“Vamos mobilizar a população para participar do abaixo-assinado em defesa desse direito. Ninguém vai mexer no parcelado”, disse o presidente nacional do Sebrae, Décio Lima
Um grupo de 11 entidades ligadas aos setores de varejo e serviços lançou, nesta terça-feira (21), o movimento “Parcelo Sim!” com o objetivo de defender o parcelamento de compras no cartão de crédito sem a incidência de juros. A campanha, que se autodenomina apartidária, visa conquistar apoio para a manutenção da modalidade por meio de abaixo-assinado e sensibilizar autoridades do Poder Executivo e do Legislativo
O movimento destaca sua preocupação com o que chama de “vilipêndio” dos grandes bancos aos lojistas e clientes. No centro do debate está o varejo e o setor de serviços, que defendem a continuidade do parcelado sem juros sem uma regulamentação sobre o número máximo de parcelas, enquanto os bancos e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, propõem limitações visando a redução dos juros do crédito rotativo.
O contexto do embate é a movimentação do governo, do setor financeiro e do Banco Central , visando reduzir os juros do crédito rotativo, que ultrapassam 400% em termos anualizados. O BC propôs inicialmente uma limitação do parcelamento a 12 vezes, proposta considerada insuficiente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e como anticoncorrencial pelas fintechs, maquininhas independentes e pelo varejo.
O “Parcelo Sim!” respalda seus argumentos com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que apontam que 90% dos varejistas adotam o parcelado sem juros, e uma pesquisa do Datafolha que indica que 75% dos brasileiros utilizam essa modalidade de pagamento. O Instituto Locomotiva ressalta que a mesma pesquisa aponta que caso haja alguma alteração na modalidade, 42% das pessoas reduzirão seus gastos pela metade e que 115 milhões de brasileiros só conseguiram realizar seus sonhos até hoje com ajuda do crédito parcelado.
“O Movimento ‘Parcelo Sim!’ é propositivo, com a reunião de mais de 10 entidades. Queremos informar a população sobre as consequências nefastas que uma mudança nesse produto, que é o campeão de preferência do consumidor, pode provocar”, disse o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, por meio de nota.
O presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, também defende o crédito parcelado sem juros alegando que a modalidade é uma ferramenta importante tanto para consumidores quanto para os lojistas. “Por tudo isso, estamos juntos na campanha em defesa do PSJ. Vamos mobilizar a população para participar do abaixo-assinado em defesa desse direito. Ninguém vai mexer no parcelado”, disse.
O movimento em defesa do crédito parcelado é integrado pela : Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shoppings (Ablos); Associação Brasileira de Academias (Acad); Associação de Lojistas do Brás (Alobras); Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP); Parcele na Hora; Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco).
Com informações do Brasil 247
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