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Em gesto histórico, fundações ligadas ao PT, PC do B, PDT e PSOL apresentaram à sociedade brasileira, nesta terça-feira (20), um manifesto que não se limita à tática e à estratégia eleitorais, mas que aponta – a partir de um conteúdo programático – o caminho de reconstrução de um País democrático, inclusivo e soberano. Produzido pelas diferentes siglas de oposição ao governo ilegítimo de Michel Temer, o documento supera divergências e converge para um novo projeto de desenvolvimento nacional.

“Um Projeto Nacional de Desenvolvimento que dê resposta aos dilemas e desafios contemporâneos. E que tenha em conta as ameaças, mas também as oportunidades, de um cenário internacional, no qual a crise da globalização neoliberal e a emergência de novos polos de poder que superam a realidade de um mundo regido por uma única superpotência são fatores que favorecem a realização de projetos nacionais de desenvolvimento soberano autônomo e próprio”, diz o documento.

Ao falar em nome das demais fundações presentes no ato de lançamento do manifesto, que ocorreu na Câmara dos Deputados, o presidente da Fundação Maurício Grabois (PCdoB), Renato Rabelo, disse que quando se fala de um novo projeto nacional isso significa que “o projeto precisa de uma articulação sistêmica, integrada, tendo como centro, os desafios nacionais”.

Segundo ele, as três questões que dão caráter de sistema ao projeto são a soberania, o progresso social e a causa democrática. E elas, explicou, têm no centro a questão nacional “porque sem o desenvolvimento nacional não se resolve a potencialidade do povo e do Brasil”.

“Só um projeto nacional será capaz de enfrentar o desafio das desigualdades do país. Questões como a reindustrialização, a restruturação do estado brasileiro, saúde, educação e segurança são questões estratégicas para o País. São esses os desafios que estão sistematizados e articulados em um projeto”, argumentou Renato Rabelo.

O presidente da Fundação Perseu Abramo (PT), Marcio Pochmann, em entrevista ao PT Na Câmara, disse que o manifesto traz diretrizes que visam a reconstrução do País a partir de um diagnóstico da realidade brasileira, após o rompimento – pelo governo de Michel Temer – do acordo nacional estabelecido na Constituição de 1988. “A reconstrução do Brasil é um elemento chave, importante que deu convergência às fundações para estabelecer este documento”, destacou Pochmann.

O presidente da FPA defendeu ainda a necessidade de um novo olhar para o momento crítico pelo qual passa o País. “É preciso olhar o Brasil com uma visão estratégia reconhecendo a realidade mundial para reposicionar o País. Apresentamos um documento que não serve apenas ao propósito eleitoral, mas também para um horizonte de médio e longo prazo”, explicou Pochmann.

O pioneirismo presente no gesto das fundações foi ressaltado pela presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que também lembrou do esforço de todos na construção do manifesto. “Isso representa o esforço pelo compromisso que temos com o País”, reconheceu a senadora.

Gleisi assinalou que o Brasil vive um momento de anormalidade institucional, onde o pacto firmado com a Constituição de 1988 foi rompido. “Aquilo que construímos como pacto mínimo da democracia brasileira está se esvaindo. É muito grave o que a gente passa no País. Por isso, é importante ter a esquerda, a centro-esquerda unida em torno dessa proposta que possa dizer que queremos reconstruir o Brasil”, frisou.

Também participaram do evento Francisvaldo Mendes de Souza (Presidente da Fundação Lauro Campos – PSOL); Manoel Dias (Presidente da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini – PDT); e representando o PSB, o senador João Capiberibe (AP).

Benildes Rodrigues

Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara