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Frederico Vasconcelos, há muitos anos especialista em cobertura do Poder Judiciário, publica hoje na Folha o currículo preocupante de um dos auxiliares escolhidos pelo ministro terrivelmente evangélico André Mendonça.

Para o cargo de juiz-instrutor, chamou Gabriel Sormani, assessor da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo e signatário de um manifesto de “irrestrito apoio” ao já ex-juiz Sergio Moro, quando surgiram as primeiras revelações da Vaza Jato:

O manifesto afirmava que Moro “virou alvo de virulento ataque pelos detentores do poder do dinheiro desviado da nação e por criminosos através de invasões ilegais de seu sigilo telemático e, talvez, até falsificações de dados, bem como por divulgação de tudo isso, com fim indisfarçável”.
Os subscritores diziam que não podiam compactuar “com quem quer que seja, mesmo que sejam também juízes, felizmente uma minoria, que ataque publicamente o ex-colega que teve inédito sucesso, mesmo se considerado o trabalho em termos mundiais, levando poderosos à cadeia para pagar por seus crimes”.

O Dr. Sormani estaria se referindo aos ministros do STF que acabaram por classificar como parcial o “ex-colega que teve inédito sucesso”?

Vasconcelos, anos-luz de ser um “esquerdista” – como gostam de classificar qualquer jornalista que não preste vassalagem ao pensamento autoritário – reproduz outras manifestações do juiz Sormani, entre as quais a que, fortemente praticada por Moro, explicita o uso da imprensa para “empurrar” processos judiciais: “a ampla publicidade realmente tem um impacto no sentido de garantir o avanço da marcha processual”.

Na sua coluna Interesse Público, o jornalista manifesta manifesta claramente sua apreensão com a escolha feita por Mendonça:

Quando o novo ministro do STF tomou posse como titular da Pasta da Justiça, este Blog afirmou: “Interessado em agradar o capitão, pois aspira uma vaga no STF, o ministro da Justiça, André Mendonça, age como chefe de polícia e continua a usar a Lei de Segurança Nacional. Um entulho da ditadura, a lei tem embasado pedidos de investigação contra jornalistas e críticos do governo Bolsonaro.”
O sucessor de Sergio Moro, a quem Sormani vai auxiliar, afirmou na posse como ministro da Justiça que o presidente Bolsonaro “tem sido, há 30 anos, um profeta no combate à criminalidade”.

O ministro tão evangélicos parece não entender muito de profetas mas leva a alma de Moro para o STF

Por Tijolaço

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