Deus não é privilégio de ninguém, muito menos cabo eleitoral de qualquer projeto político, adverte a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann
Lideranças do PT na 1ª. Romaria dos(das) Parlamentares, no Santuário de Aparecida, sob o tema “Fraternidade, Amizade Social e Política”,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, motivada pelas palavras do Papa Francisco, de que “a política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem”, realizou no santuário de Nossa Senhora Aparecida a 1ª. Romaria dos(das) Parlamentares, sob o tema “Fraternidade, Amizade Social e Política”.
O evento, realizado neste dia 20 de abril, contou com a presença de parlamentares de vários partidos, e o Partido dos Trabalhadores, que teve significativa participação das Comunidades Eclesiais de Base em suas origens, se fez presente com uma delegação representativa de suas bancadas.
Foi um dia intenso de palestras, reflexões e diálogos sobre o papel dos cristãos na política e como nós parlamentares podemos contribuir através da nossa fé, que nos une em um proposito maior, fazer da nossa ação um instrumento de luta permanente por um país mais justo, de paz e amizade social.
Essa é uma iniciativa muito importante da Igreja, em um momento em que vemos tentativas de atrelar a Fé a um projeto político.
A instrumentalização da fé tem levado ao fundamentalismo e à disseminação de uma intolerância que deixa nossa sociedade cada dia mais enferma. As divergências que temos entre nós devem estimular debates para a solução de problemas terrenos que afetam a vida da humanidade e não como motivo para eliminar quem pensa diferente ou para retirá-lo da esfera de referência, convívio e proteção divina.
Deus não é privilégio de ninguém, muito menos cabo eleitoral de qualquer projeto político. Invocar seu nome no embate político como força de um projeto desvirtua a Fé, compromete a fraternidade, gera ódio e violência.
Aprendamos com o Papa Francisco a apreciar a diversidade como parte do dom que Deus nos presenteia. Bem comum não se constrói com a eliminação do outro. Nosso propósito precisa ser pautado no evangelista Mateus: “Amarás o Teu próximo como a ti mesmo”. E nunca é demais revisitar a primeira mensagem de Jesus ressuscitado: “A paz esteja convosco”.
O objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano é estabelecer uma nova Fraternidade entre nós, o que o Papa chama de Amizade Social, e nesse objetivo está inserida a política: “A função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos(as) que recebem o mandato de servir o seu país”! A busca por uma sociedade mais justa e fraterna são valores fundamentais do Reino de Deus, como aponta a Mensagem ao Povo Brasileiro da 61ª. Assembleia Geral da CNBB.
Quero saudar mais uma vez a iniciativa da CNBB de trazer esse debate ao mundo político. Mesmo demorando muito tempo, como reconheceu Dom Odilo Scherer, o momento chegou. E com certeza tem de estimular os políticos que se identificam na fé em Cristo, no amor ao próximo, a construir uma sociedade fundada no respeito à diversidade, na construção da fraternidade, na justiça social e na efetiva possibilidade da amizade social.
Com informações do PT Org
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