No Plenário da Câmara, nesta quinta (20), Pimenta disse que somente após esse julgamento o Brasil poderá superar “o ódio e a intolerância daqueles que desprezam a democracia”
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Paulo Pimenta afirma que outra característica marcante de Jair Bolsonaro é a covardia
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou durante pronunciamento no plenário da Câmara, nesta quinta-feira (20, que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais 33 pessoas acusadas por vários crimes, entre eles de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, será “pedagógico para a democracia” brasileira. Ao relembrar o histórico golpista do ex-presidente e toda a trama de ataques ao sistema eleitoral e às instituições da República, inclusive com um plano de assassinato contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, Pimenta disse que somente após esse julgamento o Brasil poderá superar “o ódio e a intolerância daqueles que desprezam a democracia”.
“Esse processo é pedagógico para a democracia. Esse processo é fundamental para que nós digamos em alto e bom som que, neste País, não haverá ditadura nunca mais e que aqueles que atentarem contra a democracia e contra o Estado Democrático de Direito responderão como criminosos que o são. Por isso, é importante este julgamento, é importante a conclusão desta investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal”, defendeu o petista.
Durante o discurso, Paulo Pimenta relembrou todos os ataques à democracia perpetrados por Bolsonaro e sua trupe. O parlamentar destacou que a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, – baseada nas investigações da Polícia Federal – “não deixam dúvidas sobre a maneira como esse grupo criminoso agiu no sentido de desmoralizar a democracia e, principalmente, o sistema eleitoral brasileiro e que culminaram com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro (de 2023) ”.
Ataques à democracia
Sobre os ataques à democracia, o petista lembrou que tudo começou bem antes do 8 de Janeiro de 2023. Pimenta apontou que a denúncia da PGR cita como parte da trama para enfraquecer a democracia os ataques de Bolsonaro e sua turma às urnas eletrônicas, como estratégia para desmoralizar o sistema eleitoral brasileiro e servir de pretexto para contestar o resultado das eleições. Além disso, o parlamentar destacou ainda os constantes ataques às instituições da República, como o STF e o TSE, e o incentivo velado aos acampamentos em frente aos quartéis.
“Tudo isso culminou com as ações violentas e as tentativas criminosas de impedir que as pessoas fossem votar no dia da eleição, comandadas pelo aparelho do Estado, como a Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos de Estado. Eles estavam envolvidos na ação criminosa para impedir que a população votasse”, descreveu.
E como não funcionaram as tentativas de fraudar o resultado da eleição, Pimenta relembrou os atentados praticados por bolsonaristas a fim de tentar impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Entre eles, o petista elencou a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022 – no dia da diplomação de Lula pelo TSE – por conta da prisão de uma pseudoliderança indígena bolsonarista, além de a tentativa de explodir um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto de Brasília na véspera do Natal no mesmo ano.
Outras denúncias
Além da atual denúncia da PGR, o petista enfatizou que o próprio Ministério Público Federal aponta que outras quatro denúncias serão apresentadas contra Bolsonaro ao STF. “Portanto, virão mais quatro denúncias, que trarão a público detalhes da ação dessa organização, que envolve não só crimes contra a democracia, mas também crimes comuns, como a questão da venda das joias, a fraude dos cartões da vacina e tantos outros crimes realizados por essa organização chefiada pelo Bolsonaro durante esse período triste para a vida do povo brasileiro em que ele esteve à frente da Presidência da República”, afirmou.
Ficha corrida
Sobre o principal personagem da denúncia da PGR, o deputado petista destacou o histórico da “ficha corrida” de Jair Bolsonaro. Pimenta relembrou que o ex-presidente saiu do Exército “pela porta dos fundos” para não ser expulso e que, depois disso, construiu uma trajetória no Rio de Janeiro “com relações muito próximas com o crime organizado, com as milícias”.
Como exemplo dessa proximidade, o parlamentar relembrou que o principal nome do “Escritório do Crime” – principal comando miliciano do estado – Adriano da Nóbrega, teve a esposa e a mãe empregadas no gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro, na época deputado estadual. O petista ressaltou ainda que as duas ainda depositavam dinheiro nas contas de Fabrício Queiroz, “uma espécie de PC Farias da família Bolsonaro”, que pagava as contas pessoais da família, inclusive da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Covardia
Paulo Pimenta revelou ainda que outra característica marcante de Jair Bolsonaro é a covardia. Ele relembrou que o ex-presidente, diferente do que prega a doutrina militar de que os líderes sempre ficam a frente de suas tropas nos momentos mais delicados, fugiu para os Estados Unidos para assistir de camarote a tentativa de golpe no 8 de Janeiro de 2023.
“Enquanto os seus soldados eram presos, ele estava lá, escondido em Miami, nos Estados Unidos, em Orlando, usufruindo do dinheiro roubado da venda das joias e de outras operações criminosas, que sustentaram a presença dele nos Estados Unidos durante aquele período da primeira fuga”, acusou.
O petista revelou que conviveu durante muitos anos com o ex-presidente no Parlamento, enquanto este era deputado federal, mas nunca o viu discutindo com um homem, mas somente com mulheres.
“O Bolsonaro era covarde e prevalecido com as deputadas mulheres. Eu nunca vi o Bolsonaro discutir com um jornalista homem. Normalmente, ele intimidava, com a violência, junto com os capangas que o acompanhavam pelos corredores, as jornalistas mulheres. Ele sempre foi um covarde dentro deste Plenário, covarde com as deputadas, covarde com as jornalistas. Uma característica da trajetória do Bolsonaro sempre foi a covardia”, reiterou.
Esperança no futuro
Ao concluir o pronunciamento, Paulo Pimenta declarou ter certeza de que o Brasil caminha no rumo certo ao julgar Jair Bolsonaro e seus aliados que atentaram contra a democracia brasileira.
“Portanto, esta é minha mensagem de certeza de que nós estamos no caminho certo. A defesa da democracia hoje é um desafio que extrapola os partidos políticos e é um imperativo categórico para todos aqueles que, junto conosco, querem construir um Brasil melhor, um país mais justo, soberano, sob a coordenação do Presidente Lula, para que possamos crescer, gerar empregos, criar oportunidades e oferecer para o nosso povo uma vida melhor”, afirmou.
Assista a íntegra do discurso do deputado Paulo Pimenta:
Com informações do PT Org
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