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Lula, as decisões do PT e o nervosismo do mercado e cia

Gleisi Hoffmann*

Faltando 50 dias para a eleição, a candidatura do presidente Lula continua sendo o fato político mais importante do país, apesar da censura a sua participação nos debates, sabatinas e entrevistas da imprensa. Eles tentam fingir que Lula não existe, mas é sobre ele que são obrigados a falar todos os dias, quase sempre para criticar o adversário que não conseguem derrotar.

Os candidatos do campo golpista, do governo do Temer, do PSDB e da Rede Globo não compreenderam um fato simples: Lula lidera todas as pesquisas, cada vez mais, porque sua candidatura está diretamente conectada com os anseios da maioria da população. Não apenas pelas propostas, que visam reconstruir um país destroçado pelo ultra-liberalismo, mas pela ação.

Mesmo preso injustamente, condenado por uma sentença injusta sem base em fatos, Lula está presente nos corações e mentes de dezenas de milhões de pessoas. Porque seu governo significou a redenção da maioria do povo, sempre abandonada e discriminada ao longo de séculos, sua candidatura representa a esperança. E é com esta esperança e este povo que o PT e a campanha de Lula dialogam permanentemente.

Nosso candidato a vice-presidente, Fernando Haddad, está percorrendo o país para levar a voz de Lula. Diferentemente do que dizem ou gostariam os adversários, Haddad não se comporta como um candidato alternativo e deixa isso bem claro ao defender a liberdade de Lula, denunciar a violência para tentar exclui-lo das urnas, exigir o direito do povo votar livremente. É o governo Lula, suas propostas e seu significado que o candidato a vice representa.

Nossa coligação é a única capaz de gerar grandes manifestações populares, como foi o ato público de registro da chapa Lula-Haddad em 15 de agosto. 50 mil pessoas foram ao TSE para transformar o que seria um ato burocrático num imenso ato político de repúdio ao golpe, ao arbítrio, em defesa da democracia. Pela primeira vez na história, o povo foi ao tribunal para registrar seu candidato a presidente.

A conexão entre Lula e o povo brasileiro tem uma história de mais de 40 anos e não pode ser apagada por um decreto de censura e perseguição da Rede Globo. Por isso, logo depois de ser condenado num processo parcial e ilegal, em julho do ano passado, Lula foi recebido com carinho por multidões nas caravanas do Nordeste, de Minas, Espírito Santo, Rio e no Sul do país. Por isso ele cresce a cada pesquisa, cresce a cada novo golpe de arbítrio que sofre.

É simples assim: o povo brasileiro já percebeu que foi enganado na campanha pelo impeachment; sente na pele, na dor do desemprego, da fome e do desabrigo que o país entrou pelo caminho errado e precisa retomar o rumo. O povo percebeu que prenderam Lula para tentar impedir sua eleição e não vai se deixar enganar outra vez. O povo entendeu que isso está errado e tem de mudar.

A censura da imprensa até a fatos de repercussão mundial – como a decisão da ONU garantindo os direitos políticos de Lula – e os discursos vazios dos candidatos do golpe, de Temer e do PSDB, não conseguem mudar os fatos. Eles não conhecem a vida do povo, não pisam onde o povo pisa, não vivem como o povo vive. De gabinetes acarpetados é impossível sentir o que quer e precisa o povo brasileiro.

Nós do PT e da coligação, das lideranças de outros partidos que nos apoiam, vamos com Lula. Sua candidatura extrapola o interesse partidário. Sua candidatura pertence a uma parcela significativa da população brasileira. Nosso papel é defendê-la e viabilizá-la.

*Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores.