Líder da Bancada do PT, deputado afirma que objetivo, agora, é tratar da reforma da renda, garantindo Brasil mais justo e democrático, com oportunidades iguais
Odair Cunha diz que foco, agora, é a 2ª etapa da Reforma Tributária, que é a reforma sobre a renda
Em entrevista ao Jornal Estado de Minas, publicada nesta terça-feira (21), o líder do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), faz um breve balanço do seu trabalho no comando da bancada petista em 2024. “Eu diria que as agendas da microeconomia tiveram um espaço especial. O projeto mais importante que nós discutimos e votamos na Câmara dos Deputados, sem dúvida alguma, foi a Reforma Tributária”, afirmou.
O parlamentar enfatizou que esse é um tema muito denso, que trata da vida de todos os brasileiros e brasileiras em atividade e realidade que são diárias. “O imposto sobre o consumo, portanto, está presente na vida do brasileiro e da brasileira diariamente, mas debater, discutir, ponderar este tema e fazer com que a bancada tivesse um papel preponderante nesse processo foi, eu diria, o grande desafio do ano de 2024”, afirmou.
Para Odair Cunha, o foco agora é a segunda etapa da Reforma Tributária, que é a reforma sobre a renda, “garantindo que o Brasil seja cada vez mais um país justo e mais democrático, onde as pessoas possam ter vez, voz e oportunidade”.
Leia abaixo a íntegra da entrevista que traz ainda um perfil da trajetória política do líder Odair Cunha.
Precocidade é sinônimo de talento
1) O Sr., apesar de nascido em Piedade (SP), foi criado e iniciou sua carreira em Boa Esperança, Sul de Minas. Seu berço eleitoral. Como foi sua trajetória até ingressar na política? O Sr. se considera mineiro por adoção? Em que o perfil do político mineiro, notadamente do sul de minas, influenciou em sua formação?
R: É importante dizer que toda a minha militância política se deu no Sul de Minas, precisamente no município de Boa Esperança. Ainda adolescente, nesta cidade, participei de movimentos e pastorais da igreja católica e, a partir das reflexões e participação nesses movimentos, desenvolvi uma consciência política sobre a importância de nós fazermos com que o mundo seja um lugar melhor. E foi isso que me motivou a ingressar no mundo da política.
2) O Sr. se formou em direito e também teve, desde o início, uma grande ligação com a igreja católica. Em que pontos essas duas formações forjaram seu perfil como político?
R: Foi a minha participação em movimentos e pastorais da Igreja Católica que me entusiasmou e me inspirou a fazer a opção de militar no mundo da política. Por exemplo, um ensinamento que me inspirou, atribuído ao Papa Paulo VI, dizia que “a política é a forma mais perfeita de se fazer caridade. Se a solidariedade humana é capaz de aliviar a fome do pobre, a política é capaz de eliminar as causas da pobreza”. Então, essas reflexões e essa compreensão de que nós precisamos fazer um mundo cada vez mais justo, mais solidário, mais fraterno – enfim, o mundo que Jesus quis instaurar aqui na Terra, me inspiraram e encorajaram a seguir no caminho da política.
A partir dessa compreensão, eu busquei dar o melhor de mim para contribuir na construção deste mundo. E é claro que a formação jurídica é fundamental, especialmente para alguém que, a partir da sua acessibilidade política, quer transformar essa acessibilidade em normativos que estimulam políticas para cuidar das pessoas. Eu tive a alegria de me formar em Direito no município de Varginha. Logo que me formei tive a oportunidade de advogar e, em seguida, fui eleito deputado federal em 2002.
3) O Sr., apesar de ainda não ter chegado aos 50 anos, já está em seu 6º mandato como deputado federal, já tendo sido Secretário de Estado de Governo, em Minas Gerais. A política mudou muito desde o seu primeiro mandato? Em que pontos?
R: Eu diria que o que mudou muito nesse período foram os instrumentos e os meios de comunicação. Antes se fazia eleição com placas, com outdoors. Hoje, as redes sociais cumprem um papel de divulgação de informações de maneira muito ágil, veloz, intensa e diária. Então, compreender essas tecnologias, se adaptar a elas e fazer com que as pessoas tenham informação sobre o seu trabalho e sobre as suas propostas foi um desafio permanente durante todas essas eleições, sejam as que eu tive oportunidade de disputar, ou mesmo as que acompanhei como deputado.
4) Atualmente, o Sr. é o líder da Bancada do PT, partido do presidente Lula, na Câmara, posição da qual se despede já no início de fevereiro. Qual o balanço o Sr. faz da postura da bancada sob sua liderança e quais foram os principais projetos aprovados nesse período sob sua batuta?
R: Primeiro, a bancada é uma bancada plural, diversa, com muitas potencialidades, com representação de todas as regiões do Brasil. Então, é importante dizer que a bancada, de alguma forma, acaba ecoando as diversas percepções e as diversas realidades do nosso país. Por isso, ouvir a bancada e estar atento às suas preocupações é sempre uma tarefa muito enriquecedora. E ter liderado uma bancada com 68 parlamentares, fazendo com que cada um pudesse exercer seu mandato com plenitude num ano atípico, porque é um ano, do ponto de vista legislativo, com suas limitações devido ao período eleitoral, foi uma oportunidade muito intensa.
Quanto aos projetos, diria que as agendas da microeconomia tiveram um espaço especial. O projeto mais importante que nós discutimos e votamos na Câmara dos Deputados [em 2024], sem dúvida alguma, foi a Reforma Tributária. Um tema muito denso, que trata da vida de todos os brasileiros e brasileiras numa atividade e numa realidade que são diárias, porque todas as pessoas consomem todos os dias. O imposto sobre o consumo, portanto, está presente na vida do brasileiro e da brasileira diariamente. Mas debater, discutir, ponderar este tema e fazer com que a bancada tivesse um papel preponderante nesse processo foi, eu diria, o grande desafio do ano de 2024.
5) O fato do PT ter conseguido eleger 68 deputados enquanto o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, elegeu 99 parlamentares, o União Brasil 59, o PP 47 e o MDB 42, tornam imprescindível para a governabilidade a articulação do PT com o Centrão? E como tem sido essa relação?
R: Bom, essa relação é uma relação de respeito. De respeito às pessoas que representam os partidos, mas de respeito também, em última instância, à democracia. Pois, através desse sistema, quis o povo brasileiro que estes parlamentares estivessem no Congresso Nacional. E o diálogo com estes parlamentares, eu diria, em última análise, é necessário e imperioso para alguém que se diz democrático. Respeitar essas pessoas que ali representam e foram eleitas significa respeitar a soberania popular. Isso é uma questão fundamental na democracia. A tolerância, o diálogo, o respeito à diversidade e ao contraditório, são princípios basilares de alguém que se diz democrático.
Por isso, eu tratei com muita naturalidade o diálogo com todos os parlamentares de todos os partidos. E é claro que isso não significa de forma nenhuma concordância com o que os parlamentares defendem. Mas o respeito ao direito de eles defenderem seus mandatos, suas convicções, suas opiniões, é basilar num sistema democrático.
6) O Sr. inaugurou, na última semana, o novo estúdio multimídia da Liderança do PT na Câmara. Em que esse novo espaço auxiliará as ações de interesse do governo e do Partido dos Trabalhadores?
R: Como diria o velho guerreiro, quem não se comunica se trumbica. Então, nós precisamos nos comunicar, falar, expressar nossas opiniões e garantir que a bancada, por seus parlamentares, possam dar suas opiniões. E é fundamental que essas opiniões possam ser veiculadas e chegar às pessoas interessadas. É parte da nossa obrigação informar as pessoas, garantindo sempre o compromisso com a realidade factual, com a verdade, com a informação correta, e trabalhar sempre para combater todo tipo de mentira que distorce a realidade. E eu acredito que esse espaço vai ser muito utilizado pela nossa bancada nesse sentido.
7) Quais são seus planos para o futuro, após o 6º mandato como deputado federal?
R: Primeiro, eu quero agradecer a oportunidade de estar falando com vocês, de estar prestando contas do nosso trabalho. E, segundo, dizer que o futuro a Deus pertence. Nós queremos, nesse momento, cumprir este mandato, dialogar firmemente com as forças políticas que estão presentes no Congresso Nacional, para nós avançarmos e consolidarmos nosso trabalho. Agora, o foco é a segunda etapa da Reforma Tributária, que é a reforma sobre a renda, garantindo que o Brasil seja cada vez mais um país justo e mais democrático, onde as pessoas possam ter vez, voz e oportunidade. E esse é um processo permanente. A Casa Legislativa é o espaço do debate, do diálogo, da informação, para garantir uma vida melhor para todos e para todas.
Eu espero que eu esteja à altura dos desafios que possam vir, e vou trabalhar diuturnamente para superá-los. Sobre o futuro, eu vou estar sempre, em especial neste ano, pronto para os desafios que a vida me impuser, garantindo que os recursos públicos sejam sempre bem aplicados e que as decisões de políticas públicas sejam cada vez mais eficientes, garantindo melhores condições de vida para o nosso povo, para a nossa gente.
Com informações do PT Org
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