Ex-presidente questiona forma como está sendo processado e denuncia supostos abusos em investigação e julgamento
247 – Jair Bolsonaro (PL) declarou, em entrevista à Revista Oeste na última sexta-feira, 21, que deseja ser julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) após ser denunciado por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro explicou que, na sua visão, deveria ser processado em primeira instância, uma vez que não ocupa mais um cargo público e, portanto, não teria direito a foro privilegiado. “Primeiro, eu devia estar na primeira instância, onde o Lula foi julgado. Se for adequado, é a primeira instância”, afirmou. Em seguida, questionado sobre o formato do julgamento, completou: “Quem está sendo julgado, tem que ser o plenário. O pessoal do 8 de janeiro está sendo julgado pelo plenário. Outra, que meu julgamento não seja por intermédio de gravação de vídeo, tem que ter o debate ali”.
Além disso, o ex-presidente disse ter certeza de que sua defesa utilizará o argumento de abuso de autoridade contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, em referência à oitiva de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. De acordo com Bolsonaro, Moraes teria ameaçado Cid, dizendo que, caso ele caísse em novas contradições, o acordo de colaboração seria revogado, e as investigações sobre os familiares do ex-presidente seriam retomadas. “Eu tenho certeza que sim, né? Se bem que a defesa, você pode ver, foi entregue a denúncia anteontem, se eu não me engano, há três dias, e no dia seguinte da entrega da denúncia, nós já fomos notificados com prazo de quinze dias. Algo bastante excessivo, longo o processo, até com detalhes, muita mentira ali, mas a gente vai ter quinze dias para explicar”, disse.
Bolsonaro também comentou o impacto das redes sociais na repercussão do caso, que, segundo ele, evitaram que ele fosse preso. “Se nós não tivéssemos as mídias sociais, a gente não conseguiria reverter a situação. Eu já estaria preso há muito tempo”, afirmou. Em relação à delação de Mauro Cid, o ex-presidente se referiu à investigação como “pesca probatória” e afirmou sentir pena de seu ex-ajudante de ordens. “Eu tenho pena dele, o que ele está passando, eu falei que ele é filho pra mim, pai dele da minha turma, com tudo que acontece, e a gente vê que há uma tortura em cima dele”, lamentou.
Sobre o fato de Alexandre de Moraes participar de seu julgamento, Bolsonaro também expressou críticas, alegando que o ministro deveria ser impedido de atuar no caso. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) incluiu Moraes entre os alvos do suposto plano “Punhal Verde e Amarelo”, que pretendia o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro. “Obviamente, deveria ter pessoas no caso impedida de me julgar, mas nós sabemos que o STF toma decisões políticas”, disse. A defesa de Bolsonaro havia pedido o impedimento de Moraes, mas o Plenário do STF rejeitou a solicitação, afirmando que o crime de tentativa de golpe de Estado afeta toda a coletividade e não uma vítima individualizada.
Em outro ponto da entrevista, Bolsonaro chamou os eventos de 8 de janeiro de “farsa”, afirmando que, se tivesse permanecido no Brasil na data, provavelmente estaria preso até hoje. “Foi uma farsa esse 8 de janeiro. Se eu tivesse, eu ouso dizer, se eu tivesse o Brasil de 8 de janeiro, com toda a certeza estaria preso até hoje. Algo aconteceu e eu resolvi, dia 30 de dezembro, sair do Brasil”, declarou.
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