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Em viagem a Nova York, na semana passada, Guedes recebeu de Bolsonaro uma punhalada pelas costas. Soube pelos jornalistas que o presidente anulara com um telefonaço o reajuste do diesel. O ministro passou uma semana gastando baldes de saliva e o melhor do seu latim para convencer a plateia do seguinte: o que estava na cara não era uma intervenção populista do capitão na Petrobras, mas um telefonema inocente de um ignorante em economia tentando compreender a composição do preço do diesel.

Abra-se um parêntese para injetar na conversa fiada o áudio que Onyx enviou para um líder caminhoneiro, Marconi França. Foi postado num grupo de WhatsApp em 27 de março. Nele, o ministro soa assim: “Estamos trabalhando, o presidente está focado, tem várias coisas bacanas […] para dar condição a que o caminhoneiro autônomo tenha o seu direito respeitado, seja valorizado. Estamos trabalhando muito. Já demos uma trava na Petrobras. Qualquer modificação de preço, no mínimo entre 15 e 30 dias de variação, não pode ter menos que isso.” Fecha parêntese.

m 26 de março, um dia antes de Onyx enviar aos caminhoneiros o seu mimo vocal, a Petrobras anunciara por meio de nota uma mudança na periodicidade dos reajustes do diesel. Em vez de subir semanalmente, o óleo passaria a ser reajustado em intervalos jamais inferiores a 15 dias. Pois bem, o reajuste que Bolsonaro mandou a Petrobras suspender foi anunciado em 11 de abril. Como combinado, eram transcorridos não 15, mas 16 dias desde a divulgação da nota.

Expostos os fatos, tirem-se as conclusões: 1) A Petrobras esticou o intervalo dos reajustes do diesel de 7 para 15 dias não porque quis, mas porque tomou uma “trava” do Planalto. Beleza. É do jogo. 2) É falsa a alegação de que Bolsonaro mandou suspender o reajuste de 11 de abril porque ficou surpreso. A canelada foi desferida com planejamento e método. 3) A anulação de um aumento feito dentro do prazo combinado foi, na verdade, uma “trava” dentro da outra. Bolsonaro deu de ombros para Guedes e deu ouvidos a Onyx, portador de ameaças de greve dos caminhoneiros.

A lambança custou R$ 32 bilhões em perda do valor de mercado da Petrobras. De volta a Brasília, Paulo Guedes trouxe Bolsonaro à realidade, jurou que a autonomia da estatal estava intacta e declarou que não se sentia atingido em sua autoridade. Na última quarta-feira, a Petrobras reajustou o diesel em 4,8%. Na véspera, o Planalto tentou mimar os caminhoneiros com o anúncio de um pacote que incluía desde promessas de recuperação de estradas até financiamento do BNDES.

De toda a novela restaram a “trava”, a desvalorização do papelório da Petrobras, a perda de valor de mercado da autoridade de Paulo Guedes e a evidência de que Bolsonaro, a exemplo de seus antecessores, não tem a mais remota ideia do que fazer para se livrar da constante ameaça da revolta da boleia. Parte dos caminhoneiros acena com a hipótese de puxar o freio de mão no próximo dia 29.

Você pode reagir ao áudio de Onyx e a tudo o que ele representa de duas maneiras. Numa, você se desespera com a inépcia do governo para resolver uma encrenca anunciada. Noutra, você faz como Paulo Guedes: se finge de bobo e declara, pelo bem do Brasil, que acredita piamente na conversão do intervencionista Bolsonaro ao evangelho liberal do seu Posto Ipiranga. O difícil é saber se a autoenganação de Guedes sobreviverá a mais três Páscoas.

REVOLTA

O líder dos caminhoneiros Wanderlei Alvez, o Dedeco, decidiu que a paralisação que ele convoca para o dia 29 de abril se chamará Lorenzoni, em referência a Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil.

“[Para] ninguém esquecer que ele sabia com quem deveria negociar”, diz Dedeco, referindo-se ao diálogo que o governo mantém com lideranças que, segundo ele, não representam a categoria.

Os dois dialogam há tempo. Em agosto de 2017, Lorenzoni oferecia apoio a caminhoneiros em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados. Na ocasião, mandou “um abraço especial ao Wanderlei Dedeco”.

Dedeco é um dos motoristas que defendem um novo bloqueio nas estradas no dia 29. Até poucos dias atrás, ele conversava com Onyx via WhatsApp, mas diz ter sido bloqueado pelo ministro.

Plantão Brasil

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