A Polícia Federal (PF) cumpre dois mandados de prisão, além de 10 mandados de busca e apreensão, contra residentes de Cáceres (MT) na 20ª fase da Operação Lesa Pátria nesta terça-feira (21). Além disso, os agentes efetuaram buscas e apreensões em João Pessoa (PB), Cabedelo (PB), Bayeux (PB), Mirassol do Oeste (MT) e também em Cáceres.
De acordo com as investigações, os suspeitos detidos teriam gravado vídeos durante a invasão ao Palácio do Planalto, em Brasília, promovida por bolsonaristas em 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram vandalizadas.
A PF afirmou que os indivíduos incentivaram outras pessoas a se juntarem ao ataque às instituições. Os vídeos, compartilhados nas redes sociais, também teriam incitado confrontos com policiais militares que tentavam impedir a entrada dos invasores.
Até as 8h30, um dos alvos permanecia foragido, enquanto o outro foi preso em sua residência, de acordo com informações da CNN. Na prisão, um celular e seis pen drives foram apreendidos pela PF. Durante as buscas em outros locais, a PF também confiscou um laptop, mais pen drives e dois microchips SSD.
O endereço no bairro do Cabo Branco, em João Pessoa (PB), que foi alvo da PF nesta terça-feira, está associado à advogada paraibana Edith Christina Medeiros Freire, presa pela corporação durante os eventos de 8 de janeiro, na capital federal, segundo o G1.
Edith foi identificada como uma das bolsonaristas radicais presas pela PF no dia das invasões. Com 56 anos, ela está inscrita na OAB-PB com o número 8744. Entre suas atividades, integrou o Tribunal de Ética da OAB no triênio 2019/2021 e esteve envolvida em um caso de denúncia de assédio sexual interno na OAB-PB, onde tentou desacreditar a vítima.
De acordo com o processo em agosto de 2017, ela declarou que a denúncia de assédio sexual feita por uma funcionária contra o secretário-geral da OAB-PB seria uma conspiração entre a vítima, o vice-presidente e a tesoureira na época. A funcionária acabou sendo demitida após a denúncia.
A bolsonarista também foi acusada de injúria e difamação no mesmo caso mencionado acima. Durante o processo, concordou em fazer uma retratação sobre o caso e pagar uma quantia, revertida para instituições carentes.
Em comunicado emitido às 9h desta terça-feira, a OAB-PB afirmou estar devidamente informada e acompanhar a operação policial, decretada por mandado judicial do Supremo Tribunal Federal (STF), visando garantir as prerrogativas da advocacia.”
O Setor de Inteligência da PF, com a ajuda de denúncias da população, desencadeou as investigações que levaram à identificação dos suspeitos. ‘Fato que ressalta a importância da colaboração da comunidade com as forças de segurança pública’, enfatiza a PF em comunicado.
Além dos dois detidos, outras dez pessoas estão sob investigação nesta etapa do inquérito que resultou na operação.
Conforme declarações da PF, os eventos investigados podem constituir crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, e crimes conforme a legislação antiterrorismo.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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