Decano do STF diz que é preciso detalhar mais a ligação de órgãos “como o DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] e coisas do tipo” com integrantes da força-tarefa da Lava Jato
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a força-tarefa da Lava Jato sofreu “influência de setores de agências internacionais”, mais especificamente dos Estados Unidos, e trocou informações sem o aval do Ministério da Justiça, denunciando mais uma vez as ilegalidades cometidas pelos procuradores à época liderados por Deltan Dallagnol. “O que a gente vê, e está muito presente nas informações que temos, é essa troca de informações, que passou a ser informal, entre Curitiba e setores do governo americano. Uma das queixas é que isso não passava pelo órgão do Ministério da Justiça incumbido dessa função, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)”, disse Gilmar ao Brazil Journal.
Para o magistrado, é preciso “aprofundar a ligação” dos órgãos do governo dos EUA, “como o DOJ [Departamento de Justiça] e coisas do tipo”, com integrantes da força-tarefa da Lava Jato. “O nosso aparato de Justiça, os órgãos de corregedoria, que são acoplados ao STJ, e o Conselho da Justiça Federal, que funciona lá e é quem administra a Justiça Federal, falharam muito”.
“Para ser considerada ruim, essa coordenação precisaria ter melhorado muito! Ela foi um desastre! Porque se assistiu a isso sem nada fazer. Agora, está se encerrando esses dias o trabalho de correição feito lá na 13ª Vara Federal, em Curitiba, um trabalho do ministro Luís Felipe Salomão, do STJ”, completou.
Sobre o processo que levou ao surgimento e ao fortalecimento da Lava Jato, o ministro relembrou: “se a gente olhar a Operação Satiagraha, da qual participaram o juiz Fausto De Sanctis, o delegado da PF Protógenes Queiroz, envolvendo o banqueiro Daniel Dantas [grupo Opportunity], já havia um certo conlúio entre o juiz, o promotor e o delegado que foi o protagonista da operação. Tivemos uma operação também contra a magistratura de São Paulo, da Justiça Federal. E também, no âmbito da Justiça Federal, a instalação das varas de lavagem. E, aí, vem um discurso, que precisa ser mais iluminado e aprofundado, que, talvez, tenha influência de setores de agências internacionais. (…) Dos americanos. Tem a história da Enccla [Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, instituída pelo governo federal em 2003, com o objetivo de aprofundar a coordenação dos órgãos públicos envolvidos na prevenção e no combate aos crimes de lavagem e corrupção]. Meu saudoso colega Gilson Dipp, aqui do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que foi corregedor do STJ, trabalhou na instalação das varas de lavagem. Elas se tornaram muito poderosas porque, obviamente, os crimes financeiros passaram a ser investigados ali. É nesse contexto que a Lava Jato veio com mais força, inclusive, com essa competência universal”.
Com informações do Brasil 247
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