
    Alencar
    Deputado Milton Coelho da Silva Neto
    Deputado Newton Cardoso Júnior
    Deputado Paulo José Carlos Guedes
    Deputado Rafael Huete da Motta
    Senador Rogério Carvalho Santos
    Colaboradores Permanentes
    Adão Francisco de Oliveira
    Adolfo da Costa Oliveira Neto
    Adriana Melo Alves
    Carlos Jeha Kayath
    Fernando de Aquino Fonseca Neto
    Inácio Cavalcante Melo Neto
    Inaldo Seixas Cruz
    Irani Braga Ramos
    José Ilário Gonçalves Marques
    Júlio Flávio Gameiro Miragaya
    Kátia Paulino dos Santos
    Leandro Freitas Couto
    Leonardo Leite de Souza
    Luiz Euclides Barros Feio
    Maurílio de Abreu Monteiro
    Paulo Roberto Lamac Junior
    Raphael Sodré Cittadino
    Sérgio Cadó Prado
    Vanessa Graziotin
    Viviane Moura Bezerra
    Leonardo Leite de Souza
    Colaboradores Eventuais
    Adovaldo Dias de Medeiros Filho
    Adroaldo Quintela Santos
    Alexandre Resende Tofeti
    Aline dos Santos Souza
    Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
    Ana Luiza Pereira da Silva
    Ana Maria Navaes da Silva
    Antônio Luitgards Moura
    Antonio Wilson Lelis Costa
    Aristides Monteiro
    Athadeu Ferreira da Silva
    Bruno Ferreira da Paixão
    Carlos Renato de Carvalho
    Cassi Ladi Reis Coutinho
    Célio Fernando Bezerra Melo
    Dalgoberto Coelho de Araújo
    Eliane Libânio Brasil de Matos
    Geraldo Majella Bezerra Lopes
    Gisela Damm Forattini
    Glauber Piva Gonçalves
    Guilherme Venancio Santana
    Hildeberto Rodrigues da Silva
    Ilário Marques
    Inocêncio Renato Gasparim
    Ivanildo Luciano da Luz
    Jéssica Italoema da Silva Moura
    Joaquim Cartaxo Filho
    Jorge Abrahão de Castro
    José Aildo Sabino de Oliveira Junior
    José Alberto de Almeida
    Jose Farias Gomes Filho
    José Leonardo Costa Monteiro
    José Wilson Galdino
    Juliana Veríssimo Pacheco
    Larissa Oliveira Constant Barros
    Lautemyr Xavier Cavalcanti Canel
    Leonardo Chequer Leão de Mello
    Lidiane César Oliveira
    Luiz Geraldo Sciam Bastos
    Marcos Garcia Pinto
    Marcus Aurelius Aragão Veras
    Maria da Gloria Batista de Araujo
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    84
    Maria Sílvia Rossi
    Moema Pereira Rocha de Sá
    Paulo Fernando de Moura Bezerra Cavalcanti
    Filho
    Paulo Santos Pantoja Júnior
    Pedro Paulo Zahluth Bastos
    Plácido Cardoso de Melo Júnior
    Raimundo Moreira de Almeida Neto
    Raquel Cristina Batista Vieira Pontes
    Rodolfo Araújo de Moraes Filho
    Sergio Caetano Leite
    Ubajara Berocan Leite
    Tania Paula Santana
    Teresa Maria Barbosa de Oliveira
    Thiago Lima Oliveira
    Relator
    Ricardo Karam
    Assessor Administrativo
    Luciano Maduro Alves de Lima
    Assessor Jurídico
    João Paulo de Faria Santos
    Equipe de monitoramento
    Roberto Pojo
    GRUPO TÉCNICO
    DE DESENVOLVIMENTO
    SOCIAL
    Coordenação
    André Quintão Silva
    Isabela Giordano Gil Moreira
    Márcia Helena Carvalho Lopes
    Patrus Ananias
    Simone Nassar Tebet
    Reinaldo Takarabe
    Renato Sérgio Jamil Maluf
    Tereza Helena Gabrielli Barreto Campello
    Integrantes
    Adriana de Souza de Lima
    Adriana Veiga Aranha
    Ana Lígia Gomes
    Anna Karla da Silva Pereira
    Bruna Cristina Neves Carnelossi
    Carolina Gabas Stuchi
    Clara Carolina de Sá
    Denise Rartmann Colin
    Edgilson Tavares de Araújo
    Edneusa Oliveira
    Eliane Aquino Custódio
    Erick Brigante Del Porto
    Eutalia Barbosa Rodrigues
    Iêda Maria Nobre de Castro
    Janine Mello dos Santos
    José Crus
    Jucimeri Isolda Silveira
    Kenia Figueiredo
    Laura Muller Machado
    Leandro Teodoro Ferreira
    Letícia Bartholo de Oliveira e Silva
    Lilian dos Santos Rahal
    Lurian da Silva
    Márcia Regina de Carvalho Souza Gonçalves
    Muchagata
    Marcílio Marquesini Ferrari
    Marcos Aurélio Lopes Filho
    Margarete Cutrim Vieira
    Margareth Dalaruvera
    Maria Aparecida Ramos de Meneses
    Maria Luíza Amaral Rizzotti
    Maria Valdênia Santos de Souza
    Paulo Eduardo Nunes de Moura Rocha
    Paulo Januzzi
    Paulo Rocha
    Raul Ristow Krauser
    Renato Francisco dos Santos Paula
    Rodrigo Morais Lima Delgado
    Rômulo Paes
    Rosilene Rocha
    Simone Aparecida Albuquerque
    Shirley Samico
    Telma Maranhos Gomes
    Vinícius de Oliveira Botelho
    Grupo de Acompanhamento Parlamentar
    Ana Carolina Moura Melo Dartora
    Dulce Ferreira Pagani Miranda
    Tereza Nelma da Silva Porto Viana Soares
    Washington Luiz Cardoso Siqueira
    Relatora
    Camile Marques Sahb
    Assessor Administrativo
    Vitor Leal Santana
    Assessor Jurídico
    João Paulo de Faria Santos
    Equipe de monitoramento
    Janira Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE DIREITOS HUMANOS
    Coordenação
    Eliane Aquino Custódio
    Emídio de Souza
    Janaina Oliveira
    Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva
    Margarida Cristina de Quadros
    Maria do Rosário Nunes
    Maria Vitória Benevides
    Rubens Linhares Mendonça Lopes
    Sílvio Luiz de Almeida
    Subgrupo técnico de criança e adolescente
    Ariel de Castro Alves
    Isabella Henriques
    Maria Luiza Moura Oliveira
    Wellington Pereira da Silva
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    85 Coordenação Executiva
    Maria do Rosário Nunes
    Relator
    Emídio de Souza
    Integrantes
    Ana Cristhina de Oliveira Brasil
    Azilton Ferreira Viana
    Bruno Renato Nascimento Teixeira
    Carlos David Carneiro Bichara
    Caroline Dias dos Reis
    Denis Soares dos Santos
    Duda Salabert Rosa
    Eric Sousa Moura
    Érica Pimentel de Sant´Ana Dourado
    Gabriel dos Santos Rocha
    Gil Ferreira da Silva Neto
    João Alves de Souza Júnior
    Juliet Neves Matos
    Laíssa da Costa Ferreira
    Luis Alberto Silva dos Santos
    Marcelo Uchoa
    Mary Celia Vaz Cruz
    Mauricio da Silva de Moraes Junior
    Miriam Garcez Marroni
    Neusa Pivatto
    Nilmário de Miranda
    Paulo Illes
    Reimont Luiz Otoni Santa Barbara
    Renato Simões
    Rita Cristina de Oliveira
    Taliria Petrone Soares
    Tássia Rabelo de Pinho
    Tathiane Aquino de Araújo
    Vicente de Paula Faleiros
    Vinicius de Lara Ribas
    Rejane Ribeiro Dias
    Colaboradores Voluntários
    Alex Reinecke de Alvarenga
    Andrey Roosevelt Chagas Lemos
    Any Carmem de Ávila Moraes
    Augusto Oliveira Pereira
    Bruno da Rosa Lumertz
    Bruno Monteiro
    Carlos Cesar D´elia
    Danilo Silva
    Denis Rodrigues da Silva
    Eduardo Martins Chíxaro
    Eli Maria Marques de Lara
    Flávio de Sousa Silva
    Gabriel Silva Ribeiro
    Hiago Olendes Guimaraes
    Ivanilda Figueiredo
    Jackson Douglas Alves Feitosa
    Julia Marinho Rodrigues
    Juliana Leme Faleiros
    Julio Pinheiro Cardia
    Laura Fernanda Zacher
    Leopoldo Vieira Teixeira
    Luciana Trindade de Macedo
    Luiz Fernando Alves Botelho
    Marcela Münch de Oliveira e Silva
    Marina Basso Lacerda
    Maristella Victor de Matos
    Michelle Guimarães dos Santos
    Nadine Monteiro Borges
    Priscila Pamela Cesário dos Santos
    Sandra Sato
    Symmy Larrat Brilho de Carvalho
    Telia Negrão Tonhozi
    Assessor para Relatoria
    Mauricio da Silva de Moraes Junior
    Assessora para Coordenação
    Tássia Rabelo de Pinho
    Assessor Jurídico
    Rodolfo
    Assessora Administrativa
    Teresa Labrunie Calmon Soares
    Assessor Jurídico
    Rodolfo de Carvalho Cabral
    Equipe de monitoramento
    Eugênio Andrade Vilela dos Santos
    Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
    GRUPO TÉCNICO
    DE ECONOMIA
    Coordenação
    André Lara Resende
    Guilherme Santos Mello
    Nelson Henrique Barbosa Filho
    Pérsio Arida
    Relator
    Fábio Franco Barbosa Fernandes
    Assessora Administrativa
    Kathyana Dantas Machado Buonafina
    Assessores Jurídicos
    Fernanda Santiago
    Gustavo Caldas
    Equipe de monitoramento
    Lucas Ramalho
    GRUPO TÉCNICO
    DE EDUCAÇÃO
    Coordenação Executiva
    José Henrique Paim Fernandes
    Luiz Cláudio Costa
    Maria Teresa Leitão de Melo
    Coordenação
    Alexandre Alves Schneider
    Alice Mazzuco Portugal
    Ana Cristina de Lima Pimentel
    Antonio Cesar Russi Callegari
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    86
    Antônio Idilvan de Lima Alencar
    Claudia Maria Costin
    Cláudio Alex Jorge da Rocha
    Daniel Tojeira Cara
    Danilo Jorge de Barros Cabral
    Fátima Cleide Rodrigues da Silva
    Getúlio Marques Ferreira
    Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho
    José Clodoveu de Arruda Coelho Neto
    Karin Adriane Hugo Lucas
    Macaé Maria Evaristo dos Santos
    Maria Alice Setúbal
    Maria Aparecida da Silva Bento
    Mônica Sapucaia Machado
    Paulo Gabriel Soledad Nacif
    Priscila Cruz
    Reginaldo Veras Coelho
    Ricardo Marcelo Fonseca
    Rosa Neide Sandes de Almeida
    Tabata Amaral
    Integrantes
    Alexandre André dos Santos
    Alexandre Martins Vidor
    Ana Cristina Gonçalves de Abreu Souza
    Anita Gea Martinez Stefani
    Carina Vitral Costa
    Carlos Augusto Abicalil
    Claudia Pereira Dutra
    Cleunice Matos Rehem
    Danilo de Melo Souza
    Diogo Jamra Tsukumo
    Gastão Dias Vieira
    Gregório Durlo Grisa
    Irineu Mario Colombo
    Jaana Flávia Fernandes Nogueira
    João Bernardo Bringel
    Jonas Dezidoro da Silva Filho
    Juliana Daudt Brizola
    Leonardo Osvaldo Barchini Rosa
    Madalena Guasco Peixoto
    Maria Amélia Gomes de Souza Reis
    Maria Selma de Moraes Rocha
    Marta Wendel Abramo
    Rita de Cássia de Freitas Coelho
    Rodrigo Connor Dindo
    Walisson Maurício de Pinho Araújo
    Yann Evanovick Leitão Furtado
    Zara Figueiredo Tripodi
    Demais colaboradores
    Aléssio Trindade de Barros
    Ana Estela Haddad
    Ana Inoue
    Ana Paula Pereira
    Anna Helena Altenfelder
    Caetano Siqueira
    Cleber Pacheco
    Cleuza Repulho
    Daniel de Aquino Ximenes
    Denis Mizne
    Eliezer Pacheco
    Gabriel Barreto Corrêa
    Haroldo Corrêa Rocha
    João Marcelo Borges
    José Francisco Soares
    Lara Simielli
    Lucas Fernandes Hoogerbrugge
    Luis Fernando Masonetto
    Marcelo Bregagnoli
    Mariza Abreu
    Natacha Costa
    Olavo Nogueira Filho
    Paula Louzano
    Ricardo Henriques
    Rodrigo Luppi
    Ronaldo Mota
    Thiago Tobias
    Vanderson Berbat
    Vinicius Wu
    Weber Sutti
    Relator
    Binho Marques
    Equipe de relatoria
    Anita Gea Martinez Stefani
    Jaana Flávia Fernandes Nogueira
    João Bernardo Bringel
    Marta Wendel Abramo
    Assessora Administrativa
    Loyane de Sousa Tavares
    Assessor Jurídico
    Rodolfo de Carvalho Cabral
    Equipe de monitoramento
    Lucas Ramalho Maciel
    GRUPO TÉCNICO
    DE ESPORTE
    Coordenação
    Aliel Machado Bark
    Ana Beatriz Moser
    Edson Antônio da Silva (Edinho Silva) –
    Coordenador Executivo
    Gislene Alves do Amaral
    José Luiz Ferrarezi
    Leila Gomes de Barros Rego (Leila do Vôlei)
    Marcelo Medeiros Carvalho
    Maria Isabel Barroso Salgado Alencar (in
    memoriam)
    Marta de Souza Sobral
    Mizael Conrado de Oliveira
    Nádia Campeão
    Raí Souza Vieira de Oliveira
    Verônica Silva Hipólito
    Integrantes
    Emerson Márcio Vitalino
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    87
    Fernando Marinho Mezzadri
    Flávio de Campos
    Isadora Louzada Hugueney Lacava Delmont
    Shirley Torres de Araújo
    Relator
    Rogério da Veiga
    Colaboradoras e colaboradores
    voluntários
    Adilson Monteiro Alves
    Ailton Fernando Santana de Oliveira
    Alícia Klein
    ANATORG
    Augusto César Leiro Rios
    Cássia Damiani
    César Carrijo
    Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
    FENAPAF
    Fórum dos Secretários Estaduais de Esporte
    Gabinete do Deputado Aliel Back
    Gabinete da Senadora Leila Barros
    Lino Castellani
    Luiz Felipe Santoro
    Marcos de Souza e Silva
    Observatório da Discriminação Racial no
    Futebol
    Ricardo Leyser
    Vicente Costa Pithon Barreto
    Assessor Administrativo
    José Armando Fraga Diniz Guerra
    Assessor Jurídico
    Guilherme Benages Alcantara
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
    GRUPO TÉCNICO
    DE IGUALDADE RACIAL
    Coordenação colegiada
    Douglas Belchior
    Givânia Maria da Silva
    Iêda Leal de Souza
    Janice Ferreira da Silva (Preta Ferreira)
    Martvs das Chagas
    Nilma Lino Gomes
    Thiago Tobias
    Yuri Santos Jesus da Silva
    Coordenadora executiva
    Nilma Lino Gomes
    Integrantes
    Daiana Santos
    Dandara Tonantzin Silva Castro
    Eloi Ferreira de Araújo
    Gabriela Cruz da Silva Lima
    Henrique Cardoso Oliveira
    Isabelle Aline Lopes Picelli
    Lívia Duarte Puty
    Luis Gustavo Magnata Silva
    Maria Inês da Silva Barbosa
    Matilde Ribeiro
    Nestor José Maria Neto
    Maria Olivia Santana
    Roberto Carlos da Silva Borges
    Tiago Cantalice da Silva Trindade
    Valneide Nascimento dos Santos
    Valéria de Oliveira
    Relator
    Artur Sinimbu Silva
    Colaboradoras e colaboradores
    voluntários
    Altair Lira
    Artur Antônio dos Santos Araujo
    Bárbara Oliveira Souza
    Carmen Cira Lustosa da Costa
    Clara Marinho Pereira
    Dalila Fernandes de Negreiros
    Daniella de Souza Vasconcelos
    Elton Bandeira
    Eugênio Vilela
    João Cláudio Pompeu
    José Pedro da Silva Neto
    Juliana Cézar Nunes
    Laura Aparecida da Silva Santos
    Luana Lazzeri Arantes
    Lucas de Lima Guimarães
    Magali Silva Santos Naves
    Marcos Willian Bezerra de Freitas
    Maria Isabel da Silva Sales
    Mário Lisboa Theodoro
    Rafael Rocha Viana
    Renísia Cristina Garcia Filice
    Ronaldo Crispim Sena Barros
    Roseli Oliveira e Silva
    Rui Leandro da Silva Santos
    Sales Augusto dos Santos
    Sheila Cristina Tolentino Barbosa
    Silvany Euclênio Silva
    Tarcízio Roberto da Silva
    Tatiana Dias Silva
    Assessor Administrativo
    Maria Aparecida Chagas Ferreira
    Assessor Jurídico
    Fernanda Cimbra Santiago
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
    GRUPO TÉCNICO
    DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO
    EXTERIOR E SERVIÇOS
    Coordenador Executivo
    Mauro Borges Lemos
    Coordenação
    André Ceciliano
    André Passos Cordeiro
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    88
    Domingos Leonelli
    Eduardo Serrano
    Fernando Pimentel
    Germano Rigotto
    Jackeline Rocha
    Jackson Schneider
    José Cerqueira de Santana Neto
    José Henrique da Silva
    Luciano Coutinho
    Marcelo Ramos
    Mariano Laplane
    Paulo Feldmann
    Paulo Okamoto
    Rafael Lucchesi
    Sidney Ricardo de Oliveira Leite
    Tatiana Conceição Valente
    Uallace Moreira Lima
    Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
    Integrantes
    Denis Scaramussa Pereira
    Felipe Augusto Machado
    Fernando Lourenço Nunes Neto
    João Alberto de Negri
    Margarete Maria Gandini
    Rafael de Sá Marques
    Samy Kopit Moscovitch
    Voluntários
    Gustavo Antônio Galvão dos Santos
    Pedro Garrido da Costa Lima
    Relatora
    Carolina Martins de Aragão
    Assessora Administrativa
    Viviane Aparecida da Silva Varga
    Assessor Jurídico
    Gustavo Caldas
    Equipe de monitoramento
    Lucas Ramalho
    GRUPO TÉCNICO DE
    INFRAESTRUTURA
    Coordenação Executiva
    Miriam Belchior
    Maurício Muniz Barreto de Carvalho
    Coordenação
    Alexandre Silveira de Oliveira
    Fernandha Batista da Silva
    Gabriel Muricca Galípolo
    José Geraldo Torres da Silva
    Marcus Benício Foltz Cavalcanti
    Maria do Carmo Rebouças da Cruz
    Maurício Muniz Barreto de Carvalho
    Miriam Belchior
    Paulo Roberto Severo Pimenta
    Vinícius Marques de Carvalho
    Integrantes
    Acir Marcos Gugarcz
    Alexandre Cesar Discioli
    André Almeida Morais
    Andréa Vieira Andreis
    Arilson Maroldi Chiorato
    Carlos Antônio Rocha de Barros
    Edilázio Gomes da Silva Júnior
    Eduardo Dutra Brandão Cavalcante
    Fábio Vasconcellos
    Francisco Martins
    Henrique Fontana Júnior
    Hermes Lomanto Vaz Sampaio
    Hideraldo Luiz Caron
    João Paulo Bittar Hamú Nogueira
    José Augusto da Fonseca Valente
    José Benito Priante Júnior
    Mauro Santos Silva
    Ogarito Borgias Linhares
    Roberto Nami Garibe Filho
    Sebastião Ignácio de Oliveira Júnior
    Relatora
    Miriam Belchior
    Assessor Administrativo
    André Luiz Lara Resende Saraiva
    Assessor Jurídico
    André Luís Macagnan Freire
    Equipe de monitoramento
    Roberto Seara Machado Pojo Rego
    GRUPO TÉCNICO
    DE INTELIGÊNCIA
    ESTRATÉGICA
    Coordenação
    Andrei Augusto Passos Rodrigues
    Integrantes
    Andrei Augusto Passos Rodrigues
    Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
    Clesio Leão de Carvalho
    Vladimir de Paula Brito
    Oficial de Inteligência Matrícula 909092
    Oficial de Inteligência Matrícula 909107
    Oficial de Inteligência Matrícula 910152
    Equipe de monitoramento
    Janira Trípodi Borja
    Grupo Técnico de Justiça e Segurança Pública
    Coordenação-Executiva
    Flávio Dino de Castro e Costa
    Relator-Geral
    Marivaldo de Castro Pereira
    Relatorias
    Andrei Augusto Passos Rodrigues
    Camila Caldeira Nunes Dias
    Caroline Proner
    Cristiano Zanin Martins
    Gabriel de Carvalho Sampaio
    Jacqueline Sinhoretto
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    89
    Márcio Fernando Elias Rosa
    Marco Aurélio de Carvalho
    Marivaldo de Castro Pereira
    Marta Rodriguez de Assis Machado
    Luiz Paulo Teixeira Ferreira
    Pierpaolo Cruz Bottini
    Sheila Santana de Carvalho
    Tamires Gomes Sampaio
    Wadih Nemer Damous Filho
    Parlamentares
    Senador Fabiano Contarato
    Senador Omar Aziz
    Deputada Adriana Accorsi
    Deputado Fábio Trad
    Deputado Jones Barbosa de Moura
    Deputado Tadeu Alencar
    Deputado Valtenir Pereira
    Integrantes
    Abdael Ambruster
    Alberto Cantalice
    Benedito Domingos Mariano
    Bruna Roberta Wessner Longen
    Daniel Henrique Costa de Barros
    Elizeu Soares Lopes
    Estela Aranha
    Fabricio Silva Rosa
    Flavio Emiliano Moreira Damião Soares
    Isabel Seixas de Figueiredo
    Jaqueline de Oliveira Muniz
    João Octacilio Silva Neto
    Lênio Luiz Streck
    Luciano Antonio da Silva
    Paris Borges Barbosa
    Patricia Nunes
    Pedro Paulo Chaves Mattos
    Reinaldo Monteiro da Silva
    Renato Oliveira Ramos
    Roberto Uchôa de Oliveira Santos
    Rodrigo Farias
    Ronaldo Teixeira da Silva
    Silvia Alyne Soares de Sousa
    Silvio Serrano Nunes
    Consultores, colaboradores voluntários
    e autores de propostas
    Ademir Dias Cardoso Junior
    Adriana Cristina Duarte de Vasconcelos
    Alberto Kopittke
    Alberto Toron
    Alessandra Teixeira
    Amanda Pimentel
    Ana Helena de Oliveira Pessoa
    Ana Luiza Villela de Viana Bandeira
    Ana Valeska Duarte
    André Giamberardino
    Antônio Carlos de A. Castro (Kakay)
    Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
    Antonio Henrique Campello
    Arnobio Rocha
    Arthur Prado
    Bárbara Diniz Caldeira
    Bárbara Suelen Coloniese
    Bheron Rocha
    Bruno Langeani
    Bruno Rotta Almeida
    Bruno Salles Pereira Ribeiro
    Caio Henrique de Mendonça Incrocci
    Carolina Ricardo
    Cláudio Pereira de Souza Neto
    Clesio Leão de Carvalho
    Christiane Russomano Freire
    Conrado Gontijo
    Conselho Estadual de Defesa de Direitos
    Humanos do Ceará (CEDDH)
    Cristiano Maronna
    Daniel Hirata
    Daniel Josef Lerner
    Daniela Teixeira
    Danilo Santa Cruz Coelho
    Dayo de Araújo Silva Côrbo
    Diego Barbosa da Silva
    Djeff Amadeus
    Dora Cavalcanti
    Dudu Ribeiro
    Eliakin Tatsuo Yokosawa Santos
    Eric Souza Moura
    Érica Meireles
    Fernando Hideo I. Lacerda
    Fabrício Silva Brito
    Filipe Lopes
    Gabrielle Nascimento
    Gilson Chagas
    Giovanna Paliarin Castellucci
    Gisela Simona Viana de Souza
    Gleidy Braga Ribeiro
    Graziela Rocha
    Gregório Antonio F. de Andrade
    Helder Ferreira
    Helena de Rezende
    Helena Rodrigues
    Humberto Freire de Barros
    Ingrid Farias
    Izadora Gama Brito
    Joana Monteiro
    João Marcos Buch
    João Vitor Rodrigues Loureiro
    Joel Luiz Costa
    José Maria Vieira Junior
    José Vitor Pereira Neto
    Julia Maia Goldani
    Juliana Pereira
    Karine Vargas
    Laboratório de Gestão de Políticas Penais do
    Depto de Gestão de Políticas Públicas da UnB
    (LabGEPEN)
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    90
    Laila Ferreira Hossain
    Leo Pinho
    Leon de Souza Lobo Garcia
    Leonardo Augusto Silva Fontes
    Leonardo Racy
    Lorena Tamanini Rocha Tavares
    Luciana do Amaral Alonso Martins
    Luisa Ferreira
    Luiz Augusto Pessoa Nogueira
    Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira
    Luiz Flávio Franco Silva
    Luiz Roberto Ungaretti de Godoy
    Luzia Paula Moraes Cantal
    Manuela da Silva Amorim
    Marcela Cardoso
    Marcelo Feller
    Marcelo Gomes Sodré
    Marcelo Turbay
    Márcio Moreno
    Marcos Rolim
    Marcus Edson de Lima
    Margarete Pedroso
    Maria Carolina Schlittler
    Mariangela Sarrubbo Fragata
    Marília Fernandes R. de Macedo
    Marina Dias
    Marina Lacerda e Silva
    Marlene Inês da Rosa
    Matheus de Barros
    Mauricio Fiore
    Mayara de Souza Gomes
    Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
    à Tortura – MNPCT
    Michele dos Ramos
    Miriam Balestro
    Núcleo de Apoio à Política Pública da Fundação
    Perseu Abramo (NAPP)
    Nara de Araújo
    Nathália Oliveira
    Nuredin Allan
    Orlando Batista da Silva Neto
    Pastoral Carcerária Nacional
    Patrícia Gabia
    Patrick Mariano
    Pedro Martínez
    Priscila Pamela C. dos Santos
    Priscilla Rocha
    Rafael Schincariol
    Renata Deiró
    Renato Afonso Gonçalves
    Renato Campos de Vitto
    Renato Sérgio de Lima
    Ricardo Morishita
    Rinaldo de Souza
    Ritienne Karina Soglio
    Rivana Ricarte
    Roberta Fernandes
    Roselle Adriane Soglio
    Rubens Casara
    Santiago Tobón
    Sidnelly Aparecida de Almeida
    Silvia Amélia Fonseca De Oliveira
    Silvia Virginia Silva de Souza
    Sofia Bordin Rolim
    Spencer Chainey
    Tiago de Lima Almeida
    Valdecy Urquiza Júnior
    Vanessa Menegueti
    Vânia Lúcia Ribeiro Vieira
    Vera Lucia Araújo
    Victor Lugan Rizzon Chen
    Walkiria Zambrzycki Dutra
    Walter José Faiad de Moura
    Assessores Administrativos
    Fabiane Azevedo Guimarães
    Ricardo Lins Horta
    Assessora Jurídica
    Carolina Yumi de Souza
    Equipe de monitoramento
    Janira Trípodi Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE JUVENTUDE
    Coordenadora
    Nádia Beatriz Martins Garcia
    Relator
    Jiberlandio Miranda Santana
    Integrantes
    Bruna Chaves Brelaz
    Bruna Paola Castro Lima
    Camila Bazachi Jara
    Flávio Eduardo da Silva Assis
    Gabriel Medeiros de Miranda
    Gustavo Henrique Lobo da Gama
    Helena Wendel Abramo
    Jessy Dayane Silva Santos
    Kelly dos Santos Araújo
    Luiza Foltran Aquino
    Marcus Vinícius Barão Rocha
    Miguel Ângelo Monteiro Andrade
    Neilson Amaral Marques
    Nilson Florentino Júnior
    Sabrina Oliveira Santos
    Tiago Augusto Morbach
    Colaboradores
    Alberto Albino dos Santos
    Aline Passos de Oliveira
    Ana Jade Beatriz Martins
    Ana Júlia Pires Ribeiro
    André Luiz da Silva Sobrinho
    Beatriz Calheiro
    Daniel Augusto Araújo Gonçalves Holanda
    Daniel Pontes
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    91
    Daniella Monteiro da Silva
    Diogo Magno Rocha Santana
    Eliane Ribeiro Andrade
    Fabrícia Goetsch Barbosa
    Gabriel Medina
    Giovana Mondardo
    Giovani Culau
    Guilherme Bianco
    Henrique Sabino
    Jailma Lopes Dutra Serafim
    Jefferson Ferreira Lima
    João Filipe Santos da Silva Xavier
    Júlio Brizzi Neto
    Laura Soares Sito Silveira
    Lucas Ferreira do Nascimento
    Lucas Pretti Cypreste
    Lucileine da Silva Souza
    Marcone Ribeiro do Nascimento Filho
    Mayara Oliveira torres da Silva
    Mayara Raquel Alves Fernandes
    Mônica Bufon Augusto
    Murilo Parrino Amatneeks
    Murilo Pina Bluma
    Nádia Beatriz Martins Garcia Pereira
    Ninã Victor Ferreira Cardoso
    Pablo Junio Alves Vitalino
    Paulo Ovídio Andrade De Melo Júnior
    Pedro Vellinho Corso Duval
    Regina Célia Reyes Novaes
    Renan Lira Matos Cadais
    Rennan Leta da Silva Pereira
    Robson Araújo Batista
    Rodrigo Poletto
    Rogean Vinicius Santos Soares
    Ronald Luiz dos Santos
    Samuel Staczewski
    Severine Carmem Macedo
    Tatiana de Jesus Pereira Ferreira
    Verônica Michelle Gonçalves
    Victor Ricciardi Rocha
    Yann Evanovick
    Assessor Administrativo
    Fábio Kobol Fornazari
    Assessor Jurídico
    Rodolfo Cabral
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Oliveira
    GRUPO TÉCNICO
    DE MEIO AMBIENTE
    Coordenação
    Jorge Ney Viana Macedo Neves
    Integrantes
    Alessandro Lucciola Molon
    Alexandre Araújo Costa
    Alexandre Silva Saraiva
    Ana Paula Leite Prates
    Arnaldo Jordy FIgueiredo
    Bruno Pagnoccheschi
    Carlos Alberto Araújo Netto
    Carlos Minc Baumfeld
    Célio Studart Barbosa
    Clarissa Costalonga e Gandour
    Cricielle Aguiar Muniz
    Edel Nazaré Santiago de Moraes
    Fernando Antônio Lyrio Silva
    Francisco Gaetani
    Gabriel Henrique Lui
    Gilberto Câmara
    Humberto Luciano Schloegl
    Isabela Rahal Rodas Messias
    Izabella Mônica Vieira Teixeira
    Jair Schmitt
    João Carlos Paolilo Bacelar Filho
    João Paulo Capobianco
    Jorge Gomes de Oliveira Brand
    José Carlos Lima da Costa
    Marcos Paulo Barbosa Tavares
    Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
    Marilene Corrêa da Silva Freitas
    Marcus Vinicius da Silva Alves
    Mauro Oliveira Pires
    Naiara Raiol Torres
    Nilto Ignácio Tatto
    Paulo Emílio Dantas Nazaré
    Raul Silva Telles do Valle
    Renata Soares Piazzon
    Roberto Cabral Borges
    Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça
    Silvana Vitorassi
    Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo
    Tânia Maria de Souza
    Tasso Rezende de Azevedo
    Vanessa Negrini
    Wellington Lourenço de Almeida
    Relator
    Pedro Ivo de Souza Batista
    Assessor Administrativo
    Henrique de Vilhena Portella Dolabella
    Assessora Jurídica
    Mariana Barbosa Cirne
    Equipe de monitoramento
    Lucas Ramalho Maciel
    GRUPO TÉCNICO
    DE MINAS E ENERGIA
    Coordenação Executiva
    Maurício Tolmasquim
    Relatores
    Rodrigo Leão (Relator Geral)
    Giles Azevedo (Relator de Minas)
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    92
    Jean Paul Prates (Relator de Petróleo, Gás e
    Biocombustíveis)
    Nelson Hubner (Relator de Energia Elétrica)
    Integrantes
    Anderson Adauto
    Cristian Raul Juchum
    Deyvid Bacelar
    Delvechio de Sousa Pereira
    Fernando Ferro
    Guto Quintela
    Ícaro Chaves
    Isabela Martins
    Luciano Boico
    Magda Chambriard
    Robson Sebastião Fórmica
    Sinésio Campos
    Telton Correia
    William Nozaki
    Colaboradores
    Adhemar Palocci
    Aurélio Pavão de Farias
    Carlos Zarattini
    Denilvo de Morais
    João Ramis
    José Sergio Gabrielli de Azevedo
    José Maria Rangel
    Luis Fernando Paroli Santos
    Odair Cunha
    Wagner Cabral
    Danilo Ferreira da Silva
    Edna Martins
    Assessor Administrativo
    Carlos Hoffman
    Assessor Jurídico
    André Luis Macagnan Freire
    Equipe de monitoramento
    Roberto Pojo
    GRUPO TÉCNICO
    DE MULHERES
    Coordenação
    Aava Santiago
    Anielle Franco
    Anne Moura
    Aparecida Gonçalves
    Daniela Mote de Souza Carneiro
    Eleonora Menicucci de Oliveira
    Erika Kokay
    Lídice da Mata
    Maria Helena Guarezi
    Roberta Eugênio
    Roseli Faria
    Sandrali de Campos Bueno
    Vilma Reis
    Integrantes
    Ana Paula Siqueira
    Analine Almeida Specht
    Auxiliadora Maria Pires Siqueira da Cunha
    Camila Fidelis Maia
    Camila Rocha Firmino
    Cristiana Santos de Araújo Almeida
    Déborah Amorim de Souza Carvalhido
    Edneide Arruda Pereira
    Elaine de Melo Xavier
    Gabriela Oliveira de Andrade
    Irina Abigail Teixeira Storni
    Loreny Mayara Caetano Roberto
    Marcelle Decothe da Silva
    Maria José Morais Costa
    Miguelina Vechio
    Misiara Cristina Oliveira
    Niege Pavani Rodrigues
    Olgamir Amancia Ferreira
    Renata Leite
    Vera Lucia Lemos Soares
    Vivian Oliveira Mendes
    Relatora
    Ana Clara Ferrari Nascimento
    Voluntárias
    Clara Carolina de Sá
    Giovanna Pinto Lemos da Silva
    Iriny Lopes
    Janaína Oliveira
    Luana Pinheiro
    Ludmilla Lima Barreto
    Maria do Carmo Godinho
    Assessora Administrativa
    Eliana Graça
    Assessora Jurídica:
    Fernanda Cimbra Santiago
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Vieira Oliveira Gonçalves
    GRUPO TÉCNICO
    DA PESCA
    Coordenação
    Altemir Gregolin
    Antônia do Socorro Pena da Gama
    Carlos Alberto da Silva Leão
    Carlos Alberto Pinto dos Santos
    Cristiano Wellington Noberto Ramalho
    Ederson Pinto da Silva
    Flávia Lucena Frédou
    João Felipe Nogueira Matias
    Integrantes
    Adayse Bossolani
    Agnaldo Hilton dos Santos
    Carlos Cesar de Mello Junior
    Carolina Doria
    Danielle de Bem Luiz
    Dauro Leme do Prado
    Edvando Soares de Araujo
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    93
    Enox de Paiva Maia
    Fábio Bernardino
    Flávio Diniz Gaspar Lontro
    Francisco Medeiros
    Josana Pinto da Costa
    José Airton Félix Cirilo
    Luís Gustavo Cardoso
    Maria José Pacheco
    Mario Luis Gomes Soares
    Marizélia Carlos Lopes
    Marly Lucia da Silva Ferreira
    Nilmar Silva da Conceição
    Nilton Rodrigues
    Regis Portari
    Relator
    João Felipe Nogueira Matias
    Voluntárias
    Antônio José Mota Bentes
    Antonio Marco de Jesus dos Santos
    Apoliano Oliveira do Nascimento
    Beatrice Padovani
    Catia Antonia da Silva
    Clarindo Pereira dos Santos
    Cleberson Carneiro Zavaski
    Cleusa dos Remédios Rocha
    Dioniso de Souza Sampaio
    Felipe Weber
    Gustavo Goulart Moreira Moura
    Josafa Maciel
    José Carlos Tavares Silva
    José Edinaldo Rocha da Silva
    Kena Azevedo Chaves
    Lúcio Ângelo
    Marcus Vinicius Boente do Nascimento
    Natália Tavares de Azevedo
    Paulo Travassos
    Rafael Paiva de Oliveira Diaz
    Sérgio Winckler da Costa
    Samela Cristina da Silva Bonfim
    Tatiana Walter
    Assessor Administrativo
    Rafael Martins Dias
    Assessora Jurídica
    Mariana Cirne
    Equipe de monitoramento
    Lucas Maciel
    GRUPO TÉCNICO
    DE PLANEJAMENTO,
    ORÇAMENTO E GESTÃO
    Coordenação
    Antônio Correia de Lacerda
    Élvio Lima Gaspar
    Esther Dweck
    Enio Verri
    Márcio Gimene
    Márcio Pochmann
    Relator
    Rodrigo Alves Teixeira
    Parlamentares
    Carlos Mauro Benevides Filho
    Israel Matos Batista
    Pedro Paulo Carvalho Teixeira
    Renildo Vasconcelos Calheiros
    Integrantes
    Adauto Modesto Junior
    Alexandre Ribeiro Motta
    Barbara Marina de Oliveira
    Camila Porto Fasolo
    Carlos Kléber de Souza Chaves
    Celina Pereira
    Cilair Rodrigues de Abreu
    Ciro Avelino
    Clara Maria Guimarães Marinho Pereira
    Cláudio Alberto Castelo Branco Puty
    Cristina Kiomi Mori
    Eduardo Rodrigues da Silva
    Edy Cesar dos Passos Junior
    Elvio Lima Gaspar
    Emílio Chernavsky
    Felipe Drumond
    Francisco Gaetani
    Helena Wajnman Lima
    José Luiz Oreiro
    Juliane Espírito Santo
    Juliano Pimentel Duarte
    Leandro Couto
    Luanna Sant’Anna Roncaratti
    Lúcio Fábio Araújo Guerra
    Manuel Bonduki
    Marcela Coelho Monteiro
    Marilene Ferrari Lucas Alves Filha
    Míriam Barbuda Fernandes Chaves
    Paulo Marques
    Pedro Helena Pontual Machado
    Rodrigo Ortiz D’Avila Assumpção
    Virgínia Bracarense
    Assessora Administrativa
    Núbia Nette Alves Oliveira de Castilhos
    Assessora Jurídica
    Patrícia Lima Sousa
    Equipe de monitoramento
    Roberto Seara Machado Pojo Rego
    GRUPO TÉCNICO
    DE POVOS INDÍGENAS
    Coordenação
    Ailson dos Santos
    Antônio Fernandes de Jesus Vieira
    Benki Piyãko
    Célia Nunes Corrêa
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    94
    Davi Kopenawa Yanomami
    Eunice Antunes
    João Pedro Gonçalves da Costa
    Joenia Batista de Carvalho
    Juliana Cardoso
    Kleber Luiz Santos dos Santos – Coordenador
    Executivo
    Luiz Henrique Eloy Amado
    Márcio Augusto Freitas de Meira
    Marivelton Rodrigues Barroso
    Ricardo Weibe Nascimento Costa
    Sônia Bone de Souza Silva Santos
    Tapi Yawalapiti
    Integrantes
    Adriana Soares Carvalho
    Alvaro Luiz Travassos de Azevedo
    Braulina Aurora
    Clovis Moreira Saldanha
    Cristiano Marioto
    Dionedison Demecio Cândido
    Elaine Jacome dos Santos Labes
    Eliésio da Silva Vargas Marubo
    Eriverto Vargas (Beto Marubo)
    Hone Riquison Pereira Sobrinho
    Jerry Adriane Santos de Jesus
    Juliana Tupinambá
    Leonardo Lenin Covezzi do Val dos Santos
    Luzia Silva Matos
    Marcos dos Santos
    Marcos Vesolosquzki
    Maria Augusta Assirati
    Naldo Tembé
    Paulino Montejo Silvestre
    Quenes Silva Gonzaga
    Raimundo Nonato Pereira Silva
    Tani Rose Ribeiro
    Tereza Arapium
    Ubirajara Sompré
    Relatora
    Lucia Alberta Andrade de Oliveira
    Colaboradores
    Adriana Fernandes Carajás
    Ana Paula Sabino
    Andrea Bavaresco
    Andrea Bitencourt Prado
    Arthur Nobre Mendes
    Felipe Labruna
    Fernando Viana
    Flávio Leão Bastos
    Frederico Augusto Barbosa da Silva
    Isabella Cristina Lunelli
    Janete Carvalho
    Leila Saraiva
    Leonardo Otero
    Lohana Chaves
    Lucas Cravo
    Luciene Gallo Guarani Kaiowá
    Maira Smith
    Marcela Menezes
    Marta Azevedo
    Maurício Serpa Terena
    Miranda Zoppi
    Mônica Machado Carneiro
    Nathali Germano
    Pedro Duarte
    Ricardo Verdum
    Roberta Amanajás
    Sara Gaia
    Vera Oliveira
    Assessora Administrativa
    Luana Machado de Almeida
    Assessores Jurídicos
    Carlos Gondim
    Junior Fideles
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Oliveira
    GRUPO TÉCNICO
    DE PREVIDÊNCIA
    SOCIAL
    Coordenação
    Eduardo Fagnani – coordenador
    Alessandro Antônio Stefanutto
    Fabiano Silva dos Santos
    Jane Lucia Wilhelm Berwanger
    José Barroso Pimentel
    Luiz Antônio Adriano da Silva
    Integrantes
    Alberto Carlos Freitas Alegre
    Deomar Adriano Gmach
    Deputada Federal (eleita) Maria Arraes
    Deputado Federal Ricardo Silva
    Evandro José Morello
    Filipe Nogueira da Gama
    Francisco José Freire Ribeiro
    Gustavo Beirão Araujo
    José Ricardo Pontes Borges
    Leandro Brito Lemos
    Luiz Antônio Adriano da Silva
    Paulo Vitor Nazario Sermann
    Pedro Luis Totti
    Renata Gomes Alcoforado
    Ricardo Pena Pinheiro
    Sérgio Augusto da Rosa Montardo
    Sérgio Roberto Hall Brum de Barros
    Tiago Adami Siqueira
    Tonia Andrea Inocentini Galleti
    Relatora
    Jane Lucia Wilhelm Berwanger
    Assessora Administrativa
    Natália Ferreira Weber
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    95
    Assessora Jurídica
    Aline Veloso dos Passos
    Equipe de monitoramento
    Gabriella Oliveira
    GRUPO TÉCNICO
    DE RELAÇÕES
    EXTERIORES
    Coordenação
    Aloysio Nunes Ferreira
    Audo Faleiro
    Celso Amorim
    Cristovam Buarque
    Mônica Valente
    Pedro Abramovay
    Romênio Pereira
    Integrantes
    Adriana Abdenur
    Alessandra Nilo
    Ana Lobato
    Arlindo Chinaglia
    Fátima Mello
    Karine de Souza Silva
    Maria Elisa Teófilo de Luna
    Maria Regina Soares de Lima
    Maria Silvia Portela de Castro
    Michel Szurkalo
    Pedro Silva Barros
    Saulo Kalunga
    Silvio Albuquerque
    Apoio Técnico
    Antonio Cottas de Jesus Freitas
    Bruno Henrique Neves Silva
    Bruno Santos de Oliveira
    Ciro Eduardo Ferreira
    Fabiana Radtke Schwarz
    Frederico Assis
    Juliana Cardoso Benedetti
    Juliana de Moura Gomes
    Livia Oliveira Sobota
    Marcelo Almeida Cunha Costa
    Marcelo Costa
    Marcelo Zero
    Pedro Marcos de Castro Saldanha
    Rafaela Rodrigues
    Roberta Maria Lima Ferreira
    Victoria Balthar de Souza Santos
    Relator
    Audo Faleiro
    Assessor Administrativo
    Frederico de Morais Andrade Coutinho
    Assessora Jurídica
    Isabela Marques Seixas
    Equipe de monitoramento
    Janira Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE SAÚDE
    Coordenação
    Arthur Chioro
    Integrantes
    Alexandre Rocha Santos Padilha
    Ana Paula de Souza Lima
    Arthur Chioro
    Bruno Souza Farias
    Daniel Ricardo Soranz Pinto
    Dimas de Paiva Gadelha Júnior
    Fernando Zasso Pigatto
    Francisco José D’Angelo Pinto
    Humberto Sérgio Costa Lima
    Ismael Alexandrino Junior
    Jorge Jose Santos Pereira Solla
    José Eduardo Pereira da Costa
    José Gomes Temporão
    Lúcia Regina Florentino Souto
    Luciano Ducci
    Ludhmila Abrahão Hajjar
    Maria do Socorro de Souza
    Miguel Srougi
    Nísia Verônica Trindade Lima
    Regina Fatima Feio Barroso
    Roberto Kalil Filho
    Weliton Fernandes Prado
    Relator
    José Gomes Temporão
    Adriano Massuda (co-relator)
    Equipe de apoio
    Adriano Massuda
    Alethele de Oliveira Santos
    Allan Nuno Alves de Sousa
    Alzira Jorge
    Ana Estela Haddad
    Ana Lucia Pontes
    Ana Paula Menezes Soter
    Andrea Ventura
    Angelita da Rosa
    Antonio Alves de Sousa
    Carla Domingues
    Eduardo Jorge
    Elaine Giannotti
    Eliane Aparecida da Cruz
    Fausto Pereira dos Santos
    Fabiana Damasip
    Felipe Proenço
    Florentino Junio Araujo Leonidas
    Giliate Cardoso Coelho Neto
    Hêider Aurélio Pinto
    Helaine Carneiro Capucho
    Heloísa Guzzi
    Hermano Albuquerque de Castro
    Ilano Barreto
    Jean Uema
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    96
    Janaina Pontes
    Karen Costa
    Ivo Bucareski
    Lenildo Dias de Morais
    Liliane Penello
    Lumena Almeida Castro Furtado
    Márcia Aparecida do Amaral
    Marcia Castro
    Maria Abritta
    Mozart Salles
    Nésio Fernandes de Medeiros Junior
    Patrícia Jaime
    Paulo Bonilha
    Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira
    Pedro Ivo Sebba Ramalho
    Rafaela Pacheco
    Roberta Barreto
    Wanderson Kleber de Oliveira
    Silvana Souza da Silva Pereira
    Thiago Lopes Cardoso Campos
    Vinícius Ximenes
    Assessor Administrativo
    Leandro Safatle
    Assessora Jurídica
    Aline Veloso
    Equipe de monitoramento
    Roberto Pojo
    GRUPO TÉCNICO
    DE TRABALHO
    Coordenação
    Adilson Araújo
    André Bojikian Calixtre
    Clemente Ganz Lúcio
    Fausto Augusto Júnior
    Laís Wendel Abramo
    Miguel Eduardo Torres
    Patrícia Vieira Trópia
    Ricardo Patah
    Sandra Márcia Chagas Brandão
    Sérgio Aparecido Nobre
    Integrantes
    Afonso Antunes da Motta
    Alessandra Silva Gadelha
    Antonio Fernandes dos Santos Neto
    Daniel da Silva Bento Teixeira
    Daniel Gomes de Almeida
    Davi Zaia
    Davidson de Magalhães Santos
    Edson Carneiro Da Silva
    Eneida Vinhaes Bello Dultra
    José Gozze
    José Ribeiro
    Marcelo de Oliveira Panella
    Marilane Oliveira Teixeira
    Manoel Messias Nascimento Melo
    Moacyr Roberto Tesch Auersvald
    Nilza Pereira De Almeida
    Rogério Correia de Moura Baptista
    Tatiana Dias Silva
    Vicente Paulo da Silva
    Relator
    Sandra Márcia Chagas Brandão
    Equipe Consultiva
    Adriana Barbosa
    Adriana Marcolino
    Alessandro Rodrigues da Silva
    Álvaro Egea
    Ana Carolina Moura
    Ana Flávia Marx
    Ana Nice Martins
    Antônio Almerico Biondi Lima
    Antônio Lisboa
    Antônio Megale
    Artur Henrique da Silva Santos
    Bia Gasud
    Beatriz Pereira dos Santos
    Bruna Matos de Carvalho
    Caio Magri
    Carlos Fábio
    Carolina Tokarski
    Cesar Mello
    Claudia Patah
    Clovis Scherer
    Creuza Maria Oliveira
    Darlene Testa
    Denize Campello
    Eduardo Maia
    Eduardo Martinho Rodrigues
    Elaine Neves
    Fabio Tibiriçá Bom
    Fernanda Giorgi
    Fernando Augusto Moreira Lopes
    Fernando Caldas Giorgi
    Francisco Canindé Pegado
    Gabriel Monteiro
    Gilberto Alvarez Giusepone Júnior
    Giselle dos Anjos
    Helena Abramo
    João Cayres
    José Dari Krein
    José Eymard Loguércio
    Juliana Benedetti
    Léa Marques
    Leonardo Penafiel Pinho
    Lidiane Araújo
    Luana Pinheiro
    Luciana Barretto
    Luciano de Oliveira Toledo
    Luiza Batista Pereira
    Madalena Margarida da Silva
    Magda Barros Biavaschi
    Magnus Henrique de Medeiros Farkatt
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    97
    Marcelo Prado Ferrari Manzano
    Marcelo Weishaupt Proni
    Marcos Perioto
    Maria Maeno
    Mario Rogério
    Matilde Ribeiro
    Mércia Consolação Silva
    Nasser Ahmad Allan
    Neide Aparecida
    Neuriberg Dias
    Nilton Vasconcelos
    Patricia Toledo Pelatieri
    Paula Montagner
    Paulo Oliveira
    Ramiro Castro
    Rita Pinheiro
    Rodolfo Vilela
    Sandro Lunard
    Sandro Pereira Silva
    Silvana Abramo M. Ariano
    Silvia Portela
    Solange Sanches do Prado
    Tasciano Solari
    Vitor Araújo Filgueiras
    Assessor Administrativo
    Alessandro Ferreira dos Passos
    Assessor Jurídico
    Mônica de Oliveira Casartelli
    Equipe de monitoramento
    Lucas Ramalho Maciel
    GRUPO TÉCNICO
    DE TRANSPARÊNCIA,
    INTEGRIDADE
    E CONTROLE
    Coordenação
    Ailton Cardozo da Silva Júnior
    Antônia Eliana Pinto
    Claudia Aparecida de Souza Trindade
    Cléucio Santos Nunes
    Eugênio José Guilherme de Aragão
    Jorge Rodrigo Messias (Coordenador Executivo)
    Juliano José Breda
    Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho
    Luiz Carlos da Rocha
    Manoel Caetano Ferreira Filho
    Mauro de Azevedo Menezes (Relator)
    Paulo Henrique Saraiva Câmara
    Vânia Lúcia Ribeiro Vieira.
    Integrantes
    Alencar Santana Braga
    Bernardo Antonio Machado Mota
    Bruno Espiñeira Lemos
    Carlos Camilo Góes Capiberibe
    Diogo Luiz da Silva
    Elvira Mariane Schulz
    Flávio Rezende Dematté
    Henrique Balduíno Machado Moreira
    Lais de Figueiredo Lopes
    Luciana Hoff
    Marcio Camargo Cunha Filho
    Raphael Sodré Cittadino
    Rui Magalhães Piscitelli
    Sebastião Helvecio Ramos de Castro.
    Colaboradores eventuais
    Leopoldo Vieira Teixeira
    Ivan Tuyosii Mori Kakimoto
    Relator
    Mauro de Azevedo Menezes
    Assessor Administrativo
    Diogo Luiz da Silva
    Assessores Jurídicos
    Francisco Alexandre Colares Melo Carlos
    Mariana Barbosa Cirne
    Equipe de monitoramento
    Janira Trípodi Borja
    GRUPO TÉCNICO
    DE TURISMO
    Coordenação
    Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
    Marcelo Ribeiro Freixo
    Integrantes
    Arialdo de Mello Pinho
    Carina Thomaz Camara
    Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
    Marcelo Ribeiro Freixo
    Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy
    Orsine Oliveira Junior
    Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto
    Parlamentares
    André Carlos Alves de Paula Filho
    Felipe Augusto Lyra Carreras
    Luis Henrique de Oliveira Resende
    Wolney Queiroz Maciel
    José Carlos Becker de Oliveira e Silva
    Frente Ampla
    Alexandre Pereira Silva
    Paulo Roberto Lamac Junior
    Toni Sando de Oliveira
    Vicente José de Lima Neto
    Relator
    Jaqueline Gil
    Assessor Administrativo
    Eva Patrícia Alvares Lopes
    Assessor Jurídico
    André Dantas
    Equipe de monitoramento
    Roberto Pojo
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    98
    SERVIDORES DA
    PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
    Alessandra Pinto de Andrade
    Alexandre Silva Almeida
    Aline Aparecida P. Silva
    Andréia da Silva de Almeida
    Antonio Jose de Sena Bomfim
    Bruna Renata Cavalcante de Barros
    Brunna Bonino Barbosa Nunes
    Cleidson Antônio Pacheco Silva
    Clovis Doberstein de Magalhães
    Débora Ribeiro Mendes Teixeira
    Denise Aparecida Xavier Dos Santos
    Donato Pereira Das Virges
    Edilene Gomes da Rocha
    Elaine Monteiro Alvarez
    Eliane de Fátima Lisboa Martins
    Elmo Jose de Alburquerque
    Fabiana Conceicao Bezerra Silva
    Fernanda Gomes Carneiro
    Fernando Pereira Faria
    Gabriella Nascimento Santos
    Georgia Evelin Sales
    Gianne Amorim Pereira Portugal
    Glayce Maria Fernandes Paiva
    Guilherme de Souza Rocha
    Hernando Soares Araujo
    Laís Regina Ghelere Martins Fortes
    Lilian Teles Ferreira
    Lívia Maria Pontes Vieira Loli
    Lizana Maria Strazer Lima
    Lucimar Maria da Silva
    Marcelina da Silva Rezende
    Marcio Greick Borges da Silva
    Marco Mendonça Becker
    Maria Feitosa de Meneses
    Mariana Prado Franceschi de Andrade
    Marlene Antonelli
    Rebeca Pires de Miranda Araujo
    Rejane Bião Ramalho
    Renata Souza Santos
    Rosângela Patrício da Silva
    Sebastião Carlos de Souza Lima
    Sheila Maria Soares Fernandes
    Simone Nascimento
    Tarcísio Lucas Soares Paiva
    Tatiana Torres Mello
    Victor Wakim Baptista
    Viviane Madureira Serra
    Wellington Costa Teixeira
    EQUIPE DE APOIO
    Recepcionistas
    Cladys Pereira Gomes
    Esvanilda Martins Costa
    Geralice Guedes de Souza
    Guiomara dos Santos Vieira
    Jonatha Nunes Laurindo
    Marilene da Silva Sousa
    Rejane Moreira da Silva Xavier Endrgio
    Renata Lopes de Oliveira
    Garçons
    Ana Cassia Borges da Silva
    Antonio José Santos Junior
    Diego Rodrigues de Sousa
    Douglas da Silva Machado
    Edson Ramos dos Santos
    Geovane Oliveira Brito
    Lourivaldo de Medeiros Barros
    Nicolas Ferreira da Silva
    Pedro da Silva Almeida
    Romulo José de Paula
    Ronivaldo da Silva Costa
    Valdir Martins da Mota
    Copeiras
    Franciney Maciel de Sousa
    Ilcia Chagas dos Santos
    Jesuina Teixeira da Silva
    Maria do Livramento Macedo dos Santos
    Rafael Nycolas de Lima Vasconcelos
    Wesley Alexandre Gomes da Silva
    POLÍCIA FEDERAL
    Coordenação
    Andrei Augusto Passos Rodrigues
    Ademir Dias Cardoso Junior
    Adriana Cristina Duarte de Almeida Vasconcelos
    Antonio Felipe de Almeida Gonçalves
    Clesio Leao de Carvalho
    Eduardo Navajas
    Guilherme Monseff de Biagi
    Gustavo Paulo Leite de Souza
    Helena de Rezende
    Humberto Freire de Barros
    Laila Ferreira Hossain
    Luciana do Amaral Alonso Martins
    Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira
    Orlando Batista da Silva Neto
    Rinaldo de Souza
    Roberto Reis Monteiro Neto
    Rodrigo Morais Fernandes
    William Marcel Murad
    BANCO DO BRASIL
    Vice-Presidente do BB
    Enio Mathias Ferreira
    Assessora de Vice-Presidente
    Viviana Maciel Vieira Bastiani
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    99
    Diretor de Infraestrutura
    Gustavo Garcia Lelis
    Coordenadora de Infraestrutura
    Luciana Elias Rezende
    Coordenador de Segurança
    Marcos Alexandrino
    Engenharia
    Marcos Vinholi
    Vladimir Gomes
    Richard Anderson de Souza
    Elias Nogueira
    Fernanda Mendonça
    Jonatas Gurgel
    Aline Mendes
    Erica Mendonça
    Fabricia Santiago
    Marcos Vianna
    Samuel Jesus
    Diego ROdrigues
    Ary Lex
    Frederico Zuppa
    Hoguio Carvalho
    Inárcio de Araujo
    Richard Sousa
    Tiago Henrique
    Thales de Oliveira
    Wendell Medeiros
    Alessandra Freire
    Djanara Silva
    Robson Rocha
    Diretor de TI
    Rodrigo Mulinari
    Coordenador de TI
    Ubirajara de Alburqueque Melo e Leite
    TI
    Celso da Silva Franco
    Celso da Silva Franco
    Demetrius Nery Correa;
    Antônio Mozela
    Giovani Briani
    Luciano Moreira Mattão
    Renato Lago
    Daniel Bento dos Santos
    Leidson Gomes de Souza
    Comunicação
    Giovani Nobile Dias
    Gerente Geral CCBB
    Fernanda Gasque
    Administração CCBB
    Bárbara Costa
    Bárbara Burnier
    Joana Darc Beserra dos Santos
    Matheus Gregorio Vinhal e Silva
    Equipe de Segurança do CCBB
    Adinelson Rodrigues Gomes
    Ado da Silva Couto
    Alexandre Luiz Ribeiro
    Alexandro Mendes Brasileiro
    Alvino de Paiva Machado
    Ana Paula de Jesus
    Anderson Madeira Schreiner
    Antonio Soares Santos Neto
    Carlos de Oliveira Lima
    Carlos Eunizio Magalhaes Pereira
    Carlos Pereira de Oliveira
    Carlos Sérgio Silva Pinto
    Claudia Mara Oliveira Santos
    Cristiano Martins Vargas
    Diana Cristina Dias dos Anjos
    Diomar Pereira Guimaraes
    Edmar Pereira Braga
    Eduardo Pereira de Sousa
    Erick Silva de Paiva
    Flavia Rodrigues Coelho
    Flávio Antônio da Silva
    Geraldo Ferreira Silva
    Gilberto de Jesus Dos Santos
    Janilson Cirilo de Oliveira
    João Joaquim Caires
    Joleydes Sousa Nascimento
    José de Sousa Nascimento
    Jose Harinodo Alves Vieira
    Josivaldo Jose dos Santos
    Junior Ribeiro da Silva
    Leandro Binacett
    Marcelo dos Anjos Aguiar Maia
    Marcos Aurélio Vieira de Carvalho
    Mikaella Pereira da Silva
    Raphael da Cunha Coelho
    Renato Maurício Queiroz
    Samuel Rodrigues
    Tiago Danilo de Souza Pereira
    Equipe de Manutenção
    e Limpeza do CCBB
    Alexandre Pereira da Silva
    Adabio Oliveira da Silva
    Adao de Moura Sobrinho
    Ademar Souza da Rocha
    Adriana Martins Fraga
    Antonio Anderson Abreu de Carvalho
    Ariane de Almeida Silva
    Aucy de Jesus Macedo
    Daniela Gonzaga da Silva
    GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL RELATÓRIO FINAL
    100
    Eliene Pereira Reis
    Elimar Oliveira Rosa
    Elizabeth Felix da Silva
    Eugenio Tavares da Corte Neto
    Flavia Moura Bastos
    Floraci dos Santos Alexandre
    Francinete da Silva Alves
    Francisca Das Chagas Pinto Vale
    Gilvan Tavares da Corte
    Igor Lima de Oliveira
    Ivoneide Dias Ribeiro
    Jailma Rodrigues de Oliveira
    Jair Almeida da Silva
    Jennifer da Gama Leite
    Juliana de Jesus Lisboa
    Kassya Gabriella Lima Soares
    Leonila de Araujo Mendes
    Lucilene Alves Pereira
    Lucineide Rodrigues
    Luiz Romario da Silva
    Marcia Andreia de Melo Costa
    Marcia Gregorio da Silva
    Marcos Flavio de Aquino Lima
    Maria dos Anjos de Nunes de Araujo
    Maria Angelica Almeida da Cunha
    Maria Betania Costa E Silva
    Maria Das Dores Catarina da Silva
    Maria de Lourdes Oliveira dos Santos
    Maria de Lourdes Silva
    Maria Luciene Ribeiro da Silva
    Marta Aurelia Arruda Das Chagas
    Milton Prospero de Sousa
    Renata Pereira da Silva
    Rodrigo Cavalcante de Loiola
    Roseni Souza Pacheco
    Sebastiana Pereira da Conceicao
    Silvio Santos Nascimento
    Solange Pereira dos Santos Lauro
    Sonia Maria Albuquerque
    Tatiane Marques de Araujo
    Teresa Maria da Silva
    Ulysses da Costa Cardoso
    Welerson de Souza Sampaio Costa
    William dos Santos Confessor
    Willian Bezerra da Silva
    Projeto gráfico e editoração eletrônica
    Caco Bisol
    Revisão
    Rogério Chaves

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