Nos EUA, Eletrobras admite possibilidade de ter sua privatização revertida pelo governo Lula
A Eletrobras reconhece a investidores americanos a possibilidade de reversão de sua privatização, diante dos questionamentos judiciais e contestações feitas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até o dia 20 de abril, havia 23 ações judiciais em andamento contra o modelo de privatização adotado.
Em um formulário 20F arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente americano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirmou que o modelo e outros aspectos de sua desestatização poderão ser questionados por órgãos reguladores, grupos de consumidores e outros agentes, aumentando a chance de suspender-se sua venda ao capital privado.
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Segundo a ex-estatal, se o presidente for bem-sucedido em suas reclamações, o governo brasileiro pode tentar recuperar o controle sobre a empresa. Cabe lembrar que ela foi avaliada pela mesma Price Waterhouse & Coopers, empresa responsável pelo balanço das Lojas Americanas, e sua atual administração tem participação da 3G Radar, gestora de capitais ligada aos empresários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles.
A empresa destacou que o presidente Lula declarou-se publicamente contrário à forma pela qual ela foi vendida e solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) estudos para avaliar os fundamentos legais para contestar dispositivos do estatuto da companhia que limitam em 10% o exercício do direito a voto dos acionistas, independentemente do número de ações.
Possibilidade de subavaliação
Um levantamento do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) feito em fevereiro e 2022, com números da empresa alemã de dados Statista, mostrava que o preço estipulado pelo governo brasileiro para a venda da Eletrobras, de cerca de US$ 10 bilhões, chega a ser 15 vezes inferior a semelhantes estrangeiras.
Segundo o Ilumina, a primeira colocada na lista sobre valor de mercado da Statista é a NextEra, nos Estados Unidos, avaliada em US$ 146 bilhões, e que atua principalmente na Flórida, com população de 21.538.187 habitantes (2020), com 58 gigawatts (GW) de capacidade de geração, empregando 14,9 mil funcionários.
Outra comparação que chama a atenção, segundo D’Araújo, se refere à décima colocada no ranking da Statista, a inglesa National Grid, que sem parque de geração, tendo apenas transmissão, tem valor de mercado de US$ 44,3 bilhões, quatro vezes mais do que a Eletrobras
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por Fernando Miller