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Na última live, o presidente imitou uma pessoa se asfixiando quando o país contabilizava 285 mil mortos. Só nos resta pensar que estamos na fila do matadouro.

DEPOIS DE TROCAR dois ministros médicos, Bolsonaro colocou aquele que mais durou no cargo durante a pandemia: um milico profundamente ignorante em saúde pública. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich saíram por não concordarem com a política negacionista de Bolsonaro no enfrentamento da covid-19. Já Eduardo Pazuello comandou uma intervenção militar no Ministério da Saúde e sacramentou o negacionismo como política pública. O general assumiu a pasta com 15 mil mortes por covid-19 e entregou o cargo nesta semana com 285 mil. A política negacionista dos militares alçou o Brasil à condição de o pior país no enfrentamento da pandemia.

Diante da escalada de mortes, do esgotamento do sistema de saúde e da pressão de governadores e até do Centrão, Bolsonaro resolveu trocar o ministro da Saúde mais uma vez. A mudança não foi feita para mudar nada, pelo contrário, só serviu para jogo de cena. A política negacionista do Planalto seguirá firme, assassinando milhares de brasileiros.

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Isso já tinha ficado claro na sondagem feita à Ludhmila Hajjar, indicada pelo Centrão, que acabou não aceitando o cargo por discordar do projeto negacionista/genocida. A médica chegou ao Planalto para conversar com o presidente e notou a presença do seu filho, Eduardo Bolsonaro, e de Pazuello, o homem que ocupava a vaga que ela pleiteava. A situação bizarra se tornaria ainda mais bizarra: o filho do presidente perguntou qual era a opinião dela sobre armas e aborto. Já Jair Bolsonaro foi mais honesto e direto: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.

Para ele não importa que os especialistas sejam unânimes em defender o lockdown como única saída para desafogar o sistema de saúde do país. A única preocupação é faturar politicamente, mesmo que seja em cima de cadáveres brasileiros, afinal de contas, “todos vamos morrer mesmo”, com bem disse o presidente com aquela frieza própria dos genocidas.

O cardiologista Marcelo Queiroga será o quarto ministro da Saúde durante a pandemia, um fato inédito no mundo. E, apesar de já ter defendido o uso de máscaras e rejeitar a cloroquina no tratamento da covid-19, o médico já adiantou que dará “continuidade” ao trabalho de Pazuello e que a política adotada no ministério continuará sendo “do governo Jair Bolsonaro, e não do ministro da Saúde”. O ministério continuará alinhado aos militares, tanto que Pazuello já disse que Queiroga “reza a mesma cartilha”.

Apesar de ser nomeado em um momento em que todos os estados do país estão em calamidade, o novo ministro não adotou uma postura firme, não apresentou um plano de emergência, não propôs nada de concreto. Pelo contrário, posou para a foto do lado do presidente com um sorriso estampado no rosto enquanto o país bate recorde de mortes todos os dias. Além disso, Queiroga tem prometido visitar alguns hospitais do para checar se as pessoas estão realmente morrendo de covid-19. Essa dúvida é baseada na rede de mentiras bolsonarista que garante que o colapso do sistema de saúde é uma fabricação da mídia para prejudicar Bolsonaro politicamente. O novo ministro trabalhará alinhado com as narrativas fabricadas pelo bolsonarismo. Ou seja, a mudança no ministério garantiu que tudo continuará como está.

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Na manhã de quinta-feira, dia 18 de março, Bolsonaro chamou de “imbecil” e “mau caráter” quem cobra as vacinas do governo. À noite, durante sua live semanal, Bolsonaro confirmou que nada mudará com a troca de ministros. Mesmo diante de 3 mil mortes diárias, prometeu intensificar todas as medidas que já deram errado e nos levaram ao caos. Louvou as “manifestações espontâneas” contra o isolamento social, tentando jogar a população contra prefeitos e governadores que defendem o lockdown. Voltou também a defender o uso de medicamentos ineficazes no tratamento precoce.

Como se já não bastasse tanto absurdo, Bolsonaro decidiu fazer politicagem: citou seu principal antagonista no momento, Lula, visando as próximas eleições: “Me chamam de Capitão Cloroquina. Tão achando que me ofendem? Vcs vão ter o Capitão Corrupção em 22, aquele velho barbudo”. Enquanto 3 mil famílias choram diariamente a morte de gente que amam, ele está preocupado com as próximas eleições.

Mas os absurdos da live não terminaram. O capitão do genocídio ignorou as notícias que apontam que as novas variantes do vírus estão levando jovens sem comorbidades para a UTI e defendeu o isolamento apenas para “idosos, quem tem comorbidades e o pessoal mais gordinho”. Para ele “o resto da população tem que voltar à normalidade.”

‘Desde o primeiro dia de pandemia, Bolsonaro tomou uma série de ações que transformaram o noticiário em um grande obituário’.
Mas a live desceria ainda mais fundo no pré-sal moral do bolsonarismo. No momento em que brasileiros estão morrendo por falta de cilindros de oxigênio nos hospitais, o presidente da República resolveu tirar os óculos e fazer uma imitação. Ele simulou pessoas com falta de ar ao vivo para todo o Brasil. Sim, o presidente imitou milhares de brasileiros que agonizaram à beira da morte por falta de ar. Um monstro debochado e cruel.

Ele também terminou a live sem fazer qualquer menção à morte do senador Major Olímpio, um ex-aliado que contribuiu muito para a sua eleição, mas que rompeu pouco tempo depois. Essa frieza é semelhante à observada em psicopatas, como Adolf Hitler. Os tempos são outros, os métodos são diferentes, mas o desprezo pela vida dos seus compatriotas é o mesmo.

Falta oxigênio. Faltam leitos de UTI. Faltam médicos. Faltam vacinas. Faltam remédios. Tudo isso seria evitável caso o presidente fizesse o básico recomendado pela ciência e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil se transformou no maior matadouro do mundo por responsabilidade direta daquele que ocupa a presidência.

Desde o primeiro dia de pandemia, Bolsonaro tomou uma série de ações que transformaram o noticiário em um grande obituário: juntou multidões em frente ao Planalto, abraçou o povo, aglomerou na praia, boicotou as máscaras e a vacina, incentivou o uso da cloroquina, demitiu todos os ministros alinhados à ciência, militou contra o lockdown e mais uma infinidade de absurdos que fizeram o Brasil descer a ladeira do negacionismo assassino.

Conto aqui uma história pessoal: um parente muito próximo, cego pelas informações produzidas pelas milícias virtuais bolsonaristas, disse que não irá tomar a vacina pois já está imunizado com vitamina D e ozônio. Quantos milhares não estão pensando o mesmo? A política de desinformação do bolsonarismo confunde e coloca boa parte do povo no caminho do cemitério. Matar brasileiros virou uma política pública, e não é de hoje. Basta olharmos para outros projetos bolsonaristas como a farra na liberação das armas, o afrouxamento das leis de trânsito e a isenção de pena para fazendeiros que atirarem contra invasores. São medidas que inevitavelmente resultarão em mais brasileiros mortos. E isso se trata de um projeto.

O site Brasil de Fato lembrou de uma antiga fala do então deputado Jair Bolsonaro que já revelava o seu desprezo pela vida: “Uma das grandes causas da fome, da miséria e da violência é o crescimento populacional exagerado. (…) Não tem mais lugar para deitar na praia. É gente demais! Temos que colocar um ponto final nisso se quisermos produzir felicidade em nosso país.”

Esse discurso de 2010 é um trecho da defesa de uma PEC proposta por ele para estimular a esterilização de brasileiros. Segundo Bolsonaro, a esterilização em massa dos brasileiros seria importante “para que não fiquem apenas, cada vez mais, colocando no mundo gente que, infelizmente, em sua grande maioria, não servirão para o futuro do nosso país”.

Essas pessoas que não “servem para o futuro do país” provavelmente são hoje aquelas que temem o covid-19 e são chamados de “maricas” pelo presidente. Dez anos depois, a PEC que não vingou ganharia um aliado: uma pandemia com alto poder de letalidade. As falas do presidente diante do aumento do número de mortos confirmam a tese: “E daí?”. “Lamento, quer que eu faça o que?”. “Todos nós vamos morrer um dia”. “Eu não sou coveiro”.

O Brasil não terá salvação enquanto Bolsonaro estiver no poder. Diante de um Congresso incapaz de se mobilizar para tirá-lo do cargo, alguma luz no fim do túnel só aparecerá nas próximas eleições. Isso se houver eleições, já que o presidente voltou a intensificar as ameaças golpistas nos últimos dias. Não há nada no horizonte que indique mudança a curto prazo. A sensação é que estamos na fila do matadouro, e a qualquer momento pode chegar a nossa vez. Cuidem-se, fiquem em casa, se possível, e protejam as pessoas que vocês amam. O verme e o vírus não vão parar de nos matar.

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