O PSOL deve ocupar seu lugar, apresentando na eleição uma voz alternativa ao bolsonarismo e à política de unidade nacional que Lula articula com a burguesia.ISRAEL DUTRA E THIAGO AGUIAR
O ano político avança diante das movimentações de diferentes setores visando à disputa eleitoral que vai marcar a luta política em 2022. A necessidade de derrotar Bolsonaro segue colocada. Para fazê-lo, é preciso disputar a hegemonia da sociedade para uma posição que acue a extrema-direita e responda aos reais interesses do povo.
Como já escrevemos no final do ano passado, o favorito nas eleições, Lula, realizou um movimento similar ao que fez em 2002, para “acalmar” os mercados e os grandes capitalistas de que sua eventual gestão vai preservar esses interesses. Seria uma espécie de nova “carta ao povo brasileiro”, como afirmou Roberto Robaina em artigo recente. Não temos dúvida de que nossa tarefa é derrotar Bolsonaro, mas, diante do atual quadro eleitoral, é necessário afirmar uma voz independente para discutir um programa. Esse deve ser o papel do PSOL.
O Brasil a dez meses da eleição
O quadro mais geral aponta o crescimento das contradições e a precarização das condições de vida, em todos os âmbitos: a gasolina voltou a subir, a inflação de alimentos disparou, com os supermercados remarcando preços de itens essenciais, o número de moradores de rua da capital paulista cresceu 30% nos últimos dois anos.
As chuvas de verão castigam aqueles que moram em condições extremas: depois dos episódios trágicos e das dezenas de mortes na Bahia e em Minas Gerais, apenas nos últimos dois dias morreram mais de 25 pessoas no estado de São Paulo. Os mais pobres estão sofrendo como nunca.
Bolsonaro, por sua vez, apesar de debilitado, busca manter seu lugar no segundo turno. Depois do aumento e da mudança de nome do bolsa família, a aposta agora é encontrar alguma forma de reduzir impostos sobre os combustíveis. Chegando ao segundo turno, o bolsonarismo jogará com sua estratégia de difusão de notícias falsas, confronto e caos.
Na oposição a Bolsonaro, Lula lidera as pesquisas com folga e as várias opções da dita “terceira via” não emplacam, o que faz com que a opção prioritária de frações da burguesia passe a ser articular um acordo com Lula, para o qual facilitam as sinalizações da campanha petista.
Lula e Alckmin como expressão de uma linha de unidade nacional
As movimentações da candidatura de Lula passam muito longe de uma mera manobra. Na realidade, são um projeto de organizar um governo de unidade nacional. Os primeiros rumores foram negados pelos petistas, mas aos poucos o cenário consolida-se.
Depois de vários encontros e declarações a favor de Alckmin, Lula busca políticos do PSD, MDB e PSDB, até recentemente chamados de golpistas. Lula já se reuniu com Tasso Jereissati, José Aníbal e Aloysio Nunes (que declarou à imprensa sua satisfação com a aproximação com o ex-presidente). Agora, os jornais apontam que o PT envia sinalizações ao velho parceiro Michel Temer.
Na FIESP, uma nova direção conduzida por Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar, pode facilitar a reaproximação da candidatura petista com os grandes empresários. Os comentaristas econômicos já repercutem as opiniões no mercado financeiro em favor de Lula. Não por acaso, o ex-presidente, em suas entrevistas, é incapaz de manifestar-se sobre os problemas estruturais do país e sinaliza apenas medidas cosméticas que garantiriam uma suposta volta a um passado glorioso que nunca existiu.
A necessidade de uma voz independente no 1º turno
Diante desse cenário, é fundamental que o PSOL ocupe seu lugar. É preciso apresentar na eleição uma voz dissonante ao bolsonarismo e à política de unidade nacional que Lula articula com a burguesia.
Por isso, o partido tem o dever de apresentar uma candidatura própria à presidência, como já sinalizaram 44% dos delegados no último congresso do partido ao apontar o nome de Glauber Braga. Ao mesmo tempo, é preciso organizar fortes candidaturas estaduais do partido para dialogar com as dificuldades da classe trabalhadora e estimular a luta em defesa das condições de vida do povo. Por isso, saudamos o lançamento da pré-candidatura de Milton Temer ao governo do Rio de Janeiro.
Ocupando seu espaço, o PSOL poderá apresentar um programa de enfrentamento ao bolsonarismo e à extrema-direita para uma verdadeira superação da crise brasileira. Eis o papel da esquerda socialista na eleição de 2022.
Israel Dutra Secretário-geral do PSOL, é sociólogo, membro da Direção Nacional do partido e do Movimento Esquerda Socialista (MES).
Thiago Aguiar é doutor em Sociologia (USP).
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