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Em discurso na Cúpula do Futuro neste domingo, Lula irá destacar avanços, mas também insistirá em mudanças profundas na ONU e nos organismos internacionais

247 – O discurso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT0 irá fazer este domingo (22), na Cúpula do Futuro organizada pela ONU, deverá qualificar como insuficiente o pacto negociado pela organização. O evento, que tem como objetivo resgatar a relevância dos organismos internacionais, vem sendo marcado por uma crescente insatisfação de países emergentes, como o Brasil, com o desempenho dessas instituições diante da atual crise global.

Segundo a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, o presidente Lula deverá reconhecer os avanços no documento, mas também irá alertar que as mudanças propostas ainda são tímidas e que uma reforma mais profunda é urgente. “Já na terça-feira, ao abrir a Assembleia Geral da ONU, Lula voltará a reforçar a urgência dessas mudanças, com seus assessores estudando até a possibilidade de propor uma nova Carta das Nações Unidas, algo que seria comparável a uma ‘constituinte’ global”, destaca Chade. 

Nos bastidores, a delegação brasileira já preparou dois discursos diferentes para o presidente, diante das incertezas sobre o fechamento do acordo. Caso o pacto seja finalizado, Lula deverá aplaudir as conquistas, mas fará questão de ressaltar que ainda não atendem completamente aos interesses do Brasil e de outros países emergentes. Se o acordo fracassar, o presidente usará o exemplo para ilustrar a crise que o sistema multilateral enfrenta atualmente.

A Cúpula do Futuro discute, entre outros temas, a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que não vê mudanças significativas desde os anos 60. O Brasil defende que novas vagas sejam criadas para América Latina e que um processo negociador seja estabelecido com um horizonte de reforma até 2030. 

Contudo, para o Itamaraty, o documento da ONU é visto como tímido e insuficiente, especialmente no que se refere à reforma dos organismos financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Apesar dos temores de que reabrir discussões sobre a Carta das Nações Unidas poderia enfraquecer ainda mais a organização, uma ala do governo brasileiro defende a criação de uma “constituinte” para redigir uma nova Carta, após quase 80 anos da fundação da ONU. Lula deve voltar a abordar o tema na terça-feira, quando abrirá a Assembleia Geral da ONU, reiterando que sem reformas, o sistema internacional corre o risco de perder completamente sua relevância.

O pacto em negociação, que ainda não está completamente fechado, promete ser o maior avanço em décadas, mas enfrenta resistência, especialmente da Rússia. Para Lula, mesmo com o pacto fechado, o progresso alcançado será apenas um passo inicial em uma longa jornada de mudanças necessárias.

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