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Quem participou do debate não saiu do lugar e o ex-presidente avançou

As pesquisas CNT/MDA mostram fundamentalmente que os os dois debates realizados até agora, um na Band e outra na RedeTV, não serviram para mudar o quadro eleitoral. Pelo contrário, acentuaram a diferença entre Lula e os demais.

Isso significa que a memória que os eleitores têm do governo Lula é muito mais forte do que qualquer coisa que os candidatos possam dizer na televisão.

Some-se a isso a percepção de que o ex-presidente tem sido alvo de uma perseguição judicial, apoiada em um noticiário desonesto da velha imprensa, que inclui as principais emissora de TV e, principalmente, a Globo.

Os debates, sem presença de Lula ou de um representante, talvez estejam sendo vistos como uma extensão da cobertura parcial da imprensa.

O que se vê na televisão não é para ser levado a sério.

Não adianta a Globo bater porque já está cristalizada entre os eleitores em geral a opinião de que a emissora é parcial, comprometida com outros interesses que não jornalísticos.

Segundo a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, essa constatação foi feita em vários pesquisas qualitativas.

Foi certamente por isso que Fernando Haddad, vice de Lula, partiu para o ataque no Twitter, ao dizer:

“A Rede Globo seria ilegal em qualquer país do mundo. Em qualquer país tamanha concentração seria uma coisa absurda. Tem democracia assim?”.

O PT errou muito quando ajudou a salvar a Globo, no início do primeiro mandato de Lula. A emissora, endividada em dólar, estava ameaçada de quebrar.

Empréstimos do BNDES e generosas verbas publicitárias ajudaram a tirar a empresa do buraco, que de resto cresceu com o resultado das políticas de inclusão social, que alavancaram o consumo e, em consequência, a publicidade.

A Globo também foi flagrada em um crime de sonegação, no ano de 2005, no caso da compra dos direitos para transmissão da Copa do Mundo em 2002.

O auditor da Receita denunciou Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho por crime contra a ordem tributária, com a descrição da conduta criminosa, que incluiu a abertura fraudulenta de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas.

O processo desapareceu da Receita Federal na semana em que a denúncia do auditor seria encaminhada para o Ministério Público Federal e, três anos depois, a Globo foi uma das empresas beneficiadas  com um Refis, programa de parlamento da dívida aprovado pelo Congresso Nacional durante o governo de Lula.

O ex-ministro Antônio Palocci, quando se ofereceu a Moro para delatar, ameaçou falar sobre como ajudou uma grande empresa de comunicação a não quebrar, mas o juiz de Curitiba não se interessou, e Palocci, algum tempo depois, ao prestar um depoimento, atacou Lula e recuou escandalosamente das ameaças que fez em relação àquela grande empresa de comunicação.

A Globo foi poupada, ao que tudo indica. Mas já era tarde.  Como mostram as qualitativas, a emissora não tem crédito junto a seu público.

Ainda tem audiência, principalmente pela indigência dos concorrentes, mas é sempre vista com desconfiança.

Enquanto o conceito da da Globo em particular e da imprensa em geral cai, como mostram as qualitativas, Lula sobe, como mostram as pesquisas quantitativas, mais precisas.

É a personalidade mais aprovada entre as 17 que tiveram seu nome submetido aos eleitores pela Ipsos, à frente de Sergio Moro. E o Ibope e a CNT/MDA confirmaram, com o desempenho do ex-presidente nas pesquisas eleitorais.

Tudo isso somado leva a uma conclusão: a velha imprensa, Globo à frente, por se comportar como partido político, se tornou parte nesta eleição.

Agradá-la não agregará voto a nenhum candidato.

Denunciá-la pelo comportamento desonesto pode deixar o candidato mais próximo do eleitor.