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Este ano, o Corpo de Bombeiros do DF atendeu a mais de 12 mil chamados para incêndios em vegetação

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) atendeu a mais de 12 mil chamados para combater incêndios em vegetação este ano. O número é o maior desde 2017 — ano em que o atual sistema do CBMDF foi implementado. Sem chuvas há mais de 150 dias, os focos se alastram e desafiam as autoridades.

Em comparação com o ano passado, quando o DF registrou 8.836 chamados, a quantidade de ocorrências relacionadas ao fogo em vegetação aumentou 36%.

Segundo o Corpo de Bombeiros, ocorreu uma mudança no sistema de dados para que fosse possível eliminar ocorrências duplicadas, entre outros pequenos ajustes. Por isso, nos anos anteriores a 2017, os números de chamados para incêndio em vegetação seria um pouco maior do que a realidade — o que tornaria inviável a comparação. Porém, em nenhum dos anos anteriores houve mais de 12 mil ocorrências do tipo, deixando 2024 com a maior quantidade.

O Corpo de Bombeiros avalia que, em 2023, como as chuvas tiveram início em agosto, a quantidade de incêndios foi menor. Porém, essa condição teria aumentado as chances de queimadas para o ano posterior.

“Isso aumenta a umidade do solo, do ar, e as plantas ficam menos secas, dificultando alastramento de fogos. Como consequência, aumenta a quantidade de matéria orgânica — plantas que, quando secas, viram material combustível. Este ano de 2024 temos uma situação que a chuva não ocorreu em agosto e com matéria orgânica acima do normal, pois em 2023 foram menos queimadas. O que resulta em um maior número de ocorrências e com maior material combustível”, disse a corporação, em nota.

Apesar dessas condições, as autoridades do DF suspeitam que os incêndios que atingiram a capital do país sejam criminosos. Até o momento, oito pessoas foram detidas por susposta relação com as ocorrências deste ano.

Para coibir a ocorrência de novos incêndios, o Parque Nacional intensificou a fiscalização dentro e fora do parque. Causar incêndios florestais é crime ambiental e, no caso de unidades de conservação, o infrator pode ser autuado e ser penalizado em R$ 5 mil por hectare.

Focos ativos

Apenas em setembro, a capital federal já registrou 137 focos de incêndios em vegetação e passou por duas grandes queimadas em importantes reservas naturais — a Floresta Nacional de Brasília e o Parque Nacional de Brasília. No ano, foram 298 focos, número que coloca 2024 entre os quatro anos em que mais ocorreram incêndios florestais na região.

Além de combater a essas ocorrências, os bombeiros do DF tinham que lidar com incêndios paralelos. Houve dias em que a capital teve 20 focos de fogo ativos. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe).

Quase 50% da Floresta Nacional (Flona) de Brasília foi atingida pelas chamas no início de setembro. Já as labaredas no Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral, atingiu 1.473 hectares. Atualmente, ele se encontra controlado.

Recuperação

Os brigadistas do Instituto Chico Mendes e os bombeiros do DF estão na fase de monitoramento e vigilância no Parque Nacional de Brasília. É a fase que precede a extinção, quando os combatentes concluem o resfriamento da área e extinguem pontos quentes, ou seja, áreas localizadas que ainda possuem fumaça.

A operação é coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/ PrevFogo) e Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Até a extinção do incêndio, o Parque estará fechado.

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