Nesta quinta-feira, 19 de outubro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou oito das 21 metralhadoras que haviam sido furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo.
As armas foram encontradas no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, pela equipe da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), que apreendeu quatro metralhadoras .50 e quatro de calibre 7.62.
A apreensão também foi confirmada em uma entrevista coletiva realizada pelo Comando Militar Sudeste. Segundo o órgão, o diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, será destituído do cargo.
Na mesma coletiva, o general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do comando, mencionou que dezenas de militares, incluindo novatos e oficiais, estão sob investigação, embora ele não tenha fornecido números específicos.
Esses militares estão sendo investigados por pelo menos falhas administrativas e têm um prazo de 72 horas para apresentar suas defesas. Os militares temporários serão expulsos, enquanto os de carreira serão submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Possíveis civis envolvidos também podem enfrentar julgamento pela Justiça Militar devido à natureza do crime.
O general classificou os furtos como “um episódio inaceitável” e explicou que os crimes ocorreram entre 5 e 8 de setembro, com os envolvidos realizando a troca de lacres e cadeados para encobrir o desvio das armas.
Quanto à segurança no quartel, ele não forneceu detalhes sobre possíveis falhas nas câmeras de segurança, afirmando que essas informações são sigilosas no âmbito do inquérito civil militar.
Cerca de 160 militares permanecem aquartelados em Barueri, não como prisioneiros, mas para possíveis ações futuras e continuação das investigações. A duração dessa situação não foi especificada.
Mais cedo no mesmo dia, o Exército havia identificado três militares suspeitos de participação no furto das armas e estava investigando se eles haviam sido cooptados por facções criminosas para cometer o desvio do armamento. Um grupo de 480 militares ficou aquartelado na sede do Arsenal durante a investigação.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), elogiou a polícia pela apreensão das armas e informou que quatro metralhadoras ponto 50 e quatro MAGs, calibre 7,62 foram interceptadas em um veículo roubado. Não houve prisões durante a apreensão.
Imagens divulgadas mostram policiais retirando as armas do veículo sem a presença da perícia, e ainda não se sabe se essa ação afetará a possível identificação de digitais.
A Gardênia Azul é uma área dominada por uma narcomilícia, resultado da união de milicianos dissidentes e traficantes do Comando Vermelho. A Polícia Civil afirma que membros do crime organizado na comunidade foram responsáveis pela morte de três médicos na Barra da Tijuca, após confundirem um dos ortopedistas com um miliciano rival.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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