Presidente do BC sinalizou à firma estadunidense que pode transferir a gestores privados a administração de ativos brasileiros – o Brasil tem cerca de US$ 380 bilhões em reservas
Nova sabotagem: Campos Neto dá entrevista à BlackRock e diz que estuda terceirizar a gestão de ativos do Brasil · Ouvir artigo
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que vem sendo acusado de sabotar a economia brasileira com a maior taxa de juros real do mundo, protagonizou, nesta quinta-feira, mais uma grande polêmica. Em entrevista concedida à firma estadunidense BlackRock, gestora de fundos trilionários, ele afirmou que estuda terceirizar a gestão de ativos brasileiros. Hoje, o Banco Central é responsável pela gestão das reservas internacionais brasileiras, na casa de US$ 380 bilhões. Leia mais na reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária está aberta a colocar parte do seu total de ativos sob uma gestão terceirizada, com o objetivo de expandir diferentes classes de ativos na carteira da autarquia.
“A gente está aberto a essa terceirização, gestão externa vamos dizer… Hoje a grande parte da gestão não é terceirzada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos”, afirmou ele, em entrevista gravada à BlackRock Brasil.
Campos Neto explicou que o BC já teve um programa de gestão terceirizada anteriormente, mas que ele não foi retomado desde que acabou, pois seria mais vantajoso para a autarquia manter algumas operações dentro do seu próprio sistema.
“A gente entendeu que alguns programas de gestão terceirizada a gente podia fazer dentro do Banco Central, e isso ia gerar uma sinergia positiva, porque o pessoal da equipe operacional do Banco Central ia aprender sobre ativos e aprender sobre ativos ajuda muito a atividade do dia a dia do Banco Central”, disse.
O presidente do BC explicou que a gestão terceirizada funciona como um ciclo em que ativos são constantemente incluídos e retirados do modelo, conforme a equipe da autarquia se familiariza com o processo de gestão de novos ativos.
“A gente, outro dia, comentou de pensar em algumas classes de ativos que a gente não opera ainda, fazer… sempre tentando aprender o máximo sobre o maior número de ativos dentro dos critérios que eu mencionei anteriormente, que é a preservação de capital e governança e sustentabilidade”, afirmou.
A entrevista à BlackRock foi gravada por Campos Neto em 13 de junho e veiculada na tarde desta quinta-feira.