A Polícia Federal está negociando delações sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) durante o segundo turno das eleições de 2022.
A PF confirmou as negociações à coluna de Malu Gaspar, do jornal o Globo, e disse que elas avançam principalmente com servidores do Ministério da Justiça e da Polícia Rodoviária Federal envolvidos na operação que a corporação realizou no dia do segundo.
Os investigadores afirmam que falta pouco para a assinatura de pelo menos três acordos de delação que vão ajudar a desvendar a ação da PRF que causou os bloqueios nas estradas do Nordeste com a finalidade de prejudicar a movimentação de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A “Operação Eleições 2022” foi organizada em uma reunião fechada com superintendentes da PRF e decidida a partir da elaboração de boletins de inteligência do Ministério da Justiça que mapearam os locais onde Lula tinha mais votos. A partir disso, foram selecionados os lugares onde seriam realizados os blitz para atrasar e impedir que eleitores do petista chegassem aos locais de votação.
A PF já sabe que, na reunião com superintendentes, o então diretor da corporação, Silvinei Vasques, afirmou que eles precisavam “tomar um lado”, no caso, o de Bolsonaro. Depois, no Ministério da Justiça, Silvinei e outros auxiliares do ministro Anderson Torres discutiram detalhes da operação e do mapeamento preparado pela então diretora de inteligência Marilia Alencar.
O ex-chefe da PRF foi preso no dia 9 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No mesmo dia foram ouvidos 49 pessoas que participaram da reunião da PRF, além de outros servidores do Ministério da Justiça.
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