Foi rápido. Não há mais vestígio do que ocorreu. Na terça-feira (19/06), quando foi para o seu tradicional banho de sol – normalmente a partir de 13 horas – na sede da Superintendência do Departamento de Polícia Federal no Paraná (SR/DPF/PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ali recolhido desde 7 de abril, surpreendido, deu uma boa risada.
Constatou que existem “infiltrados” dentro do prédio, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde tentam isolá-lo de tudo e de todos.
No local onde é levado para tomar o seu banho de sol diário – um espaço no 3º andar do prédio, normalmente usado pelos servidores para tomarem café, fumar ou simplesmente conversar – que, como de hábito, estava isolado para se evitar qualquer contato com o preso, o ex-presidente deparou-se com um “Lula Livre”. Estava grafado toscamente no banco preto que ele normalmente utiliza. Não conseguiu conter riso, como relatou depois aos seus advogados.
A expressão não permaneceu por muito tempo no banco. A administração da Superintendência tratou de mandar lixarem a madeira, apagando-a. Mas o fato gerou curiosidade sobre quem será o “infiltrado” na Superintendência, cujos chefes e agentes ligados à Operação Lava Jato têm participação direta na prisão do ex-presidente. E nas muitas tentativas de humilhá-lo e execrá-lo.
Uma prisão considerada injusta e indevida por ele, por sua defesa e pela totalidade de seus seguidores/admiradores como também por centenas de juristas, do Brasil e do exterior, bem como até não apoiadores do ex-presidente. Agora descobre-se que eles também existem na própria Polícia Federal, como demonstrado neste pequeno episódio.
No espaço existem dois bancos de madeira simples, sem encosto. Cada um com cerca de 3 metros de comprimento, ambos pintados de preto. O “Lula Livre” foi grafado naquele em que o sol bate no início da tarde, de modo a ser percebido pelo “réu” que merece tratamento diferenciado.
O banho de sol dos demais presos da carceragem do prédio (que fica no segundo andar) ocorre em outra área. No terceiro andar só Lula utiliza para essa finalidade. Afinal, ele está recolhido em uma sala especial no andar de cima, onde o acesso é restrito. Quando é levado para o andar debaixo, normalmente após o almoço, a área é isolada. Servidores são proibidos de circular por ali. Ele fica sozinho.
O “Lula Livre” foi grafado arranhando a pintura no assento do banco. Tinha, segundo o Blog apurou, cerca de 20 cm. Suficiente para chamar a atenção pois destacava-se com o fundo preto. Deduz-se que, provavelmente, foi feito com algum instrumento pontiagudo.
Permaneceu pouco tempo. Logo foi raspado, com uma lixa. Mas ficou o tempo suficiente para ser apreciado pelo preso e deixá-lo feliz. Confirmou que mesmo ali na Superintendência há quem o apoie. Provavelmente ele jamais saberá a identificação do “infiltrado”. Não importa, ele deu seu recado e provocou o riso do ex-presidente.