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Eu acho que provocou um certo terremoto a notícia de que Alckmin praticamente fechou uma grande aliança com DEM, PP, SD, PR, PRB, PPS. Criou um fato novo. Consolidou a candidatura. Se confirmar, semana que vem, o que ficou acertado no fio do bigode ninguém mais poderá dizer que ele será cristianizado. Tal qual Fênix, Alckmin ressurgiu das cinzas.

Embora em meio a esses aliados, que já foram aliados de Temer haja muitos cujo passado e presente não sejam nem um pouco recomendáveis e tenham passagens pela Lava jato e congêneres, eles vão somar muitos minutos ao horário eleitoral de Alckmin. Ele vai ficar com quase metade do tempo total.

Está certo, nem sempre muito tempo quer dizer vantagem, mas num país que é viciado em televisão a eleição se decide na TV. E quem mais aparece fica sendo, para muitos, o mais importante.

Com mais tempo ele também poderá tanto atacar adversários quanto se defender de ataques. E vai precisar. Porque essa aliança vai ser bombardeada por todos os lados.

Também não se pode desprezar o fato de que esses caciques, por mais bandidos que sejam, têm força regional. Têm currais. São grandes cabos eleitorais. Cobram um preço alto, é claro, mas aí é com Alckmin.

Tudo indica que, com essa aliança, Alckmin derruba Bolsonaro, o pistoleiro solitário e se credencia para disputar o segundo turno com o outro lado. Nas sete últimas eleições, sempre que houve segundo turno, foi entre esquerda e direita. Nada sugere que dessa vez será diferente.

A esquerda, que reagiu imediatamente ao anúncio da aliança, centrando fogo no tucano, entendendo que ele passa a ser um candidato perigoso tem, no entanto, um grande trunfo nas mãos.

Já há cochichos e sussurros de que Ciro está sendo aconselhado (provavelmente pelo irmão) a conversar com Marina. Ela tem muitas intenções de voto, mas nenhum aliado, um partido minúsculo e escassos segundos na TV.

Aliarem-se somente os dois não vai tirar o sono de Alckmin, mas, se a eles se unirem Lula e PSB, com Lula, é claro, liderando a aliança, por todos os motivos do mundo, fica uma aliança imbatível, a aliança dos sonhos, um dream team. Alckmin vai voltar a ser candidato nanico.

Lula é o líder nas pesquisas, o PT tem o maior tempo na TV. É justo que ele seja o cabeça de chapa. No mais, os quatro têm que conversar. PSB e PT precisam resolver o problema em Pernambuco, onde qual tem candidato a governador. Há outro em São Paulo, onde o atual governador, Márcio França já se comprometeu com Alckmin. Mas não acredito que valha a pena sacrificar um grande acordo nacional por uma eleição perdida em São Paulo.

Eu sei que é uma aliança difícil, Ciro tem problemas com o PT e vice-versa, Marina idem com batatas, mas precisa escolher prioridades. Eu acho que a prioridade é derrotar a direita, encerrar o golpe o quanto antes. No primeiro turno. Levantar logo a moral dos brasileiros.

Então, as tretas do passado têm que ser enterradas em nome do projeto maior, ou seja, tirar da direita o que resta do patrimônio nacional antes que tudo seja vendido.

E esse é o caminho que não depende de Lula ser solto ou não, ficar inelegível ou não. Porque ele estará na chapa vencedora de qualquer forma.

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