A delação do doleiro Lúcio Funaro, que levou à cadeia o ex-presidente Michel Temer (PMDB) na manhã desta quinta-feira, relata um esquema para comprar votos para a aprovação do impeachment da Câmara dos Deputados.
A informação foi divulgada pelo site do jornal O Globo, que teve acesso a 29 anexos da delação do doleiro homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com Funaro, o esquema foi todo coordenado pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso no Paraná, que “pautou e liderou” a votação. Segundo Funaro, Cunha enviou mensagem perguntando se o doleiro tinha recursos disponíveis para comprar votos dos deputados para a aprovação do impeachment. Sem citar os valores, Funaro afirma na deleção que disponibilizou os recursos necessários e, segundo a reportagem, “acusa Cunha de tramar diariamente a aprovação do impedimento da petista”.
Na delação, Funaro implica o ex-presidente Michel Temer em pelo menos cinco esquemas. O delator diz, segundo O Globo, que o ex-presidente teria sido beneficiado por valores pagos pela empreiteira Odebrecht; no contrato da usina nuclear de Angra 3; em esquemas de propina no Porto de Santos e também por repasses do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Conforme o delator, o ex-presidente também receberia repasses de propina feitos pelo ex-deputado Eduardo Cunha, que atuava na linha de frente na prospecção de dinheiro para abastecer o caixa do partido.
De A Crítica
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